— Então, obrigado, veterano. Serafina pegou naturalmente o copo de café ao lado de Leandro, abriu a tampa, tomou um gole e fez uma careta de desgosto: — Doce demais, isso não é nada saudável. Você precisa beber menos. Ela colocou o copo de café de volta na mesa e começou a conversar com Leandro. Os dois falavam sobre assuntos médicos e especializados, e Marília não conseguia participar da conversa, apenas observava a proximidade entre eles. Diógenes puxou assunto com ela: — Mimi, você já alugou um apartamento? Marília respondeu: — Sim, já aluguei e já me mudei. — Em qual condomínio? — Jardins do Vale. — Quanto por mês? — Dois mil e quinhentos. Assim que ela disse isso, os outros dois pararam de falar e a olharam. Diógenes ficou surpreso: — Você alugou um apartamento inteiro, com um quarto e uma sala, ou está dividindo com alguém? — Aluguei inteiro. — Um apartamento inteiro por apenas dois mil e quinhentos? Pelo que me lembro, o aluguel nesse condomínio c
Marília olhou para Leandro. Diógenes falou novamente: — Leandro não. Ele é da Universidade São Lucas. Quando fez intercâmbio na Universidade Nova Horizonte, o orientador de Serafina o supervisionou por seis meses. Marília assentiu. ... Depois do almoço, Marília voltou para a loja. Diógenes subiu as escadas com Leandro e entrou com ele no consultório. — Leandro, você não acha que o que Serafina disse agora foi um pouco exagerado? Leandro não respondeu. Apenas pegou o relatório do pós-operatório de um paciente e começou a ler. Diógenes continuou falando sozinho: — Mas o Jardim do Vale é um conjunto habitacional reconstruído, e a administração desses lugares costuma ser bagunçada. Meus pais até pensaram em comprar um apartamento usado lá para mim, mas, quando foram ver, acharam que havia gente demais e preferiram um imóvel novo. Embora o senhorio da Mimi seja da Universidade Nova Horizonte, o acho suspeito. Me sinto um pouco inquieto. Além disso, a Mimi é uma garota so
Marília tirou do bolso o batom que havia preparado com antecedência e saiu, o segurando entre os dedos. O homem estava perto da janela panorâmica, fumando. Ao ouvir o barulho, virou a cabeça e disse com indiferença: — Achou o batom? Marília assentiu e estendeu a mão, mostrando o batom para ele. — Então, não há mais nada, certo? Marília lançou um olhar para a mesa de jantar e viu que ele estava comendo. Então, perguntou: — Você se importaria se eu jantasse com você? Leandro parou por um instante. Marília continuou: — Acho que você não vai conseguir comer tudo isso sozinho. Jogar fora seria um desperdício. Eu ainda não jantei, e cozinhar agora daria muito trabalho. Não acha? Na mesa, havia quatro pratos bem servidos, e Marília tinha certeza de que ele não daria conta de tudo. Além disso, sabia que Leandro não comia comida requentada. — Como retribuição, amanhã posso trazer o almoço para você. Assim, economiza uma refeição. Bem vantajoso, não acha? Dessa forma, el
Marília tinha muita confiança em suas habilidades culinárias. Naquele dia em que jantou com Leandro, ele comeu bem. Hoje, no entanto, seu apetite claramente não era o mesmo. Leandro não respondeu e permaneceu sentado ali, elegante e silencioso, descascando camarões. Marília insistiu: — Que tal pensar na minha proposta? Eu poderia cozinhar para você, e você só precisaria cobrir o valor dos ingredientes. Assim, resolveríamos as refeições do almoço e do jantar para nós dois. Comparado a contratar uma empregada, comer no refeitório ou pedir delivery, você economizaria bastante! Além disso, a comida que eu faço é saudável e higiênica. Posso preparar pratos variados todos os dias. Sei que seu estômago é sensível, então posso aprender receitas que ajudem na digestão. Se houver algo que você goste, é só me dizer que eu preparo. Se eu não souber fazer, aprendo na internet. Garanto que... Leandro a interrompeu: — Você também agradava o Anselmo desse jeito? Marília ficou sem palavra
