“Agora quando escuto meu coração, acho que nós seremos melhores como amigos e nós sempre seremos amigos.”
- SupergirlMelinda de SáUm barulho de panela caindo no chão me acordou. Deveria ser muito cedo, já que o sol da manhã ainda não invadiu eu quarto e as minhas pálpebras insistiam em querer fechar. Mais uma vez o choque de uma panela com o chão fez meus olhos se abrirem de vez.Bati minha mão na mesinha de cabeceira em busca dos meus óculos que coloquei no meu rosto. Estiquei os braços, saltei da cama e me espreguiçando fui ver que destruição era aquela na minha cozinha.- Vicenzo, o que diabos você ta fazendo? - perguntei ao vê-lo com uma bagunça enorme na minha cozinha.- Preparando um café.- Você está destruindo minha cozinha, Vicenzo - tinha algumas panelas no chão, o liquidificador todo sujo em cima da pia que estava repleta de bandas de laranjas abertas.No fogão um ovo mexido era preparado, sóque tinha mais ingredientes no fogão do que na panela.Corri para mexer o ovo que já ia queimarno fogo. Desliguei e virei cruzando os braços para encarar o senhor Vicenzo que ria mostrando duas covinhas na bochecha.- Estou preparando um café da manhã ué.- Não precisa quebrar tudo! - bati o pé no chão enquanto colocava as bandas de laranja no lixo.- Só caíram umas panelas no chão, eu estava tentando me localizar na cozinha você trocou tudo de lugar outra vez né achei a lixeira.Eu sou muito apaixonada pela DC, minha mãe sempre fica impressionada como o meu apartamento pode ser tão personalizado, eu fico muito feliz em ter conseguido deixar tudo do jeitinho que eu sempre quis, minha cozinha é com armários pretos mas todos os eletrodomésticos e utensílios são dos meus personagens minhas panelas da mulher maravilha estão quase todas no chão.Recolhi as panelas do chão e organizei noarmário. Eu podia ser bagunceira, mas nacozinha gostava de tudo pelo menos no lugar delas. Lucas ligou o rádio de pilha que eu tinha em cima da geladeira e começou a rolar um sertanejo, da quela moda vem antiga. enquanto colocava o líquido do liquidificador no copo.- Você vai arrumar toda essa cozinha. - falei pegando o copo com suco e indo sentar no sofá. - Que horas são?- Horas de eu ir para o escritório. Só preciso arrumar isso tudo já que a senhorita mandona, mandou.- Gosto assim. - sorri e ele retribuiu.Vicenzo realmente arrumou a cozinha. Fuitomar banho e quando voltei ele estava terminando de passar pano no cômodo. Olhei a bancada brilhando e a louça bem lavada.Em cima da mesa além dos ovos mexidos, uma grande variedade de pāes e frios. Inspirei o cheiro gostoso de café recém passado e me sentei a mesa. Vicenzo se sentou ao meu lado e pegou uma xícaras, serviu com café puro e bebeu. Fiz o mesmo.Olhei para minha blusa com um gatinhoestampado e minha calça de moletom velha.Encarei-o novamente e senti meus olhos seencherem de lágrimas e parei de beber meu café.- Eu gosto do meu pijama.- Gabi! - ele começou a rir. - Não chora, seu pijama é lindo, calma. - pegou minha mão sobre a mesa e continuou rindo.- Você ta rindo de que?- De você.- Por que eu estou grávida, sozinha,descabelada, de pijama e nunca vou ter ninguém, e vou continuar assim para o resto da minha vida? - limpei uma lágrima que escorreu.- A gravidez só vai durar nove meses! -zombou antes de levantar e me envolver em um abraço. - Você não está sozinha!- Você entendeu!Queria me referir a ter alguém ao meu ladoigual ele tinha Sara, e se não tinha antes,agora grávida que não teria mesmo. Sequeiminhas lágrimas e voltei a comer.Fiz um sanduiche com peito de peru queijo branco, comi mais alguns pão de queijo e um pão francês com ovo mexido. Enquanto comia o Vini se arrumava para ir trabalhar.Guardei todas as coisas na cozinha brilhando que o garoto tinha arrumado e fui para o sofá. Na Televisão estava passando desenho.Aconcheguei-me segurando os joelhos e fiquei assistindo.- Parece uma criança. - ele falou parou na minha frente de joelhos.- Da onde você tirou essa blusa? - disse pegando na gola da camiseta polo branca que ele usava. Ele estava com a bermuda jeans que estava na noite passada. E você vai trabalhar de bermuda?