Gael Lewis...
Meu nome é Gael Lewis, tenho 24 anos e moro em Nova Orleans, próximo a meus avós paternos.Meu pai chama-se Gregório Lewis e é o “ceo” de uma rede de empresas de tecnologia automotiva.Trabalhamos com processos essenciais para a evolução da indústria automobilística, que engloba técnicas e instrumentos importantes para o desenvolvimento, comodidade e principalmente, a segurança do motorista e dos passageiros do veículo.Ontem meu pai deixou um recado com a minha secretária, informando que eu precisava estar na empresa de Chicago, “às oito para uma reunião”. Peguei um voo de madrugada e aqui estou, esperando a convenção começar.Ele não é um pai muito carinhoso!... Ás vezes sendo até um pouco frio. Não sei o motivo, mas acho que talvez seja porque a minha mãe morreu no meu parto.Quando me contou essa história, eu tinha apenas 10 anos e a forma como ele me disse me comove até hoje. Me lembro de suas palavras... "eu a amava e foi muito difícil vê-la morrer, em meus braços na sala de cirurgia".Acredito que ele me culpa por tê-la perdido, pois sempre fez de tudo para me manter distante, inclusive me levou para morar em outra cidade aos 16 anos.Até mesmo em minha infância foi ausente. Nunca ia as apresentações do colégio, tão pouco saía nas fotos de meus aniversários, que aliás eram comemorados apenas com minha babá, a governanta de sua casa.Apesar de não ter tido atenção paterna e não ter conhecido minha mãe, não posso reclamar, pois Rosângela, a minha babá e madrinha, supriu todas as minhas necessidades de amor e carinho, mas me incomoda um pouco saber que eu o admirava como meu "herói dos carros" e ele nunca fez questão de estar comigo.Estava perdido em pensamentos quando fui desperto pela secretária, comunicando que eu deveria me dirigir à sala de reuniões.Caminhei até o fim do corredor e abri a porta.— Bom dia! — cumprimentei dirigindo- me a uma das cadeiras.— Até que enfim Gael! Pensei que não apareceria. — Meu pai reclamou olhando-me sério enquanto eu me sentava.— Eu estava aguardando ser chamado, pai.— Bom, então já podemos começar. — Proferiu nos entregando alguns papéis que continham vários gráficos em vermelho. — Heitor, sua empresa está à beira da falência e para não prejudicar a minha, vou desfazer a sociedade.Essa afirmação de meu pai, deixou-me pasmo.Não pude acreditar no que estava ouvindo, pois Heitor sempre foi um ótimo sócio e juntos fizemos grandes parcerias. É inaceitável que meu pai vire as costas no momento em que ele mais precisa.— Gregório, fiz um investimento errado, admito, mas você não pode me abandonar agora! — Seu sócio contestou incrédulo.— Eu posso sim! — Afirmou, e devido a sua postura rude, tentei interceder.— Pai, devemos ajudá-lo. É nossa obrigação! — Deixei claro que não concordo com sua decisão e ele debochou com um sorriso cínico.— Gael, te chamei aqui para você aprender como se dirige uma empresa desse porte. Se o ajudarmos, quem afunda somos nós.Eu o ouço e me recuso a acreditar que temos o mesmo sangue. A Sua indiferença e falta de consideração com quem tanto nos ajudou, só confirma que para ele a única coisa que importa é o dinheiro.— Pai, você não pode fazer isso ! Heitor sempre esteve conosco, mesmo quando nossa empresa não ia tão bem. Seria muita falta de ética abandoná-lo agora! — Falei e pude notar o ódio surgir em seus olhos.— Gael, aqui quem toma as decisões sou eu. — Seu tom de voz mudou e eu achei melhor me calar. Apenas respirei fundo e concordei mexendo a cabeça.— Gregório! Temos um contrato, não podemos acabar assim— olho para Heitor enquanto ele quase o implora por ajuda.— Então, poderíamos ter outro!