Ela o vinha evitando nos últimos dias. Tratando-o com fria cortesia. E ele estava cansado disso! Com passos firmes, caminhou pelo corredor até o quarto dela e entrou sem bater.
Ela não estava em lugar algum à vista. Sobre a cama, um livro aberto e um delicado par de óculos de aros dourados. No chão, sob a mesinha de cabeceira, um mimoso par de botas jazia tombado.
Quando ouviu a porta do banheiro ranger e se abrir, o conde voltou-se. Amie saía do cômodo enrolada em uma toalha rosa, com os cabelos presos no alto da cabeça. Com o susto, deixou a toalha cair.
Apenas um segundo se passou antes que ela se abaixasse para pegar a peça de pano e abrigar-se nela novamente, mas aquele segundo foi o mais delicioso que Connor tivera nos últimos dias.
—Posso fazer alguma coisa pelo senhor, milorde?
—Onde está minha sobrinha?
Ela entrou atrás de um
—Vá para seu quarto agora, Amie ou não me responsabilizo pelo que acontecerá. – a despeito do que acabara de dizer, ele a abraçou, percebendo como o corpo de Amie se encaixava ao seu à perfeição.—Ça ne me dérange pas! Por Deus, eu não me importo!Enterrando o rosto nos cabelos molhados, Connor apertou-a mais entre seus braços. Correu os dedos pela faixa de cetim nas lapelas do roupão, separou os lados e empurrou o tecido pelos ombros até que a peça caísse, formando uma meia-lua rubra no chão atapetado. Amie sentiu arrepios subirem-lhe pela espinha quando as mãos quentes de Connor acariciaram sua pele fria. Com um gemido sufocado, ela enterrou o rosto no pescoço forte e aspirou-lhe o perfume masculino.Delicadamente, Connor pegou-a no colo e a deitou na cama. Cobriu os seios brancos de beijos enquanto suas m&ati
Quem seria aquele que deixava o castelo? Era estranho, um desconhecido saindo desacompanhado da propriedade... Santo Deus! Não podia ser! Nathanael? Em Hallen Heart? Não!Amie começou a correr na direção da carruagem estacionada no pátio.—Olá, irmãzinha!—Nath, o que faz aqui?—Nada de importante... A propósito, seu conde estava um tanto pálido quando o deixei... Seria melhor que você fosse até lá.—O que foi que você fez, criatura miserável?Amie estava fora de si. Jogou-se sobre o irmão, socando-o no peito, o que o fez rir ainda mais.—Não perca tempo comigo, Ártemis...Ela o encarou. Os pequenos olhos de porco brilhavam de maldade, os dela, com lágrimas.Amie começou a correr, enquanto ouvia o riso desagradável de seu meio-irmão fic
A sombra cobriu-a como um presságio e Amie levantou os olhos. Sabia que era ele. Sentira seu olhar, seu cheiro.—Milorde.O tratamento formal machucou-o mais do que uma bofetada. Aquela era a mulher que ele amava de todo o coração e ela agia como se não se conhecessem, como se nunca tivessem partilhado a alegria e o prazer de estarem juntos.—Posso falar com você?—Ah! Agora você quer falar?! Pois saiba, Vossa Senhoria, que não estou interessada.Levantou-se e deu-lhe as costas.Sem perceber o que fazia, Connor agarrou-a pelo braço e puxou-a para dentro de um casebre abandonado. O ambiente cheirava a mofo e poeira, mas ele não se importava. Encostou-a contra a velha porta e beijou-a violentamente, como se quisesse castigá-la por tudo aquilo. Por mentir, por fugir dele, por deixá-lo quase louco.O calor dele junto a si, o gosto dos l&aacu
