Na última vez que verifiquei, o Vicente estava conversando com o meu pai, Fernando próximo a fonte. Enquanto o Pedro está correndo atrás das crianças, em uma brincadeira. A Luna está lavando os pratos e talheres usados no almoço, enquanto eu vou enxugando e guardando em seus devidos lugares. Quando a minha mãe retorna com mais louças para lavar, a mesma já indaga: — Lana, você realmente acha que isso vai dar certo? Ele é tão jovem... — o seu tom é de preocupação. — Já disse, mãe. Não quero discutir. — respondo, mostrando não estar confortável para discutir sobre o assunto. — Você está agindo sem pensar. — ela reclama. — Eu sabia que você reagiria assim. Por isso não queria falar sobre o namoro. — resmungo. — Quanta incompreensão! Você deveria rever suas escolhas, Lana. — minha mãe me olha, frustrada. — Mãe, tente focar no lado bom de Vicente. A idade não será problema. — Luna se manifesta na conversa. Fico em silêncio, tentando não dizer alguma grosseria para a minh
..... DOIS MESES DEPOIS ..... O tempo passa cada vez mais rápido, os últimos meses tem passado voando. Apesar da rotina acelerada, Vicente e eu encontramos um equilíbrio perfeito. Vicente divide seu tempo entre começar as manhãs de forma vigorosa na academia, para manter o corpo e a mente saudáveis. Depois, vai para sua mentoria no bistrô francês ao lado de Chef Sophia. No fim da tarde, ele precisa supervisionar à distância a oficina mecânica, em sua cidade natal. Enquanto eu, dedico a maior parte do meu tempo ao trabalho e aos cursos profissionalizantes que o senhor Leblanc me ofereceu antes de partir para a França. Tudo isso, sem nos esquecermos de priorizar os momentos especiais. Nossos encontros vão de jantares românticos à caminhadas ao pôr do sol, sem mencionar as conversas profundas até altas horas. ..... Hoje é a festa de confraternização da empresa onde eu trabalho. Todo ano a festa ocorre no início do mês de novembro, uma maneira de não atrapalhar os planejame
Estava crente que nossos lábios iriam se unir em um beijo doce, se não fosse pela interrupção inesperada de Henri Leblanc se aproximando. — Lana, chère! — Henri me cumprimenta com um abraço, além de beijar minhas bochechas. — Henri, bom ver você. — digo com um sorriso, me sentindo desconfortável. Henri olha para Vicente de forma desprezível e acena com a cabeça como cumprimento. — Henri, este é Vicente, meu namorado. — apresso-me em dizer — Ah, encantado. — o tom de Vicente é de surpresa, desta vez ele cumprimenta o meu namorado com um aperto de mão frio. — O prazer é meu. — Vicente diz educado. — Você parece radiante, como sempre. — Henri elogia descaradamente. — Obrigada, Henri. — agradeço. — E então, recebeu o relógio? — Henri muda de assunto — Fiz questão de enviar um presente como aquele tão significativo. Para a mulher que controla o meu tempo. — Sim, Henri, recebi. Obrigada. — respondo. — E gostou? — ele pergunta curioso, ao mesmo tempo que parece estar f
..... UMA SEMANA DEPOIS ..... Estou a pagar um preço alto pelo desentendimento entre Vicente e Henri. O senhor Leblanc tem intensificado a pressão sobre mim através de tarefas adicionais e urgentes, limitando recursos para projetos e olhares desaprovadores para tudo o que diga — ele tem até apoiado o Eduardo em ideias inúteis, apenas por diversão. Tudo isso tem me deixado estressada: estou a trabalhar até mais tarde, perdendo a concentração e até mesmo duvidando da minha capacidade. Na copa/cozinha da empresa, estou a preparar um chá extra forte de camomila para manter a calma no início do dia. Infelizmente, por se tratar de um local aberto aos funcionários, não tenho privacidade. O senhor Leblanc entra na cozinha,. — Vicente é muito sortudo em ter você, não é? — Henri faz o comentário de desdém. — Penso que este assunto não é do seu interesse, senhor Leblanc. — reúno toda a minha educação para usar na frase. — Talvez seja mais do que você imagina. — Henri murmura.