- Não sei, encontrei dentro do seu guardaroupa. E não vou passar em casa, só queriaadiantar o banho.- Não me lembro dessa blusa ter ficado aqui! - apertei os olhos. - Leva meu carro, amanhã quando eu for trabalhar eu pego.- Você vai voltar a trabalhar numa sextafeira? Por que não pega mais um dia de folga?- Preciso colocar comida na geladeira.- sorri e passei a mão no cabelo molhado dele jogando para o lado.- Do jeito que você anda comendo seu salário não vai dar pra comprar comida nem para uma semana.- Acho que agora eu engordo. -Passei a mão na minha barriga arredonda.Vicenzo colocou sua mão sobre a minha eacariciou meus dedos.- A gravidez não faz você deixar de ser ruim.- Vicenzo! - reclamei rindo.- Agora tenho que ir - ele deu um beijo sobre a mão que estava na minha barriga, ebejou a minha testa - Vou marcar médico pra você. E acho que vou contar da gravidez para Sara amanhã. - respirou fundo.- Vou trancar bem as portas. -Sorri.- Tchau meio metro de gente. - ele falou e deu um beijo na minha testa. - O papai vai trabalhar mais tarde eu venho ver vocês - ele falou beijando a minha barriga.Revirei os olhos pelo apelido, mas tive que sorrir quando ele falou com o nosso filho e levantei para ir trancar a porta. Vicenzo passou pela porta e eu dei um tapa na sua bunda, antes que pudesse reclamar fechei a porta rindo.- Este seu pai meu bebê fala assim mais se podesse estaria aqui com a mamãe assistindo desenho. - falei alisando a minha barriguinha.Voltei para meu sofá para assistir desenhos.Sim, 25 anos, prenha e assistindo desenhos.Dane-se sempre gostei e pagava TV a cabopara isso.Meu ócio começou a me incomodar por volta do meio dia quando minha barriga roncou.Tive que levantar e ir preparar um macarrão instantâneo, pensei em pedir comida, mas demoraria muito e eu não estava a fim de ficar mais tempo com fome.Acessei a N*****x e coloquei uma série para assistir. Minhas pálpebras pesaram e não demorei a cair no sono. Um cheiro esquisito começou a invadir meu nariz e meu subconsciente me obrigou a acordar.Abri os olhos e encontrei o apartamento todo esfumaçado. Ai meu Deus, o macarrão instantâneo. Corri para o fogão e desligue a válvula do gás. Cobri meu nariz enquanto tentava jogar água na panela que já mostrava as cinzas no seu interior.O telefone tocou e corri para atender enquanto tossia por causa da fumaça adentrando no meu sistema respiratório.- Mel? - um Vini animado chamou meu nome.Como esse garoto podia estar animado? Avida dele vira de cabeça para baixo em umdia e ele conseguia ficar animado. Tossi umpouco antes de responder.- Costuma ser eu. - Sorri voltando para minha panela torrada. Agitei o pano de prato contra a fumaça.- Como você está? - ele perguntouAbri um pouco a janela para toda fumaça se dispersar.- Com fome. - sorri. - E querendo voltar a trabalhar. Não tem nada para fazer aqui em casa!Vicenzo começou a rir do outro lado da linha.- Você ainda não almoçou? Já são quase três da tarde.- Coloquei um macarrão instantâneo no fogo e acabei dormindo, acordei com o apartamento todo esfumaçado. - revirei os olhos.Comecei a esfregar a panela, mas aquilo aliparecia que não ia sair tão cedo.- E ainda quer questionar minhas habilidades culinárias dona Melinda? Estou indo para ir agora, não vou deixa as duas pessoas que mais amo assim - ele falou me fazendo sorrir gosto que ele sempre coloca o nosso filho no meio, acho que ele aceitou nossa situação bem melhor que eu, mas ele sempre foi muito calmo.- Bem que eu gostaria das suas habilidades culinárias agindo nesse momento. - falei voltando a torce.- Então abra a porta - ele falou e assim o fiz e lá estava ele todo lindo de terno todo arrumado. - Meu Deus Mel o que aconteceu?- Eu já disse eu dormi e queimou o macarrão...- Eu só vim ver como vocês estão porque marquei com a Maria, e preciso conversar, mas não dá para deixa você sozinha - ele falou abrindo o restante das janelas do apartamento e me levou até a varanda.- Pode ir que eu vou ficar bem, a nossa pequena deve está morrendo de saudades, e eu só vou limpar e ver a comida - falei e ele pegou o celular.