O parque estava tranquilo, com o som suave das folhas balançando ao vento e os risos distantes de outras pessoas aproveitando a tarde de domingo. O cheiro de grama fresca e a brisa leve traziam uma sensação de paz e conforto. Lorena e Matt caminhavam lado a lado, ambos com sorvetes nas mãos, aproveitando o calor da tarde. Ela estava com um sorvete de morango, o que combinava com a leveza do momento, e ele de chocolate, que derretia lentamente sob o calor do sol. Seus passos eram ritmados, acompanhados pelo som suave de suas conversas e o farfalhar das folhas sob os pés.
Matt, observando Lorena com uma expressão que transparecia dúvida, perguntou, ainda com um toque de desconfiança na voz.
— Você não me disse que não conhecia o Rick Ocasek? — Ele olhou para ela com um sorriso curioso, mas seus olhos indicavam uma preocupação crescente, como se estivesse tentando entender as peças do quebra-cabeça que ela representava para ele.
Lorena parou por um momento, olhando
Ao chegar na mansão Ocasek, Lorena desceu do carro com rapidez. As luzes da propriedade estavam acesas, e o ambiente carregava uma atmosfera pesada, como se algo ruim tivesse acontecido ali.Ao atravessar a entrada principal, foi recebida por Gustavo, que parecia mais tenso e preocupado do que nunca.— Eu vim o mais rápido que pude, Gustavo. O que aconteceu? — Sua voz saiu ofegante, seu coração batendo descompassado.Gustavo respirou fundo antes de responder.— Rick foi esfaqueado.O tempo pareceu parar. Lorena sentiu o estômago revirar.— Onde ele está? Preciso vê-lo. — Sua voz saiu mais aflita do que gostaria.— No quarto dele. Está trancado.Sem pensar duas vezes, Lorena correu pelos corredores da mansão. O eco dos seus passos reverberava nas paredes amplas e silenciosas. Seu peito subia e descia rápido, a adrenalina pulsando em suas veias.Ao virar o corredor que levava ao quarto de Rick, deparou-se com dois seguranç
O quarto estava silencioso, exceto pelo som ritmado da respiração de Rick, que se misturava ao tique-taque do relógio na parede. O cheiro de antisséptico dominava o ambiente, contrastando com a leve fragrância amadeirada do perfume dele, ainda impregnado nos lençóis.Gustavo observava o chefe, pálido e inconsciente, os lençóis brancos parecendo ainda mais claros contra a pele ligeiramente suada. A ferida estava bem tratada, mas o efeito do sangue perdido ainda estava ali.Ele soltou um suspiro antes de perguntar, sem tirar os olhos de Rick:— Ele vai ficar bem?Lorena terminava de organizar os materiais que usou para cuidar do ferimento. Ainda sentia os dedos ligeiramente trêmulos — talvez pelo estresse, talvez pelo que aquela situação toda lhe causava internamente.— Sim, ele vai ficar bem. — Sua voz saiu firme, profissional. — Ele só precisa de descanso e uma boa alimentação.Gustavo assentiu, cruzando os braços.— Obrigado.
No quarto de Rick...O ambiente estava semi-iluminado, as cortinas pesadas impediam que a luz da manhã entrasse completamente. O cheiro de álcool e remédios pairava no ar, misturado com um leve perfume amadeirado que vinha da pele de Rick. O quarto era espaçoso, mas o clima estava intimista, quase sufocante.Lorena entrou, fechando a porta atrás de si com um suspiro.Rick estava deitado na cama, os músculos definidos levemente tensionados pelo esforço de se manter acordado. O ferimento em seu abdômen ainda estava ali, mas a expressão dele...Ele não parecia nada mal.Lorena arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.— Achei que você estivesse mal.Rick estendeu a mão para ela, os olhos azuis ganhando um brilho intenso.— Segure minha mão.Ela franziu o cenho.— Para quê?— Eu não quero morrer sozinho.Lorena revirou os olhos.— Para de drama, Rick, você não vai morrer.Ele soltou uma risada rouca, o som grave e arrastado, reverberando pelo quarto.— Estou indo embora. Pelo visto, vo
