A minha cabeça estava apoiada no encosto acolchoado da cadeira, ajeitei o meu torso e admirei a mulher linda que ajeitava o vestido e tentava se recompor. Tinha mais de dois minutos que as batidas haviam cessado.
— Vamos, garotão! — Exibiu um sorriso torto.
— Se pudesse, eu atravessaria aquela sala de estar e iria direto para o nosso quarto — resmunguei e levantei da cadeira. Puxei minha calça de linho azul e fechei o zíper. — Você sabe que não suporto aglomerações.
— Isso foi ideia da sua mãe! — Nicole arrumou os cabelos desgrenhados com as mãos, limpou a maquiagem no espelho redondo com uma moldura dourada. — Hey, desfaça essa carranca! — Virou-se e passou os braços pelo meu pescoço. — Depois do jantar podemos continuar a nossa brincadeira.
Oi, coisas ricas!
Esse capítulo encerra a visão dele sobre o Só Minha.
Querem mais?
Comenta aí para eu saber se encerro aqui ou continuo, please!
Aguardo a opinião de vocês. ʕ•́ᴥ•̀ʔ
Liguei para Nicole inúmeras vezes, mas ela não me atendeu. Estava preocupado e queria saber para onde ela teria ido com os meus filhos. Levantei da poltrona e passei a mão no pescoço. — Nicole, me diz onde você está? — Deixei a mensagem. As lágrimas ardiam nos meus olhos e a sensação de nó na garganta só crescia. Cocei a minha testa e vaguei até a varanda. Apoiei-me no batente da porta e fitei a imensidão do céu azul. Nicole sempre insistia para tomarmos café na varanda, mas eu sempre estava na correria, mal tinha tempo para comer. Disquei novamente o número dela, e mais uma vez, caiu na caixa de mensagens. — Moverei céus e terra para te encontrar! — Essa situação entre nós sempre se repetia: Nicole fugia e eu corria atrás. — Você é minha! Eu nunca vou deixar você! — Desliguei o telefone, pois os ruídos das
Eu estava no carro com o braço encostado no volante enquanto esperava Jenny sair da confeitaria. Espiei o embrulho do presente no banco traseiro pelo retrovisor e cocei o meu rosto com a barba por fazer. Estiquei o meu braço e me inclinei para abrir a porta, Jenny carregava o bolo. Entrou no carro e sentou do meu lado. Em poucos minutos chegamos ao prédio e rumamos até o sétimo andar onde Lana morava, na Zona Sul do Rio de Janeiro. — Oh! Girafa de salto alto! — Jenny fitou-me. Paramos em frente a uma porta branca no corredor com um carpete bege. — Você não tem respeito nenhum por mim! — reclamei. — Pega as chaves, por favor! — Olhou para o umbral da porta. ― Sim, você é minha! — Ajeitei meus óculos. — Nós ainda somos casados! É complicado lidar com um sentimento tão egoísta, eu a amava de tal forma que queria mantê-la sempre por perto para cuidar e proteger. ― Meu advogado entrará em contato para assinarmos os papéis do divórcio — Nicole retrucou agressivamente. — Não quero nenhum centavo do seu bolso ou da sua família. Logo vou para a minha casa e você poderá visitar os nossos filhos. "Porra nenhuma! " Aquela casa do subúrbio tinha uma construção tão antiga que a qualquer momento poderia desabar. ― Nicky, você não vai levar os meus filhos para aquela casa caindo aos pedaços. ― Me aprumei diante dela. Minha voz estava um pouco alterada. ― Vamos para a nossa casa. ― Eu não vou, Alexander! ― Nicole falou grosseiramente. ― Muito bem! — Concordei com os dentes cerrados. — Tomarei as providências cabíveis para reaver a guarda dos meus filhos. ― Franzi o cenho, peguei o copo e engoli o restante do suco de manga. ― Sou tutor do Alex. Já Eu quero você!
