P.V. Layla BarrettNão conseguiu dizer não para Daniel. Nunca havia parado para perguntar como ele estava se sentindo em relação a gente e sobre ter que esconder o nosso relacionamento. Sei que mais uma vez ele passaria pela sua vontade e faria o que eu pedisse. Por mim a gente continuaria no anonimato e mais uma vez estaria pensando apenas no que quero.Na sala do Edmon, não havia como explicar o motivo de querer esconder. Estávamos bem daquela forma e, é claro, a ideia de sermos alvo de olhares e de pessoas explorando nosso relacionamento para se promover me irritava profundamente. Daniel era uma figura pública e eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.Agora que as coisas realmente estavam acontecendo, não se tornavam mais fáceis.Daniel estava em contato com sua assessoria e andava de um lado para o outro na minha sala. Já havia saído notícias oficiais em suas redes sociais confirmando nosso relacionamento. Meu celular não parava de tocar e eu não fazia ideia de quem
Dou meia volta olhando no grande espelho em dúvida, se eu usaria esse vestido para o jantar ou não. Gosto dele e o caimento está muito bom. Meu cabelo solto em ondas está um pouco menor do que estou acostumada, um palmo apenas, mas para mim faz toda a diferença. Joguei o cabelo para um lado e depois joguei para o outro. Completamente indecisa de como usar.– Layla, você planeja ficar quanto tempo aí? – Daniel entrou no quarto e eu continuei me olhando no espelho.– Não sei se essa roupa…– Está perfeita! Agora vamos.Me virei para ele. Aquele formigamento nos dedos e os pensamentos involuntários dizendo que não dará certo estão voltando com força total. Eu não deveria ficar desse jeito, mas como fugir de todos esses sentimentos que me atropelam como se fosse um carro em alta velocidade? Aqueles homens conseguiram umas fotos minhas enquanto entrava no táxi, porque foi aí que eles tiveram certeza de quem eu era. Virei notícia sendo as primeiras fotos após a revelação do meu relacionamen
Fizemos os pedidos e esse momento trouxe um pouco de paz. Daniel perguntou como estavam seus pais e como tinha sido a viagem. Seus pais moravam na Austrália e, como Cathleen era uma das advogadas de Daniel e costumava ficar em Los Angeles, um lugar que ela gostava muito, vinha a Nova York quando era necessário representá-lo.O Google me ajudou a conhecer mais sobre o companheirismo deles e o apoio mútuo que compartilhavam. Jeffrey, por sua vez, era um investidor e sócio de várias empresas de sucesso.– Fiquei sabendo por uma notícia que seus pais serão processados por golpe. – Cathleen pegou o guardanapo limpando o canto da boca. – Estão nas primeiras páginas dos jornais.– Mãe. – Daniel forçou um sorriso em direção a Cathleen. – Estamos aqui para você conhecer a Layla, sua nora.– Bem, você me falou que ela cortou os laços com a família. – Cathleen falou com um ar de inocência. – Mas não deixou de ser os pais dela por isso. – Ela piscou algumas vezes fingindo estar confusa. – Eu fale
P.V. Daniel Hart– Deixa eu ver se eu entendi. – Bruce passa a mão pela barba pensativo. – O jantar com seus pais foi uma grande merda. Você deixou eles na sua casa enquanto foi morar no apartamento da Layla, logo você que não gosta de apartamentos e muito menos de cachorros?Verei minha cadeira de um lado para o outro lentamente.– Você falando desse jeito que faz parece algo ruim.Bruce curvou o corpo para frente e fez uma careta.– Daniel, você não gosta de apartamentos e muito menos de cachorros. – Diz mais uma vez. Não gosto de qualquer tipo de apartamento mesmo que eu tenha alguns, porque me sinto sufocado e agoniado por maior que seja o apartamento. Não contei isso a Layla. Gosto de ter uma casa e ao abrir a porta tem um quintal. Dando alguns passos já consigo tirar o meu carro da garagem.– E não contou nada disso a Layla. – Continua dizendo. – O cachorro já é óbvio, mas não contou sobre o apartamento.– O apartamento é coisa temporária Bruce. – Massageie as têmporas. – Layla
