Ana, ao ver a vendedora, que havia jogado o problema para Tomás resolver, franziu a testa e estava prestes a interrompê-la. No entanto, Leo estendeu a mão, detendo-a, pedindo-lhe para esperar um pouco.Tomás olhava para a vendedora com aquela aparência miserável, mas em seu coração não havia qualquer compaixão. Essas pessoas, que só sentiam dor quando eram feridas, jamais consideravam o quanto as palavras maldosas que diziam podiam machucar os outros.- Parece que você ainda não entende onde realmente errou. - Começou Tomás, com um tom sereno. - Amar os ricos e desprezar os pobres é o seu maior erro. Será que, se eu fosse apenas uma criança comum de uma família pobre, eu poderia ser expulso da loja sem qualquer dignidade ou respeito?Tomás falou suavemente, sua pequena face mostrando uma maturidade que não pertencia à sua idade.Afinal, Tomás já havia sofrido muito por ser pobre, e isso fez com que ele detestasse profundamente essa mentalidade.- E vocês, quando pensavam que éramos ape
Ana assentiu com a cabeça, ela e Leo, segurando a mão de Tomás, saíram juntos.O que aconteceria com a loja no futuro, eles não se importariam mais. Com o incidente tornando-se tão feio, provavelmente não haveria mais negócios para a loja no futuro.Ana levou o pequeno Tomás a outra loja que costumavam frequentar, comprou várias peças de roupa, e o atendimento desta vez foi excelente. Depois de Tomás trocar de roupa, Ana não parava de elogiá-lo, dizendo o quanto ele estava bonito.Mas Tomás parecia distraído, e, ao ver sua aparência, Ana não conseguia se sentir bem."É tudo culpa minha por ter ido a uma loja de roupas que desrespeita as pessoas, fazendo com que Tomás também fosse menosprezado sem motivo," ela pensou.Leo, vendo a mãe e o filho deprimidos, franziu a testa querendo confortá-los, mas não sabia como começar. Ele só podia carregar silenciosamente as compras e entrar em seu carro.Eles colocaram as coisas que compraram no porta-malas, e Ana e Tomás sentaram-se no banco de tr
Tomás simplesmente desistiu de resistir, e Ana segurou sua mão durante todo o caminho de volta para casa.O carro parou na frente da casa de Ana, e Leo saiu do carro com as coisas.Ana foi abrir a porta, e mal tinha enfiado a chave na fechadura quando ouviu o som de outro carro estacionando. Era Claudia trazendo Pedro de volta da escola.Leo ficou parado na porta, seu corpo alto e ereto ficou rígido por um momento.Embora Claudia não impedisse abertamente sua comunicação, Leo tinha consciência de que ela não tinha uma opinião muito favorável a respeito dele.Portanto, mesmo que Leo quisesse ver Ana, ele tentava ao máximo evitar encontrar Claudia.Agora, no entanto, era impossível evitar.Claudia já tinha visto as três pessoas do carro, e só depois que ela desceu percebeu que Leo estava carregando tantas coisas. Ela suspirou suavemente e caminhou até eles, segurando Pedro pela mão.- Vocês voltaram? E Sr. Leo, você também está aqui. Nesse caso, fique para o jantar.Leo ficou atordoado p
Tomás olhava fixamente para as coisas que Pedro comprou para ele, sentindo-se subitamente agitado e confuso.Por que tudo o que acontecia desde que ele voltou para esta casa era tão diferente do que ele esperava?Ele pensava que seria ignorado, que seria oprimido, mas todos aqui eram tão gentis com ele, talvez eram as pessoas mais amáveis que ele já conheceu em toda a sua vida."Mas eu preferiria que eles não fossem tão bons comigo. Voltei aqui com ódio no coração, para me vingar deles. Se continuar assim, será que vou me arrepender?"Pensando nisso, a face de Tomás ficou cada vez mais pálida. Sem dizer uma palavra, ele baixou a cabeça e correu para o quarto, fechando a porta com força e trancando-a.A ação repentina de Tomás deixou Pedro e Leo perplexos. Quando eles se deram conta, Tomás já tinha corrido de volta para o quarto.- O que aconteceu com ele?Pedro, segurando as duas coisas que escolheu cuidadosamente, parecia muito triste. Essas eram coisas que ele comprou com carinho. Em
