15. Ligação II

O som da ligação vibrando parecia ter uma força própria. Lorena atendeu, com o coração batendo forte.— Alô? Quem é? — A voz dela foi firme, mas com um toque de incerteza, quase como se soubesse quem estava do outro lado, mas não queria acreditar.A risada do outro lado da linha foi imediata, soando baixa e enigmática.— Boa noite, garotinha. — A voz de Rick foi profunda, um tom que parecia se insinuar e envolver tudo ao seu redor.— Rick? — Lorena perguntou, já sem dúvida, mas ainda com um pouco de espanto.— Como sabe, já reconhece minha voz? — Ele parecia se divertir, e isso a fez se sentir ainda mais desconcertada.— O garotinha lhe entregou... só você consegue me irritar desse jeito, me chamando de garotinha. — Lorena não conseguia esconder a irritação que sentia, embora uma parte de si até gostasse do jeito como ele a provocava.— E espero que eu continue sendo o único a lhe chamar assim. — Rick respondeu, com um sorriso implíci

16. Jantar

O hospital estava movimentado, como sempre nas tardes de quinta-feira, com os sons de passos rápidos no corredor e o cheiro de desinfetante no ar. Lorena caminhava pelo saguão com uma expressão cansada, os ombros tensos, tentando se concentrar nas tarefas do dia. Ela tinha acabado de terminar um plantão longo, mas algo estava em sua mente, algo que não conseguia parar de pensar: o jantar com Rick.Quando ela entrou na sala de descanso, encontrou Camila, sua amiga de longa data e colega de profissão, já sentada no sofá, com um café em uma das mãos e a outra no celular, acompanhando o movimento frenético ao seu redor.Lorena se deixou cair no sofá ao lado de Camila, um suspiro escapando de seus lábios enquanto ela se ajeitava.— Cami, você nem vai acreditar no que aconteceu... — Lorena falou, com a voz ainda carregada de uma energia que ela não sabia se era excitação ou nervosismo.Camila levantou os olhos do celular, arqueando uma sobrancelha ao perceber a

17. Jantar II

O restaurante era um verdadeiro paraíso de luxo. O som suave de um piano ao fundo se misturava com o murmúrio baixo das conversas e o tilintar das taças de cristal. O cheiro do aroma refinado de pratos sofisticados preenchia o ambiente, uma mistura de alho assado, ervas frescas e vinho. As luzes baixas criavam uma atmosfera íntima, com candeeiros de cristal projetando brilhos suaves nas paredes de madeira escura. Lorena se sentia quase fora de lugar naquele cenário perfeito, mas o desafio de estar ali, diante de Rick, a fazia se sentir viva.Quando ela entrou no local, o olhar de alguns seguranças a reconheceu imediatamente. Ela lembrava deles do dia no hospital, quando estiveram ao redor de Rick, mas não teve tempo para pensar muito nisso. Apenas seguiu em frente, com o som de seus saltos ecoando levemente nas pedras do piso polido.Seu coração batia mais rápido, mas ela se forçava a manter a postura. Eles a conduziram até uma mesa mais reservada, um canto isolado da

18. Jantar III

A noite continuava envolta por um ar intimista, com as luzes suaves do restaurante criando sombras dançantes nas paredes. O som baixo de conversas e risos ao fundo misturava-se com o tilintar de taças e o suave sussurro da música ambiente. O cheiro de sobremesas finas e de um bom café começava a pairar no ar, quando Lorena e Rick terminaram a última fatia do prato doce, mas a conversa não parecia querer cessar.Lorena se sentia agradavelmente relaxada, mas sua mente sabia que logo teria que sair. Ela olhou para o relógio, o tempo voando enquanto a conversa fluía como um rio tranquilo, mas não sem tensão, como se algo estivesse prestes a explodir.— Rick, preciso ir. — Lorena disse, com um leve suspirar, sentindo que a noite estava se encerrando, embora o clima entre os dois ainda estivesse quente.Rick, que até então estava totalmente concentrado nela, arqueou a sobrancelha em surpresa, seu olhar fixo no dela, como se tentasse ler suas intenções.— Porque

19. Detetive Dallas: O Jogo Começa

Lorena estava sentada sozinha na cafeteria que ficava em frente ao hospital, saboreando seu café quente enquanto observava a movimentação na rua. O aroma forte de café e o som suave de conversas ao redor preenchiam o ambiente aconchegante. Era um lugar onde ela gostava de relaxar entre um plantão e outro. O cheiro de pão quente que saía da cozinha também lhe dava uma sensação de conforto. Mas, ao dar o primeiro gole da bebida, algo a fez desviar a atenção. Uma presença familiar se aproximou de sua mesa.De repente, ela sentiu uma cadeira ser puxada, e quando olhou para cima, encontrou Matt Dallas sentado na sua frente. Ele a olhou com um sorriso um tanto nervoso, mas ainda assim encantador.— Me seguindo, detetive Dallas? — Lorena disse com um sorriso de lado, seus olhos brilham com um toque de diversão, mas também com um certo desconforto, não entendendo a razão de sua presença ali.Matt, levemente corado, tenta disfarçar, mas não consegue esconder a exposição

20. Encontro Inesperado

O dia estava terminando tranquilo para Lorena. Depois de um plantão intenso, ela sentia os músculos relaxando à medida que o sol se punha no horizonte. O cheiro de álcool de limpeza e medicamentos se misturava com o aroma de café que invadia a entrada do hospital. Camila se aproximou dela, um sorriso leve no rosto, como se quisesse trazer uma distração bem-vinda.— Conseguiu o final de semana de folga, né? Mas você está precisando aproveitar para descansar. — Camila comentou, observando a expressão cansada de Lorena.Lorena deu um leve sorriso, sentindo a leve brisa que entrava pelas portas do hospital, trazendo um frescor que ela tanto precisava.— Sim, vou descansar mesmo. Mas vamos ver se marcamos alguma coisa no final de semana, falar com os meninos. — Ela respondeu, tentando se lembrar do último encontro que tiveram fora do trabalho.Camila assentiu com entusiasmo, uma faísca de diversão nos olhos dela.— Combinado. Você precisa ficar mais sem

21. Raio de 2km

22. Dia no parque

O parque estava tranquilo, com o som suave das folhas balançando ao vento e os risos distantes de outras pessoas aproveitando a tarde de domingo. O cheiro de grama fresca e a brisa leve traziam uma sensação de paz e conforto. Lorena e Matt caminhavam lado a lado, ambos com sorvetes nas mãos, aproveitando o calor da tarde. Ela estava com um sorvete de morango, o que combinava com a leveza do momento, e ele de chocolate, que derretia lentamente sob o calor do sol. Seus passos eram ritmados, acompanhados pelo som suave de suas conversas e o farfalhar das folhas sob os pés.Matt, observando Lorena com uma expressão que transparecia dúvida, perguntou, ainda com um toque de desconfiança na voz.— Você não me disse que não conhecia o Rick Ocasek? — Ele olhou para ela com um sorriso curioso, mas seus olhos indicavam uma preocupação crescente, como se estivesse tentando entender as peças do quebra-cabeça que ela representava para ele.Lorena parou por um momento, olhando