Ana seguiu uma enfermeira chamada por João até a suíte VIP do hospital. Lá dentro havia um banheiro onde ela se livrou das roupas manchadas de sangue, removendo também os vestígios visíveis de sangue de seu rosto e corpo.Depois de trocar de roupa, a enfermeira lhe trouxe peças limpas. Ana suportou a dor enquanto as vestia e, seguindo suas instruções, foi fazer um exame físico.Durante todo esse processo, Ana se sentia entorpecida. Ela apenas seguia as instruções da enfermeira, fazendo o que precisava ser feito. Quanto ao seu coração, já estava na sala de cirurgia.Após o exame, constatou-se que Ana não sofreu nenhum ferimento interno grave. As múltiplas feridas superficiais, embora assustadoras à primeira vista, foram tratadas pela enfermeira, que a liberou em seguida.Ana correu de volta para a porta da sala de cirurgia, mas, ao chegar, viu que o resgate ainda estava em andamento.As mãos de Ana tremiam levemente. Ela conhecia muito bem aquela cena.Havia sido assim quando Leo pulou
O médico olhou para Ana, preocupada.- Ele teve sorte, a bala não atingiu o coração, e já não corre perigo de vida. Mas houve um certo grau de hemorragia interna, ele provavelmente vai ficar inconsciente por um tempo antes de acordar.Sabendo que Leo estava fora de perigo, Ana finalmente se sentiu aliviada.Depois de fazer mais algumas perguntas ao médico, ela correu para o quarto de Leo, onde o viu de olhos fechados, pálido e deitado na cama.Os olhos de Ana voltaram a ficar um pouco úmidos, mas ela reprimiu o impulso de chorar. João também havia chegado.Ana olhou para ele e falou seriamente.- Obrigada.Se João não estivesse esperando no cais para levar Leo ao hospital no primeiro momento, não se saberia o que teria acontecido.João viu seus olhos avermelhados e balançou a cabeça.- Não precisa agradecer, Leo é meu grande amigo, como eu poderia ficar parado vendo ele em perigo?Ana assentiu, olhando para o homem na cama. João viu o quanto ela estava focada, e sentiu um misto de emoç
Em outro lugarDepois de entregar Juliana aos credores, Daniel foi para o submundo de apostas que costumava frequentar.Não seria possível dizer que não sentia nada, afinal, Juliana era sua filha de sangue.No entanto, ao pensar na mãe de Juliana, que o abandonou por detestar seus vícios de beber, prostituição e jogo, e fugiu com outro homem, e nesta filha, que não se importava com ele, não apenas se recusando a lhe entregar o dinheiro que ganhava, mas também, agora com um namorado rico, nem sequer pensando em ajudá-lo.Tê-la vendido podia ser considerado como um pagamento pela sua criação de todos esses anos.Pensando desta forma, a sensação de culpa de Daniel diminuiu bastante. Ele pegou mais dinheiro emprestado, pronto para fazer uma aposta alta e recuperar tudo que havia perdido.Quando estava prestes a apostar com as cartas em mãos, o telefone de Daniel de repente tocou.Vendo que era o credor que levou Juliana embora hoje, ele atendeu imediatamente, afinal, quando a entregou, ele
As palavras de Daniel deixaram Juliana extremamente desconfortável, especialmente porque ele falou tudo isso na frente de João, expondo o lado mais desagradável de sua família.- Não escute as besteiras dele, ele tem problemas na cabeça. - Juliana apressou-se em explicar.Daniel viu o seu estado de pânico e sentiu que havia tocado num ponto sensível dela.- O quê, tem medo de que alguém descubra seus planos, e que o rico que você conseguiu seduzir decida te abandonar? Você, uma pessoa assim, sonhando em se casar numa família rica, é realmente muito ridículo.Hoje, lembrando as palavras do credor, Daniel, se armou de coragem, levantou-se do chão, segurou a mão de Juliana e olhou para João.- Senhor, se realmente está interessado nela, tudo bem. Desde que me dê um preço suficiente, não vou interferir. Mas se não quiser, não me culpe por ser implacável. Volte comigo! Você tem ideia das consequências graves que sua fuga causou? Eles podem me matar!João franziu a testa, finalmente entenden
