..... DIA SEGUINTE — 6° FEIRA ..... — Claro! Ficamos à disposição. — encerro a ligação — Até mais! Guardo as documentações de contrato do cliente, o qual eu estava conversando por ligação. Escuto gritos e xingamentos, em seguida o som de algo pesado caindo contra o chão. Levanto-me assutada. "O que deve ser?" — questiono em pensamentos. Caminho para fora da sala e me deparo com uma cena horrenda: Henri caído no chão enquanto recebe golpes de socos do Vicente, o qual esta por cima dele. — Meu Deus! — exclamo — Parem! Isso é loucura! Outros funcionários aparecem para ver o que está havendo no corredor. — Façam alguma coisa! — grito para os homens que estão parados. Com muito esforço, três funcionários conseguem afastar Vicente para longe de Henri. — Você vai pagar por isso! Vou processá-lo por agressão física! — Henri cospe sangue, enquanto Eduardo ajuda-o a se levantar. — Não me ameace! Você começou tudo! — Vicente diz entre dentes. — Começou? Você é quem me a
..... — Isso é inadmissível! — o Sr. Fontana, CEO da empresa onde trabalho, esbraveja na vídeo chamada. Após cessar a discussão de Vicente com Henri, a notícia se espalhou rapidamente pela empresa e caiu nos ouvidos do RH, sendo necessário uma reunião com urgência com o CEO. — Haviam clientes no prédio, já até imagino os comentários que eles devem ter feito ao ver dois adultos discutindo... Não, se estrangulado no corredor. — Sr. Fontana tem o tom de voz elevado, mostrando estar bravo com o ocorrido. Eu? Sinto o meu rosto estar queimando de tanta vergonha. Nunca pensei que seria chamada para o RH por uma situação destas. — Lana, a senhorita precisa ter o discernimento de separar vida profissional e vida pessoal. A situação que foi vivenciada hoje na empresa é intangível, podendo gerar resultados negativos para nossa filial, a qual tem sido até o momento referencial para o ramo. — Sr. Fontana chama a minha atenção. Mauro, o responsável pelo departamento de recursos humano
— Eu te dei muitas chances diantes dos seus erros, Vicente. — lembro — Você prometeu que iria se afastar de Gabriela, mas insisti em mantê-la em sua vida. — continuo — Além disso, eu não suporto mais este seu ciúme obsessivo. Apesar de ter vindo para uma reconciliação, Vicente muda o semblante de arrependido para irado em minutos, quando ataca: — E você? Escondeu de mim o que realmente acontecia com Henri. Ele estava sempre aqui, sempre perto de você... Você me enganou! — Eu errei, sim. Mas foi para proteger você de si mesmo. Seu ciúme é cego e perigoso, te faz agir de forma impulsiva. — continuo — Eis a prova. — aponto para as mãos de Vicente que estão com hematomas por socar a cara de Henri. Lana concorda que errou, mas fez isso para evitar que Vicente agisse de forma impulsiva A resposta de Vicente é o silêncio, isso prova de que ele sabe que estou certa. — Eu não entendo como alguém pode ser tão inseguro ao ponto de agir com tanto ciúmes assim. — faço o comentário.
