(Renata Valentini)Não consigo parar de chorar, já tem um dia que descobrir estar grávida do homem que me abandonou e que também, muito provavelmente, já está casado com outra mulher.Levei uma semana para aceitar que fui realmente abandonada, por longos setes dias, liguei a cada cinco minutos, parei apenas quando a voz feminina na linha disse que o número discado não existe. Aquilo foi como um balde de água fria na minha cabeça que insistia em dizer que ele iria voltar, iria se explicar e que continuaremos juntos.No trabalho, a Sophie sumiu no dia seguinte a discussão na sala de reuniões, perguntei ao Lucas, ele respondeu que ela voltou para o país dela junto ao marido. No horário do almoço, mesmo sem querer, acabei ouvindo umas meninas fofocando que o atual presidente (Lucas) tinha um caso com Sophie e que era por isso que ele estava tão irritado, pois a sua amante foi embora. Eu fiquei chocada, jamais imaginaria que uma mulher tão gentil como ela seria capaz de trair o marido.— M
(Renata Valentini) Uma semana depois: — Mi scusi! — ‘Com licença!’, falo com a cara ardendo de vergonha e rapidamente fecho a porta da presidência. Eu realmente não queria ter visto essa cena, meu estômago revira, as lágrimas ardem nos meus olhos. Aquela mesa... na mesma posição que aquela mulher estava, dois meses atrás eu também estava, e Filippo estava entre as minhas pernas enquanto nos beijávamos loucamente ante de irmos para a sala de reuniões. Sento-me na cadeira da minha mesa, e carinhosamente acaricio a minha barriga, eu agora estou com sete semanas de gestação e amanhã vai ser o dia em que poderei ouvir o coraçãozinho do meu bebê, ah, eu estou tão ansiosa! Novamente, sinto o meu coração se apertar, Filippo não estará comigo, ele não vai acompanhar o desenvolvimento do nosso bebê e nem o conhecer... Eu ainda sinto a falta de Filippo, mesmo tendo sido abandonada, eu queria muito vê-lo passar por aquela portar, entrar na sala da presidência, sentar na sua cadeira e dizer-me
(Renata Valentini)Apesar de sentir que abri os olhos, parece que não o fiz, a escuridão está tão espessa que a sensação é de que fiquei cega. Levanto de onde quer que eu esteja, e a minha cabeça lateja, parece que sem mamutes passaram por cima de mim. Tateio o chão, é fofo e macio, sigo engatinhando e encontro as paredes, elas são da mesma textura do chão, macio fofo e frio. Com passos lentos caminho até encontrar um canto da parede e sento-me, abraço os meus joelhos, sinto os meus olhos arderem.“Por que estou aqui? O que vão fazer comigo?” — O medo corta o meu peito e as lágrimas coem como cascatas, não sei por quanto tempo eu dormir, e nem onde estou, não consegui ver o rosto dos homens que me sequestraram. O meu coração dói tanto, eu antes de apagar supliquei para que Filippo aparecesse e salvasse-me mais uma vez, mas isso não vai acontecer, ele não vai aparecer por mim, talvez ele nem mais se lembre da minha existência.Constatar isso machuca-me, mesmo já tendo passado dois mese
(Renata Pelegrini)— Cof-cof! — Desperto sentindo o meu rosto molhando, a água fria entrou pelo meu nariz. Isso arde.— Pensei que não ia mais acordar. — A voz de um homem desconhecido fala perto de mim, obro os olhos e o vejo com um balde na mão.— O que você quer? — Pergunto com a voz fraca, o meu corpo inteiro ainda dói.Ontem, eles entraram na sala onde eu estava, assim que a porta abriu eu tentei fugir, mas antes que eu alcançasse a porta tomei um soco tão forte na boca do estômago que senti o gosto metálico na minha boca, acabei vomitando também, e logo depois desmaie em cima do meu vômito misturado com sangue. E agora, acordo aqui, num lugar totalmente diferente. — Atrás daquela porta, tem um banheiro, tome banho. — O homem joga uma toalha e um vestido no meu rosto. — Tem cinco minutos, se não sair, eu entro e termino de banhar-te.Um calafrio horripilante percorrer a minha espinha, mesmo me sentindo fraca e um pouco zonza, levanto-me da cama e com passos apressados sigo par