Ao mencionar Pedro, Juliana também hesitou. Pedro era a vida de Ana. Se algo lhe acontecesse, ela enlouqueceria, e não era impossível que Daniel, insistindo em permanecer por aqui todos os dias, fizesse algo verdadeiramente desesperado.Depois de hesitar por um tempo, Juliana finalmente acenou com a cabeça.- Entendi, vou arrumar algumas coisas e levar Pedro comigo.- Estarei esperando aqui, não há necessidade de se apressar. - Respondeu João, sempre gentil.Logo, ele acompanhou Juliana com o olhar enquanto ela se afastava.Juliana caminhou rapidamente em direção à casa, seu coração batendo forte neste momento. As palavras de Daniel ecoavam em sua mente e seu sorriso continha um toque de amargura.Para alguém como ela, se não fosse amiga de Ana, João provavelmente nem a notaria, muito menos desenvolveria quaisquer sentimentos. Com um pai como o dela, até mesmo pessoas comuns se afastariam, muito menos a prestigiosa família Miguel...Ela não deveria ter ilusões indevidas....No hospita
Observando a aparência preocupada e dolorosa de Ana, o coração de Leo amoleceu um pouco.- Proteger você foi uma decisão minha, não tem nada a ver com você, não precisa se sentir culpada por isso.Ana olhou para o amor profundo nos olhos do homem. Por um momento, ela quase sucumbiu ao olhar intenso dele.Ana sabia que Leo dizia isso para aliviar a culpa que ela poderia sentir, mas como ela poderia não sentir nada?Desta vez, ela devia a vida a esse homem, ou talvez mais que uma vida, afinal, se tivesse sido levada por aquele homem, provavelmente preferiria estar morta.Ana estava tão absorta em Leo que, depois de um tempo, percebeu o quão constrangedor era seu comportamento. Ela rapidamente desviou o olhar e tossiu um pouco.- De qualquer forma, vamos chamar o médico para dar uma olhada.Ana saiu do quarto do hospital e viu algumas pessoas paradas na porta.Ana acenou para eles, sabia que estavam ali para proteger Leo, então não se sentiu desconfortável.Embora tenha sobrevivido com su
Ele realmente estava pensando demais...As pontas das orelhas de Leo, raramente, ganhavam uma coloração avermelhada. Ele tossiu para disfarçar.- Eu pensei que você tinha ido embora por me achar um incômodo. - Ele disse.Ana ficou sem palavras. Embora anteriormente ela quisesse sair dali o mais rápido possível, agora que Leo estava tão ferido, como ela poderia simplesmente abandoná-lo? Ela seria tão ingrata assim?No entanto, afinal, este homem era um ferido, e independente do que ele dissesse, Ana não estava disposta a discutir.- Então, como está a sua ferida? - Ela perguntou.Leo se apressou em responder:- O médico acabou de dizer que não é nada grave. Só preciso descansar bem, não precisa se preocupar.Aliviada com a resposta, Ana estendeu a mão e tocou a testa de Leo. Não estava quente, indicando que a condição da ferida era boa, sem inflamação ou febre. Ela suspirou aliviada.- Já que é assim, coma algo. Acho que você deve estar um pouco faminto, pois não comeu nada há algum tem
Leo não sabia muito sobre Juliana, mas sua impressão mais profunda foi a maneira como ela o repreendeu sem rodeios quando Ana fingiu sua morte. Ela não se importava com sua posição e status, uma pessoa de temperamento bastante direto. Uma pessoa assim, se João se interessasse, talvez não fosse tão ruim.Leo ponderou, mas não disse mais nada, concentrando-se em comer sua comida.Ana também estava seriamente alimentando-o, soprando cuidadosamente cada colherada antes de lhe entregar.Vendo os lábios rosados de Ana levemente franzidos, Leo teve um ímpeto repentino de beijá-la. No entanto, as dores dos ferimentos em seu corpo interromperam seus pensamentos audaciosos.Leo apenas baixou os olhos, evitando olhar para Ana. Após um tempo, ele terminou a comida. Ana viu uma pequena mancha no canto de sua boca e, sem pensar, estendeu o dedo para limpar.Nesse momento, Leo agarrou a mão dela e levou as pontas dos dedos dela aos lábios.O toque suave e quente em suas pontas dos dedos fez Ana parar