JéssicaLeonardo conseguiu chegar a tempo para a consulta com a obstetra. Se Deus permitisse e claro meus amados bebês, hoje descobriria os sexos de ambos. Minha gravidez era calma, apesar de alguns probleminhas que toda grávida passa, principalmente por carregar dois bebês dentro da barriga. Estava com seis meses recém-completados, sendo monitorada por uma equipe médica que cuidava de tudo que acontecia comigo. Pilates, Yoga e hidroginástica para gestantes. Tudo acontecia em casa, para que assim eu pudesse ficar confortável. Leonardo era um pai presente, acompanhando e monitorando tudo de perto. Mesmo quando meu marido precisava viajar a trabalho, ainda assim ele se mantinha perto, através das chamadas de vídeos e ligações. Eu tive que pausar a volta aos estudos, por conta do cansaço que eu sentia. A médica achou melhor, que eu descansasse, permitindo assim ter uma gravidez calma.— Desculpa o atraso, meu amor — Leonardo diz, assim que chega, trazendo a filha para o seu colo e sentan
LeonardoChegamos em casa e o carro mal estacionou na entrada, Valentina saiu correndo para dar a boa notícia para Joana e Regina. Minha filha veio tagarelando o tempo todo, como era uma menina sortuda, que teria dois irmãos para cuidar e que ajudaria a mãe em tudo. Jessica não controlou o choro e meu pai conseguiu sair mais cedo da cirurgia, vindo até nós, feliz por saber que ganharia mais uma neta e um neto muito em breve. A notícia correu por todo hospital e na saída fomos parabenizados por alguns diretores. Papai queria organizar um jantar em comemoração, assim como foi na descoberta da gravidez, porém respondi que minha esposa andava muito cansada e que Lúcia disse que ela deveria repousar. Ajudei Jéssica a descer do carro e caminhando lentamente, entramos em casa, encontrando Valentina ao lado de Joana e Regina. Áurea veio atrás, tentando controlar a euforia da minha filha.— Não acredito que vamos ter um menino e uma menina correndo pela casa em breve — Joana comentou com lágri
Jessica— Mariana? Clara? Ana?Meu marido e eu estamos em nosso quarto, escolhendo os nomes dos gêmeos. Enquanto Leonardo escolheu o nome do menino sem problemas, eu me via indecisa em tantos nomes. Decidimos não colocar nome composto, assim nossos três filhos teriam apenas um nome. Leandro foi o nome que Leonardo escolheu para nosso menininho, dizendo que era um nome que lembrava o pai dele. Não pude deixar de rir do Leonardo usando esse argumento.Estava me aproximando do nono mês de gravidez, com quase vinte quilos a mais e uma barriga enorme, que eu chegava a duvidar se eram apenas dois bebês mesmo aqui dentro.Sentada em nossa cama, Leonardo massageava os meus pés, ao mesmo tempo em que eu lia nomes para meninas em um livro que havia comprado.— Heloisa? Laura? Isabela?Lia os nomes em voz alta, aproveitando a massagem nos pés que meu esposo fazia, eu andava com tanto cansaço e sentindo muitas dores nas pernas e principalmente na minha coluna.— Meu amor, você tem bom gosto em tod
Jessica— Prontinho mamãe! Agora todas as roupinhas dos meus irmãos estão dentro da mala!Valentina me ajudava a preparar a bolsa com as coisas dos gêmeos, com Áurea junto. Entrei no último mês de gravidez e os bebês nasceriam a qualquer momento. A última consulta com a doutora Lúcia foi tranquila e toda a equipe médica do hospital, estava preparada para o meu parto. Os nomes dos bebês escolhidos, a saída da maternidade e todo o restante organizado. Agora aguardava a chegada de Leandro e Sofia com ansiedade. Meu esposo teve que viajar para o interior, porém prometeu que seria uma viagem rápida, apenas para inauguração de uma escola técnica e voltaria no mesmo dia para São Paulo. Meu sogro e amigos, todos esperavam pelo nascimento. Joana e Regina, essas duas então, não paravam um minuto sequer de falar como desejavam ver o rostinho dos bebês. Minha gravidez foi um pouco complicada, contudo tive o apoio do meu marido e isso foi de grande ajuda para mim.— Jéssica, seu vestido para sair
