Cheguei em casa ás seis da tarde, minha mãe só chegaria ás onze então me deparei com a casa silenciosa e fria, subi as escadas até o banheiro para tomar um banho, assim que fechei a porta ouvi passos do lado de fora, abri novamente meio desconfiada.
- mãe?- gritei.Mas ela não respondeu... - mãe?- tentei de novo – chegou mais cedo?Mas não havia mais ninguém na casa. Respirei fundo e tranquei a porta, era só meu cérebro me pregando peças, nada com que eu devesse me preocupar.Depois do banho fui para a sala assistir ao meu programa favorito ,America next top model, a garota que eu gostava havia sido desclassificada por isso eu não estava tão animada com a ideia de assistir, mas não havia nada melhor para se fazer naquele momento.Um calafrio percorreu meu corpo quando de canto de olho pude ver uma sombra se movendo rapidamente, procurei meu celular mas o havia deixado no quarto. Respirei fundo novamente e me concentrei na TV. Alguns minutos se passaram quando meu celular começou a tocar, eu já estava quase pegando no sono no sofá e não pretendia subir as escadas, por isso ignorei a chamada, que tocou até cair. Fechei os olhos e troquei de posição, já estava quase dormindo quando o celular tocou novamente, dessa vez, na mesa de centro da sala, bem ao meu lado.Dei um pulo, mas não me levantei, encarei o celular por alguns segundos em alerta máximo, na tela mostrava o nome de Lucy, então criei coragem e atendi.
- oi. - falei, a voz trêmula e baixa.- amiga você ta bem? - Lucy perguntou notando o medo em minha voz- aconteceu alguma coisa? - na verdade aconteceu... – Eu estava encolhida no sofá analisando a casa, que aparentemente estava vazia.- quer que eu vá ai? Chego em meia hora. A idéia de esperar meia hora fez outro calafrio percorrer meu corpo, eu não ia ficar ali sozinha por mais meia hora, não mesmo.- Estou indo até você- falei já pegando as chaves no balcão -chego em meia hora.* * *Andei o mais rápido que consegui,enquanto tentava me convencer de que havia sido um sonho, e de que o celular sempre estivera ao meu lado na mesinha de centro. Sempre fora medrosa, nada impedia que fosse apenas meu cérebro se auto sabotando.
Eu estava absorta nesses pensamentos quando abruptamente trombei em alguém.- Me descul... - parei no meio da frase quando vi aqueles olhos negros fixados em mim.- Você é sempre assim? Fica perdida por ai sem olhar por onde anda?- Você também não me viu, ou teria desviado. – retruquei.- Talvez eu quisesse tocar em você... – Ele disse e então sorriu – Há sempre uma possibilidade. Novamente eu quis discutir, queria chamá-lo de idiota e ir embora, mas então me lembrei do porquê estava na rua, e um calafrio percorreu meu corpo.- Você parece preocupada. – disse, mas não havia em seus olhos qualquer sinal de preocupação verdadeira. – é quase como se tivesse visto uma assombração.Outro calafrio percorreu meu corpo inteiro, dessa vez mais forte, e é claro que ele notou e sorriu em resposta.
- Eu preciso ir. – falei, já havia passado por ele quando me segurou pelo pulso.
- Você está sempre com pressa? – Ele deu uma piscadela – se interessa tão pouco assim que sequer consegue me olhar nos olhos?
- Não preciso olhar nos seus olhos. – Disse quase que instintivamente – Eu nem conheço você.
Tentei soltar meu pulso, mas ele era mais forte.
- Me solta!
Ele sorriu balançando a cabeça.
- Meu nome é Daniel, – Ele finalmente soltou meu pulso e estendeu a mão – Imagino que vá gostar do meu numero de telefone também.
Ignorei o gesto e continuei encarando-o descrente.
- Eu gostaria mais que me deixasse em paz, por favor.
Ele sorriu, sua confiança intocada.
- Posso te acompanhar para onde está indo, assim convenço você a me passar o seu telefone, o que acha?
- Não vai rolar Daniel,- comecei a andar – Nos vemos por ai.