Em um domingo tranquilo, eu dirigia pela Avenida Brasil e seguia para o local combinado. O meu carro prata se aproximava da passarela três, fiz a curva e fui até o portão onde Nicky disse que me encontraria. Desde o aniversário de Alex, eu não parava de pensar no que a minha esposa disse sobre o nosso outro filho. Parei o meu carro numa vaga, digitei a mensagem no iPhone e enviei para Nicole. A "senhora pontualidade" estava atrasada. Apoiei meu cotovelo no volante e avistei a enorme placa do local chamado Memorial da Saudade. Admito que pensei em ligar para Nicole e pedir que ela não viesse, não queria que ela sofresse mais com aquela despedida. Me concentrei, respirei pesado e saí do meu carro. No caminho, entrei em uma floricultura e olhei alguns ramos de flores nos jarros. — Posso ajudar? — A mulher com
Eu detestava aquela casa do subúrbio, mas Nicole insistia em permanecer naquele lugar. Estava farto de argumentar, abri a porta do carro e segui Nicole que saiu antes de mim. Ela atravessou aquele portão pequeno e enferrujado e seguiu para aquela varanda minúscula com forro de estuque atacado por cupins. — Você já pode ir! — disse ela depois que entrou naquele lugar. — Eu já estou em segurança. — Tem certeza que você está segura? — Ri. — Sem ofensa, mas esse lugar é o local mais perigoso onde você e os meus filhos poderiam estar. — Ajeitei os meus óculos, entrei e afundei no estofado velho do sofá. — Quero ver o meu filho! — Ele saiu com o seu pai, Alexander! — Jogou a bolsa marrom na mesa e foi para a cozinha. — Eu espero! Fazia sete dias que eu não a via ou recebia mensagens, provavelmente, Nicole estava zangada pelas coisas que falei na hora da raiva. Meu pai me convenceu de que eu deveria dar um espaço para ela pensar. Apesar de discutirmos nos últimos dias, eu sentia falta dela e estava tão preocupado que em uma noite levantei desesperado depois de um terrível pesadelo em que eu procurava Alex e Nicole debaixo dos escombros daquele casebre. Fiquei tão nervoso que perambulei pelo quarto. Eram quase quatro da manhã quando decidi ler para distrair os meus pensamentos. O sol inundava o quarto quando peguei meu telefone e olhei a minha agenda, Annie a enviou na noite anterior. Avaliei os horários das reuniões e notei que naquele dia, Nicole compareceria ao hospital para mais uma consulta. Após o banho, coloquei Quem é esse tal médico?
— Por favor Alexander, não arrume problemas! — Jenny encaminhou-se até a porta. — Eu só quero participar da consulta. — Eu só permitirei porque você é o diretor-executivo. — Tocou na maçaneta prata e girou. Alex foi o primeiro a passar pela porta, ele abraçou Jenny e ajeitou os óculos quando me viu. Coloquei-me de pé e abri os braços. ― Papai! — Correu para o meu colo. Nicole entrou na sala e deu alguns passos comedidos pelo piso de porcelanato cinza-claro. O rosto estava mais corado e viçoso, ela me cumprimentou com o sorriso refreado enquanto eu abraçava o meu filho. ― Nicky, deite-se ali! ― Jenny indicou o interior da sala. ― Eu vou lavar as mãos e já volto. —
Pouco antes de conversar com Arthur Garcia, pedi à minha secretária que não me interrompesse, a não ser que fosse por um motivo grave. Abri a porta e fiz sinal para que o Doutor Garcia entrasse. Indiquei a cadeira que ficava de frente para a minha mesa e franzi o cenho. Tive que adiar mais uma reunião devido à porra daquele bilhete. Enfiei as mãos nos bolsos e fiquei em silêncio. — Você está diferente, quase não te reconheci. — Os lábios dele se esticaram num sorriso. Eu não lembrava do doutor Arthur Garcia, como sempre digo, não sou obrigado a forçar simpatia. — Uma das recepcionistas me mostrou quando você entrou no saguão do hospital. Dei as costas para o homem compacto e contemplei a bela vista do Corcovado que se descortinava da janela. Vislumbrei a imagem