— Observo que meu pai está pensando em algo.— Como!— Exclama Heitor o olhando ainda confuso com seu comentário, assim como eu.— Eu sei que você tem uma filha, ficaria honrado em te ajudar com o valor que você precisa, se me der a mão dela em casamento!?— Nesse momento tanto eu como Heitor olhamos para meu pai perplexo com a sua oferta. Eu não acredito que ele esteja usando da situação a seu favor novamente.— Minha filha tem apenas 16 anos!— Fico mais indignado quando ouço Heitor dizer a idade dela, sem me conter, eu o olhei mostrando que estou atordoado e também desapontado com a sua atitude.— Pai, o senhor está alienado! Ela é apenas uma adolescente!— Me olhando sério, ele levanta sua mão em minha direção ao bufar de raiva— Fica quieto Gael, essas são as minhas condições, o Heitor aqui é quem decide se vai pegar ou largar.— Eu não tô acreditando nisso!— Revoltado fecho minha mão batendo sobre a mês, me encostando na cadeira, enquanto observo Heitor que parece muito pensativo.— Eu não tenho muito tempo Heitor, o meu tempo é muito precioso— Respiro fundo, ao ver meu pai o pressionando ainda mais, enquanto sorri ao me olhar— Eu… Bom!….— Vejo que Heitor está sem resposta, ao se levantar colocando suas duas mãos sobre sua cabeça, andando de um lado para o outro. Como alguém fica indeciso quanto ao futuro de sua própria filha, eu realmente espero ouvi-lo dizer um “não”.— Eu….Concordo Gregório— Heitor para nos olhando, com um semblante triste Afirma que sim, “Meu Deus eu não acredito!”.— Heitor você não vai... não pode fazer isso com a sua filha— Quase sem palavras eu tento argumentar, me levantando e o olhando nos olhos.— Gael — Viro-me para meu pai que me chamou a atenção e continua a dizer me olhando — Não se meta no que você não foi chamado.— Como não, o senhor foi ao extremo! — olhando-o mais sério continuo a dizer— O Senhor passou dos limites, não se importa com ninguém, além de você mesmo pai! Ela tem a idade para ser sua neta.— Me respeita garoto!— as únicas palavras dele são essas, ainda com um ar de superior, me deixando extremamente triste.— Tudo bem Gael, não se preocupa— Sinto a mão de Heitor sobre o meu ombro, enquanto ele me olha sorrindo fraco— Como está tudo bem, com esse absurdo acontecendo na minha frente! Dois homens que se dizem maduros, tratando uma menina como se ela fosse um objeto,— Não consigo segurar minhas palavras e digo os deixando sem reação por alguns segundos.— Se não aguenta saia Gael! — ouvir meu pai dizer isso, só Afirma que ele ainda vai continuar com essa loucura, então os observando afirmo com um aperto no peito— Tudo bem! Essa reunião já deu para mim! Eu não vou me juntar a isso, tenho os meus princípios, com licença senhores! — Eu não sei porque o meu pai nunca concorda comigo. Mesmo ele sendo assim sempre procurei estar ao seu lado, porém dessa vez não! Eu não vou fazer isso, me retiro da sala de reuniões enquanto eles permanecem. Sinceramente eu não conheço a filha do Heitor, mas sei que ela não vai gostar...Gregório Lewis...Meu nome é Gregório Lewis, tenho 51 anos, a minha idade não é o que importa, pois ainda tenho o espírito mais jovem do que muitos por aí.Sou um “ceo” muito reverenciado! Pois sou o linha de frente de todas as empresas ligadas a minha, menos a do Gael que foi o meu pai que direcionou diretamente a ele, eu não posso dar palpite na empresa de Nova Orleans e nem nas suas filiais, por uma briga que tive com meus pais a muitos anos, que o Gael não sabe.Entretanto não me importo, pois usando isso ao meu favor, Gael é tratado aqui ou nas minhas filiais como apenas um sócio qualquer, ele também não pode mandar em nada do que é meu, eu sei que sou seu pai! mas só por uma maldita noite de bebida, porque se não fosse isso ele não existiria em minha vida.Eu não o amo como meu filho! Por isso nunca o chamei como tal, e nunca vou chamá-lo, até porque ele só está onde tá, por minha causa, porque se fosse depender daquela mãe dele, provavelmente seria um desempregadoNa época eu e
