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O que foi que eu fiz?

POV Felipe

Eu sei…sei o que estão pensando. Se eu fosse vocês, também pensaria. Mas quer saber? F*da-se! Eu não ligo. Eu precisava colocar aquela garota no lugar dela. Quem ela pensa que é para me desafiar daquela forma? Quem ela acha que é para falar daquela maneira sobre os meus problemas com o reino? Aquela linguaruda, atrevida, rebelde… linda… e, droga, Felipe, controle-se!

Repito para mim mesmo: nenhuma boceta vai me domar. Eu sou o príncipe aqui, sou o herdeiro do trono, e ninguém vai me mandar ou me ensinar como viver minha vida. Não, não, não! Ela que se mantenha no seu lugar. Fico pensando naquilo que ela disse, no olhar desafiador e furioso dela, enquanto a humilhava com minhas palavras. Ela teve a ousadia de me desafiar, mas também teve o suficiente de orgulho para não se deixar abalar na hora. Eu nem sabia o que queria sentir. Eu queria fazer ela se sentir inferior, mas, ao mesmo tempo, não conseguia parar de pensar na força daquela garota, naquele olhar feroz, e, para ser bem honesto, ela estava… impressionante.

“Flávia, pode ir! Vou pedir para que um dos meus motoristas a leve para casa.” Eu disse, dispensando a loira que já havia cumprido seu papel no meu plano doentio.

“O quê? Alteza, mas eu cheguei aqui não fazem nem duas horas…” ela respondeu, parecendo surpresa, mas eu não estava disposto a perder tempo. Sim! Para a surpresa de vocês ela não dormiu no meu quarto. Mandei busca-la para uma foda matinal e apenas isso.

“E já foi o suficiente… Transamos, e só. Com licença.” Disparei, apontando para a porta, e ela saiu com os pés batendo no chão, claramente emburrada e irritada.

Não era ela que importava naquele momento. Algo me consumia, algo que tinha o nome dela: Olívia. Aquele olhar dela, aquele maldito olhar cheio de decepção, me consumia. Mas era muito melhor do que ter que lidar com a sua indiferença.

O que me irritava era que eu estava cada vez mais atraído por ela, e eu não sabia como lidar com isso. Eu não queria… eu não podia querer isso. Mas não conseguia impedir.

Desviei meus pensamentos e saí do quarto, indo direto para a sala onde meu pai, o rei Tadeu, me esperava. Ele sempre tinha algo a dizer, sempre tinha um sermão para me dar, e eu sabia que esse não seria diferente.

“Felipe, sente-se.” Ele disse, com sua voz firme e autoritária. “Precisamos conversar.”

Eu sabia o que vinha. Ele sempre me comparava com ele mesmo, sempre falava de como eu precisava ser melhor, como eu tinha que lutar para ser um rei tão bom quanto ele. Isso era cansativo. Eu sabia o que ele queria. Ele queria que eu me preocupasse com o reino, que eu começasse a ver o que era realmente importante. Mas, sinceramente, eu não tinha paciência para isso.

“Sua mãe veio conversar comigo! Está preocupada com você. Eu já te falei isso antes, Felipe.” Meu pai continuou. “Se você não mudar a sua atitude, não será capaz de governar esse reino como eu fiz. Vai precisar ralar muito, meu filho, se quiser ser um rei tão bom quanto eu.”

Eu só consegui soltar uma risada amarga, mas me mantive em silêncio, esperando o sermão acabar. Ele sempre achava que eu não estava pronto, que eu era imaturo, que eu tinha que aprender a fazer sacrifícios.

“Eu não sou você, pai,” eu disse, com a voz fria e desinteressada. “Eu não vou viver minha vida como uma sombra. Se as coisas derem certo, ótimo. Se não, é problema meu.”

“As coisas não funcionam assim, Felipe,” ele disse, com um olhar severo, me levantei da cadeira, farto naquela situação e sai da sala.

Eu estava cansado de tentar agradar todo mundo. Cansado de seguir regras e protocolos. Eu queria sentir algo mais, algo verdadeiro. Algo que me tirasse desse buraco.

Caminhei pelo corredor até o pátio externo. Precisava de um pouco de ar, de espaço para pensar. O castelo estava abafado, cheio de cobranças, pressões, e eu só queria um momento para respirar. Quando cheguei à área da piscina, meu olhar se fixou em uma cena inesperada: Olívia estava ali, com as mãos sujas de terra, cuidando das plantas ao redor da piscina.

Ela sempre se interessou por jardinagem. Estava tão concentrada, tocando as folhas com tanto carinho, que parecia esquecer o mundo ao seu redor.

A curiosidade me fez aproximar mais, observando-a sem que ela percebesse. De repente, ela deu um passo em falso e, sem mais nem menos, se desequilibrou, caindo na piscina com um grito de susto. Minha reação foi automática, mas no mesmo instante, uma ideia se formou na minha mente. Ela não sabia nadar.

O que eu estava pensando? O que eu deveria fazer? Mas a verdade é que não tive tempo de raciocinar. Pulei na piscina sem hesitar, nadando rapidamente até ela. Seus braços estavam se debatendo, tentando se agarrar à borda, e seu rosto estava pálido de pânico.

“Olívia!” Eu a chamei, pegando-a pela cintura e a levantando com força, tirando-a da água.

Ela estava ofegante, os olhos arregalados e o corpo tremendo. Quando a encarei, nossos corpos estavam colados de forma involuntária, o calor do corpo dela se misturando com o meu, e eu não sabia o que fazer com aquela proximidade. Ela tentou normalizar sua respiração, seu peito subindo e descendo rapidamente, e eu fiquei ali, apenas observando.

Ela me encarou, os olhos ainda assustados, e de repente, não sei o que aconteceu, mas algo em mim se quebrou. Eu a puxei para mais perto, fazendo seus seios pontudos se espalharem no meu peito e sem pensar, sem racionalizar, a beijei.

Foi um beijo intenso, cheio de paixão, sem reservas. Nossos lábios se encontraram com uma urgência feroz, e ela suspirou contra minha boca, me fazendo puxá-la ainda mais para mim. Havia desejo, algo reprimido que eu não sabia que estava guardando. Eu a senti mais próxima, mais minha do que nunca. Minha língua explorava a dela, e a sensação era avassaladora.

Não sabia que um simples beijo poderia me fazer quase ter um orgasmo. Estava duro como uma pedra. Eu a queria aqui e agora. Foda-se! Eu a queria com uma intensidade que até assustava.

Mas, antes que pudesse ir mais fundo, me afastei bruscamente, olhando para ela com uma mistura de confusão e desejo.

O que foi que eu fiz?

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