Ana parecia ter sido atingida por um raio, ficando completamente paralisada. Após um longo momento, ela finalmente murmurou:- Não importa o que você diga, eu nunca desistirei da guarda dos meus dois filhos. Eu não vou deixá-los ir...- Isso não é com você. Já mandei alguém buscar as crianças. Agora, você e ele, vão embora rápido, ou arcarão com as consequências!- Você mandou alguém levar meus filhos? Com que direito você fez isso? Devolva-os!Ao ouvir isso, Ana quase colapsou emocionalmente, sua alma inundada por um turbilhão de sentimentos. Ela, que havia dado a vida para trazer esses dois seres ao mundo, criando-os como verdadeiros tesouros cintilantes, se viu atormentada pela dúvida: como poderia abandonar suas preciosidades?Impelida por um ímpeto maternal, Ana avançou para agarrar a gola de Dantes, exigindo uma explicação com uma voz trêmula de emoção. Contudo, foi rapidamente bloqueada pela figura imponente de um segurança ágil e robusto ao lado dele, que emergiu como uma mural
Paolo não se esquivou, permitindo que Ana o batesse, afinal, ela não estava errada. A razão para ela enfrentar esses problemas era em grande parte devido às suas próprias más ações. Nesse caso, merecia ser espancado.Ana, como se não soubesse o que era cansaço, continuava a bater em Paolo, que não se defendia nem esquivava. O motorista na frente, ao ver a cena, riu com desprezo. "Agora que foi descoberto, ele se arrepende, mas é tarde demais. Que tipo de homem é esse Paolo para ser comparado com Leo? Existe uma mulher tão tola quanto Ana no mundo, que rejeita um homem rico e apaixonado por ela, escolhendo um inútil. E ainda por cima, abandona seus dois adoráveis filhos, é realmente ridículo."Depois de um tempo, Ana parou lentamente de bater. Ela percebeu que, mesmo que matasse Paolo, seria apenas um desperdício de sua energia. Mesmo com ele morto, não poderia provar sua inocência nem trazer seus filhos de volta para seus braços.Ana se acalmou gradualmente e, após um momento, como se
Ana caminhava lentamente para dentro da floresta. Embora fosse tarde, um ar sombrio e indescritível permeava o lugar. As árvores, crescidas naturalmente, eram altas e bloqueavam quase toda a luz.Por isso, após apenas alguns passos, Ana sentiu um frio indescritível e não pôde evitar um calafrio. Ela não tinha experiência em caminhadas ao ar livre, mas a presença de uma mansão imponente ao longe lhe dava uma direção.De qualquer forma, bastava caminhar em direção a mansão...A figura de Ana se ocultava lentamente na floresta. Quando ela estava prestes a desaparecer de vista, Paolo, finalmente apertando os dentes, decidiu segui-la.Se Ana morresse na floresta, mesmo que ele conseguisse deixar o lugar, carregaria a culpa de uma morte por toda a vida. Embora já carregasse grandes pecados, ele não podia simplesmente assistir Ana morrer diante de seus olhos. Então, decidiu acompanhá-la de volta.Mesmo que, na verdade, ela não precisasse.Enquanto Ana caminhava, ouviu passos atrás dela. Seu c
No momento em que o coração de Ana lentamente se afundava nas profundezas das águas, gelado e pesado, uma sequência de passos estranhos rompeu o silêncio.Ana pensou que fosse Paolo causando algum barulho, estava prestes a dizer algo quando, de repente, ouviu um som de animal.Os pelos de Ana se eriçaram instantaneamente, e ela apertou o bastão em suas mãos, rezando para que aquele som fosse apenas uma alucinação causada pelo seu extremo estresse.Mas então, o som de um animal ecoou novamente, agora ainda mais perto do que antes.O corpo de Ana começou a tremer involuntariamente, ponderando se sua decisão havia sido realmente um erro.Afinal, tudo o que ela queria era uma resposta, não queria apenas assistir impotente seus dois filhos se afastarem dela.Após um breve momento de estupefação, o desejo de Ana pela sobrevivência se sobrepôs ao medo. Ela não queria deixar sua vida nas mãos do destino nesse lugar desconhecido.Ela levantou-se e começou a correr desesperadamente, apesar de se