LeonardoFinalizei a reunião com o secretário da educação do estado, e mais uma escola técnica foi inaugurada em meu mandato. Começamos com o pé direito, meu segundo governo e isso me deixava mais do que contente, por saber que estava conseguindo lidar com todas as promessas feitas. Além disso, minha vida pessoal a cada dia melhorava. Jéssica entrou no último mês de gravidez e os bebês nasceriam a qualquer momento. Só viajei para o interior, por se tratar de uma viagem rápida, somente para entrega da escola e por ser algo que minha presença era mais do que necessária.— Leonardo, vamos agora?Jorge se aproximou de mim, enquanto eu terminava de conversar com um dos assessores. Trabalharia de casa, pelos próximos quinze dias, assim estaria junto da minha esposa na hora do parto e não teria qualquer contratempo.— Vamos! Vou apenas me despedir do Miguel e podemos seguir para o aeroporto — respondi, me afastando do Jorge. Fui até o prefeito, despedi-me do homem, claro sem deixar de parabe
JéssicaTentava abrir os olhos sem sucesso. Lembro-me de ter ido ao banheiro, depois vi a mancha de sangue na calcinha e liguei pedindo que viessem até o meu quarto. Logo depois, a ambulância chegou e fui levada para o hospital da família do meu marido. Quando cheguei lá, encontrei meu sogro ao lado de Lúcia e o restante dos acontecimentos se embaralham em minha mente. Lembro-me de ouvir a voz do Leonardo, dizendo que me amava, choro de criança. Tentei abrir os olhos, com uma certa dificuldade, até que consegui abrir e vi o teto pintado de branco, vozes falando baixinho. Virei o rosto encontrando meu marido, sentado em uma poltrona com um embrulho enrolado na manta rosa em seus braços e meu sogro com um embrulho verde.— Leonardo — falei baixinho para chamar sua atenção. Ao pronunciar o nome do meu marido, senti uma dorzinha incômoda no ventre. Leonardo se vira, olhando para o meu rosto, olhando a cena que trouxe lágrimas para os meus olhos.— Amor, não se mexa por favor — Leonardo di
Jéssica— Mamãe, cuidado que a Sofia está toda torta no colo da senhora.Valentina, Áurea, meu sogro e a bruxa da mãe do Leonardo estavam no quarto. Meu marido pediu licença para atender uma ligação no corredor, enquanto fiquei com os gêmeos e as visitas. Viviane e Pedro foram embora minutos atrás e por pouco não os encontraram no hospital.— Valentina, sua mãe está sabendo segurar muito bem sua irmãzinha. Você é quem está ansiosa demais — Ricardo respondeu, tentando controlar a neta. Soraia sentada no sofá com Leandro nos braços, era uma cena que eu jamais esperava assistir um dia. Ela veio com Valentina e o marido nos visitar e Áurea me confidenciou que na noite anterior, quis acompanhar na hora do parto, porém Ricardo a impediu. Era difícil acreditar que aquela avó carinhosa com o neto é a mesma que rejeitou a neta desconhecida e a filha da ex- favelada como Soraia costuma me chamar.— Jéssica, às duas enfermeiras contratadas para ajudar com os gêmeos, começam a trabalhar um dia an
Leonardo— Meu amor, a fralda está torta do jeito que você está colocando.Jéssica chama minha atenção, quando tento arrumar direitinho a fralda do Leandro. Minha esposa e meus filhos voltaram para casa há uma semana e desde então estava praticamente trocando a noite pelo dia. Fiquei trabalhando em casa por três dias, entretanto o dever me chamou e tive que retornar ao gabinete antes da última semana que eu havia planejado. Valentina não queria desgrudar dos irmãozinhos, reclamando que logo voltaria a estudar e dessa forma teria menos tempo com os gêmeos.— Prontinho, amor! Agora ficou certinha — respondi, vendo o bom trabalho feito. Eu não iria para o gabinete hoje, por ser sexta-feira achei melhor ficar em casa. Sofia amanheceu enjoadinha e mesmo depois de tomar a medicação, a pequena continuou o choro. Os dois haviam tomado todas as vacinas dos primeiros dias, feito os testes do pezinho, orelhinha e tudo que era necessário. Acabei contratando mais uma funcionária para ajudar a cuid