Hoje, assim que coloquei o pé na faculdade, decidi ir embora. Os olhares e alguns deboches estavam demais, e eu nem tinha chegado à minha sala ainda. Não sabia se aguentaria até o final das aulas e queria evitar todas as confusões que envolvessem o meu nome.Voltei para casa e nem pensei em estudar; comecei a fazer os meus trabalhos. Daniel voltaria na parte da tarde, e ter o apartamento com ele não estava sendo nada mal. Apesar de ser apenas o primeiro dia, ele chegou ontem, e pedi para que não conversássemos mais sobre os pais dele. A situação ainda estava muito recente, e eu não queria me sentir culpada por Daniel estar brigando com eles.Meu celular apitou, avisando que havia uma nova notificação. Deixei meu iPad de lado e vi que era um e-m
– Por que eu receberia um contrato? – Ri. – Pedro falou sobre algum presente, mas… – Apontei o dedo para o envelope. – É do Pedro?Lembro de ter uma correspondência com o nome do Pedro, mas faz uns dois dias. Esqueci completamente. Daniel respirou fundo dando alguns passos para longe de mim. Não estou entendendo a reação dele. Ele está do meu jeito quando chegou mais cedo e pela primeira vez evitava me olhar até se acalmar. Por que ele está tão bravo? E parece que está bravo comigo.– Você está brincando comigo. Um presente? – Daniel olhou para o papel em suas mãos e deu uma risada alta e áspera. – Você continua considerando trabalhar para MoNavu, Layla? Sério?Arregalei os olhos. Nem cogitava essa ideia, mesmo depois que Pedro apareceu. Até achei estranho ele querer manter contato. Não sei o que tem naquele papel, mas agora tenho certeza que Pedro tem a ver com isso.– Daniel, você está entendendo tudo errado.– Então me explica, Layla! – Ele jogou aos meus pés os papéis em minha dir
P.V. Daniel Hart– Qual é a parte que não quero falar com ninguém você não entendeu, Bruce? – Virei o copo de uma vez sentindo um líquido do whisky descer queimando pela minha garganta. – Mas não, você teve que vir atrás de mim em São Francisco.– É claro! – Ouço os passos dele se aproximando e logo sua mão está no meu ombro me virando para ele. – Você simplesmente deixou tudo em Nova York de uma hora para outra. – Bruce tirou o copo da minha mão e se distanciou de mim colocando o copo em cima de uma mesa próxima. – Passou esse tempo todo evitando viagens e simplesmente decide aceitar vim para São Francisco.– É um trabalho importante. – Dou de ombros e passei a mão pelo cabelo quase arrancando os fios. – Bruce vai embora, cara. Não te chamei dessa vez e pelo que sei você não está precisando de nada… Sozinho. Era a única coisa que queria no momento. Aceitei um trabalho qualquer para ter um motivo para vir, minha briga com a Layla só vem me deixando mais irritado e com dor de cabeça.
Ver os dois caixões lado a lado era algo perturbador. Não consigo chorar, não consigo demonstrar algum sentimento. Fiquei parada olhando para um único lugar, os caixões. Vi as pessoas se aproximando e deixando alguma palavra de carinho, alguns até me cumprimentavam e me davam um abraço. Eu respondi no automático. Meus avós estavam sendo mais receptivos do que eu, qualquer pessoa da minha família estaria sendo mais receptiva do que eu.Porque eu estou me sentindo muito mal, mas não conseguia expressar. Eu não teria mais eles comigo, não consegui o que tentei por todos esses anos. O amor deles e foram ingratos a ponto de morrer sem me amar. A única filha. Eu só… queria mais um abraço.Meus avós já estavam cientes do acidente quando o advogado ligou avisando. Pediram para que não me preocupasse com nada, porque eles cuidaram de tudo. Hoje pela manhã me arrumei e peguei a minha bolsa para vir ao velório, não esquecendo do contrato da MoNavu. Não faço ideia de que horas são, pessoas que nã