Gael Lewis...Após sair daquela reunião maluca, segui chamar um táxi, vou para a casa do meu pai ver a minha madrinha, eu não sei o que acontece! Quando eu tenho que vir... Ele nem se importa em me buscar no aeroporto, se eu não der o meu jeito, não chego a lugar nenhum.Não tenho carro aqui, porque quando me desloco para cá não fico por muito tempo, às vezes volto no mesmo dia... Como irei fazer hoje, mais eu não posso voltar antes de ver a Rosângela, ela é como uma mãe pra mim, apesar do meu pai, odiar essa ideia.Quem sempre esteve ao meu lado foi ela, realmente “eu a amo”, como se fosse minha mãe, sempre esteve ao meu lado, até quando o meu pai não se importava, quando eu ficava doente era ela quem me acompanhava ao médico, eu devo o homem que sou hoje, graças a pessoa incrível que ela é para mim.Ainda perdido em meus pensamentos, me retiro da empresa e chamo um táxi, aguardo ele parar e adentro passando-lhe o endereço, o motorista sorri a seguir o caminho, ouvindo uma música tra
Luana Muller...Olá! Me chamo Luana Muller, tenho 17 anos e morava na Alemanha com os meus pais adotivos.Quando terminei o ensino médio, tive a trágica notícia, na qual meu pai há um ano atrás, havia me vendido a um velho rico, "Seu sócio", minha mãe ficou incrédula juntamente como eu, quando descobrimos no dia da minha formatura!.Foi o pior presente de formanda que eu poderia receber, isso se gravou no meu coração, e é com lágrimas em meus olhos, e um aperto no peito, que conto a vocês como foi descobrir isso."Estava eu lá na noite de receber nossos diplomas da formatura, para ingressar na faculdade, quando chegou a minha vez, entrei feliz e muito empolgada, procuro por meus pais entre as pessoas e observo apenas a minha mãe.Cadê o meu pai? A única pergunta que me faço, já que ele havia prometido que compareceria!… Um pouco triste coloquei um sorriso em meu rosto e concluo o fim do ensino médio, para uma nova aventura que me esperava, levantei o meu diploma e o dedico a minha mãe
Gregório Lewis...Eu não acredito! No que eu estou vendo na minha frente, um ano, um ano esperando a minha esposa, por conta deste maldito contrato e quando eu puxo esse véu ela é negra!…. Cadê a minha linda alemã?.Não consigo parecer contente, então expresso em meu rosto um ar de desapontado, volto a minha atenção para o Heitor que estava sorrindo, mais ficando incomodado ao me ver sério, eu não acredito que sou casado com uma negra!Não venham me dizer que ela não é negra, qualquer tom de pele que seja mais tonalizada do que a minha, eu não suporto, eu deveria ter exigido conhecê-la primeiro, antes de montar tudo isso, do que me adiantou, casando com uma negra, porque eu fiz o Heitor assinar aquela merda, porque?Sai do meu momento de arrependimento, quando ouço o padre que contratei me chamando, enquanto a negra me olha confusa, eu já estou casado, então vamos continuar… Pois o Heitor me deve, se ela pensa que vai ser feliz, está muito enganada! Ainda bem que o casamento, eu provi
