Leo não falou mais, seu olhar se voltava para o rosto pálido de Ana sob a luz, ainda marcado por cicatrizes e manchas de sangue, emanando uma vulnerabilidade tocante.Mas talvez tudo isso não devesse mais ser sua responsabilidade. Sob o olhar atento de Dantes, Leo se virou e deixou o lugar.Dantes ordenou que vigiassem Paolo, e em seguida, seguiu Leo.Embora Paolo fosse seu neto, os laços com Leo, criado sob seus olhos desde pequeno, eram indiscutivelmente mais fortes. Poupar sua vida já era mais do que suficiente.Quanto ao resto, ele não tinha interesse em se envolver.Saindo, o ancião viu Leo prestes a abrir a porta do carro e o abordou.- Você nesse estado ainda quer dirigir? Vamos, veja sua mãe.Disse isso e, puxando Leo, subiu no carro estacionado ao lado. Leo não protestou. Após deixar o hospital, embora fisicamente presente, sua alma parecia perdida.Seu coração, vazio, como se algo essencial tivesse sido arrancado, levando consigo suas emoções.Dantes, observando seu estado de
Dantes imediatamente ficou com uma expressão feia. Sempre se sentiu culpado em relação a Mariana, por isso não queria vê-la sofrer nem um pouco. Ele sabia muito bem o quanto ela sentia falta dos dois netos. Antes, quando estavam no país de origem, Mariana frequentemente falava sobre o desejo de ver seus netos. Não esperava que essas duas crianças fossem criadas tão cruelmente... Parecia que essa Ana era mais temível do que imaginavam. Talvez, ao criar os filhos, ela ocasionalmente os influenciasse, cultivando neles um ódio pela família Santos, o que fez com que uma criança de cinco anos pudesse machucar seus próprios parentes.- Isso é inaceitável. Se eu soubesse, teria trazido as crianças mais cedo. Não sei o quanto Ana as influenciou, mas a educação futura deve ser rigorosa, não podemos deixar que façam algo tão perigoso novamente. - Dantes falava seriamente, já pensando em como disciplinar as crianças no futuro. Leo franziu a testa, prestes a dizer algo, quando de repente ouviram
Apenas... Pedro falou por muito tempo, mas Leo não mostrou intenção de se mover.Tomás, ao lado, observava sua expressão facial, como se de repente tivesse percebido algo. Crescendo em meio ao perigo, Tomás era muito sensível às expressões faciais dos outros.Tomás se aproximou e perguntou em voz baixa:- Pai, você acredita naquelas coisas?Ao ouvir isso, Pedro também levantou a cabeça rapidamente, observando a expressão de Leo.Era verdade, se fosse antes, sabendo que algo aconteceu em casa, Leo não estaria hesitando assim. Provavelmente, ele desejaria poder voar diretamente para lá.Agora, esse comportamento não tinha outra explicação senão acreditar naquelas absurdidades.Leo, vendo a expressão ferida dos dois meninos, ficou atordoado.- Que coisas? Vocês viram tudo?Esses eventos vergonhosos, Leo nunca pensou em deixar os dois meninos saberem. Eles ainda eram jovens, e saber demais sobre a escuridão do mundo adulto precocemente poderia afetar sua saúde mental.- Ela nos mostrou tud
Antes, Mariana apenas disse que foram duas crianças que lhe bateram, ocultando informações tão importantes.Quando Leo a confrontou, Mariana ficou um pouco irritada e envergonhada.- Por acaso não foi Ana quem causou tudo isso? Aquelas crianças estavam loucas, recusaram-se a ir comigo, insistindo em voltar para encontrá-la. O que mais eu poderia fazer?Dantes, ao ouvir isso, também defendeu Mariana.- Sim, mesmo que a abordagem da sua mãe tenha sido um pouco inadequada, ainda foi Ana quem fez o pior. Além disso, sua mãe está ferida, e você, como filho, não oferece conforto, mas a confronta dessa maneira. Foi assim que eu te ensinei?Leo sentiu que era impossível se comunicar com as duas pessoas à sua frente, suspirou e foi embora.Nesse momento, ele se sentia exausto, os problemas com Ana, a falta de cooperação das crianças e a pressão constante dos pais...Leo voltou para seu quarto, acendeu um cigarro e começou a fumar.Anteriormente, por Ana não gostar do cheiro do cigarro, Leo havi