- Você está bem pálida, não posso deixar a senhorita por ai sozinha correndo o risco de trombar mais pessoas por todo o caminho.
Dizendo isso ele começou a caminhar ao meu lado, não tive outra opção a não ser permitir, os passos dele eram confiantes, e carregava um sorriso no canto na boca, como se tivesse vencido alguma espécie de competição que criara em sua própria cabeça. Andamos em silêncio por um longo tempo.
- Não vai me dizer o que aconteceu para ficar assim tão dispersa? – ele disse por fim.
- É uma longa historia... E você também não acreditaria se eu contasse. – Suspirei.
- Você se surpreenderia com a quantidade de coisas nas quais eu acredito... Vamos, pode me dizer, não tenha medo.
E por alguma razão eu contei a ele, talvez fosse a forma protetora que ele se portava ao meu lado, ou o tom de voz calmo e que transmitia confiança. Contei a historia de forma descontraída, não queria que ele achasse que eu acreditava verdadeiramente em assombrações, ainda que eu acreditasse. Mas ele não parecia cético quando terminei de contar, pelo contrario, olhava para frente sério.
- Por isso precisei sair para dar uma volta e me acalmar, sei que é besteira, mas aquilo me assustou muito. – falei sorrindo – Agora que eu contei para você parece tão idiota, acho que é melhor eu voltar para casa.
- Acho que fez bem em sair de lá – disse seriamente – Você estava assustada, e o medo te pregaria peças a noite toda se ficasse lá.
Assenti, porque era de fato verdade. Não dissemos mais nada depois disso.
Daniel me acompanhou até a metade do caminho da casa de Lucy, pelo menos até meu celular tocar, minha mãe voltara mais cedo e portanto não havia mais razões para ficar fora de casa, e é claro que voltei sem discutir, a idéia de deixar minha mãe lá sozinha não me deixava confortável. Daniel sorriu e disse que me acompanharia até em casa também, agradeci e seguimos.
Depois de mais algum tempo em silencio Daniel olhou fixamente para mim, e aparentemente notara minha feição preocupada.
- Está com medo de voltar para lá?
Não respondi, parecia um tanto infantil ter medo de fantasmas, mas eu tinha, e não queria voltar.
- O que quer que seja, não vai ferir sua mãe, não precisa voltar agora.
- você não tem como saber. - falei cruzando os braços.- pode acreditar... - ele sorriu- eu tenho sim como saber. Olhei de relance para ele, os olhos negros me fitavam com atenção, já não eram agora tão simpáticos como antes.- Sabe quem estava na minha casa?- falei, a voz um pouco trêmula.
Ele sorriu.
- E se eu souber?
Daniel estava zombando de mim, eu estava bem certa disso, mas eu também sabia o que tinha visto, e não podia ignorar a sensação que ele emitia.-Então se você sabe, diga, o que estava lá? - perguntei.
Daniel deu um leve sorriso antes de responder, abriu a boca para dizer, mas seus olhos pararam em outra coisa um pouco mais a frente, e seu rosto virou pedra, onde antes havia um sorriso debochado havia agora um tom de ameaça. Ergui os olhos para ver do que se tratava, e era apenas um garoto que vinha em nossa direção, seu rosto estava fixo em Daniel também, e possuía o mesmo tom de ameaça em seus olhos.
Daniel se aproximou de mim até que nossos braços se tocassem, ele parecia prestes a voar no pescoço do tal garoto. Não me surpreendia que uma pessoa debochada e arrogante como ele possuísse muitos inimigos.
Não conversamos mais durante todo o caminho.
Cheguei em casa e liguei para Lucy, expliquei o por que de eu não ter ido até sua casa, mas não contei sobre o que havia acontecido, nem sobre ter encontrado Daniel. Ela me faria falar todos os detalhes da minha conversa com ele, e eu realmente não queria falar sobre isso, só queria parar de pensar nele, mas era cada vez mais impossível.