- Vou pedir uma sopinha de câmarão que você tanto gosta, e falei com a Joice ela vai vim te visitar.Joice era nossa amiga desde a faculdade, era um doce de pessoa com quem gostava, porém não queira estar na mira de ódio dessa menina. Sorri lembrando-se da minha amiga, fazia tempo que não a via.Por conta do meu trabalho e do dela nosvíamos apenas uma vez no mês e olhe lá, por causa da pandemia neste dois anos só falávamos por celular em chamada de vídeo, mas depois da vacina voltamos a nós ver.Ela tinha cursado engenharia civil também e trabalhava em uma grande obra no interior de São Paulo. Dos meus amigos o que eu via com mais frequência, tipo toda semana, era o Vicenzo, antes dele começa a namorar com a Sara eu o via todos os dias afinal ele até quatro meses atrás morava no mesmo condomínio que eu só que em outro bloco, aí em dezembro ele se mudou para onde ele mora, e no começo via ele sempre, tipo ele estava aqui dia sim dia não até começa a namorar e aí acabamos só nos vendendo um ou dois dias na semana.Mas eu espero que a Joice venha, e faça um estrogonofe.- Espero que ela venha, e faça um estrogonofe de carne daqueles deliciosos que só ela sabe fazer. salivei só de pensar.- Estou vendo você babando. - brincou. - Gabi, como eu devo contar para a Sara? - Sorri, era tão bom ver ele me tratando como amiga, querendo saber minha opinião sobre as coisas, pedindo conselhos.Espero que isso não se perca por causa dessa gravidez, eu realmente espero.Me sentei na rede e ele também e ele começou a fazer carinho em mim era bom ter ele ali.- Ah Lucas, acho que você tem que ser o mais sincero possível, contar que nós estávamos bêbados e que você nem estava com ela ainda. Diga a verdade né? A gente não planejou esse filho, não foi algo que sentamos a mesa para discutir. -suspirei. - Aí se fala aquelas coisas de amorzinho, do tipo que ama ela e tal. Ai vocês casam e ficam felizes para sempre.Um nó se formou em minha garganta. Ele se casaria, teria filhinhos e eu ficaria sozinha com o meu filho. Coloquei a mão sobre minha barriga e já ia começar a chorar quando o Vini fazia carinho na minha barriga também.- Sua analogia das coisas sempre é a melhor. - sorri. - Não sei você, mas essa coisa de ser pai está me assustando pra caramba. Tipo, eu não sei ser pai, será que você ser um bom pai será que você consegue cuidar de vocês dois.Comecei a rir, mas isso também era algo que me assustava, eu não fazia ideia de como ser mãe.- Sabe quando você tenta não ficar tristecom uma coisa, porque ela deveria te deixar feliz, mas te deixa triste? Então, eu estou feliz porque tem uma criança dentro de mim, sabe o que é isso? Não você não sabe, mas é uma sensação indescritível. - falei olhando nos olhos dele e ele carícia calmamente a minha barriga e beijou a minha testa - Mas ao mesmo tempo estou muito triste, cara eu to grávida, sozinha, sei lá, minha cabeça é uma confusão pura.- Barrigudinha, você não está sozinha.- Barrigudinha Vini? Depois dessa vou até te mandar embora . - falei mais não segurei e comecei a rir.- Você agora é a barrigudinha, bom barriguinha você já tomou banho? É bom. - ele falou rindo e nos dois acabamos caindo na gargalhada, por causa do novo apelido.- Ei, mas eu vou tomar um banho, e você vai ver a Maria eu vou ficar bem.- Então eu vou porque se não a Maria vai ficar chateada ela reclama que quando estou com a Sara eu não tenho tempo para ela.- E é verdade, a Sara consome todo o seu tempo.- Mas agora eu tenho que me organizar melhor, tenho que dá atenção as pessoas que amo igualmente, agora eu já vou, toma a sopinha toma um banho e se cuida qualquer coisa você me liga certo - ele falou me abraçando apertando- Tchau Vini. Não se precupe vamos ficar bem - falei e ele beijou a minha testa.O levei até a porta, e fui terminar de limpar minha panela, . O porteiro interfonou, me avisando que a minha sopinha chegou e pedi para ele deixa o entregador subir, o Vicenzo pediu a sopa uma porção de camarão e um suco de laranjaFui sentar no sofá e coloque um filme da Barbie e comecei a comer muito animada estava muito gostoso.Ao fim do meu lanchinho, sentei