Ana ficou atônita por um momento, como se não esperasse que Paolo fizesse isso. Mas Paolo estava certo, então ela se esforçou para levantar seu corpo enfraquecido, só que, antes de conseguir se erguer completamente, um tiro retumbante soou ao seu redor. Um cheiro de pólvora se espalhou, e o lobo que mordia Paolo foi atingido e soltou-o, fugindo sem olhar para trás.Os tiros atrás dela não soaram novamente. Ana imediatamente foi verificar como Paolo estava.- Você está bem?Paolo, perdendo muito sangue, via tudo embaçado. Ao ouvir Ana preocupada se ele estava bem, não pôde deixar de pensar, com uma ponta de admiração, que ela ainda era uma mulher de coração mole, preocupando-se até com alguém como ele...Mas Paolo já não tinha mais forças para se manter consciente. Usando o último fôlego que lhe restava, ele falou:- Alguém está vindo, você deve ser salva. Desta vez, não seja impulsiva, você precisa sobreviver, é a única esperança. E, se puder, cuide da minha mãe...Depois de falar, a c
Ana simplesmente não conseguia entender como ele havia chegado a tal conclusão, mas mesmo assim, ela tentou explicar com esforço.- Ele acabou de me proteger de um ataque daquele lobo. Se não fosse por ele, eu provavelmente teria a garganta arrancada e morrido no local. Por isso, não posso simplesmente assistir ele morrer aqui.- E eu? - Leo de repente começou a caminhar em direção a ela, apertando os ombros de Ana com força, como se quisesse esmagar seus ossos. - Eu não fiz tudo isso por você? Por que você não se sente comovida?Os lábios de Ana se mexeram, tentando dizer algo, mas sem conseguir emitir som.Se alguém já se convenceu de algo, qualquer coisa que ela dissesse seria apenas uma defesa inútil.Ela nunca o traiu. Os esforços anteriores de Leo, ela também os havia apreciado profundamente, não foi?Caso contrário, ela não teria ignorado os conselhos de sua mãe e deixado de lado tantas preocupações, apenas para ficar com Leo.Infelizmente, agora, para Leo, talvez tudo parecesse
Se fosse antes, provavelmente Leo teria cuidado e carinho ao apertar o cinto de segurança dela, e só colocaria o carro em movimento depois de ter certeza de que ela estava bem acomodada. Agora, em apenas alguns dias, tudo mudou. Mas Ana não perdeu muito tempo nesse estado de espírito, e também não tinha mais tanta energia para se preocupar com esses detalhes. - Leo, seu pai disse que quer levar Pedro e Tomás de volta para a família Santos, eu não posso aceitar isso, você não pode levá-los embora?O olhar de Leo, que estava fixo à frente, se tornou ainda mais intenso ao ouvir essas palavras, e suas mãos apertaram o volante com mais força.Ele pensou que Ana tinha subido no carro obedientemente para explicar alguma coisa, ou talvez para pedir desculpas pelo absurdo que tinha feito.Mas não, era apenas pela custódia das crianças.Para ele, ela realmente não tinha mais nada a dizer.Um ódio indescritível se espalhou em seu coração, e com uma voz gélida, Leo respondeu devagar:- Se você
O carro se movia lentamente pela escuridão, apenas seus faróis cortando a escuridão. Dentro do compartimento estreito, a atmosfera era sufocante.Ana, sem perceber, inclinou a cabeça para o lado, caindo num sono profundo. Mais do que dormir, parecia um desmaio. Desde a manhã, ela não comeu nada, e havia passado por tantas coisas: pega em flagrante, levada a este lugar, anunciada como separada de seus dois filhos, quase morta por um lobo... Tudo isso num único dia, deixando-a exausta física e mentalmente.Leo, sentindo a respiração tranquila ao seu lado e vendo Ana aparentemente adormecida, instintivamente quis endireitar sua cabeça para que não se apoiasse na janela trêmula do carro. Mas então, achou seu gesto ridículo e, como se tivesse levado um choque, recolheu a mão.Leo riu de si mesmo com desprezo. "Esta mulher me traiu, e ainda assim não consigo evitar sentir pena dela. Devo estar louco ou apenas sou muito masoquista."Algumas coisas se tornavam hábito, não mudando da noite par