Nada mais de estranho aconteceu durante a noite, o que provava mais uma vez que tudo não havia passado de minha imaginação.Naquela noite não consegui dormir, a cama estava gelada, e nada que eu fazia parecia conseguir me aquecer, fechei os olhos e por alguma razão comecei a pensar em como era minha família antes do divórcio dos meus pais, nós éramos felizes, nem mamãe nem papai precisavam trabalhar tanto, eu não sei o que aconteceu com eles, eu já tinha idade o bastante para notar se algo estivesse acontecendo, mas não estava, e em uma quinta feira de madrugada papai fez as malas e se foi para Brighton, só voltou alguns meses depois para assinar os papeis e então ele nunca mais passou por aquela porta e beijou minha testa enquanto eu fazia o dever de casa. Ele me liga todos os meses, mas não passa disso, até onde sei, ele tem uma noiva, mas nunca sequer a vi.
Me peguei chorando, e sei que chorei até pegar no sono, no entanto, a cama se aqueceu, eu já não me sentia mais tão triste, era como se houvesse uma força ali ao meu redor, que acariciava meus cabelos e me esquentava com seu corpo... Me lembro de sentir uma presença tão viva e real ali ao meu lado, que simplesmente relaxei e dormi, como um anjo dormiria.Abri os olhos as seis da manhã completamente acordada, ouvi mamãe se preparando para ir trabalhar, me levantei rapidamente e fui até seu quarto, ela estava de pé em frente o espelho penteando os cabelos, curtos e lisos de um tom bem claro, era impressionante como não tínhamos semelhança física alguma, e apesar de nunca ter de fato pensado sobre isso, notava agora o quão sortuda eu seria se me parecesse com ela.
- Acordou tão cedo - ela se virou para mim e me analisou atentamente - você está bem? - Estou - falei, assentindo com a cabeça repetidas vezes - é só que... Eu nunca dormi tão bem, estou total e completamente descansada.- É mesmo? - ela disse sorrindo, e então beijou minha testa- isso pode ser resultado de... Deixa eu pensar, garotos? Era assim tão nítido? Estava escrito em minha testa que eu andava trombando um garoto por ai e que agora ele não saia da minha cabeça?- Não tem garoto nenhum. – murmurei – Não algum que valha a pena.
- Então tem algum... Isso é bom.
Pensei em dizer que não era bom, e que apesar de ele ser um garoto nada entre nós aconteceria... Eu não tinha um tipo de garoto do qual gostava, mas certamente Daniel não fazia o meu tipo.
Encarei-a de cara fechada, ela ergueu os braços em sinal de inocência.
- desculpe... Sou sua mãe, uma hora ou outra teremos de conversar sobre esse assunto.- Talvez, mas não agora. – Me virei para sair do quarto – Hey, você não disse que tinha que chegar no escritório antes das sete hoje?Ela deu um tapa na testa e começou a correr pela casa organizando as coisas para sair.
- Não acredito que vou me atrasar!!!
Preparei o café da manhã, comemos em silêncio, eu aproveitei cada segundo de sua companhia, dez minutos depois ela foi trabalhar, me deixando sozinha com meus pensamentos. Nesse dia Lucy não passaria na minha casa, às quintas ela tinha de ir a loja de seus avós tomar café, a família de Lucy tinha muitos costumes juntos, e a tal loja ficava do outro lado da cidade. Como tinha acordado cedo resolvi arrumar meu cabelo com creme para emoldurar os cachos, quase nunca tinha tempo para fazer isso, apesar de adorar o resultado. Dessa vez não era preciso correr para a escola, era estranha a sensação de estar dentro do horário, mas me animou para o restante do dia. Tinha acabado de pegar os livros no meu armário e estava lutando com o zíper da mochila quando alguém tocou meu braço. Olhei de relance pois esperava ver Lucy ali com as sobrancelhas arqueadas fazendo alguma piada sobre eu não estar atrasada, mas minha respiração cortou quando, me deparei com o garoto que encarara Daniel na rua.- Dominic Connor- Ele disse enquanto apertava minha mão.
- Analu. – Respondi e puxei a mão discretamente.
- Eu sei quem você é - Ele sorriu, tinha um olhar simpático, diferente do que havia visto na noite anterior- Aula de física? - Disse olhando os livros em minhas mãos
Assenti, agora que sabia que ele e Daniel não se davam bem, eu tinha a certeza de que estávamos do mesmo lado.