Claudia ficou surpresa por um momento, prestes a cumprimentar, quando Mariana, de maneira agressiva, falou:- Eu não sei o que você veio fazer aqui, mas não volte a incomodar meu filho e nem pense em usar essa aparência miserável para enganar alguém. Depois das coisas vergonhosas que sua filha fez, vocês duas deveriam ter um pouco de dignidade e se esconderem bem longe.Enquanto falava, Mariana olhou de cima para Claudia, com um desprezo indisfarçável nos olhos.Claudia ouviu as palavras humilhantes dela e seu rosto ficou vermelho de vergonha.- O que você está falando, Ana fez algo para ofender a família Santos, a ponto de ser humilhada assim por você?Mariana soltou uma risada sarcástica."Parece que a família Santos escondeu tão bem as notícias que até a mãe de Ana foi enganada."- Sua filha, envolvida com outro homem, foi pega em flagrante na cama, e jornalistas tiraram fotos dela. Se não fosse pela rápida ação da família Santos, agora o mundo inteiro estaria vendo essas fotos verg
Mariana também se assustou, olhando para Claudia caída em uma poça de sangue.- Eu não fiz de propósito!Ivan, ao perceber a situação, imediatamente se aproximou para verificar o estado de Claudia. Ela estava inconsciente, pálida, e parecia estar à beira da morte.Sem perder mais tempo, Ivan rapidamente colocou Claudia no carro, preparando-se para levá-la ao hospital.- Espere, espere, Ivan, peça para alguém levá-la, e você fica para organizar as coisas aqui!Mariana, de repente, percebeu que sua ação de empurrar alguém escada abaixo foi vista por muitos. Se isso fosse manipulado por alguém com más intenções, poderia causar um grande escândalo público, prejudicando seriamente sua reputação.Ivan, ao ouvir isso, franziu a testa. Nessa situação crítica, alguém estava prestes a morrer por causa do erro dela, e Mariana só pensava em como proteger sua própria reputação.Ele não sabia o que dizer e apenas respondeu:- Fique tranquila, alguém cuidará das coisas aqui. A vida é mais importante,
A voz de Ana tremia ao falar. O motorista, sem ousar perguntar mais, apenas acelerou o carro ao máximo. No entanto, para Ana, ainda parecia lento demais. Ela continuava a pressionar impacientemente, e seu rosto pálido adquiriu um tom vermelho anormal, tornando-se ainda mais sinistro.Assim que o carro parou, Ana abriu a porta e saiu correndo. O motorista então percebeu que ela nem havia pago, mas, vendo o estado dela, decidiu não segui-la para cobrar e partiu.Embora Ana estivesse fraca, ela correu aquele trecho rapidamente, como se estivesse esgotando toda a energia de seu corpo, indo diretamente em direção à sala de emergência.Chegando lá, viu Ivan parado e se aproximou, agarrando seu braço.- Como está minha mãe? Como ela pode ter se acidentado assim de repente? Ela estava bem ontem!Ivan não sabia como explicar. Apesar de ter ressentimentos contra Ana, ele não podia se desvincular completamente do ocorrido.- É uma longa história, mas agora o importante é assinar os papéis para qu
Não sei quanto tempo esperei aqui, mas finalmente, a porta da sala de cirurgia se abriu.Claudia, pálida como a morte, estava deitada na cama do hospital, sendo empurrada para fora.Ana correu trôpega até lá.- Minha mãe, como ela está?- Por enquanto, está fora de perigo de morte, mas sofreu um impacto na parte de trás da cabeça. Então, sobre possíveis sequelas, precisamos esperar que ela recupere a consciência. Existe uma possibilidade...- Qual possibilidade?Ana, nervosa, observou o médico hesitante em falar.- Pode ser que ela fique para sempre aqui, se torne uma pessoa em estado vegetativo, sem nunca mais acordar.Ao ouvir isso, Ana quase caiu, enfraquecida, mas foi sustentada pelo médico."Estado vegetativo?"A ideia de sua mãe, que sempre sorria para ela, a acompanhava e ajudava a resolver tantos problemas da vida, pensando sempre nela, deitada para sempre na cama, fez com que Ana sentisse um frio percorrer seu corpo.Ela piscou, segurando as lágrimas que ameaçavam cair.- E se