Mas Leo tinha que admitir, ao ver o homem que parecia muito com Paulo abraçando Ana, sentiu ciúmes.Ele estava com uma sensação de que, não importava o quanto se esforçasse, seria em vão. No fundo do coração de Ana, Paulo sempre seria melhor.Esse sentimento de impotência o incomodava muito; Leo era uma pessoa acostumada a ter tudo sob controle.- É, talvez eu esteja arrependida. - Murmurou Ana.Se soubesse que tudo acabaria dessa forma, talvez tivesse escolhido ficar com Paulo. Talvez, dessa forma, ele não teria morrido.E ela mesma não estaria cheia de inveja por Leo, como as mulheres que ela sempre desprezou.Um buraco parecia ter sido aberto no peito de Leo, por onde passava um vento gélido, ao ouvir o murmúrio de Ana.- Então você quer encontrar um homem que se pareça com ele, recomeçar e compensar os erros do passado? - Disse Leo, com os dentes cerrados.Ana de repente achou tudo muito ridículo e levantou o olhar para encontrar os olhos de Leo.- E você? Quando você abraça Noemia
Ana recuou um passo silenciosamente, seu olhar era indiferente.- Não precisa, não quero te incomodar.Sua voz era tão suave que era difícil perceber qualquer emoção, o que só aumentava o desconforto de Leo.Nesse momento, ele quase desejou que Ana perdesse a paciência, o repreendesse ou até mesmo o esbofeteasse; pelo menos assim, ela ainda teria alguma emoção em relação a ele.Mas essa reação apática parecia indicar que Ana não tinha mais expectativas em relação a ele.Sem esperança, também não havia desilusão. O mais temível em um relacionamento não eram as disputas e brigas, mas essa apatia e silêncio mútuo.Como eles chegaram a este ponto?Leo percebeu que algo precisava mudar.Por isso, não deu a Ana outra oportunidade de recusar, a pegou nos braços e caminhou rapidamente em direção ao seu carro estacionado nas proximidades.Ana lutou brevemente, mas percebendo a futilidade de seus esforços, simplesmente desistiu.Ela permitiu que Leo a colocasse no assento do passageiro. Virando
- Então eu deveria te agradecer por ser tão compreensiva, permitindo que meu marido não precise te acompanhar esta noite? - Ana retrucou friamente, já não dando importância para a razão.Ela sabia muito bem que Noemia dizia aquilo para despertar a piedade de Leo por ela, mas não queria mais aguentar isso.- Por favor, não entenda mal a minha relação com Leo, eu apenas... - A voz lamentosa de Noemia chegou aos ouvidos de Ana.Ana riu, admirando o esforço que Noemia fazia para criar um distanciamento entre ela e Leo.- Chega, pare de atuar. A partir de agora, não só hoje à noite, mas sempre, Leo vai te acompanhar. Você conseguiu o que queria, Noemia. Deve estar feliz, não é? Após falar, Ana devolveu o celular a Leo.O homem não fez nenhum movimento para pegá-lo, apenas observou a expressão no rosto de Ana.Ela parecia incrivelmente calma, quase sem mostrar qualquer flutuação emocional.Era como se aquele acontecimento já não pudesse gerar qualquer perturbação em seu coração.- Ana, se
- Não.Leo negou sem hesitar as palavras de Ana.- Ana, não diga coisas assim por impulso, nós não vamos nos separar.Leo estava em pânico, ele nunca tinha imaginado que Ana pudesse sugerir o término.- Eu admito, eu realmente te negligenciei ultimamente, não valorizei seus sentimentos, isso foi um erro da minha parte. Mas há uma razão para tudo isso, pelo menos, você deve me dar uma chance para corrigir, não é?Leo estacionou o carro à beira da estrada, segurando firmemente os ombros de Ana.Olhando para o rosto abatido da mulher, seus lábios pálidos e as leves olheiras sob seus olhos, ele entendeu que realmente havia um problema entre eles que precisava ser resolvido.Mas como poderia haver uma sentença de morte imediata assim? Pelo menos, ele pedia uma suspensão da sentença, para que Ana pudesse ver sua mudança.- Leo, você realmente confia em mim? Não importa o que eu diga, você confiaria em mim sem hesitar?Ana o encarou com um olhar calmo, mas parecia capaz de ver através da alma
