..... UM MÊS DEPOIS — NATAL ..... Admito que nunca pensei que a minha casa de tornaria um ponto turístico para o Natal. Este é o primeiro ano que nossa festa natalina acontece em minha casa e acabei me empolgando na decoração, até perdi as contas de quanto gastei. No exterior da casa, abusei da iluminação com luzes de led coloridas e brancas para adornar a fachada. Espalhei enfeites como guirlandas de pinheiro e fitas vermelhas na entrada e projetei um presépio iluminado na varanda. No interior da casa, uma árvore de 3 metros de altura está tomando conta da minha sala de visitas, decorada com luzes, enfeites, bolas de vidro e uma estrela dourada no topo. Com a ajuda da decoradora, optei por usar luzes de velas, candelabros e lâmpadas decorativas para tornar o ambiente aconchegante. Arranjos de flores, guirlandas e fitas vermelhas estão espalhadas pela casa também. Na sala de jantar, uma imensa mesa com toalha de mesa vermelha, arranjos de flores, velas e talheres dourados d
Eu sabia que isso aconteceria, este desconforto. No entanto, prossegui com isso. Quando fiz o convite para o meu pai, Fernando, se juntar a nós na festa de Natal, ele disse que levaria sua namorada, Gisela. Sendo assim, revelei apenas para o Vicente. — Boa noite a todos. — o meu pai cumprimenta com um sorriso — Quero que conheçam a Gisela. O casal se aproxima de cada um para sermos apresentados a mulher elegante. Gisela tem uma beleza excepcional, tem trinta e dois anos e ao lado do meu pai, poderiam ser considerados pai e filha. "Me peguei pensativa muitas vezes se o meu pai não se importa de namorar uma mulher mais nova que suas próprias filhas... Concluí que não é da minha conta." — é o meu pensamento. — É um prazer conhecê -la, Lana. — Gisela sorri amplamente ao me ver — O seu pai me falou muito sobre você. — Espero que apenas as partes boas. — sorrio. Nos abraçamos. — Sim, apenas as boas. — Gisela concorda. — Boa noite, Lana. — meu pai me abraça e volta a ate
..... MAIS TARDE — 00:00 ..... — Feliz Natal! — todos exclamam, alegres. Nesta altura da noite, minhas preocupações já desaparecem e o álcool circula pelo meu corpo. A noite de Natal foi marcada por muitos acontecimentos, como: Cauê e Raíssa aprontaram travessuras, pois enquanto corriam pela casa brincando de "esconde-esconde", eles aproveitaram para trocar os cartões de identificação dos presentes. Depois, presenciamos o meu pai, Pedro e Vicente competindo nos jogos de tabuleiro. — Fernando, você é pior que um jogador de futebol! — Vicente reclama quando a partida chega ao fim e o meu pai venceu trapaceando. — Eu sou apenas competitivo. — meu pai responde. — Competitivo? Você é um trapezista! — Pedro reclama. — Vamos jogar novamente, sem trapaças. — Vicente avisa. — Eu não preciso trapacear para ganhar. — meu pai, Fernando, indaga. — Sim, sogro, você precisa. — Pedro afirma. E o auge da noite foi ver Gisela tentando nos ajudar na cozinha e derrubando os pratos.
