Em outro lugarDepois de entregar Juliana aos credores, Daniel foi para o submundo de apostas que costumava frequentar.Não seria possível dizer que não sentia nada, afinal, Juliana era sua filha de sangue.No entanto, ao pensar na mãe de Juliana, que o abandonou por detestar seus vícios de beber, prostituição e jogo, e fugiu com outro homem, e nesta filha, que não se importava com ele, não apenas se recusando a lhe entregar o dinheiro que ganhava, mas também, agora com um namorado rico, nem sequer pensando em ajudá-lo.Tê-la vendido podia ser considerado como um pagamento pela sua criação de todos esses anos.Pensando desta forma, a sensação de culpa de Daniel diminuiu bastante. Ele pegou mais dinheiro emprestado, pronto para fazer uma aposta alta e recuperar tudo que havia perdido.Quando estava prestes a apostar com as cartas em mãos, o telefone de Daniel de repente tocou.Vendo que era o credor que levou Juliana embora hoje, ele atendeu imediatamente, afinal, quando a entregou, ele
As palavras de Daniel deixaram Juliana extremamente desconfortável, especialmente porque ele falou tudo isso na frente de João, expondo o lado mais desagradável de sua família.- Não escute as besteiras dele, ele tem problemas na cabeça. - Juliana apressou-se em explicar.Daniel viu o seu estado de pânico e sentiu que havia tocado num ponto sensível dela.- O quê, tem medo de que alguém descubra seus planos, e que o rico que você conseguiu seduzir decida te abandonar? Você, uma pessoa assim, sonhando em se casar numa família rica, é realmente muito ridículo.Hoje, lembrando as palavras do credor, Daniel, se armou de coragem, levantou-se do chão, segurou a mão de Juliana e olhou para João.- Senhor, se realmente está interessado nela, tudo bem. Desde que me dê um preço suficiente, não vou interferir. Mas se não quiser, não me culpe por ser implacável. Volte comigo! Você tem ideia das consequências graves que sua fuga causou? Eles podem me matar!João franziu a testa, finalmente entenden
Ao mencionar Pedro, Juliana também hesitou. Pedro era a vida de Ana. Se algo lhe acontecesse, ela enlouqueceria, e não era impossível que Daniel, insistindo em permanecer por aqui todos os dias, fizesse algo verdadeiramente desesperado.Depois de hesitar por um tempo, Juliana finalmente acenou com a cabeça.- Entendi, vou arrumar algumas coisas e levar Pedro comigo.- Estarei esperando aqui, não há necessidade de se apressar. - Respondeu João, sempre gentil.Logo, ele acompanhou Juliana com o olhar enquanto ela se afastava.Juliana caminhou rapidamente em direção à casa, seu coração batendo forte neste momento. As palavras de Daniel ecoavam em sua mente e seu sorriso continha um toque de amargura.Para alguém como ela, se não fosse amiga de Ana, João provavelmente nem a notaria, muito menos desenvolveria quaisquer sentimentos. Com um pai como o dela, até mesmo pessoas comuns se afastariam, muito menos a prestigiosa família Miguel...Ela não deveria ter ilusões indevidas....No hospita
Observando a aparência preocupada e dolorosa de Ana, o coração de Leo amoleceu um pouco.- Proteger você foi uma decisão minha, não tem nada a ver com você, não precisa se sentir culpada por isso.Ana olhou para o amor profundo nos olhos do homem. Por um momento, ela quase sucumbiu ao olhar intenso dele.Ana sabia que Leo dizia isso para aliviar a culpa que ela poderia sentir, mas como ela poderia não sentir nada?Desta vez, ela devia a vida a esse homem, ou talvez mais que uma vida, afinal, se tivesse sido levada por aquele homem, provavelmente preferiria estar morta.Ana estava tão absorta em Leo que, depois de um tempo, percebeu o quão constrangedor era seu comportamento. Ela rapidamente desviou o olhar e tossiu um pouco.- De qualquer forma, vamos chamar o médico para dar uma olhada.Ana saiu do quarto do hospital e viu algumas pessoas paradas na porta.Ana acenou para eles, sabia que estavam ali para proteger Leo, então não se sentiu desconfortável.Embora tenha sobrevivido com su