(Renata Pellegrini)— Dei-me a tua mãe. — Tiago pede com a mão estendida.Eu chorei por tanto tempo que perdi a noção desde a hora em que Tiago saiu para atender o telefone, não sei se passaram minutos ou passaram-se horas, estou deitada abraçando as minhas pernas, as lágrimas ainda caem amargas pelos meus olhos. Amanda... Caio... será que eles deram queixa sobre o meu desaparecimento?— Estou com pressa! — Ele branda raivoso.Tiago pega o meu pulso forçando-me a quebrar o meu alto-abraço, o meu pulso arde com o seu aperto, ele desliza por meu dedo um anel com uma pedra solitária no centro, tento puxar a minha mão, mas, ele aperta ainda mais me obrigando a permanecer imóvel.— Se você tirar o anel, eu decepo a sua mão. — Ele ameaça-me saltando a minha mão.Massageio o meu pulso, a minha pele está ardendo.— Por que colocou essa coisa no meu dedo? — Pergunto com a voz rouca pelo choro.— Para que todos saibam que você agora é a minha noiva.— Seu louco! Jamais me casarei com você! — Gr
(Filippo Valentini) O silencio que se estende por esta sala é pesado, olho para o velho Dominic e na sua cara enrugada dá para ver que, assim como eu, ele também está a esperar por uma resposta de Vicenzo. — Renata foi parar na empresa de Filippo por causa de Matteo, ele sempre soube onde a sua neta estava e ajudou o pai dela a mantê-la escondida de você. — Vicenzo olhando para o velho, cuja a feição começa a ficar vermelha de raiva. — Passei anos pedindo a vossa ajuda para encontrar a minha neta, e foram vocês que a mantiveram escondida de mim por todos esses anos!? — A pesar de Dominic fala se controlando, nota-se no seu tom rouca a raiva. — Vocês têm noção do... — Você matou a sua única filha, diante de todos como exemplo do que acontece com que desobedece às suas ordens. — Vicenzo o interrompe. — Você açoitou-a e depois a fuzilou, sua própria filha! Você nem sequer deu um enterro a ela, mandou que a jogassem em algum buraco alegando que ela trazia vergonha para a sua famiglia!
(Renata Pelegrini)— Vista! — Tiago joga um bolsa na minha direção, não me esforço para agarra-la, eu deixei-a cair nos meus pés.Ele sai do quarto e tranca a porta por fora, já tem meia hora que desci daquele helicóptero, vomitei duas vezes e agora estou a vestir apenas um roupão. Não faço a mínima ideia de onde estou, eu desmaiei após levar um tapa no rosto por vomitar em cima dele duas vezes.Pego a sacola do chão e puxo a roupa, o meu coração sangra ao ver o vestido completamente branco, o deito na cama e toco as pedrinhas que enfeitam o decote tomara que caia no formato de coração. Parece um vestido de princesa, cheio de babadinhos que vão até o chão.Não consigo controlar as lágrimas, e consequentemente também não controlo os soluços, sento-me no chão apoiando as minhas costas na cama.Eu sempre quis casar-me, vestir um vestido tão lindo quanto esse e ser feliz com a minha família, eu pensei que iria casar-me com Filippo, doce ilusão... Ele abandonou-me, apenas se divertiu comig
(Filippo Valentini) Mesmo com uma bala alojada no meu braço e o sangue escorrendo por cima do meu olho esquerdo, devido ao golpe com uma barra de ferro que levei na testa, o que mais doí-me é vê-la com o rosto inchado — nitidamente porque apanhou — e completamente molhado de lágrimas. Sinto o ódio percorrer por minhas veias. — Togliete le mani da mia donna! — “Tire as suas mãos de cima da minha mulher!”, brando raivoso enquanto ergo a minha arma, aponto-a para o verme que segura Renata pela cintura. — Sabia que é feio aparecer numa festa em que não foi convidado, ragazzo? — Tiago debocha enquanto aponta a arma na cabeça da Renata. — Mas o teu padre não teve o devido tempo para educar-te, não é? Pobre homem, morreu jovem demais. — Sequestrar a noiva de outro homem, não é educado. — Revido e destravo a arma, ao ouvir o som da arma dele fazendo a mesma coisa, controlo-me para não demonstrar o nervosismo. Preciso manter-me frio, o plano precisa seguir. — Oh, então você descobriu. Ma