Amie aproximava-se dele sorrindo, os braços estendidos, pés descalços, uma coroa de flores adornava sua cabeça. Havia um padre presente, e muitas pessoas também. O sol brilhava e pássaros cantavam ao fundo... Amie começou a sacudi-lo pelos ombros, mas a voz que o chamava era a de seu irmão.—Connor, acorde! – era Raymond, seu semblante preocupado terminou de despertar o sonolento conde. – Onde você esteve? Temos visitantes. Você precisa recebê-los.—Visitantes? Quem poderia ser?Connor ergueu-se da cama, esfregando os olhos e ajeitando os cabelos em desalinho.—Lucca e Cecília Bianucci. Disseram serem amigos de Amie, e como chegaram na sua carruagem...—Lucca e Cecília? – O jovem casal não poderia ter escolhido um momento pior! Ou talvez não... – Diga-lhes que desço em cinco minutos, Raymond, p
Connor caminhou devagar, puxando Dante pelas rédeas. O cavalo pareceu notar a tristeza de seu dono, pois se aproximou e encostou o focinho em seu ombro. Connor acariciou a testa do animal, sorrindo triste.Raymond correu na direção do irmão assim que este entrou no hall.—Por onde andou, homem? Ethnee precisa de você! Agora!—Ethnee? O que houve?—Ela está com febre de novo! Das fortes!Connor correu até o quarto da sobrinha que parecia ainda mais fraca que das últimas vezes. Ela delirava e se remexia na cama, inquieta, chamando por Amie.—Rápido, Ray! Vá buscá-la!Raymond já saíra quando Connor sentou-se à cabeceira da cama e aninhou a sobrinha no colo.—Estou aqui, borboleta. Tudo vai ficar bem.Vinte minutos depois, Amie entrava pela porta, sem fôlego.—Amie!A
—Como foi que eu deixei vocês me convencerem a fazer isso? – Totalmente esgotada física e mentalmente, Amie deixou-se cair em uma das poltronas do salão vermelho.O Bispo havia chegado no dia anterior e elas estavam atrasadas com os preparativos. Para completar, a Sra. Hakim havia mandado uma mensagem dizendo que não poderia comparecer.—Você está cansada, querida! – Eeve respondeu, com um sorriso indulgente. – Não percebeu quanto progresso fizemos hoje...—Não é o que parece. Eu nem mesmo tenho um vestido branco para usar!—Precisa mesmo ser branco?—Eu gostaria. Como uma pequena homenagem à Rainha Vitória, que foi tão generosa com meu pai...—Então branco ele será!Naquele momento, Meredith Hakim abriu as duas portas do salão com o sorriso mais luminoso nos lábios.<
Cavalgando pela estrada poeirenta, Connor pensava em seu casamento e em sua esposa. Amie estava tão linda! Jamais se esqueceria da visão dela subindo a trilha para o lago, escoltada por seu séquito de damas de honra.O sol parecia focar todo seu brilho nela, e o vento soprava gentilmente nas saias do vestido branco. O dragão de rubis que ele lhe dera brilhava em contraste ao colo branco. Ela havia deixado os magníficos cabelos castanhos soltos e estes desciam até a cintura, balançando ao vento. Uma fada, a sua fada!Doía tanto deixá-la daquele jeito! Mentir para Amie destruía-lhe o coração, mas se ele lhe contasse que Nathanael lhe enviara uma mensagem, ela, com toda a certeza iria querer acompanhá-lo, expondo-se a perigos que nem ele mesmo conhecia.Quando Jesus entregara-lhe a mensagem, logo após a festa de casamento, Connor decidira ir sozinho. Sabia o perigo que
O perfume do lugar parecia-lhe familiar, mas Amie não ousava abrir os olhos para verificar onde estava, pois sua cabeça latejava de forma excruciante. Por fim, vozes abafadas estimularam-na a abrir os olhos.Connor estava parado ao pé da cama, apoiado em algo, e conversava com um homem de suíças brancas, vestido com um uniforme militar.Seus movimentos acabaram por chamar a atenção dos homens, que pararam de conversar e se voltaram para a cama.—Ah! Seja bem-vinda de volta ao mundo dos vivos, condessa! – disse o Almirante, sorrindo.Connor sentou-se ao seu lado na cama e tomou-lhe a mão do braço sadio.—Connor, o que aconteceu? Oh! Agora me lembro. Eu... Eu atirei em Nath! Mon Dieu! Como ele está?—Não, não! Não tente se levantar. Fique deitada, meu amor. Você perdeu muito sangue e ficou inconsciente...&md