Ele realmente estava pensando demais...As pontas das orelhas de Leo, raramente, ganhavam uma coloração avermelhada. Ele tossiu para disfarçar.- Eu pensei que você tinha ido embora por me achar um incômodo. - Ele disse.Ana ficou sem palavras. Embora anteriormente ela quisesse sair dali o mais rápido possível, agora que Leo estava tão ferido, como ela poderia simplesmente abandoná-lo? Ela seria tão ingrata assim?No entanto, afinal, este homem era um ferido, e independente do que ele dissesse, Ana não estava disposta a discutir.- Então, como está a sua ferida? - Ela perguntou.Leo se apressou em responder:- O médico acabou de dizer que não é nada grave. Só preciso descansar bem, não precisa se preocupar.Aliviada com a resposta, Ana estendeu a mão e tocou a testa de Leo. Não estava quente, indicando que a condição da ferida era boa, sem inflamação ou febre. Ela suspirou aliviada.- Já que é assim, coma algo. Acho que você deve estar um pouco faminto, pois não comeu nada há algum tem
Leo não sabia muito sobre Juliana, mas sua impressão mais profunda foi a maneira como ela o repreendeu sem rodeios quando Ana fingiu sua morte. Ela não se importava com sua posição e status, uma pessoa de temperamento bastante direto. Uma pessoa assim, se João se interessasse, talvez não fosse tão ruim.Leo ponderou, mas não disse mais nada, concentrando-se em comer sua comida.Ana também estava seriamente alimentando-o, soprando cuidadosamente cada colherada antes de lhe entregar.Vendo os lábios rosados de Ana levemente franzidos, Leo teve um ímpeto repentino de beijá-la. No entanto, as dores dos ferimentos em seu corpo interromperam seus pensamentos audaciosos.Leo apenas baixou os olhos, evitando olhar para Ana. Após um tempo, ele terminou a comida. Ana viu uma pequena mancha no canto de sua boca e, sem pensar, estendeu o dedo para limpar.Nesse momento, Leo agarrou a mão dela e levou as pontas dos dedos dela aos lábios.O toque suave e quente em suas pontas dos dedos fez Ana parar
As sobrancelhas de Leo estavam franzidas.- Continue procurando, além disso, envie mais pessoas para vigiar eles. Se houver algum sinal de que querem prejudicar a Ana novamente, mate-os todos. - Ordenou.Ivan concordou imediatamente e só então Leo desligou o telefone.Ana ouviu a conversa deles e entendeu mais ou menos do que eles estavam falando, parecia ser sobre o incidente em que ela foi raptada mais cedo.As sobrancelhas de Ana se franziram e, quando ela estava prestes a falar, Leo de repente estendeu a mão e alisou as rugas entre suas sobrancelhas.- Está com medo? Não se preocupe, este é o meu território, eu não vou deixá-los fazer o que querem. Se alguém ousar prejudicá-la novamente, eu lidarei com eles um por um. - Disse Leo, seu tom frio, mas olhando para Ana, seus olhos estavam cheios de ternura.Este Leo parecia ter uma estranha contradição, como se ele fosse metade anjo e metade demônio, exalando um tipo diferente de charme.Ana ficou atônita por um momento antes de sacudi
Com uma resposta satisfatória, o sorriso nos lábios de Leo se aprofundou.Ana, no entanto, não percebeu esses detalhes, franzindo a testa.- Embora eu vá ficar aqui, ainda há coisas importantes que quero fazer.Quando estava no exterior fazendo a compatibilidade de medula óssea para Pedro, ela descobriu que Sérgio não era seu pai biológico. Contudo, porque aquele homem era tão desavergonhado que caluniou sua mãe, acusando-a de infidelidade, Ana o expulsou e nunca mais o viu.Agora, ela sentia a necessidade de descobrir o que realmente aconteceu. Talvez, Sérgio pudesse fornecer algumas pistas.Se neste mundo, ela realmente tivesse uma irmã gêmea, Ana sentia o impulso de encontrá-la. Afinal, seria a única pessoa com quem ela ainda teria um vínculo sanguíneo, além de sua mãe e Pedro.- Que assunto? Diga-me. - Vendo a expressão séria de Ana, Leo parou de provocá-la.- Eu gostaria de ver Sérgio, acho que ele pode saber algo.O nome "Sérgio" fez Leo arquear a sobrancelha.Depois da morte de