Luana Muller...
Olá! Me chamo Luana Muller, tenho 17 anos e morava na Alemanha com os meus pais adotivos.Quando terminei o ensino médio, tive a trágica notícia, na qual meu pai há um ano atrás, havia me vendido a um velho rico, "Seu sócio", minha mãe ficou incrédula juntamente como eu, quando descobrimos no dia da minha formatura!.Foi o pior presente de formanda que eu poderia receber, isso se gravou no meu coração, e é com lágrimas em meus olhos, e um aperto no peito, que conto a vocês como foi descobrir isso."Estava eu lá na noite de receber nossos diplomas da formatura, para ingressar na faculdade, quando chegou a minha vez, entrei feliz e muito empolgada, procuro por meus pais entre as pessoas e observo apenas a minha mãe.Cadê o meu pai? A única pergunta que me faço, já que ele havia prometido que compareceria!… Um pouco triste coloquei um sorriso em meu rosto e concluo o fim do ensino médio, para uma nova aventura que me esperava, levantei o meu diploma e o dedico a minha mãe, que está em lágrimas parecendo muito orgulhosa.Após descer do palco, vou até ela abraçando-a forte, choramos juntas.— Meus parabéns minha filha, a mãe está muito orgulhosa de você — Ouvir minha mãe dizer essas palavras, aqueceram o meu coração naquele dia.—Obrigada mãe!— Dou-lhe um beijo bem forte em sua bochecha e a olho dizendo— Mãe, cadê o pai?— Eu não sei meu amor, quando saí ele estava no escritório sentado, o perguntei se ele viria e ele apenas sorriu— Meu pai não é assim, tem algo errado com ele, então decidimos ir para casa ver se estava tudo bem, já que eu sai primeiro para me arrumar na casa das minhas amigas.Seguimos para casa muito felizes e contentes, após algum tempo estamos em casa... Entramos e observamos que o meu pai não está em cômodo algum, faltando apenas o escritório, eu fui correndo ao seu encontro.— Pai de olá para a sua futura advogada!— adentro no escritório com um sorriso enorme, que se desfaz quando o vejo bêbado segurando uma garrafa de uísque em mãos... Fiquei em choque o olhando, já que nunca tinha visto ele beber, minha mãe passa por mim bem surpresa.— Oque é isso querido?— Ela diz enquanto tira a garrafa de suas mãos, ele a afasta bruscamente e caminha em minha direção .— Perdão filha! Me perdoa, eu sinto muito.— Pai o senhor está me assustando!— Afirmei dando alguns passos para trás, sem saber do que ele está se referindo, minha mãe ainda mais confusa do que eu, se aproxima o olhando e perguntando— O que aconteceu? Porque você está pedindo perdão a nossa menina Heitor.— Eu não podia deixar a nossa empresa falir!— Sinto um frio passar por minha barriga, ao ouvir isso, já que nenhuma de nós estava sabendo.— Pai seja lá o que for, a culpa não é do senhor, se for preciso eu entro na faculdade mais para frente, mas primeiro arrumo um emprego para ajudar em casa, o senhor não precisa beber assim!— Me aproximo dele com meus olhos cheios de lágrimas, enquanto minha mãe segura a garrafa que pegou de suas mãos.— Eu… Eu..— Vejo ele se embolar nas palavras, até enfim saírem as piores da minha vida— Eu fiz um contrato! Com o meu sócio e para ajudar a nossa empresa, ele impôs se casar com você filha!Colocando minhas mãos sobre minha boca, me afasto dele com meus olhos cheios de lágrimas, quando ouço a garrafa se quebrar que a minha mãe estava a segurar. Voltei minha atenção ao meu pai, enquanto ele se aproxima segurando em meus braços, tentando se explicar— Eu pedi um ano filha, pensando que conseguiria me reerguer… Mais infelizmente no meio desse ano, eu quase abri falência e o Gregório me ajudou com o dinheiro. A empresa está bem, mas tive que assinar um segundo contrato entregando a sua mão… A partir de hoje você é esposa dele!— Essas últimas palavras do meu pai soam em meus ouvidos como zumbidos.Com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, vejo minha mãe se aproximando dele já o batendo, e ele tentando segurar-lá, mais ela está muito alterada — Como você pode fazer isso com nossa filha Heitor!? — Eu continuo em choque, ali olhando para o chão.— Ela não é nossa filha!— Volto a olhá-los, surpresa com o tom de voz do meu pai, mais alterado olhando para minha mãe, lágrimas escorrem dos meus olhos, quando ouço o que ele disse, e em seguida sai correndo para o meu quarto.