Quando latidos animados se fizeram ouvir, as duas damas apertaram os olhos para enxergar, no topo da colina, as silhuetas de Connor e Raymond, que caminhavam em sua direção com os dois cães correndo à sua volta.
—Que visão mais adorável! – exclamou Connor. – Duas damas tão lindas passeando ao pôr do sol... e sozinhas! Que acha de raptá-las, irmão?
—Excelente sugestão, Connor!
—Seria um prazer ser raptada por tão garbosos cavalheiros, se não fôssemos ambas, comprometidas. – Evelyn gracejou, aceitando o beijo que Ray depositava em seu rosto.
—Homens de sorte esses! – gracejou o conde. –Dê-me os pacotes Amie, parecem pesados.
Amie passou os diversos fardos para os braços fortes de Connor, enquanto Eeve fazia o mesmo com Raymond.
Completaram o caminho para o castelo conversando amenida
—Muito bom dia para você, rouxinol!Connor entrou na sala íntima onde o desjejum era servido. Ao ouvir sua voz, Amie soltou um gemido desconsolado.—Tentando se esconder de mim tomando café assim tão cedo?Amie observou o conde servir-se de uma generosa porção de ovos mexidos, café forte e sentar-se à cabeceira da mesa.—Eu? Me escondendo?Ela bateu os cílios escuros, num gesto coquete tão atípico, que provocou risos em Connor.— Imaginação sua, meu querido. Mas você sabe que quero distância das cocheiras!—Com efeito, Amie! Esse seu medo de cavalos é infundado e ridículo. Venha comigo!Ela apenas gemeu e pegou a mão que Connor lhe oferecia, jogando o guardanapo sobre a mesa.— Não me livrarei de você se não fizer sua vontade, não &
—Há guardas armados por toda parte, Connor!—Então teremos de estar em toda parte, também.O conde observava o velho galpão a uma distância segura. Havia três homens armados com duas pistolas e uma faca cada, na entrada principal da construção e mais dois em cada lateral. O chefe do cartel era esperto, sem dúvidas, mas não tanto quanto ele. E o principal: não contava que seu esconderijo já tivesse sido descoberto.—Todos os guardas terão de ser dominados ao mesmo tempo. Sem barulho, para que não percamos o elemento surpresa. – Ele encarou cada um dos vários homens que ali estavam. Connor temia por eles, mas eram profissionais bem treinados e habituados ao combate. Trabalhava com aquelas pessoas há quase dois anos e aprendera a confiar nas habilidades deles.—Muito bem. Vão para seus postos e esperem meu sinal.<
A Sra. Newland aceitou a explicação parcial dos fatos que Connor lhe ofereceu e ficou feliz em dar abrigo às crianças.—Preciso lhe agradecer mais uma vez, Sra. Newland!—Esqueça isso, milorde. Não precisa.—Não, eu insisto! Farei uma doação ao orfanato, em meu nome e no de Amie e espero que a senhora não recuse.A mulher idosa encarou-o. Seus olhos castanhos brilhavam de alegria.—Não serei hipócrita e recusar, milorde, pois todo dinheiro é bem-vindo. Sou-lhe muito grata.—Agora, como as crianças passaram a noite?—Muito bem. São muito bem-comportadas. Dormiram a manhã toda. Comeram bem e agora estão brincando lá fora com as outras.—Fico feliz. Alguma apresentou problemas de saúde?—Não, senhor. Mas são bastante tímidas
Ela o vinha evitando nos últimos dias. Tratando-o com fria cortesia. E ele estava cansado disso! Com passos firmes, caminhou pelo corredor até o quarto dela e entrou sem bater.Ela não estava em lugar algum à vista. Sobre a cama, um livro aberto e um delicado par de óculos de aros dourados. No chão, sob a mesinha de cabeceira, um mimoso par de botas jazia tombado.Quando ouviu a porta do banheiro ranger e se abrir, o conde voltou-se. Amie saía do cômodo enrolada em uma toalha rosa, com os cabelos presos no alto da cabeça. Com o susto, deixou a toalha cair.Apenas um segundo se passou antes que ela se abaixasse para pegar a peça de pano e abrigar-se nela novamente, mas aquele segundo foi o mais delicioso que Connor tivera nos últimos dias.—Posso fazer alguma coisa pelo senhor, milorde?—Onde está minha sobrinha?Ela entrou atrás de um
