Seguindo o endereço que Paolo lhe deu, Ana foi até o local. O homem havia sido atencioso, escolhendo um restaurante não muito distante da empresa para não desperdiçar o tempo de ambos. Ao chegar, Paolo acenou para ela. Ana esboçou um sorriso forçado e se aproximou. Paolo observou Ana atentamente.- Srta. Ana, você parece um pouco pálida. Está se sentindo mal? Se for o caso, podemos remarcar para outro dia.- Estou bem, só um pouco cansada do trabalho.Ana balançou a cabeça e sentou-se à frente de Paolo.Ele pediu um chá quente para ela e, após agradecer, começaram a falar de assuntos sérios.Paolo entregou um contrato de indenização para Ana examinar. No entanto, Ana apenas deu uma olhada rápida e assinou imediatamente.- Não quer dar uma lida mais cuidadosa? Não tem medo de que eu possa te enganar?Paolo falou, um sorriso malicioso nos lábios.- Não, confio que você não é esse tipo de pessoa.Ana balançou a cabeça. Ela sentia uma confiança inexplicável em Paolo, talvez porque ele s
- Onde ela está?Leo fez a pergunta abruptamente, fazendo com que as jovens garotas ao redor se assustassem. Estas novatas no trabalho se assustaram ao perceber que o próprio objeto de suas fofocas as havia escutado. Leo, no entanto, não tinha tempo a perder com elas.- O lugar?A jovem que havia falado antes rapidamente recuperou seus sentidos e forneceu prontamente o nome e o endereço do restaurante a Leo. Sem hesitação, ele virou as costas e saiu. Observando sua figura se afastar, as jovens garotas finalmente puderam respirar aliviadas.Normalmente, elas apenas observavam o presidente de longe, achando-o muito reservado e inacessível. Mas depois do ocorrido, todas decidiram que era melhor manter distância. - Você acha que o presidente foi até lá para pegá-la em flagrante? Se ele realmente descobrir algo, não teremos causado um grande problema?- Mas a Srta. Ana parece não ter feito nada, então deve estar tudo bem.- De qualquer forma, por que nos preocupar? Essa Ana não é flor qu
Num instante, o sangue subiu à cabeça de Leo, fazendo-o perder a habitual compostura. Seu gesto foi quase brusco, puxando Ana bruscamente para junto de si. Ana já estava tonta e, ao ser puxada assim por Leo, perdeu o equilíbrio do corpo e esbarrou diretamente em seu peito, sentindo uma dor súbita no rosto. Mas o aroma familiar fez com que ela reconhecesse que era Leo. Ana sentiu uma inexplicável ardência no nariz. Não sabia se era por ter batido o nariz ou por um sentimento de injustiça que lhe afligia. Ela estendeu a mão, querendo afastar Leo e se reerguer, mas a mão de Leo que estava em seu ombro se apertou ainda mais, sem dar espaço para ela lutar. Percebendo que Ana ainda estava resistindo, a raiva de Leo aumentou ainda mais, e a força em sua mão se intensificou sem que ele percebesse. Os homens já eram naturalmente fortes, e sem controle, Ana sentiu como se os ossos de seus ombros estivessem prestes a serem esmagados, a dor era intensa. - Leo, me solte!Ana, com o rosto pál
As palavras de Leo esfriaram a atmosfera do ambiente em alguns graus. Um traço de desconforto se formou no rosto de Ana, que apertou os dedos com força para se libertar da "prisão" imposta por Leo. Em seguida, ela sorriu desculpadamente para Paolo. - Desculpe, te incomodei hoje. Vou indo agora. - Disse ela, partindo sem olhar para trás. Ao ver isso, Leo imediatamente a seguiu.Paolo assistiu à cena, seus olhos revelando um significado mais profundo enquanto observava os dois se afastarem, sem mais insistências.Ana, lutando contra um sentimento de tontura e desconforto, andava a passos largos. Leo a alcançou, tentando agarrar sua mão para fazê-la parar, mas ela o afastou. Vendo a rejeição explícita de Ana, o fogo de Leo queimava ainda mais intensamente. - O que há? Eu atrapalhei algum plano seu? Você está irritada? Talvez eu nem devesse ter vindo, para que você pudesse permanecer mais tempo nos braços dele.Palavras ferinas saíram diretamente de sua boca, sem o menor filtro.
