Rashid ri e abre o cinto. Eu fico vermelha. Outro sorriso e ele puxa o zíper, sua calça indo para o chão. Ele se senta na cama tranquilamente, e sem me dar ouvidos retira as suas meias.—Você precisa se acostumar comigo. Vamos para a praia, andar de iate e ficaremos na piscina. Em todas essas oportunidades o meu pai pode querer nos acompanhar. Se você tiver essa reação toda vez que me ver só de calção, vai acabar com o nosso disfarce. Então relaxa, eu não vou fazer nada com você.Ele fica de pé e me olha como se fosse normal ele estar só de cueca preta Calvin Klein no meio do meu quarto.Com o coração agitado eu reviro os olhos e, balançando a cabeça, saio em direção ao banheiro pisando duro. Fico por lá um tempão, ando de um lado para o outro me questionando se eu fiz a coisa certa ao fechar um acordo com esse cara. Toda hora ele surge com alguma novidade, algo que ele não explicou ou não revelou antes.Com o coração agitado resolvo sair do banheiro. Rashid está lá, deitado tranquil
No dia seguinte eu acordo cedo e arrumo-me. Coloco um dos vestidos que ele me deu. Pego um preto de corte simples, mas que valoriza as minhas formas e rejeito as outras opções de cores. O meu humor está mais para o vestido preto, não quero agir como um pavão que clama pela sua atenção. Na verdade, se eu puder passar despercebida será melhor. Eu estou uma pilha de nervos pois não sei o que me espera daqui para frente.Não!Na verdade, eu sei!Saio do quarto e logo sou recepcionada pela empregada, a Zilá.—Bom dia Senhorita.—Bom dia, Zilá.—Rashid já se levantou. Ele está na biblioteca, me pediu para que a Senhorita o aguardasse na sala.Eu respiro fundo, dou-lhe um sorriso e digo:—Tudo bem.Quando ela sai vou até a janela, e ao abrir um pouco as cortinas me pego admirando a praia.Há um pequeno gramado verdinho em frente à casa, depois a areia fofa e branca, logo adiante se erguem altos coqueiros e embaixo deles espreguiçadeiras com guarda-sóis. Tudo isso de frente para um lindo mar
Eu me levanto da cadeira e ele me conduz através de um corredor largo e extenso, as paredes são revestidas com papel de parede creme e dourado e há lindos quadros espalhados estrategicamente. Há também vasos com flores do campo em cima de um lindo aparador de ouro envelhecido.Ele abre uma grande porta e me vejo diante de uma biblioteca repleta de livros, uma grande televisão em frente a um sofá confortável e reclinável. Ao lado um bom aparelho de som. Mais adiante um piano que está localizado em frente a uma grande janela e uma escrivaninha com um notebook de última geração.—Aqui é o lugar preferido do meu pai, mas até isso a doença lhe roubou. Agora eu o vejo poucas vezes por aqui.Eu assinto e olho para o alto, não vejo nenhuma câmera. Encaro Rashid que me dá um sorriso diabólico.Rashid se aproxima e me envolve nos seus braços. Ele se inclina para frente até que o seu nariz quase toque o meu.—Sim, não há câmeras aqui. Mas a repetição do comportamento nos levará a perfeição. Ente
E agora? É ele no seu papel de homem apaixonado? Esse murmurar no meu ouvido é para que eu tenha esta reação? De olhá-lo com olhos apaixonados, de sorrir para ele?Mais uma vez ele consegue, logo eu estou fascinada por seus olhos fixos nos meus.—Obrigada. —Digo rouca, já com o coração agitado.—Pedi para que o capitão nos leve até um ponto do alto mar. Você sabe nadar? Podemos pular no mar, ou você prefere usar a Jacuzzi?Eu observo a linda Jacuzzi para 16 pessoas de águas claras e borbulhantes e o encaro.—Eu adoro esportes radicais, prefiro pular no mar. Adoro emoções fortes.Ele parece impressionado com a minha resposta porque as suas sobrancelhas se erguem. Seus olhos brilham com um incompreensível sentimento. Me remexo incomodada diante do seu olhar avaliador. Meu coração pulsa rapidamente.Seus olhos negros estão semicerrados. Os cantos da sua boca sensual se curvam no que parece ser o leve indício de um sorriso.Parece que eu nunca o vi tão arrogante, tão pecaminosamente sexy