— Filha! — Ouço a voz dele me chamando, mas não me permito olhá-lo e continuo a correr, me trancando dentro do quarto. A partir desse momento só ouço os gritos da minha mãe, discutindo com ele... Eu ainda não acredito ouvir ele dizer que não sou sua filha, eu sei que não sou biológica, mas ele cuidou de mim e me amou como se eu fosse.Resumindo ele me entregou a um homem, sem ao menos pensar duas vezes, sou de menor e ele respondeu por mim, assinando os documentos do casamento, não sei como fizeram isso, mais hoje estou aqui vestida de noiva passando por esse corredor e pelo véu que cobre o meu rosto, posso ver a figura daquele homem me aguardando.Minha mãe ficou devastada e não conseguiu comparecer a esse circo, na qual o meu pai e esse homem armaram, eu a entendo se estivesse no lugar dela eu também não conseguiria engolir essa situação. Eu não sei o porquê desse casamento, se o meu pai já me vendeu a ele.Acredito que seja para parecer que estou fazendo isso por pura e espontânea vontade, mas infelizmente não. Como qualquer outra garota nessa situação, eu me recusei a participar disso e esse tal de Gregório mandou um recado, “que se eu não viesse por bem, ele iria me buscar por mal”.Para não ficar ainda mais difícil para a minha mãe, aqui estou passando por essas pessoas, que eu nunca vi em minha vida, mais vejo o meu pai sorrindo e feliz ao lado daquele homem, "que nojo desses dois", me aproximo dele e o vejo sorrir segurando o véu que cobre o meu rosto.E com lágrimas em meus olhos, ele puxa colocando o véu para trás. Percebi que ao me olhar, ele franziu sua testa e pareceu estar desapontado.Gregório Lewis...Eu não acredito! No que eu estou vendo na minha frente, um ano, um ano esperando a minha esposa, por conta deste maldito contrato e quando eu puxo esse véu ela é negra!…. Cadê a minha linda alemã?.Não consigo parecer contente, então expresso em meu rosto um ar de desapontado, volto a minha atenção para o Heitor que estava sorrindo, mais ficando incomodado ao me ver sério, eu não acredito que sou casado com uma negra!Não venham me dizer que ela não é negra, qualquer tom de pele que seja mais tonalizada do que a minha, eu não suporto, eu deveria ter exigido conhecê-la primeiro, antes de montar tudo isso, do que me adiantou, casando com uma negra, porque eu fiz o Heitor assinar aquela merda, porque?Sai do meu momento de arrependimento, quando ouço o padre que contratei me chamando, enquanto a negra me olha confusa, eu já estou casado, então vamos continuar… Pois o Heitor me deve, se ela pensa que vai ser feliz, está muito enganada! Ainda bem que o casamento, eu provi
Luana Muller...Não desejo que esse senhor demonstre qualquer afeto ao me ver, mas ele pareceu bastante frustrado ao tirar o véu do meu rosto. Cobriu novamente e durante o casamento, tratou-me como se eu não estivesse ao seu lado.Até que é bom! Já que eu não queria estar aqui... Mas fiquei com essa dúvida: se ele queria tanto se casar comigo, por que me tratou assim? O primeiro dia mais terrível da minha vida e já estamos casados, infelizmente.Graças a Deus ele recusou me beijar... Pois eu estava com medo dessa parte. Ele me abraçou rapidamente e da mesma maneira me soltou, como se eu estivesse o sufocando. Seguiu na minha frente, conversando com duas mulheres lindas para a tal festa.Caminhando atrás dele, me perco nos meus pensamentos. "Hoje estou casada com um senhor pelo qual não tenho nenhum sentimento. Poderia ser tudo diferente! Eu entraria na faculdade, conheceria um cara legal. Mas estou aqui. Minha mãe, acredito que ela esteja desolada em casa."Sem querer participar dessa
Luana MullerEu não posso acreditar! Fico paralisada, segurando a porta, enquanto os vejo se vestindo às pressas. A menina se aproxima de mim, vestindo suas roupas.— Desculpe, foi o calor do momento — ela diz olhando para mim, como se eu me importasse com o que estava vendo. Solto a porta e dou alguns passos para trás, fazendo-a parar em minha frente.— É o seu casamento, desculpe, eu não... sinto muito — observo-a correr, ainda incrédula com o que acabei de presenciar. Olho para aquele homem e ele está parado, olhando para mim como um cafajeste, fechando o zíper da calça.— O que foi? Você perdeu algo aqui? — ele pergunta com desprezo, enquanto eu o encaro com repulsa. Mesmo que não sintamos nada um pelo outro, ele pelo menos me deve respeito.— Infelizmente, eu abri a porta errada — digo com raiva, misturada com nojo, e viro-me para sair.Sinto sua mão agarrar meu braço, forçando-me a olhar em seus olhos, enquanto ele diz:— Sabe o que eu fiz com ela, aquele amor gostoso? Você nunc