..... FIM DE SEMANA ..... Após a semana caótica, me dei o luxo de relaxar no sofá de casa, enquanto estou entretida com o celular. Nas redes sociais, o Vicente fez uma publicação em seu status. — Ele é um fanático por academia... — penso alto. Vicente respostou uma foto da academia, na imagem mostra ele focado em seu exercício de tríceps. Lembro-me que Vicente fez o convite para começarmos a malhar juntos. Entro no perfil da academia para ver os serviços oferecidos. No status da academia tem muitas fotos, uma delas chama a minha atenção. Em uma das fotos está um homem que pelo uniforme, suponho ser o personal da academia, ao lado estão Vicente e uma mulher abraçada em Vicente, o qual seu rosto está próximo ao dele. Sinto uma mistura de sentimentos em meu interior e nenhum deles é bom. — Quem é ela? — penso alto. Por que Vicente não me contou? Quem é essa mulher? Estou com ciúmes? Consigo encontrar o perfil da mulher misteriosa e descubro algumas informaçõe
..... MAIS TARDE — 20:30 ..... Desde o momento em que retornei para casa, me deitei no sofá da sala. Tinha pensado em até pedir algo para o jantar, mas me falta o apetite. "O amor é uma drog@!" — penso. O celular começa a tocar, vejo ser uma ligação do Vicente. Atendo o telefone, hesitante. — Sim? — digo ao atender. — Lana, preciso falar com você. — Vicente fala do outro lado da linha. — Eu fui no bistrô com este propósito, no entanto, você fez isso ser tão difícil. — lembro. Posso escutar o som de um longo suspiro do Vicente. — Lana... amor... peço desculpas pelo que aconteceu hoje. — Vicente diz, com um tom baixo. "O que fez ele mudar de ideia?" — penso, curiosa. — O que você quer explicar, Vicente? — pergunto com indiferença. — Você tem razão sobre a Gabriela... — pausa rápida — Nós nos conhecemos há anos e ficamos algumas vezes, mas nunca foi sério. — ele admite. Hesito. "Eu devia estar feliz ou triste por estar certa?" — questiono. — Por que não m
Nossos olhos se encontram, ambos estão emotivos e com os olhos brilhando com as lágrimas. Vicente segura as minhas mãos e leva até os seus lábios, iniciando uma série de beijos. — Lana, eu sinto muito por ter trazido Gabriela para minha vida sem considerar seus sentimentos. Eu entendi agora que isso gerou insegurança e desconfiança. Peço desculpas por isso. — Vicente fala sem desviar o olhar dos meus, suas palavras são firmes — Você é a mulher que eu amo, e quero fazer com que se sinta querida, respeitada e segura todos os dias. E é claro, te fazer se sentir amada. Algumas lágrimas teimosas escorrem pelo meu rosto. "Como suportar as pressões das pessoas ao redor que irão julgar o nosso relacionamento?" — questiono em pensamentos. — Você pode me perdoar? — Vicente pergunta, esperando ansioso uma resposta. "Se o Vicente permanecer em seus sentimentos por mim, sei que compensará todos os olhares tortos que receberemos." — concluo. — Eu te perdoo, Vicente. Mas prometa que nunc
..... UMA SEMANA DEPOIS — SÁBADO ..... A semana foi caótica, foram tantas situações que nada mais me pegou de surpresa. Exceto, a visita inusitada da minha mãe, Maria Helena, em minha casa. Gosto de receber familiares em casa, contudo, desde que avisem que virão. E Maria Helena nunca foi alguém de aparecer na casa de alguém sem avisar. — O que traz você aqui, mãe? — pergunto, ao nos sentarmos no sofá da sala de visitas. — Desculpe aparecer sem avisar, Lana, mas podemos conversar? — o tom da mulher é sério. — Claro, mãe. O que houve? — pergunto intrigada. Maria Helena pigarrea, tentando encontrar as melhores palavras: — Eu sei que Vicente está morando no seu apartamento. — Como você descobriu? — levanto uma sobrancelha, curiosa. — A diarista, senhora Conceição, me contou sobre você contrata-la para limpar o apartamento. Ela mencionou sobre a presença de um homem que está residindo lá, além de comentar sobre ver você lá. — minha mãe explica. Esqueci-me que a senh