no sofá eolhei para o teto. Não tinha graça algumaficar ali sem nada pra fazer. Dois diasem casa e eu já estava ficando louca.Então tive a brilhante ideia de limpar oapartamento, todos vivem dizendo que eu sou desorganizada, então resolvi arrumar tudo.Tirei meus livros das prateleiras, limpeium por um, limpei a estante e os organizeipor autor. Tinha muitos objetos daquelespequenos, relacionado a séries, desenhos,livros e filmes. Limpei um a um, mas quando cheguei à segunda prateleira da estante, já estava cansada, eu amo ler e tenho mais de 500 livros.Olhei para meu apartamento de pernas para o ar. Tinha erguido tudo para limpar e agora estava morrendo para limpar a estante.A campainha tocou e eu dei um pulo indocorrendo atender. Encontrei os olhos pretos brilhantes me encarando com um sorriso nos seus lábios rosados. Joice abriu os braços e eu a envolvi em um abraço apertado.- Foi aqui que solicitaram meus dotesculinários?- Exatamente aqui!Ela entrou olhando para a bagunça queestava o apartamento, seus olhos searregalaram, mas preferiu nāo perguntar, e foi direto pra cozinha para preparar algo para eu comer.- Como você está? Julgando pelo apartamento bem disposta.- Estava entediada, tipo, muito entediada.Voltei minha atenção para a estante, tinhaque terminar aquela bagunça.- Achei que grávidas ficavam sempredormindo e essas coisas.Virei para ela, devia estar vermelha, poissentia minhas bochechas queimando.Abri um sorrisinho torto e virei de costasnovamente passando o pano na minhaminiatura do Batman.- Eu descobri ontem, não tinha como ter tecontado. - expliquei.- Vivemos em 2022, não em mil e bolinhas,existe celular pra que? - ela colocou algonuma panela e começou a fritar. - Ai o Vicenzo, que por sinal é o pai do seu filho, me liga contando isso.- Desculpa Joice! - passei o pano nas lateraisda estante. - Eu ia te contar, mas tudo taacontecendo tão rápido. E o Vicenzo não tinha nada que colocar o carro na frente dos bois.- Melinda, tudo bem em relação a isso. Euentendo que sua cabeça estava cheia e tudomais. Mas agora me conta. - ela começou arir e parou de falar.- O que? - perguntei.- Quem diria que aconteceu causaria tudoisso. - ela falou e riu.- Não tem graça. - revirei os olhos segurando o riso.- Ah tem graça sim. Lembro-me de vocêdesesperada porque tinha acordado peladado lado do Vicenzo.Comecei a rir enquanto mudava minhalimpeza para a mesa de centro.Pela primeira vez desde 2019, resolvemos fazer uma festinha para celebrar eu não estava muito animada, mas o Vicenzo me convenceu que seria bom, era só umas 25 pessoas na casa dos meus pais em Santos, a casa é bem perto a praia, depois de quase duas da manha eu comecei a chorar e queria vim para casa que eu não conseguia ficar ali e não pensar na minha avó, eu na tinha bebido até muito e o Vicenzo disse que vinha comigo pegamos o aplicativo ele foi me levar em casa e antes compramos muitas bebidas, bebemos ainda mais quando chegamos, bebemos literalmente tudo que eu tinha com álcool na minha casa, e só sei porque de manhã a casa estava um lixo cheia de lata e garrafas por todo lado e o meu sofá revirado paguei até uma multa pelo barulho que fizemos.Lembro pouca coisa, muita pouca coisamesmo. Como ele tirando meu vestido branco e a forma com que me olhava.Tentava a todo tempo lembrar mais que isso, mas depois só me vinha os dois acordando às duas da tarde. Nós estávamos de conchinha.Nossa reação foi de susto, lembro-me desentir muita dor de cabeça por conta dabebida e de questionar ao Vicenzo sobre o que tinha acontecido. Só que ele também estava muito mal, a resseca estava terrível para os dois. Depois conversamos e decidimos esquecer para não estragar nossa amizade.Então, cá estou eu, três meses depois comuma criança na barriga, fruto de uma dasnoites mais doidas da minha vida, o fruto do erro de uma noite.- E agora eu to grávida! - comecei a rirtambém.Mas que droga, Joice tinha esse poder, defazer a gente rir nas piores situações. Olheipara ela mexendo na panela e gargalhando.- Uma pena você não se lembrar daquelanoite..- Joice! - a repreendi rindo. - Que isso menina!