—Acho que vou tomar um banho quente depois de você.—Venha cá! —Ele me puxa e me conduz até Jacuzzi. —Relaxe. Depois você toma um banho. A temperatura da água é mais quente do que a do mar. Esse seu frio já vai passar.Ele entra na Jacuzzi e estende a mão para mim. Eu seguro a sua mão e entro.—Allah, que delícia! —Digo sentindo a água quentinha nas minhas pernas. —Me dê a sua toalha. Agora entre e relaxe.Eu lhe entrego a toalha e faço como ele manda, me deito na água quente e logo sinto o meu corpo aquecido.Rashid me dá um sorriso e deixa a toalha na espreguiçadeira, logo depois pega as suas roupas que estão em um canto e some no interior do iate.Quem diria!? Eu gozando dessa vida boa, olhando para o céu com poucas nuvens, sem aquele fardo pesado sobre os meus ombros, sem aquela preocupação com as contas. Pouco tempo depois Rashid surge com uma bandeja nas suas mãos. Nela, um copo de suco de abacaxi. Eu sei disso pois ele teve o capricho de colocar uma rodela da fruta presa ao c
—Não quero que as palavras que eu disse agora a pouco causem um mal-estar entre nós. Eu estou protegendo os nossos sentimentos.O maxilar contraído dele reforça a sua determinação em me afastar sentimentalmente dele e isso me causa uma leve irritação. Só que eu não vou deixar que ele perceba isso. Não posso permitir que ele saiba até que ponto exerce este efeito sobre mim. Levanto o queixo em desafio, procurando me agarrar à convicção de que estou bem, que estou em paz.—Eu te entendo perfeitamente. Não se preocupe comigo.A expressão de Rashid se suaviza. Ele me dá um sorriso sedutor.—Ótimo.Consciente demais da presença dele eu nem percebi que o iate estava reduzindo a sua velocidade e que já estávamos encostando no ancoradouro.É uma ironia. Reflito.O único homem na face da Terra que eu tenho todos os motivos para evitar é justamente o que me prende a ele dessa maneira, lançando seu magnetismo poderoso e que me prende em uma atração irresistível... uma atração perigosa.Ele se le
KhadijaNo dia seguinte acordei antes do dia raiar. Tomei banho, depilei as pernas, me maquiei e troquei de roupa duas vezes.Demoro um pouco no quarto até dar o horário de ir de encontro a Rashid. Ele está na grande sala, sentado no sofá, lendo um jornal.—Marḥaba! (Bom dia.) —Eu digo, e lhe dou um pequeno sorriso.— Marḥaba!Rashid não me parece bem. Está com o semblante carregado, parece triste. Ele se levanta e eu vou até ele para lhe dar um beijo, como um casal apaixonado. Eu luto para manter minha compostura enquanto caminho até ele. Por dentro estou agitada. O meu coração está batendo rápido no peito e meu corpo formigando em todos os lugares. —Aconteceu alguma coisa? —Eu pergunto.Rashid estabelece uma mão na minha cintura, e me puxa para ele. Seu rosto nos meus cabelos. Estremece. Sinto ele aspirando o perfume deles. Sinto seu calor e seu cheiro, uma combinação explosiva para o meu atordoamento. —O que foi? —Eu pergunto quando ele me aperta em seus braços.Ele me afasta, s
Depois do almoço, tiro um cochilo.À tarde, na hora do café o Sheik surge na sala de jantar. Eu abro um sorriso quando ele ocupa a cabeceira. Ele parece mais corado e mais animado.—yawmun sa ʾīd (Boa tarde!) —Eu digo.— yawmun sa ʾīd (Boa tarde!) É hoje que sairá com Rashid?—Sim.Ele abre mais o sorriso.—Estou muito feliz com a evolução do namoro de vocês. Rashid demonstra estar genuinamente interessado. E pelo seu olhar dá para perceber que você ama meu filho. Seus olhos brilham quando você está com ele.Allah! Meu rosto pega fogo. Sim, as imagens capturadas pelas câmeras já falavam por si. Eu lhe dou um sorriso sem graça.—Vossa majestade se preocupa muito com Rashid.—Sem “vossa majestade”, por favor. É natural. Ele já tem quarenta e um anos. Com pouco mais da metade disso, eu já tinha todos os meus filhos. Eu só fui feliz realmente quando encontrei minha Layla e formei minha família. Dinheiro não é tudo. Rashid é vazio, por isso mergulha tanto no trabalho. Ele não era feliz, at