- Semana passada você faltou à todas as aulas de biologia, o sr.Gretel pediu que eu te passasse a matéria que estudamos, ele mesmo poderia passar mas...
- Tudo bem por aqui? - Daniel disse colocando o braço sobre meus ombros.
- Sim, - Respondi e me afastei fazendo com que o braço dele caísse.
- Eu tenho que ir – Disse Dominic, seu rosto agora já não era mais tão simpático- Pagina 82 à 90... Fases da mitose.
Dizendo isso ele encarou Daniel uma ultima vez e foi embora, disse para mim mesma que não me importaria muito com isso, não era difícil detestar Daniel...
Ele me acompanhou até a sala sem dizer nada, andei com passos rápidos, queria que ele ficasse para trás.- O que está fazendo? – Perguntei já irritada – Pare de me seguir.
Daniel sorriu, debochando de mim.
- Você é um idiota...
- Eu não estou seguindo você – ele suspirou – senhorita mau humor.
- Me chamou de quê?
Antes que eu pudesse discutir ele fez um aceno rápido e entrou na sala ao lado da minha, minhas bochechas coraram me sentindo idiota. Bufei e segui até a minha sala.
Dessa vez foi Lucy quem chegou atrasada, assim que atravessou a porta o professor a fitou irritado. - Algo errado com seu relógio senhorita Clapton? Lucy se apressou em sentar ao meu lado, conhecendo seu gênio forte sei que ela queria dar uma resposta que muito provavelmente a faria perder a aula, mas não o fez. - O que deu em você para chegar no horário hoje? – Ela cochichou assim que o professor se virou para o quadro e voltou a explicar.- Eu não estou sempre atrasada... – Respondi, mesmo sabendo que não era verdade.- Aconteceu alguma coisa? Você parece irritada.Pensei em contar sobre Daniel, contar sobre como ele me irritava e o quanto era arrogante, mas também não o fiz, não queria Lucy fazendo perguntas sobre isso... Era mais fácil assim.- Você está estranha – ela continuou.- Voc&e
No dia seguinte também não me atrasei, liguei para Lucy e dispensei a carona, sai de casa andando apressadamente, quanto antes eu chegasse à escola melhor.O céu estava escuro, ameaçando derrubar litros de água a qualquer momento, o vento forte soprava bruscamente bagunçando meus cabelos, jogando-os em meu rosto.O vento soprou mais forte, e dessa vez acabou levando meu cachecol, então comecei a correr desesperadamente atrás dele, mas o vento era imperdoavelmente mais rápido.Depois de correr em ziguezague por um bom tempo, o vento finalmente cedeu. Olhei em volta procurando por algo Azul bebê, e ali estava ele, na rua bem na minha frente. Andei até onde ele estava e me agachei para pega-lo quando algo me chamou a atenção, havia uma pessoa, um homem bem na minha frente, do outro lado da rua, eu não podia ver seus olhos, mas sabia que el
Fiquei no hospital por mais um dia, o dia mais longo da minha vida.Cheguei em casa com uma felicidade estampada em meu rosto, mamãe ficou em silêncio o caminho todo, o que era estranho. Me perguntei se sua preocupação seria eu ou seu trabalho, mas não quis perguntar, de certa forma era reconfortante poder ficar em silencio.Assim que entrei em casa fui direto para o banheiro tomar um banho, a sensação da agua quente caindo em minhas costas era absolutamente reconfortante. Depois fui para a minha cama, de todos os lugares, o melhor para se estar.Dormi a tarde toda, e só acordei quando mamãe entrou no quarto.- Nalu... - meu apelido soando inédito na voz dela - desculpe ter que te acordar, sei que esta cansada, mas você precisa se arrumar.- Está tudo bem? - perguntei me espreguiçando. - você vai passar alguns dias em Brighton com seu pai...