Luana Muller...Não desejo que esse senhor demonstre qualquer afeto ao me ver, mas ele pareceu bastante frustrado ao tirar o véu do meu rosto. Cobriu novamente e durante o casamento, tratou-me como se eu não estivesse ao seu lado.Até que é bom! Já que eu não queria estar aqui... Mas fiquei com essa dúvida: se ele queria tanto se casar comigo, por que me tratou assim? O primeiro dia mais terrível da minha vida e já estamos casados, infelizmente.Graças a Deus ele recusou me beijar... Pois eu estava com medo dessa parte. Ele me abraçou rapidamente e da mesma maneira me soltou, como se eu estivesse o sufocando. Seguiu na minha frente, conversando com duas mulheres lindas para a tal festa.Caminhando atrás dele, me perco nos meus pensamentos. "Hoje estou casada com um senhor pelo qual não tenho nenhum sentimento. Poderia ser tudo diferente! Eu entraria na faculdade, conheceria um cara legal. Mas estou aqui. Minha mãe, acredito que ela esteja desolada em casa."Sem querer participar dessa
Luana MullerEu não posso acreditar! Fico paralisada, segurando a porta, enquanto os vejo se vestindo às pressas. A menina se aproxima de mim, vestindo suas roupas.— Desculpe, foi o calor do momento — ela diz olhando para mim, como se eu me importasse com o que estava vendo. Solto a porta e dou alguns passos para trás, fazendo-a parar em minha frente.— É o seu casamento, desculpe, eu não... sinto muito — observo-a correr, ainda incrédula com o que acabei de presenciar. Olho para aquele homem e ele está parado, olhando para mim como um cafajeste, fechando o zíper da calça.— O que foi? Você perdeu algo aqui? — ele pergunta com desprezo, enquanto eu o encaro com repulsa. Mesmo que não sintamos nada um pelo outro, ele pelo menos me deve respeito.— Infelizmente, eu abri a porta errada — digo com raiva, misturada com nojo, e viro-me para sair.Sinto sua mão agarrar meu braço, forçando-me a olhar em seus olhos, enquanto ele diz:— Sabe o que eu fiz com ela, aquele amor gostoso? Você nunc
Luana Muller Eu levanto ainda tossindo e passo a mão sobre o meu pescoço, olhando ao redor. Caminho até a pequena cama de solteiro que havia ali dentro e me sento. Respiro fundo, tentando conter as lágrimas que começam a escorrer. Começo a entrar em desespero e a hiperventilar. Não consigo acreditar que me casei com um canalha preconceituoso e agressor. O que será da minha vida, meu Deus! Eu não quero morrer nas mãos dele. Observo ao redor e percebo que não tenho nada, meu celular e pertences ficaram na minha mala dentro do carro que me trouxe até aqui para o casamento. Me aproximo da pequena cômoda vazia, contendo apenas a cama e a cômoda. Começo a entrar em desespero, sem saber o que fazer. Não posso viver com esse homem, ele pode ser capaz de me matar. Deito-me na cama e adormeço em lágrimas... Sou despertada por alguém me sacudindo e, para o meu desespero, quando abro os olhos vejo o tal Gregório à minha frente, com uma expressão séria. Levanto-me rapidamente e me afasto até a
Luana MullerÉ agonizante estar aqui, submetendo-me aos desejos de um homem movida pelo medo que me consome. Enquanto observo meu reflexo, uma dor dilacera meu peito e um nó se forma em minha garganta. Fecho os olhos desesperadamente, tentando conter as lágrimas que insistem em escorrer, testemunhas silenciosas da minha tristeza profunda.Não tenho nada contra cabelos lisos, reconheço sua beleza. Mas eu amava incondicionalmente meus cachos, eles eram parte da minha essência. Cuidei deles com muito amor, dedicando horas no banho, lavando, secando e aplicando produtos para realçar sua forma única. Como eu amava aqueles cachos rebeldes! E agora estou aqui, diante desse espelho.Vejo todos os anos de cumplicidade sendo desfeitos em um processo exaustivo e cruel. Agora ele está finalizado, completamente liso e comprido, traído pela vontade de um homem. Observo a alegria das mulheres que moldaram meu cabelo e ouço suas vozes ecoarem...— Ai ficou perfei