52 A conversa

Acordei cedo, ainda perdida na noite que passamos juntos.

Ao meu lado, Isaías ainda dormia, e, por um instante, só observei a serenidade no seu rosto, um contraste cruel com a maneira com que ele me tratou dias atrás.

Mas aquele não era o momento de romantizar o que havia entre nós.

Não dava para deixar situações mal resolvidas apenas passar, eu não sou assim e não será agora que começarei a ser.

Era hora de sermos francos.

Quando ele finalmente abriu os olhos e nossos olhares se encontraram, soube que ele sentia o mesmo peso.

Nos vestimos em silêncio, e não demorou até que ele, hesitante, dissesse:

– Precisamos conversar, Alby.

Olhei para ele certa que precisávamos colocar na mesa tudo o que havia acontecido.

– Precisamos – concordei, sentindo meu peito se apertar.

Sentamos na beira da cama, e por um momento o silêncio foi nosso maior diálogo.

Mas eu não podia esperar que ele tomasse a iniciativa.

Passei os dedos pelo cabelo e tomei fôlego.

– Isaías, eu… eu não sei o que você
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