Minha cabeça doía como se na noite passada tivesse bebido muito. Ontem fiquei até tarde finalizando meus trabalhos e terminei comigo mesmo para trabalhar um pouco mais no meu TCC. Daniel precisou fazer uma viagem de negócios a dois dias, o que acabou tendo que cancelar o jantar com seus pais. Por uma parte foi boa, não me sinto segura ainda de ver os senhores Hart.Por outro lado, é ruim porque estou me acostumando muito a ter Daniel por perto e nesse exato momento está em Milão. Não tem como eu simplesmente sair de casa e ir para casa dele ou vice-versa. Abracei Apolo e escondi meu rosto no seu pelo. Meu filho está muito cheiroso. Lembro que fui dormir quase 4 horas da manhã e não faço a mínima ideia de que horas seja agora.– Apolo, levanta e vai fazer alguma coisa para a gente comer.Meu cachorro ronronou e continuou a dormir. Com muita preguiça resolvi levantar e fui direto ao banheiro tomar um banho, meu TCC está bem adiantado mesmo eu fazendo parecer que não. Só quero terminar q
P.V. Daniel Hart– Preciso de um tempo com Layla. – Falei sem tirar os olhos da mulher na minha frente.– Mas…– Com licença, Willis. – Nada feliz olhei para ele.Edmon ficou sem graça e tratou de se retirar. Faz em média uma hora desde que entrei na sua sala e não tinha nenhuma notícia sobre o meu relacionamento com a Layla, Nick deve estar cuidando para as notícias saírem do ar. Dou alguns passos pelo escritório de Willis passando a mão pelo cabelo, mal coloquei os meus pés em Nova York e recebi uma ligação de Willis dizendo que a Layla se recusa a ser a oradora da turma.Nem sabia que ela tinha sido convidada! Passei a mão pela barba recém-feita e olhei para Layla.– Por que não me contou que foi convidada para ser a oradora da turma? Layla negou com a cabeça, dando uma risada. Ela está nervosa nos próximos instantes.– É sério que você vai querer se preocupar com isso agora? Daniel, as notícias… – Diz abaixando o tom de voz. – Mal liguei a televisão quando acordei e a primeira no
P.V. Layla BarrettNão conseguiu dizer não para Daniel. Nunca havia parado para perguntar como ele estava se sentindo em relação a gente e sobre ter que esconder o nosso relacionamento. Sei que mais uma vez ele passaria pela sua vontade e faria o que eu pedisse. Por mim a gente continuaria no anonimato e mais uma vez estaria pensando apenas no que quero.Na sala do Edmon, não havia como explicar o motivo de querer esconder. Estávamos bem daquela forma e, é claro, a ideia de sermos alvo de olhares e de pessoas explorando nosso relacionamento para se promover me irritava profundamente. Daniel era uma figura pública e eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.Agora que as coisas realmente estavam acontecendo, não se tornavam mais fáceis.Daniel estava em contato com sua assessoria e andava de um lado para o outro na minha sala. Já havia saído notícias oficiais em suas redes sociais confirmando nosso relacionamento. Meu celular não parava de tocar e eu não fazia ideia de quem
Dou meia volta olhando no grande espelho em dúvida, se eu usaria esse vestido para o jantar ou não. Gosto dele e o caimento está muito bom. Meu cabelo solto em ondas está um pouco menor do que estou acostumada, um palmo apenas, mas para mim faz toda a diferença. Joguei o cabelo para um lado e depois joguei para o outro. Completamente indecisa de como usar.– Layla, você planeja ficar quanto tempo aí? – Daniel entrou no quarto e eu continuei me olhando no espelho.– Não sei se essa roupa…– Está perfeita! Agora vamos.Me virei para ele. Aquele formigamento nos dedos e os pensamentos involuntários dizendo que não dará certo estão voltando com força total. Eu não deveria ficar desse jeito, mas como fugir de todos esses sentimentos que me atropelam como se fosse um carro em alta velocidade? Aqueles homens conseguiram umas fotos minhas enquanto entrava no táxi, porque foi aí que eles tiveram certeza de quem eu era. Virei notícia sendo as primeiras fotos após a revelação do meu relacionamen
