Depois de retornar naquele dia, Rafaela fez uma análise meticulosa de todos os prós e contras com Paulo, deixando claro que Ana, uma pessoa comum, não poderia contribuir de nenhuma forma para o seu desenvolvimento. Agora, ela era a mulher de Leo, e de acordo com a tradição, Paulo deveria chamá-la de tia. Estar com uma mulher como ela, significaria passar a vida toda sob o olhar e fofocas alheias, como uma agulha nas suas costas. Como mãe, como ela poderia assistir impassível enquanto o futuro do seu próprio filho era arruinado? Por isso, nos últimos dias, Rafaela se esforçou ao máximo, buscando algumas jovens belas e refinadas, até mesmo aquelas que antes não lhe pareciam adequadas. Qualquer uma delas seria milhares de vezes melhor do que a destrutiva Ana. - Deixa isso pra lá, entre.Hoje Rafaela convidou uma das jovens de quem mais gostava, que também estava estudando medicina e vinha de uma família de médicos, certamente teria muito em comum com Paulo. Paulo acenou com a cabeça
- Por favor, não fale assim de Ana, ela não é a pessoa que você está descrevendo. - Paulo, ao ouvir os insultos de sua mãe à Ana, não hesitou em defendê-la.Quando ele não tinha dinheiro, nos piores momentos de sua vida, Ana estava ao seu lado. Ela era tão bondosa, otimista, a menina mais maravilhosa que ele já havia conhecido. Ele não permitiria que ninguém a difamasse em sua presença.Paulo olhou desapontado para Rafaela, virou-se e pretendia sair.Rafaela se adiantou para impedi-lo, mas Paulo a ignorou completamente, soltou sua mão e partiu.Rafaela estava à beira da explosão. Era isso que diziam sobre um homem esquecer sua mãe depois de se casar?Rafaela, com uma determinação firme em seu olhar, chamou prontamente os seguranças da casa. Eles cercaram Paulo, mantendo-o firme. - Se você está tão obstinado, então fique aqui em casa e acalme-se! Ela exclamou, sua voz ressoando com uma autoridade irrevogável.Paulo estava ocupado procurando Ana, como poderia suportar ser confinado nes
Ana estava completamente alheia, sua mente estava focada em como ela explicaria para o Sr. Dantes a complexa relação que tinha com os dois homens da família, tio e sobrinho. O carro deslizava lentamente, Ana, preocupada com seus próprios pensamentos, não prestava atenção no que acontecia ao redor. Quando finalmente acordou de seus devaneios, percebeu que, sem que se desse conta, o carro havia chegado ao centro da cidade. A família Santos, por outro lado, devido à preferência do Sr. Dantes por lugares tranquilos, tinha estabelecido sua residência nos subúrbios da cidade. Obviamente, eles estavam indo na direção errada.Ana sentiu uma sensação sinistra brotando em seu coração, mas ela se forçou a manter a calma. - Motorista, acho que você se enganou no caminho, não estamos indo para a casa dos Santos, não é?–Ela perguntou.O motorista pisou no freio e parou o carro. - Não, estamos exatamente onde deveríamos estar. Antes mesmo de Ana poder reagir, o motorista já havia saído do carro.