Mas Leo tinha que admitir, ao ver o homem que parecia muito com Paulo abraçando Ana, sentiu ciúmes.Ele estava com uma sensação de que, não importava o quanto se esforçasse, seria em vão. No fundo do coração de Ana, Paulo sempre seria melhor.Esse sentimento de impotência o incomodava muito; Leo era uma pessoa acostumada a ter tudo sob controle.- É, talvez eu esteja arrependida. - Murmurou Ana.Se soubesse que tudo acabaria dessa forma, talvez tivesse escolhido ficar com Paulo. Talvez, dessa forma, ele não teria morrido.E ela mesma não estaria cheia de inveja por Leo, como as mulheres que ela sempre desprezou.Um buraco parecia ter sido aberto no peito de Leo, por onde passava um vento gélido, ao ouvir o murmúrio de Ana.- Então você quer encontrar um homem que se pareça com ele, recomeçar e compensar os erros do passado? - Disse Leo, com os dentes cerrados.Ana de repente achou tudo muito ridículo e levantou o olhar para encontrar os olhos de Leo.- E você? Quando você abraça Noemia
Ana recuou um passo silenciosamente, seu olhar era indiferente.- Não precisa, não quero te incomodar.Sua voz era tão suave que era difícil perceber qualquer emoção, o que só aumentava o desconforto de Leo.Nesse momento, ele quase desejou que Ana perdesse a paciência, o repreendesse ou até mesmo o esbofeteasse; pelo menos assim, ela ainda teria alguma emoção em relação a ele.Mas essa reação apática parecia indicar que Ana não tinha mais expectativas em relação a ele.Sem esperança, também não havia desilusão. O mais temível em um relacionamento não eram as disputas e brigas, mas essa apatia e silêncio mútuo.Como eles chegaram a este ponto?Leo percebeu que algo precisava mudar.Por isso, não deu a Ana outra oportunidade de recusar, a pegou nos braços e caminhou rapidamente em direção ao seu carro estacionado nas proximidades.Ana lutou brevemente, mas percebendo a futilidade de seus esforços, simplesmente desistiu.Ela permitiu que Leo a colocasse no assento do passageiro. Virando
- Então eu deveria te agradecer por ser tão compreensiva, permitindo que meu marido não precise te acompanhar esta noite? - Ana retrucou friamente, já não dando importância para a razão.Ela sabia muito bem que Noemia dizia aquilo para despertar a piedade de Leo por ela, mas não queria mais aguentar isso.- Por favor, não entenda mal a minha relação com Leo, eu apenas... - A voz lamentosa de Noemia chegou aos ouvidos de Ana.Ana riu, admirando o esforço que Noemia fazia para criar um distanciamento entre ela e Leo.- Chega, pare de atuar. A partir de agora, não só hoje à noite, mas sempre, Leo vai te acompanhar. Você conseguiu o que queria, Noemia. Deve estar feliz, não é? Após falar, Ana devolveu o celular a Leo.O homem não fez nenhum movimento para pegá-lo, apenas observou a expressão no rosto de Ana.Ela parecia incrivelmente calma, quase sem mostrar qualquer flutuação emocional.Era como se aquele acontecimento já não pudesse gerar qualquer perturbação em seu coração.- Ana, se
- Não.Leo negou sem hesitar as palavras de Ana.- Ana, não diga coisas assim por impulso, nós não vamos nos separar.Leo estava em pânico, ele nunca tinha imaginado que Ana pudesse sugerir o término.- Eu admito, eu realmente te negligenciei ultimamente, não valorizei seus sentimentos, isso foi um erro da minha parte. Mas há uma razão para tudo isso, pelo menos, você deve me dar uma chance para corrigir, não é?Leo estacionou o carro à beira da estrada, segurando firmemente os ombros de Ana.Olhando para o rosto abatido da mulher, seus lábios pálidos e as leves olheiras sob seus olhos, ele entendeu que realmente havia um problema entre eles que precisava ser resolvido.Mas como poderia haver uma sentença de morte imediata assim? Pelo menos, ele pedia uma suspensão da sentença, para que Ana pudesse ver sua mudança.- Leo, você realmente confia em mim? Não importa o que eu diga, você confiaria em mim sem hesitar?Ana o encarou com um olhar calmo, mas parecia capaz de ver através da alma