Fizemos os pedidos e esse momento trouxe um pouco de paz. Daniel perguntou como estavam seus pais e como tinha sido a viagem. Seus pais moravam na Austrália e, como Cathleen era uma das advogadas de Daniel e costumava ficar em Los Angeles, um lugar que ela gostava muito, vinha a Nova York quando era necessário representá-lo.O Google me ajudou a conhecer mais sobre o companheirismo deles e o apoio mútuo que compartilhavam. Jeffrey, por sua vez, era um investidor e sócio de várias empresas de sucesso.– Fiquei sabendo por uma notícia que seus pais serão processados por golpe. – Cathleen pegou o guardanapo limpando o canto da boca. – Estão nas primeiras páginas dos jornais.– Mãe. – Daniel forçou um sorriso em direção a Cathleen. – Estamos aqui para você conhecer a Layla, sua nora.– Bem, você me falou que ela cortou os laços com a família. – Cathleen falou com um ar de inocência. – Mas não deixou de ser os pais dela por isso. – Ela piscou algumas vezes fingindo estar confusa. – Eu fale
P.V. Daniel Hart– Deixa eu ver se eu entendi. – Bruce passa a mão pela barba pensativo. – O jantar com seus pais foi uma grande merda. Você deixou eles na sua casa enquanto foi morar no apartamento da Layla, logo você que não gosta de apartamentos e muito menos de cachorros?Verei minha cadeira de um lado para o outro lentamente.– Você falando desse jeito que faz parece algo ruim.Bruce curvou o corpo para frente e fez uma careta.– Daniel, você não gosta de apartamentos e muito menos de cachorros. – Diz mais uma vez. Não gosto de qualquer tipo de apartamento mesmo que eu tenha alguns, porque me sinto sufocado e agoniado por maior que seja o apartamento. Não contei isso a Layla. Gosto de ter uma casa e ao abrir a porta tem um quintal. Dando alguns passos já consigo tirar o meu carro da garagem.– E não contou nada disso a Layla. – Continua dizendo. – O cachorro já é óbvio, mas não contou sobre o apartamento.– O apartamento é coisa temporária Bruce. – Massageie as têmporas. – Layla
Hoje, assim que coloquei o pé na faculdade, decidi ir embora. Os olhares e alguns deboches estavam demais, e eu nem tinha chegado à minha sala ainda. Não sabia se aguentaria até o final das aulas e queria evitar todas as confusões que envolvessem o meu nome.Voltei para casa e nem pensei em estudar; comecei a fazer os meus trabalhos. Daniel voltaria na parte da tarde, e ter o apartamento com ele não estava sendo nada mal. Apesar de ser apenas o primeiro dia, ele chegou ontem, e pedi para que não conversássemos mais sobre os pais dele. A situação ainda estava muito recente, e eu não queria me sentir culpada por Daniel estar brigando com eles.Meu celular apitou, avisando que havia uma nova notificação. Deixei meu iPad de lado e vi que era um e-m
– Por que eu receberia um contrato? – Ri. – Pedro falou sobre algum presente, mas… – Apontei o dedo para o envelope. – É do Pedro?Lembro de ter uma correspondência com o nome do Pedro, mas faz uns dois dias. Esqueci completamente. Daniel respirou fundo dando alguns passos para longe de mim. Não estou entendendo a reação dele. Ele está do meu jeito quando chegou mais cedo e pela primeira vez evitava me olhar até se acalmar. Por que ele está tão bravo? E parece que está bravo comigo.– Você está brincando comigo. Um presente? – Daniel olhou para o papel em suas mãos e deu uma risada alta e áspera. – Você continua considerando trabalhar para MoNavu, Layla? Sério?Arregalei os olhos. Nem cogitava essa ideia, mesmo depois que Pedro apareceu. Até achei estranho ele querer manter contato. Não sei o que tem naquele papel, mas agora tenho certeza que Pedro tem a ver com isso.– Daniel, você está entendendo tudo errado.– Então me explica, Layla! – Ele jogou aos meus pés os papéis em minha dir