- Ué, você deveria pelo menos saber se gostou da noite em que seu filho foi concebido.Revirei os olhos e comecei a passar o panosofá. Essa Joice não prestava mesmo. Ela fez o melhor estrogonofe que já comi, eu terminei de limpar toda a casa que ficou um brilho.©©©©©©©©©©©©©©Continua...Vicenzo FragaMeu dia no escritório foi cheio, resolviuns problemas com uma papelada de umprocesso familiar. Não gostava nem um pouco de pegar casos na área da família. Deixava esses casos para meu pai, sempre preferi a área criminalística.Desde a faculdade me via trabalhando nisso, porém para defender pessoas inocentes, meus princípios nunca foram abalados por conta de dinheiro. Formei-me em direito não somente por ser uma profissão renomada ou porque meus pais queriam, e sim porque prezo a justiça.Não gostava de atuar na área familiar porque não achava justo ser o motivo portirar um filho de um pai por exemplo. E erapor esse motivo também que se eu passasseno concurso para juiz dali a alguns anos, euiria trabalhar apenas com criminalístico oudireito trabalhista.Respirei fundo colocando os papéis emuma pasta, teria trabalho pra casa hoje.Despedi-me do meu pai, e fui para casa da Melinda, eu precisava saber como ela é o meu filho estão, isso é tão louco ainda vou ser pai,
Melinda de SáAcordei bem disposta pela manhã, acho que as risadas que dei com Joice foram suficientes para me fazer ficar bem. Comi um sanduíche e o restante do bolo de cenoura que ela havia feito e liguei para o Vicenzo pra avisar que ia buscar meu carro. Tomei banho e vesti um vestido preto simples.Peguei um Uber até o apartamento dele. Na portaria o porteiro já me conhecia e permitiu que eu subisse direto.Peguei a chave em baixo do tapete e abri aporta. O local estava cheirando a perfumefeminino, revirei os olhos, deveria ser o deSara.- Oi? - perguntei, mas não houve resposta - Ótimo - Adentrei no local e fui até o quarto, a cama estava toda bagunçada, no chão tinha uma calcinha preta e minúscula, que nojento.Procurei as chaves do meu carro na mesa de cabeceira na segunda gaveta onde ele falou que estava, mas não achei. Fui para a cozinha e a vi sobre o balcão. Junto estavam algumas anotações.Em uma letra de forma bem grande tinha números de telefone e em cima escrito bem
Vicenzo FragaO que estava acontecendo que ela não me atendia? Na minha cabeça mil coisas passaram. E se ela tivesse passando mal? Ou sofrido um acidente?A Mel sempre me atende, e quando não pode me manda uma mensagem.lMinha cabeça rodava enquanto eu atendia alguns clientes. Queria deixar tudo ali e ir atrás dela. Só queria entender por que ela não respondia minhas mensagens, não atendia minhas ligações. Ah dona Melinda eu vou te matar quando te achar.Liguei para o escritório dela e disseram queela estava resolvendo um problema em uma obra. Ou seja, aquela ser humana pequena esteve me ignorando? Pelo menos estava viva.No final do dia depois do expediente jogueimeu celular no banco do passageiro e dirigipara o apartamento da dona Melinda que estava desaparecida. Pra começar o carro dela não estava na garagem, puta que pariu, o que eu tinha feito para ela? Acenei para o porteiro e corri para pegar o elevador até o último andar. No meu chaveiro do carro pegue a chave da porta dela
Melinda de Sá Explicar toda a situação de uma forma queMurilo entendesse era um problema. Passei o caminho da casa dele dizendo que aquela não era a letra do Vicenzo e sim da namorada dele e tudo mais.Ele estava nervoso ainda, porque, aliás, eucontinuava grávida. Quando eu contei paraele na noite passada, ele começou a quebrar sua coleção de carrinhos. Ele sempre foi muito protetor. A frase que mais ouvi na minha adolescência dele foi "quando ele quebrar seu coração, não venha chorar pra mim." e eu sempre ia e o Murilo nunca me negou atenção.- Peça desculpas para o Vicenzo, sabe como é né, fiquei um pouco nervoso. - disse coçando a cabeça quando parei em frente à sua casa.Apertei os olhos e dei um beijo na sua bochecha.- Obrigada por cuidar de mim na noitepassada, apesar dessa sua violência! - revirei os olhos.- Me liga assim que for no médico, ou melhor, quando for ao médico eu quero ir junto, se cuida viu e cuida do meu sobrinho e qualquer coisa que o Vicenzo apronta você