..... DUAS SEMANAS DEPOIS ..... Passada as festas de final de ano, o Vicente e eu vamos viajar para Paris. A virada de ano novo passamos com a minha irmã Luna e a família de seu esposo, Pedro. Fiz questão de conversar com a Chef Sophia para pedir uma semana de pausa na mentoria, para que Vicente e eu pudemos fazer a tão sonhada viagem a dois. — Lana, eu nunca fiz check-in online. Como faço? — Vicente pergunta suplicando ajuda. Seguro o riso. — Deixa que eu faço. — Obrigado. — ele sorri nervoso — Lana, estou realmente ansioso. Primeira viagem de avião e vamos para Paris! — Vai ser incrível, amor. — afirmo. — É impressionante como tudo é organizado aqui. — Vicente comenta, enquanto olha atentamente o aeroporto. Caminhamos em direção ao setor de segurança para a inspeção — E essas filas? Qual é a certa? — Vicente questiona, desnorteado. — Vamos lá. — seguro o seu braço e guio até a fila do detector de metais. — Por que eu preciso tirar os sapatos? — Vicente olh
O garçom vem nos atender, ao se aproximar ele diz: — Bienvenue au Jules Verne. Par quoi veux-tu commencer? (Bem-vindos ao Le Jules Verne. O que desejam para começar?) Vicente olha-me, curioso. — Bonne nuit. (Boa noite) — cumprimento, educadamente — O garçom deseja saber o que iremos pedir. — digo para Vicente. — O que você recomenda? — Vicente pergunta-me — Alguns nomes do cardápio eu reconheço do bistrô da Chef Sophia. — Steak au Poivre é um bife coberto com pimenta, servido com molho de creme. — faço uma sugestão. — Está ótimo. — Vicente diz em concordância. — Please, Steak au Poivre and for me Duck L'Orange. (Por gentileza, Steak au Poivre e para mim, Duck L'Orange) — digo ao garçom — Could you bring a wine Burgundy? (Poderia trazer um vinho Burgundy). — continuo — For dessert, tarte tatin. (Para a sobremesa, Tarte tatin) O garçom anota o pedido e se afasta para preparar. — Você vai me achar louco por estar ainda mais apaixonado ao te ver falando outro idioma? —
..... ALGUNS DIAS DEPOIS ..... A parte ruim do fim de uma viagem é retornar ao trabalho. A viagem para Paris foi uma experiência inesquecível ao lado do Vicente. Como o homem gentil que é, ele fez que estão de seguir o meu itinerário. Fizemos um passeio pelo rio Sena, visitamos a Catedral de Notre-Dame, marcamos presença no Mercado de Flores, conhecemos o Palácio de Versalhes e nos despedimos da Torre Eiffel. Além disso, nossas refeições enquanto estávamos explorando Paris foram em locais estonteantes, como: um café no Café de Flore e um jantar no Le Grand Vefour. — O que o Vicente achou da viagem? — Ágatha pergunta-me, enquanto conversamos no corredor da empresa sobre a viagem. — Foi uma experiência incrível para ele. — afirmo. — Eu ri muitos das fotos de vocês, ele tem muita criatividade. — Ágatha comenta. — Sim, o Vicente é bem criativo. — concordo. Vicente fez questão de registrar nossos momentos com muitas fotos de Paris. — Desde que começou a namorar, a Lana insiste em
..... ALGUNS DIAS DEPOIS — SEGUNDA-FEIRA ..... Quando sou notificada que o Sr Leblanc pediu para eu encontrá-lo em seu escritório, admito que já estava esperando. Na verdade, até estava desconfiada pela demora, pois de um tempo para cá, logo pela manhã o Sr Leblanc sempre tem algo para me dizer: "Preciso de sua ajuda para um projeto." "Poderia rever estes contratos?" "Os lançamentos do mês estão fáceis para o meu acesso?" Suspeito que Henri está a criar oportunidades para interagir comigo; qualquer contato é acompanhado de sorrisos e elogios sutis: "Seu trabalho é impressionante, Lana." "Sua opinião é fundamental para mim." "Seu sorriso ilumina o escritório." Infelizmente não tenho com quem conversar sobre esta pressão de Henri, pois a Ágatha está em seu período de férias e Vicente... Bom, ele não iria ser muito compreensível. — Lana, por favor, sente-se. — Henri diz quando eu adentro o seu escritório. — Como posso ajudá-lo? — pergunto. Sento-me ficando de frente para Hen
..... QUINTA-FEIRA ..... — Sua chamada foi encaminhada para a caixa postal... Solto um grunhido de raiva e desligo a ligação. O visor no celular mostra que já são 21:00 e o Vicente ainda não chegou, nem mesmo entrou em contato comigo. Após semanas ensaiando, finalmente tomei coragem e decidi preparar um jantar romântico em casa. Desta vez, eu iria me arriscar na cozinha — deve ser por isso que está chovendo, pois dificilmente eu cozinho para outra pessoa. Como o combinado era o Vicente estar aqui às 19h, decidi organizar tudo em seu devido lugar e tomar um banho. "O Vicente não vem." — penso, frustrada. ..... 23:20 ..... Acordo assustada com o celular tocando, informando ser uma ligação. Ao ver que se trata de uma ligação do Vicente, atendo: — Amor? — escuto ele falar. — Oi! — exclamo, demonstrando estar com raiva. — Estava dormindo? — Vicente pergunta-me. — Sim, já viu que horas são? — pergunto em um tom ríspido. — Me desculpe, não queria acorda-la. Nem mesmo me esquec