Luana Muller Eu levanto ainda tossindo e passo a mão sobre o meu pescoço, olhando ao redor. Caminho até a pequena cama de solteiro que havia ali dentro e me sento. Respiro fundo, tentando conter as lágrimas que começam a escorrer. Começo a entrar em desespero e a hiperventilar. Não consigo acreditar que me casei com um canalha preconceituoso e agressor. O que será da minha vida, meu Deus! Eu não quero morrer nas mãos dele. Observo ao redor e percebo que não tenho nada, meu celular e pertences ficaram na minha mala dentro do carro que me trouxe até aqui para o casamento. Me aproximo da pequena cômoda vazia, contendo apenas a cama e a cômoda. Começo a entrar em desespero, sem saber o que fazer. Não posso viver com esse homem, ele pode ser capaz de me matar. Deito-me na cama e adormeço em lágrimas... Sou despertada por alguém me sacudindo e, para o meu desespero, quando abro os olhos vejo o tal Gregório à minha frente, com uma expressão séria. Levanto-me rapidamente e me afasto até a
Luana MullerÉ agonizante estar aqui, submetendo-me aos desejos de um homem movida pelo medo que me consome. Enquanto observo meu reflexo, uma dor dilacera meu peito e um nó se forma em minha garganta. Fecho os olhos desesperadamente, tentando conter as lágrimas que insistem em escorrer, testemunhas silenciosas da minha tristeza profunda.Não tenho nada contra cabelos lisos, reconheço sua beleza. Mas eu amava incondicionalmente meus cachos, eles eram parte da minha essência. Cuidei deles com muito amor, dedicando horas no banho, lavando, secando e aplicando produtos para realçar sua forma única. Como eu amava aqueles cachos rebeldes! E agora estou aqui, diante desse espelho.Vejo todos os anos de cumplicidade sendo desfeitos em um processo exaustivo e cruel. Agora ele está finalizado, completamente liso e comprido, traído pela vontade de um homem. Observo a alegria das mulheres que moldaram meu cabelo e ouço suas vozes ecoarem...— Ai ficou perfei
Luana Muller...Mudando o seu sorriso para uma expressão de preocupada, dona Rosângela abraça-me forte e pergunta: — O que foi, Luana?Olhando nos olhos dela, começo a desabafar: — Esse monstro! Quando chegamos do casamento, ele me enforcou e depois me obrigou a alisar o meu cabelo— Em lágrimas, mostro os fios já lisos.Antes que a dona Rosângela possa iniciar alguma frase, alguém bate palmas atrás dela e diz: — Que lindo, que maravilha! Vejam isso, que cena comovente.Dona Rosângela se vira e eu fixo meus olhos no homem em pé diante da porta, sério e debochado. Meu corpo treme ao vê-lo.Ele se aproxima furioso e eu corro para o fundo do quarto. Dona Rosângela entra na sua frente, impedindo que ele se aproxime de mim.— Você não vai machucá-la, Gregório. Ela é apenas uma menina— ela interrompe sua passagem e ele a segura pelos braços, parecendo com força, encarando-a com ódio em seu olhar.— E quem é você para me impedir? — Enquanto ele à sacode, eu gritei apavorada.— Solta ela, p
Luana Muller...Por alguns segundos andei de um lado para o outro, ela me defendeu tanto, mostrou estar ao meu lado, eu não vou deixá-la agora, não assim, respirei fundo, enquanto voltei minha atenção para o médico — Doutor, eu posso fazer uma ligação primeiro?— Pode claro, acerte com a recepcionista depois, com licença — disse ele me olhando ao soltar um breve sorriso se retirando em seguida.Observei ele sair, enquanto peguei o celular olhando os três únicos números disponíveis ali, minha mãe, meu pai e o infeliz. Se eu ligar para a minha mãe, ela vai se desesperar e é perigoso vir aqui e ficar tudo ainda mais pior, o meu pai eu nem sei mais quem ele é, sobre o infeliz então vale tentar né, pela dona Rosângela, como ele a conhece a mais tempo, creio que não vá abandoná-la. Chama várias vezes até cair na caixa postal, mais como eu sou insistente ligo até ele se irritar e atender, Oxe! Me deu o seu número para que? De enfeite!
Luana Muller...— Está bem, obrigada! Vou retornar ao hospital, para levar os documentos que necessitam deles lá… Obrigada de novo Gael.— Respondi com um suspiro de alívio.— Eu que devo te "Agradecer" por estar ao lado da minha madrinha nesse momento… Estarei aí em duas horas, me informa em qual hospital ela está por favor.— Nossa! Eu não sei o nome, ele é particular, levamos mais ou menos trinta minutos até chegar lá de ambulância.— Tentei explicar para ele. da melhor forma, já que eu não conheço nada por aqui e não lembrei de verificar o nome do hospital antes de sair.— Eu acho que sei qual é… Obrigado novamente.Encerramos a ligação e por algum motivo me sinto mais aliviada. Ainda sentada no chão respirei fundo com gratidão, pois agora sei que a dona Rosângela não ficará desamparada.Observo as horas e são quase meia-noite, "eu tenho que voltar ao hospital", com um pouco de medo me levantei, pois nunca andei sozinha tão tar