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Encontro Inesperado

Laura estava sentada em seu café favorito, um aconchegante refúgio no meio da agitação de São Paulo. Era uma tarde tranquila, e ela aproveitava uma rara pausa em sua agenda lotada. Com um cappuccino à sua frente e um livro nas mãos, ela tentava relaxar após um dia exaustivo no trabalho. Megan e Emily haviam insistido que ela precisava de um tempo para si mesma, longe do stress e das expectativas constantes.

Do outro lado da cidade, Daniel também procurava uma pausa. Depois da difícil conversa com Lucas e a reunião desgastante na escola, ele sentiu a necessidade de escapar por um momento. Sem um destino específico em mente, ele entrou no mesmo café onde Laura estava. O lugar tinha uma atmosfera acolhedora que lhe proporcionava um raro momento de paz.

Laura estava absorta na leitura quando sentiu um movimento à sua direita. Olhou de relance e viu um homem alto, de aparência cansada, mas com um ar determinado, procurando uma mesa vaga. Seus olhares se cruzaram brevemente e, por alguma razão, ela sentiu uma curiosa conexão. Daniel notou o olhar e, sentindo-se um pouco deslocado, decidiu sorrir e acenar levemente, sentindo um impulso inexplicável para quebrar o gelo.

Naquele mesmo momento, Laura reconheceu Daniel. Lembrou-se do incidente embaraçoso quando, acidentalmente, derrubou um copo de café nele durante um encontro anterior no mesmo café. Com um sorriso tímido, ela acenou de volta.

“Desculpe incomodar, mas esta cadeira está livre?” perguntou Daniel, apontando para a cadeira vazia à mesa de Laura.

“Ah, sim, claro. Fique à vontade,” respondeu Laura, tentando não parecer nervosa.

Daniel puxou a cadeira e sentou-se, apreciando o ambiente tranquilo. “Este lugar é realmente agradável. É minha primeira vez aqui,” comentou ele, tentando iniciar uma conversa.

“É um dos meus refúgios favoritos,” Laura disse, fechando o livro e olhando para Daniel com interesse. “Gosto de vir aqui para relaxar e fugir um pouco do mundo lá fora.”

“Entendo perfeitamente,” disse Daniel, suspirando. “Às vezes precisamos de um lugar assim para reabastecer as energias.”

Os dois começaram a conversar sobre assuntos triviais, mas rapidamente perceberam que havia uma química natural entre eles. Laura, geralmente reservada, sentia-se surpreendentemente à vontade conversando com Daniel. Ele, por sua vez, sentia-se aliviado ao encontrar alguém com quem podia falar livremente, sem a pressão dos problemas cotidianos.

“Então, o que você faz?” perguntou Daniel, curioso sobre a mulher que parecia tão confiante e ao mesmo tempo tão acessível.

“Trabalho em marketing. Sou executiva em uma agência de publicidade,” respondeu Laura, sorrindo. “E você?”

“Sou advogado. Tenho meu próprio escritório,” disse Daniel, evitando mencionar os recentes problemas pessoais. “O trabalho pode ser bastante estressante, mas é gratificante de certa forma.”

A conversa fluiu naturalmente, cada um descobrindo mais sobre o outro. Laura falou sobre suas paixões, as frustrações no trabalho e a busca por algo mais significativo em sua vida. Daniel, por sua vez, compartilhou alguns detalhes sobre os desafios de ser pai viúvo e as dificuldades que enfrentava após a morte de sua esposa.

“Deve ser muito difícil para você,” disse Laura, tocada pela sinceridade de Daniel. “Eu nem consigo imaginar o que você deve estar passando.”

“É um desafio diário,” admitiu Daniel. “Mas cada dia tento encontrar forças para seguir em frente, principalmente por causa do meu filho, Lucas.”

“Você parece ser um pai incrível,” disse Laura, admirada pela dedicação de Daniel. “Ele é sortudo por ter você.”

Daniel sorriu, apreciando o apoio inesperado. “Obrigado, Laura. Às vezes, tudo o que precisamos é de um pouco de encorajamento.”

Eles continuaram conversando até que o café começou a encher, e a luz do dia começou a desaparecer. Laura olhou para o relógio e percebeu que tinha passado mais tempo do que esperava.

“Eu deveria ir,” disse ela, com um toque de arrependimento na voz. “Foi realmente bom conversar com você, Daniel.”

“Concordo,” disse Daniel, levantando-se também. “Foi uma tarde agradável. Talvez possamos fazer isso novamente algum dia.”

Laura sorriu, sentindo uma onda de calor ao pensar na possibilidade de vê-lo novamente. “Eu gostaria disso.”

Eles trocaram números de telefone e se despediram com um abraço amigável. Enquanto Laura caminhava de volta para seu apartamento, sentia uma leveza que não experimentava há muito tempo. Algo sobre aquele encontro a deixava otimista, como se finalmente tivesse encontrado alguém que poderia compreender suas lutas e compartilhar suas esperanças.

Daniel, por outro lado, dirigiu de volta para casa sentindo uma renovada sensação de propósito. Encontrar Laura tinha sido um sopro de ar fresco em sua vida complicada, e ele estava curioso para ver aonde isso poderia levar.

Ao chegar em casa, encontrou Lucas assistindo televisão no sofá. Daniel sentou-se ao lado do filho, um sorriso tranquilo no rosto.

“Como foi seu dia, pai?” perguntou Lucas, notando a expressão diferente no rosto de Daniel.

"Foi... interessante,” respondeu Daniel, ainda pensando em Laura. “Conheci uma pessoa legal hoje.”

Lucas olhou para o pai, surpreso, mas feliz por vê-lo mais animado. “Isso é ótimo, pai.”

Enquanto a noite avançava, tanto Laura quanto Daniel não podiam deixar de pensar no encontro inesperado e na conexão que haviam sentido. Talvez, finalmente, o destino estivesse conspirando a seu favor, trazendo esperança e novos começos para suas vidas complicadas.

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