—Vá para seu quarto agora, Amie ou não me responsabilizo pelo que acontecerá. – a despeito do que acabara de dizer, ele a abraçou, percebendo como o corpo de Amie se encaixava ao seu à perfeição.—Ça ne me dérange pas! Por Deus, eu não me importo!Enterrando o rosto nos cabelos molhados, Connor apertou-a mais entre seus braços. Correu os dedos pela faixa de cetim nas lapelas do roupão, separou os lados e empurrou o tecido pelos ombros até que a peça caísse, formando uma meia-lua rubra no chão atapetado. Amie sentiu arrepios subirem-lhe pela espinha quando as mãos quentes de Connor acariciaram sua pele fria. Com um gemido sufocado, ela enterrou o rosto no pescoço forte e aspirou-lhe o perfume masculino.Delicadamente, Connor pegou-a no colo e a deitou na cama. Cobriu os seios brancos de beijos enquanto suas m&ati
Quem seria aquele que deixava o castelo? Era estranho, um desconhecido saindo desacompanhado da propriedade... Santo Deus! Não podia ser! Nathanael? Em Hallen Heart? Não!Amie começou a correr na direção da carruagem estacionada no pátio.—Olá, irmãzinha!—Nath, o que faz aqui?—Nada de importante... A propósito, seu conde estava um tanto pálido quando o deixei... Seria melhor que você fosse até lá.—O que foi que você fez, criatura miserável?Amie estava fora de si. Jogou-se sobre o irmão, socando-o no peito, o que o fez rir ainda mais.—Não perca tempo comigo, Ártemis...Ela o encarou. Os pequenos olhos de porco brilhavam de maldade, os dela, com lágrimas.Amie começou a correr, enquanto ouvia o riso desagradável de seu meio-irmão fic
A sombra cobriu-a como um presságio e Amie levantou os olhos. Sabia que era ele. Sentira seu olhar, seu cheiro.—Milorde.O tratamento formal machucou-o mais do que uma bofetada. Aquela era a mulher que ele amava de todo o coração e ela agia como se não se conhecessem, como se nunca tivessem partilhado a alegria e o prazer de estarem juntos.—Posso falar com você?—Ah! Agora você quer falar?! Pois saiba, Vossa Senhoria, que não estou interessada.Levantou-se e deu-lhe as costas.Sem perceber o que fazia, Connor agarrou-a pelo braço e puxou-a para dentro de um casebre abandonado. O ambiente cheirava a mofo e poeira, mas ele não se importava. Encostou-a contra a velha porta e beijou-a violentamente, como se quisesse castigá-la por tudo aquilo. Por mentir, por fugir dele, por deixá-lo quase louco.O calor dele junto a si, o gosto dos l&aacu
Amie aproximava-se dele sorrindo, os braços estendidos, pés descalços, uma coroa de flores adornava sua cabeça. Havia um padre presente, e muitas pessoas também. O sol brilhava e pássaros cantavam ao fundo... Amie começou a sacudi-lo pelos ombros, mas a voz que o chamava era a de seu irmão.—Connor, acorde! – era Raymond, seu semblante preocupado terminou de despertar o sonolento conde. – Onde você esteve? Temos visitantes. Você precisa recebê-los.—Visitantes? Quem poderia ser?Connor ergueu-se da cama, esfregando os olhos e ajeitando os cabelos em desalinho.—Lucca e Cecília Bianucci. Disseram serem amigos de Amie, e como chegaram na sua carruagem...—Lucca e Cecília? – O jovem casal não poderia ter escolhido um momento pior! Ou talvez não... – Diga-lhes que desço em cinco minutos, Raymond, p