..... SEGUNDA-FEIRA ..... Passei o final de semana em casa, sozinha, chorando pelos cantos. Como havia dito, Vicente está respeitando a minha decisão de término e não entrou em contato. "Eu devo ficar feliz com isso, não é?" — foi o meu pensamento. Notei que a foto de perfil das redes sociais de Vicente mudou, antes éramos nós dois na cachoeira, na cidade do interior. Agora, é uma foto selfie de Vicente sozinho na Torre Eiffel, em Paris. Infelizmente poderei retornar para o trabalho a partir de quinta-feira, então tenho mais tempo livre para remoer minhas dores. Quando está entardecendo, envio uma mensagem para Luna se encontrar comigo na casa de nossa mãe, Maria Helena. — Você deve ter algo muito importante para dizer, pois nossos encontros são apenas nas quintas-feiras. — Luna diz em um tom alegre. — Lana, não faça este suspense. — minha mãe pede. Estamos reunidas na área gourmet, no exterior da casa. — Mãe, Luna... Vicente e eu terminamos. — revelo. Me atento
..... MAIS TARDE ..... Fui notificada que antes de ir embora, eu deveria passar no escritório do RH. Fiquei ansiosa o restante do dia, pensativa sobre o que irá acontecer. — Boa tarde, Mauro. — cumprimento, ao me sentar na cadeira do escritório. — Boa tarde, Lana. Espero que os últimos dias tenha sido bons para você. — Mauro diz amigável. — Consegui colocar os pensamentos em ordem. — respondo e sorrio. — Isso é ótimo. — ele concorda. — Estou ansiosa para saber o que quer me dizer... — admito. Mauro ri baixo no meu nervosismo. — Não tem com o que se preocupar, Lana. — ele continua — Apenas quero comunicar que Henri já retornou para Paris e foi desligado da empresa, após as denúncias de assédio a funcionárias das filiais pela qual passou, em especial, a sênior da filial do Brasil. Solto um suspiro de alívio. — Fico feliz que alguém foi punido. — resmungo. — Não há dúvidas de que Henri Leblanc terá uma mancha em seu currículo, pois, agiu de forma covarde. — Mauro
Caminho até o mundo Kids, um espaço com brinquedos eletrônicos para as crianças. — Tudo bem, Lana? — Luna pergunta, ao me ver aproximando. — Sim, tudo certo. — respondo sem entusiasmo. Percebo a curiosidade nos olhos de Luna, mas ela se controla em perguntar qual foi a conversa entre a vendedora e eu. Começo a sentir um mal estar, sinto náuseas e tontura. — Luna, estou me sentindo... estranha. — escoro na porta do espaço Kids. — Você está pálida! — Luna arregala os olhos — Vamos sentar. Respira fundo. Nos sentamos em cadeiras as quais tem ali para os pais esperarem por seus filhos. Pessoas ao redor começam a prestar atenção. — Precisa de ajuda? — um homem que está perto, pergunta. — Não, obrigada. Deve ser a minha pressão. — respondo rapidamente. "Devo ter ficado nervosa com a conversa com a Gabriela." — penso. — Quer ir para casa? — Luna pergunta-me, preocupada. — Eu vou ficar bem. — sorrio fraco. ..... Por insistência da Luna, viemos para casa. Fiquei
Suspeito que a Luna tenha vindo voando, pois em menos de trinta minutos ela chega em casa. Quando ela entrega o teste de gravidez, hajo com hesitação. "Nunca pensei em filhos." — penso, intrigada. No decorrer dos 35 anos, houve momentos em que fiz testes como este para desencargo de consciência. Contudo, desta vez estou sentindo uma enorme preocupação. "Talvez seja porque você tem certeza de que desta vez está de fato, grávida." — um pensamento intruso surge. — Lana? Saio dos devaneios ao escutar Luna me chamar. — Não posso estar grávida. — falo com preocupação. — Se acalme. — Luna pede — Vamos descobrir com o teste. Assinto com um movimento de concordância. Vou ao banheiro para iniciar o teste. Enquanto faço o procedimento, Luna entra no banheiro para aguardar o resultado. — Respira fundo, Lana. O teste revela o resultado: positivo. — Não... Isso não pode estar acontecendo! — reajo com desespero. — Lana! — Luna segura os meus braços. — Deve ser um fals
{Nota Autora: A partir de agora, teremos a história sendo contada na visão de Vicente} VICENTE Observo o corpo de Lana se mover lentamente com a respiração, agora mais calma, enquanto está adormecida na cama. Demorou para Lana se acalmar, o choro convulsivo trouxe exaustão e rapidamente ela adormeceu. "Lana está grávida." — este é o pensamento que tem dominado a minha mente. Admito que quando soube, não acreditei. Um filho? Meu? Com a Lana? Parece ser bom demais para ser verdade. O pior foi que a ficha caiu para mim, quando vi Lana chorando desesperada devido a notícia. LEMBRANÇA ON: (QUINTA-FEIRA) — Sua chamada será enviada para a caixa postal... — desligo a ligação quando a voz de gravação fala. Solto um xingamento. Não é novidade que a Lana tem me evitado de qualquer forma, não atendendo ligações ou respondendo mensagens. Apelei para visitá-la em seu trabalho — mesmo sabendo que não sou bem-vindo, após o desentendimento com Henri. "— A senhorit