Passamos a maior parte do caminho em silêncio, até que meu pai, o mestre de assuntos importantes e piadas sem graça resolveu abrir o verbo.- então vocês já se conhecem?- ele disse sorrindo- isso é ótimo!- não é bem assim pai... só conversamos uma vez quando ele foi me dar um recado do sr.Gretel.- sr. Gretel?- papai perguntou meio confuso.- professor de biologia. - Dominic disse se intrometendo - nosso professor de biologia...- então estudam juntos?- é... - falei.- isso é incrível - papai sorria novamente.Faltava pouco para chegarmos até Brighton, a rodovia estava clara e só as vezes um carro ou outro passava por nós...Dominic dormia tranquilamente no banco traseiro, o radio estava chiando um pouco e tocava uma musica calma o bastante para fazer um bebê dormir.- garotinha? - meu pai disse
Naquela noite eu não consegui dormir, as palavras de Dominic não saiam da minha cabeça. Pessoa errada? Lado errado? O que ele estava dizendo? Não fazia o menor sentido, e a curiosidade tomou conta de mim de tal forma que eu estava a ponto de levantar da cama em plena madrugada e ir pedir satisfações... quem ele pensava que era pra me assustar e confundir daquele jeito?Acendi o abajur em formato de cogumelo, e me sentei na cama, algo se moveu perto da janela, alguns poucos metros de distância de mim. Congelei. Seria a mesma sombra que eu havia visto na minha casa? Poderia também ser o dono do sorriso (Dominic), ou poderia também ser o motorista que havia me atropelado e fugido.Mas essas hipóteses pareciam malucas demais até para mim.Apaguei o abajur novamente e me deitei, o sono viria uma hora ou outra.Outro barulho perto da janela, o que quer que fosse queria ser descoberto.
Fiquei no quarto por longos vinte minutos, até me dar conta de que não agüentaria mais um minuto sequer naquela casa. Troquei de roupa e ajeitei meu cabelo rebelde, chequei as horas no celular e sai do quarto.Dóris e Mariana não estavam mais lá quando desci, Megan me olhou franziu o cenho quando me viu arrumada para sair.- Vai sair? - papai disse se encostando no balcão.- vou dar uma volta ... - falei secamente enquanto colocava água num copo de vidro.- Você não conhece a cidade garotinha, é perigoso - ele cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas, fiz o mesmo logo em seguida.- Não vou para muito longe - falei calmamente.- pode ir se Dominic for junto. – ele disse decidido.- Eu não vou com Dominic... - falei irritada- Eu sinto muito desapontar você mas preciso de um pouco de ar fres
Megan estacionou o carro em frente uma loja enorme, numa placa azul lia-seValentine's chic, a loja era gigante, a pintura azul turquesa dava a sensação de estar no céu.Vasculhamos tudo o que tinha na loja, e no fim acabei comprando um vestido verde com flores, um jeans preto básico e algumas blusinhas coloridas.- pronta para a próxima? - Megan disse enquanto entravamos no carro.- Claro. Fomos em mais duas lojas, mas nenhuma se igualava à primeira, de modo que acabei comprando apenas dois shorts jeans e uma sapatilha vermelha. Depois que saímos da ultima loja, Megan perguntou se eu queria ir em mais alguma, neguei e sugeri que fossemos comer alguma coisa, ela aceitou rapidamente. Fomos à uma pizzaria, escolhemos uma das mesas vazias e fizemos os pedidos.- compras me dão fome - ela disse sorrindo.- em mim também aparentemente – observei. 
Daniel não saia de minha cabeça, seu sorriso, seu cheiro, o calor de seu corpo tocando o meu, iam e vinham em minha mente, impedindo que eu pensasse com clareza.Por um momento fiquei com medo de que ele não me procurasse mais, mas no fundo eu sabia que esse não era o estilo de Daniel.O problema era que ao mesmo tempo que me sentia atraída por ele, também sentia um medo avassalador quando estava ao seu lado. Daniel, o garoto dos sorrisos condescendentes e dos olhos negros que pareciam capazes de enxergar através de mim, havia me beijado, beijado intensamente. Resolvi que precisava vê-lo, eu precisava falar muitas coisas para ele, e ao mesmo tempo manter distância, por que não era certo aquilo, ele era sinistro e assustador, parecia me seguir para todos os lugares e era extremamente sexy de uma forma que eu não era capaz de explicar... Assim que minha mente formulou esses pen