O som da água ecoou pelo ambiente quando Lorena ligou o chuveiro. A água quente deslizou sobre sua pele, aliviando parte do cansaço do dia exaustivo. Quando terminou, vestiu a camisa dele, que ficou longa, cobrindo metade de suas coxas, mas revelando o suficiente para deixar um charme sedutor no visual.Ao sair do banheiro, enxugando os cabelos com a toalha, percebeu Rick a observando com um olhar intenso, um meio sorriso nos lábios.— Nossa... como você ficou sexy com a minha camisa. — Ele murmurou, a voz rouca carregada de desejo contido.Lorena sorriu de canto, brincando com a barra da camisa.— Obrigada, gostei dela também... Talvez eu leve para mim.Rick riu baixo.— Pode ficar. É sua.Ele afastou um pouco o lençol e deu tapinhas no colchão ao seu lado.— Agora vem aqui. Deita do meu lado.Ela caminhou até a cama e se deitou ao lado dele. Rick, sem hesitar, a puxou para mais perto, envolvendo-a em um abraço firme. O calor do corpo dele contra o dela trouxe um conforto imediato. L
Lorena hesitou, mas então soltou tudo de uma vez.— Que as suspeitas contra você são sequestros, assaltos a bancos, assassinatos... Que você é um mafioso frio e impiedoso.Rick não desviou o olhar, apenas inclinou a cabeça levemente, avaliando a reação dela.— E se for verdade? Vai mudar alguma coisa entre nós dois?O coração de Lorena martelava contra as costelas. Ela tentou encontrar a resposta dentro de si, mas tudo parecia confuso.— Rick... Eu nem sei...Ela se afastou da cama rapidamente, sentindo o ar no quarto de repente pesado demais.Rick se levantou, os músculos tensionados, o olhar carregado de uma intensidade que queimava.— Garotinha... Não faz isso. — Sua voz soou mais baixa, quase um pedido.Antes que Lorena pudesse reagir, ele a puxou firmemente pela cintura, colando seu corpo ao dele.— Eu posso ser tudo isso, mas com você é diferente. Eu nunca vou te machucar.Os olhos dela buscaram os dele, tentando decifrar a verdade oculta por trás daquela promessa.— Você promet
Rick sorriu, satisfeito, mas não deixou de lançar a última provocação.— Então, no final, você será minha, não é?Lorena recuou um pouco, sem desviar o olhar. Ela sabia que a noite estava apenas começando, mas a provocação no ar estava quase insuportável.— Eu gosto de surpresas. — Ela respondeu, mantendo o sorriso travesso.A tensão entre os dois cresceu, densa e elétrica.Depois do jantar, Lorena foi até a pia lavar os pratos. O som da água correndo e o tilintar da louça quebravam o silêncio confortável. Ela sentiu a presença de Rick antes mesmo que ele a tocasse.Os braços dele envolveram sua cintura por trás, e os lábios quentes pousaram delicadamente em seu ombro exposto.— O jantar estava maravilhoso... V
Lorena, com os cabelos ainda soltos e o corpo quente pela proximidade de Rick, olhou para ele com um sorriso suave nos lábios.— Vamos tomar um banho — ela disse, sua voz baixa, quase sedutora, enquanto se levantava da cama, seus passos suaves sobre o piso de madeira.Rick a observou com intensidade, os olhos focados nela enquanto ela se movia. A aura de desejo ainda pairava no ar, mas havia algo mais agora. Era uma conexão mais profunda, algo que ambos estavam começando a explorar sem pressa, sem reservas.— Isso é um convite? — Rick respondeu, a voz carregada de malícia, mas também de algo mais suave, como se o momento fosse apenas deles.Lorena riu, seu corpo ainda quente da proximidade deles, e sem hesitar, respondeu.— Claro que sim, se quiser.Rick se aproximou dela, um sorriso divertido nos lábios.— Aceito.Quando os dois estavam prestes a sair do quarto, Lorena notou o curativo sujo de sangue no lado de Rick. Uma expre
A madrugada estava quieta, com o som suave do vento tocando as janelas, enquanto o silêncio dominava o quarto. A única fonte de som era o leve e regular suspiro de Lorena, ainda dormindo ao lado de Rick. Ela estava deitada de costas, os cabelos espalhados sobre o travesseiro, a pele quente e macia ainda perfumada do banho do dia anterior. Rick, por outro lado, estava profundamente adormecido, até que o som irritante do celular cortou a tranquilidade da noite.O toque insistentemente alto ecoou pelo quarto escuro, interrompendo o silêncio que parecia ter tomado conta da madrugada. Rick, ainda grogue de sono, abriu os olhos lentamente, o ambiente ao seu redor parecendo girar por um momento. Ele se levantou da cama, os pés tocando o chão frio e duro, e, com um movimento brusco, tentou localizar o celular. O brilho da tela iluminou seu rosto com uma luz fraca quando finalmente o encontrou sobre a mesinha de cabeceira.Sem pensar, ele atendeu, ainda sem verificar quem estav