- Caramba, essa mulher parece ser bem normal, mas fez uma coisa dessas, que nojo! Provavelmente ela deve ter empurrado a mãe dela para uma situação difícil, forçando-a a ter que expor sua própria filha publicamente!- Olha só para o jeito dela, deve ser uma reincidente. Agora está sendo exposta publicamente, bem feito!- Isso mesmo, esse tipo de pessoa merece ser apontada por todos, para que ela não possa causar mais estragos por aí.Um grupo de pessoas, depois de ouvir o testemunho emocionante de Rafaela, imediatamente ficou do lado dela, concordando que foi Ana quem errou primeiro e a xingando sem parar.Vários comentários desagradáveis ecoaram, levando Ana ao limite emocional.- Eu... Eu não fiz isso, eu não fiz!!!Ana tentou se defender com todas as suas forças, mas parecia tão impotente.Ela nunca imaginou que as coisas iriam acabar assim. Se soubesse, jamais teria se casado com o Leo.Mas quando as massas se agitavam, perdiam completamente o controle.As tentativas de defesa de A
Devido ao grande número de pessoas, todos aqueles que agiram, tinham certeza de que não seriam responsabilizados, então ninguém recuou.- Não esperava que essa mulher não só fosse sem vergonha, mas também fosse atrevida.- Rápido, arranquem a roupa dela, vamos ver como ela vai continuar aprontando e seduzindo maridos de outras pessoas.Assim que as palavras foram ditas, alguém imediatamente seguiu o exemplo.Algumas eram fofoqueiras intrometidas, outras eram donas de casa.- Vocês todos, saiam de perto de mim! - Ana lutava, balançando os braços desordenadamente, mas não conseguia resistir contra tantas pessoas.Ela tentou pegar o celular para ligar para a polícia, mas de repente lembrou que seu celular já havia sido confiscado por Leo. Ela não tinha nenhum meio de entrar em contato com ninguém, agora.O que ela poderia fazer...As pessoas ao redor perceberam que a resistência de Ana estava diminuindo, e todos aqueles que estavam apenas observando, começaram a tirar fotos e gravar vídeo
Quando pensava nisso, Paulo estava furioso, ao imaginar que Ana estava sendo alvo de olhares e comentários maldosos, com as palavras mais cruéis sendo usadas contra ela. Como ele sofria com essa situação!Ela era apenas uma pobre garota, como seria capaz de aguentar uma tortura dessas? Ele precisava ir ajudá-la!As pessoas lá fora o ignoravam, então Paulo pegou uma cadeira próxima e tentou arrombar a porta, mas ela permaneceu intacta, sem nenhum sinal de que ia se abrir.Rafaela terminou suas tarefas e, ao chegar em casa, ouviu o som de Paulo destruindo coisas em seu quarto, como se estivesse enlouquecido. Ela ficou chocada, mas ao mesmo tempo aliviada.Ao ver Paulo agindo de forma tão enlouquecida, ela percebeu o quanto aquela pessoa desprezível era importante para ele, e ficou feliz por ter tomado essa decisão tão sábia.- Paulo, não se preocupe à toa, eu não vou deixar você sair. - Mãe, eu não posso ficar vendo a Ana assumir toda a culpa sozinha, mesmo que haja erro, eu também sou
Aquelas palavras apenas deram voltas na cabeça dele, incapazes de serem profundamente refletidas.Maldição...Leo jogou a caneta com força na mesa, afrouxou a gravata e saiu, pronto para tomar um pouco de ar fresco.Ao sair, alguns estagiários, que acabaram de chegar para trabalhar, sussurravam fofocas.- Vocês viram aquele vídeo, a mulher lá dentro parece familiar, né?- É aquela que costumava trabalhar aqui na nossa empresa, a Ana... Ana alguma coisa?- Ana Lopes, mas eu achava que ela era séria na época, nunca imaginei que faria uma coisa dessas, realmente não se pode julgar as pessoas da aparência!- Mas olha só como ela está agora, é uma situação terrível. Provavelmente não terá mais cara para viver na Cidade S. E se fosse comigo, acho que preferiria estar morto.Inicialmente, Leo não estava prestando atenção ao que esses estagiários estavam dizendo, mas quando ouviu o nome Ana e as descrições do que aconteceu, ele parou de repente.- Vocês estavam falando de quem?- Senhor, nós a
Leo se sentou no carro e pisou fundo no acelerador. Como uma flecha disparada, o veículo se afastou da empresa em alta velocidade.Mesmo com a velocidade no limite, o homem cerrava os dentes, fixando o olhar na estrada.Aquela mulher, era melhor não ter nenhum problema antes que ele chegasse....Cercada por um grupo de pessoas, Ana, sem outra opção, acabou se escondendo embaixo de uma cadeira no parque. Ela segurava firmemente as mãos e os pés nas pernas da cadeira, impedindo que aqueles indivíduos tivessem a chance de levá-la embora.Os espectadores, ao verem que ela se escondeu nesse lugar, gradualmente perderam o interesse e se dispersaram.No entanto, mesmo assim, Ana não se atrevia a se mover. Seu olhar vazio estava fixo à frente. Neste momento, esse lugar era o mais seguro para ela.Alguns pedestres, ao verem uma mulher encolhida em um lugar como esse, não puderam deixar de olhar torto.No entanto, Ana não tinha mais nenhuma reação. Parecia que sua alma tinha sido esvaziada, ape