Vicenzo ferreira Minha alma estava mais leve, depois da reconciliação com minha melhor amiga eu me sentia flutuando. Passei a noite na casa dela e ainda bem que eu estava lá, porque no meio da noite ela teve um pesadelo que pareceu a abalar muito. Assim que escutei seus gritos sai correndo da sala para ir ver o que acontecia.Tive que tomar Melinda em meus braços por um bom tempo até que ela se acalmasse. Por sorte o restante da nossa manhã foi muito divertida e consegui fazer-la esquecer do pesadelo.Fernanda tinha deixando meu celular novo com o porteiro. Ótimo, já estava sentindo falta, desembalei no elevador e já fui conectando ao meu Wi-Fi. Minha secretária tinha configurado tudo e só me restava checar todas minhas redes sociais.Quando cheguei em casa meu telefone fixo tinha umas dez mensagens de voz, o que é super estranho, aliás, que ser humano nos dias atuais deixam mensagens de voz? Eu já acho estranho ter um telefone fixo, mas a Melinda me fez colocar um quando me mudei, e
Gabriela de Sá Passei meu sábado comendo e revendo unspapéis que ajudaria no maior desempenho de alguns setores da empresa. Pela noite apenas procrastinei, fiquei deitada no sofá comendo batata frita que pedi num restaurante ali perto.Coloquei minhas séries em dia e fui procurar saber mais da minha pós-graduação. Eu não nasci pra ficar parada, e por mais que meus pés pedissem descanso, eu só conseguia pensar em ir bater perna no shopping. Masdesisti assim que meu telefone tocou.— Alô?— Gabriela, você pode me explicar que história é essa de você estar grávida? — minha mãe gritou do outro lado da linha.— Oi mamãe, tudo bem com a senhora? — falei respirando fundo que já sabia que ia ouvir.— Bem é o caramba! Tive que descobrir por uma vizinha, isso que você ouviu eu tive que ouvi fofoca das vizinhas para saber que minha filha está grávida. — minha mãe falou berrando está realmente com muita raiva.— Calma, māe! Eu também descobri um diadesses. — falei meus sem graça sabia que a b
Vincenzo FragaEncarei os rostinhos de Maria e Gabriela, que estavam deitadas sobre meu corpo enquanto dormiam feito dois anjos. Tirei o l óculos da minha amiga e deixei no sofá. Incrível como meu coração saltitava com aqueles momentos, eu realmente era feliz ao lado daquelas duas baixinhas. Se alguém me pedisse para escolher algumas memórias de momento felizes da minha vida, eu escolheria três que me marcaram muito.O primeiro foi um dos aniversários da Maria, o de 10 anos, meu irmão fez uma festa no salão do meu prédio. Ela já era meu xodó desde que nascerá, eu e meu primo, Arthur, que era padrinho dela, sempre disputávamos a atenção dela. Nesse episódio, lembro dela fazer um discurso para as pessoas importantes para ela, e eu fui incluído nisso, suas palavras foram muito mais madura do que de uma menina que tinha acabado de completar 10 anos.Na verdade, ela sempre foi muito madura, e eu me orgulhava muito disso. Naquele dia lembro de chorar feito bebê, está bem confesso, eu sempr
Melinda de Sá Acordei na segunda feira bem cedo por falta de sono, resolvi que iria arrumar as roupinhas que havia ganho no dia anterior.Comecei colocando tudo sobre a cama e dobrando, depois arrumei nas gavetas do meu guarda roupa.Fui tomar um banho, aliás, era dia de trabalhar. Vesti uma calça linho preto com uma camisa com uma frase " Se eu soubesse o que eu sei hoje, eu erraria tudo exatamente igual" e peguei uma jaqueta confo, segunda e sexta era dia de supervisão, andar para cima e para baixo em campo de obra, era um bem cansativo, então pedia uma roupa confortável, já que tenho que ficar da obra para o escritório, se eu pudesse só ficava na obra, não gosto muito de ficar em escritório.Prendi o cabelo num rabo de cavalo apertado e coloquei meu all Star azul. Estava pronta para mais um dia de trabalho. Quando olhei no relógio notei que se não saísse agora ia chegar atrasada, corri para o estacionamento do prédio.Saí ultrapassando todos os barbeiros que tinham pelo caminho,