Tomás não sabia como enfrentar o entusiasmo de Pedro, então apenas assentiu para mostrar que entendia. Pedro não se importou com esses pequenos detalhes e o puxou para comer.Leo correu para a mesa para ajudar a colocar os utensílios. Embora ele não soubesse cozinhar e apenas atrapalhasse na cozinha, ele ainda podia ajudar em tarefas simples. Caso contrário, Claudia começaria a gostar menos e menos dele.Rapidamente, a mesa foi servida. As duas crianças sentaram-se ao lado de Ana e Leo, uma de cada lado.Leo, de vez em quando, servia comida para eles e lembrava-os de comer bem os vegetais para manter um equilíbrio nutricional. Ele dizia que só comendo bem eles poderiam crescer e ficarem altos como ele.Ana observou esta cena harmoniosa, um pequeno sorriso formou-se em seus lábios.Normalmente era ela e sua mãe que faziam as crianças comerem. Agora, essa tarefa recaiu sobre Leo, e ele parecia muito competente nisso. Pelo menos, as crianças estavam cooperativas e não estavam sendo exige
Na manhã seguinte, Pedro ficou deitado na cama por um longo tempo sem se levantar, e Ana não veio chamá-lo.Pedro abriu os olhos sonolentos e deu uma olhada no despertador ao lado da cama, sentando-se imediatamente. Se fosse um dia normal, Ana já teria vindo acordá-lo, mandando-o lavar-se e tomar café da manhã.O que estava acontecendo hoje?Pedro esfregou os olhos e saiu lentamente da cama. Ele foi até o quarto de Ana, a porta não estava trancada, e quando entrou, encontrou Ana ainda deitada na cama.- Mamãe, é hora de se levantar, o sol já nasceu! - Pedro, que normalmente era zombado pela mãe como "preguiçoso", costumava dormir até tarde. Desta vez, o pequeno agiu com sensatez e, imitando Ana, chamou-a para se levantar.Só que ele a chamou algumas vezes, e Ana não respondeu, mas sim emitiu um gemido de dor.- Mamãe? - Pedro agora sentiu que algo estava errado, e ele rapidamente se aproximou e percebeu que Ana estava muito pálida, com os lábios também pálidos, e a testa coberta de got
Claudia ficou furiosa imediatamente, os hospitais aqui sempre eram assim, ou não se importavam com nada, ou só intervinham freneticamente quando havia perigo de vida.Mas que mãe poderia olhar sua filha sofrer assim e ainda esperar calmamente?Justo quando Claudia estava prestes a ligar novamente, para enfatizar a gravidade da situação, Pedro chegou com uma caixa de primeiros socorros.- Avó, para você. - Disse ele.Claudia, temendo que o garoto pudesse ficar assustado, reprimiu sua irritação.- Obrigada, Pedro.- Avó, quero ligar para o papai.Pedro olhava para Ana na cama, ainda inconsciente, com o rosto franzido.Claudia pensou por um momento. Se fosse Leo a vir, ele tinha boas relações interpessoais, conhecia muitas pessoas, e da última vez que Ana foi envenenada, foi ele quem procurou o instituto de pesquisa para descobrir.Embora Ana pudesse estar apenas com um resfriado e febre, Claudia não queria correr riscos, então acenou com a cabeça.- Tudo bem, então você liga para o seu p
Depois de aproximadamente dez minutos, o carro de Leo parou na frente da casa de Ana.O homem abriu a porta do carro, saltou diretamente, esquecendo até mesmo de trancá-lo, e apressadamente bateu na porta da casa. Ao perceber que estava aberta, ele entrou correndo.Ao chegar ao quarto de Ana, Leo a viu de olhos fechados, com uma aparência exausta e fraca. O coração de Leo foi ferido mais uma vez."Jurei que a protegeria, que nunca mais a deixaria sofrer nenhum dano. No entanto, ela adoeceu novamente."Leo se aproximou e pegou a mão de Ana, sentando-se em silêncio ao seu lado. Claudia não disse nada.Tomás, ouvindo o barulho do lado de fora, também saiu. Na verdade, ele já estava acordado, mas não havia saído.Tomás chegou à porta do quarto de Ana, e seus passos congelaram.Olhando para esta mulher, que parecia estar em grande dor, ele sentiu que a vingança que havia esperado por tanto tempo era finalmente sua. Ela o abandonou ao nascer, e agora que o encontrou novamente, era apenas par