Leandro resolveu as questões da empresa, saiu do escritório e, ao ouvir vozes na cozinha, seguiu para lá. Ao chegar, viu Marília e Luana conversando e rindo juntas. Luana já havia embalado todo o lixo e, ao ver o Dr. Leandro sair, sorriu e disse: — Ah... Mimi... Não vou atrapalhar o casalzinho, já estou de saída. Marília ficou desconfortável ao ouvir a palavra "casalzinho". Quando escutou o som da porta se fechando na entrada e percebeu que restavam apenas os dois na casa, sob o olhar indiferente do homem, se apressou em explicar em voz baixa: — Eu já disse a ela que não temos esse tipo de relação, mas ela não acredita! Leandro assentiu levemente e se virou para sair. Marília o chamou: — Leandro! Ele parou e se virou para encará-la. — Algum problema? Marília se aproximou, um pouco sem jeito: — Então... sobre o que eu disse antes, sobre a tia Luana cozinhar... Não leve aquilo a sério. Agora eu entendi a situação, sei que ela não teve uma vida fácil. Finja que eu nu
Leandro não tinha dirigido muito longe quando seu celular tocou. Ele estava parado no semáforo em um cruzamento e pegou o telefone para olhar. Era um número sem identificação. Era Marília ligando. Ele teve um pressentimento estranho e atendeu rapidamente. Do outro lado, a voz ansiosa da garota veio primeiro: — Leandro, a luz acabou enquanto eu estava tomando banho. Acho que o fusível queimou. Você pode vir dar uma olhada para mim? — Acrescentou rapidamente Marília. — Eu ia chamar o proprietário, mas está tarde e estou com um pouco de medo. Leandro não hesitou e respondeu com firmeza: — Se vista. Eu já estou indo. — Obrigada. Assim que ela desligou, Leandro fez a conversão no próximo cruzamento e retornou imediatamente. ... Depois de se vestir, Marília ficou esperando no corredor. Quando viu Leandro sair do elevador, correu feliz ao seu encontro: — Você veio! Leandro havia comprado algumas ferramentas e fios no caminho e rapidamente resolveu o problema da fi
À noite, Marília ficou segurando o celular por um bom tempo antes de finalmente transferir os trinta mil reais restantes. Renato enviou: [O que significa isso?] Marília respondeu: [Não posso me aproveitar de você, aceite.] Do outro lado, ele começou a digitar, parou, digitou novamente e, só depois de um minuto, enviou: [Srta. Marília, foi porque eu a procurei à noite que seu namorado entendeu errado?] [Não. Eu sei que o aluguel de casas como a sua, aqui na região, geralmente custa entre seis e sete mil por mês. Mesmo nesse condomínio, o valor mínimo é de cinco mil. Você me alugou a casa por dois mil e quinhentos... isso realmente não faz sentido!] [Minha família recebeu várias casas por causa da desapropriação, então posso cobrar menos.] [Isso não é cobrar menos, é cobrar a metade. Não é justo com você. Além disso...] Marília hesitou por um bom tempo antes de finalmente digitar o resto: [Tenho um namorado e não quero que ele pense mal.] Do outro lado, Renato ficou em s
— Anselmo, você tá maluco... — Leandro, estou aqui com a Mimi! Marília viu Leandro e Serafina se aproximarem com suas bandejas e rapidamente desligou o telefone, bloqueando o número. Leandro continuou sentado ao lado de Diógenes, enquanto Serafina se sentou ao lado dela. Marília não ficou surpresa ao ver Serafina ali. Já Serafina, ao notar sua presença, esboçou um sorriso falso e disse: — Srta. Marília, você por aqui novamente! Marília percebeu que a outra não gostava dela. Sabia que Serafina também estava interessada em Leandro, mas, como ele não tinha namorada, ainda podia competir por sua atenção. Antes que Marília pudesse responder, Diógenes falou por ela: — Mimi acabou de recarregar o cartão do refeitório. A partir de agora, vai almoçar conosco todos os dias! Serafina ergueu uma sobrancelha e sorriu ironicamente. — O refeitório daqui tem uma comida bem comum, né? Acho curioso que uma pessoa tão refinada como a Srta. Marília aprecie essas refeições... Será que