No segundo seguinte, Leo agarrou a mão de Ana, puxando-a de volta com força.Ana, que estava prestes a abrir a porta do carro para sair, caiu no assento do passageiro ao ser puxada por Leo.Ele desatou sua gravata e amarrou as mãos dela.Ana ficou assustada, não esperava que Leo agisse de forma tão repentina e louca, ela estava lutando desesperadamente, chutando e batendo no homem à sua frente.- O que você está fazendo? Me solte!- Soltar? Eu nunca vou te soltar nesta vida, Ana. Você não pode pensar em fugir de mim. Se realmente quiser ir embora, só posso fazer isso, te amarrar ao meu lado...A voz de Leo era grave, sem sinal de afrouxar, apertando ainda mais a gravata.A gravata preta, enrolada nos pulsos pálidos de Ana, criava um contraste extremo.Ana sentiu dor, sua angústia se intensificou, misturada com raiva, fazendo-a baixar a cabeça e morder o braço de Leo.Ela mordeu com força, tanto que sangue apareceu, espalhando um gosto metálico em sua boca.Mas Leo, como se não sentisse
O pessoal do hotel, que inicialmente queria se aproximar para ver o que estava acontecendo, temendo que fosse um caso de violência doméstica, não podia simplesmente ignorar. Mas, ao levantar a cabeça e ver Leo, com aquela expressão de não querer ser incomodado, ficaram imediatamente assustados e não ousaram dizer mais nada. O hotel já havia sido financiado pelo Grupo Santos, e Leo era o patrão deles, o senhor de seus destinos; eles não se atreveriam a interferir em seus assuntos familiares.Vendo que ninguém ousava se intrometer em seus assuntos, Ana sentiu-se desesperada, sendo levada por Leo até a suíte presidencial, que sempre estava reservada para ele. Leo a jogou na cama, sem cerimônia. Ana caiu na grande cama, quicando ligeiramente, quase se machucando. Virando-se, Ana tentou fugir, mas Leo agarrou seu queixo firmemente.- Já chegamos até aqui, ainda pensa em fugir?Ana desviou o olhar, evitando encarar Leo.- Eu quero voltar para casa, não quero ficar aqui.- Então, com quem voc
Ana olhava para Leo, tão obsessivo e aterrorizante, e de repente sentia-se como se tivesse voltado ao passado.Aquela sensação de perder a liberdade, de ser manipulada, algo que ela jurou nunca mais repetir.- Então, você quer repetir os velhos truques, assim como antes, me aprisionando para ser apenas um pássaro em sua gaiola?A desilusão de Ana era indescritível. Depois de tantos anos, ela pensou que Leo tinha mudado, que ele havia aprendido como amar corretamente, mas no fundo, as pessoas não mudavam sua natureza.Ele ainda era aquele tirano, sufocante e dominador.Mas essa não era a vida que ela queria.Ana lutava com todas as suas forças.- Leo, eu nunca imaginei que, ao recomeçar, você ainda seria assim. Eu estava enganada.Leo de repente sorriu.- Talvez seja assim, mas, Ana, desta vez eu não vou te dar outra chance de escapar como antes. Você sempre duvidou do meu amor por você, então agora eu vou te mostrar o quanto eu te amo.Percebendo o que Leo estava prestes a fazer, Ana a
O hospital, após receber a notificação, prontamente atendeu ao pedido de Leo, enviando uma médica ao hotel. Ela mediu a temperatura de Ana, constatando febre alta. A médica imediatamente iniciou o tratamento, aplicando uma injeção em Ana e depois examinando outras partes do corpo. Ao descobrir marcas roxas nos pulsos de Ana, resultantes de amarras, e outras marcas indicativas de relações íntimas que eram difíceis de mencionar, a médica se sentiu impotente.Como uma mulher casada, ela sabia o que tinha acontecido. Geralmente, assuntos familiares, especialmente envolvendo Leo, um acionista do hospital, não eram de sua conta, mas ao ver o estado lastimável de Ana, ela não conseguiu se conter.- Sr. Leo, não sei o que aconteceu entre vocês, mas essa senhora não pode mais passar por tanto estresse. Ela está com febre e, se você não quiser que a condição dela piore, não deve mais fazer isso. É preciso que ela se alimente bem e descanse para se recuperar rapidamente.Leo, ouvindo a repreensão