Eu detestava aquela casa do subúrbio, mas Nicole insistia em permanecer naquele lugar. Estava farto de argumentar, abri a porta do carro e segui Nicole que saiu antes de mim. Ela atravessou aquele portão pequeno e enferrujado e seguiu para aquela varanda minúscula com forro de estuque atacado por cupins.
— Você já pode ir! — disse ela depois que entrou naquele lugar. — Eu já estou em segurança.
— Tem certeza que você está segura? — Ri. — Sem ofensa, mas esse lugar é o local mais perigoso onde você e os meus filhos poderiam estar. — Ajeitei os meus óculos, entrei e afundei no estofado velho do sofá. — Quero ver o meu filho!
— Ele saiu com o seu pai, Alexander! — Jogou a bolsa marrom na mesa e foi para a cozinha.
— Eu espero!
Oi, babies! Tudo bom?
Tenho uma curiosidade e gostaria que vocês me tirassem uma dúvida.
Em quem vocês pensam quando imaginam o doutor Alexander Bittencourt?
Me contem aqui nos comentários, estou louca para saber. ('',)
Fazia sete dias que eu não a via ou recebia mensagens, provavelmente, Nicole estava zangada pelas coisas que falei na hora da raiva. Meu pai me convenceu de que eu deveria dar um espaço para ela pensar. Apesar de discutirmos nos últimos dias, eu sentia falta dela e estava tão preocupado que em uma noite levantei desesperado depois de um terrível pesadelo em que eu procurava Alex e Nicole debaixo dos escombros daquele casebre. Fiquei tão nervoso que perambulei pelo quarto. Eram quase quatro da manhã quando decidi ler para distrair os meus pensamentos. O sol inundava o quarto quando peguei meu telefone e olhei a minha agenda, Annie a enviou na noite anterior. Avaliei os horários das reuniões e notei que naquele dia, Nicole compareceria ao hospital para mais uma consulta. Após o banho, coloquei
— Por favor Alexander, não arrume problemas! — Jenny encaminhou-se até a porta. — Eu só quero participar da consulta. — Eu só permitirei porque você é o diretor-executivo. — Tocou na maçaneta prata e girou. Alex foi o primeiro a passar pela porta, ele abraçou Jenny e ajeitou os óculos quando me viu. Coloquei-me de pé e abri os braços. ― Papai! — Correu para o meu colo. Nicole entrou na sala e deu alguns passos comedidos pelo piso de porcelanato cinza-claro. O rosto estava mais corado e viçoso, ela me cumprimentou com o sorriso refreado enquanto eu abraçava o meu filho. ― Nicky, deite-se ali! ― Jenny indicou o interior da sala. ― Eu vou lavar as mãos e já volto. —
Pouco antes de conversar com Arthur Garcia, pedi à minha secretária que não me interrompesse, a não ser que fosse por um motivo grave. Abri a porta e fiz sinal para que o Doutor Garcia entrasse. Indiquei a cadeira que ficava de frente para a minha mesa e franzi o cenho. Tive que adiar mais uma reunião devido à porra daquele bilhete. Enfiei as mãos nos bolsos e fiquei em silêncio. — Você está diferente, quase não te reconheci. — Os lábios dele se esticaram num sorriso. Eu não lembrava do doutor Arthur Garcia, como sempre digo, não sou obrigado a forçar simpatia. — Uma das recepcionistas me mostrou quando você entrou no saguão do hospital. Dei as costas para o homem compacto e contemplei a bela vista do Corcovado que se descortinava da janela. Vislumbrei a imagem
Eram 9 horas da noite quando estacionei o meu carro em frente a casa de Nicole no subúrbio do Rio. Tirei o cinto e olhei através da janela do carro, a luz da sala ainda estava acesa. Saí do meu automóvel e passei pelo pequeno portão branco com ferrugens. — Nicky! — Tirei os meus óculos e toquei na porta. Passei a tarde toda refletindo sobre o que Jenny disse pouco antes da consulta, por omitir tantas coisas da minha esposa, eu estava sozinho numa casa luxuosa e gigantesca. ― O que faz aqui? ― Os olhos amendoados me avaliavam. ― O Alex está dormindo, está tarde! Ouvi o barulho da televisão e permaneci em pé na porta. Eu ainda usava a mesma roupa. ― Você está bem? ― Tocou no meu braço. ― Entre! <
Eram 7 da manhã quando acordei com o som melodioso da música Sweet Child Of Mine, do Guns N' Roses, que tocava no meu iPhone. Pulei da cama e então rejeitei a ligação. Não demorou muito até que recebi outra mensagem de Josephiné pedindo que eu fosse buscar a minha filha. Olhei para o anjo que dormia serenamente sobre a cama com o lençol bagunçado. Fui direto para o banheiro e entrei embaixo do chuveiro. Um jato de água caiu sobre as minhas costas, fechei os olhos e ensaboei o meu corpo. A noite com Nicole me deixou mais tranquilo, porém, eu ainda estava aflito pela insistência dela em morar naquela casa. Enxuguei meu corpo com a toalha que estava pendurada na porta de acrílico cinza no box do banheiro. Coloquei a calça e vaguei pelo corredor estreito, meus pés descalços tocaram o piso gelado até a cozinha. Abri a porta do armário branco da cozinha pendurado na parede. Tinha dois pacotes de bolachas e a me
No fim de semana, fiz de tudo para evitar brigas, queria que a Nicole se sentisse segura em nossa nova casa. Meu filho ficou animado assim que entrou no quarto e observou o papel de parede. Tinha alguns prédios que remetiam à cidade de Gotham City e formavam uma paisagem. Como sempre, Nicky reclamou, aparentemente, eu estava mimando Alex demais, acredito que sua hostilidade era devido aos hormônios. Após pedir uma pizza, fui até o meu escritório para conversar com o meu advogado. Dei um suspiro pesado, peguei o telefone e liguei para Eliel Klein, queria saber o que poderíamos fazer para colocarmos Joanna atrás das grades. Embora fosse quase 9 horas da noite, ele atendeu bem mais rápido do que eu esperava. Falamos por quase dez minutos, me despedi e encerrei a ligação assim que ouvi as batidas na porta. — Entre! —
Olhei da porta fechada para Nicole. Eu estava pronto para penetrá-la, mas Annie tocou na porta mais uma vez. — Peça para ele aguardar alguns minutos. Afastei-me e ajeitei as minhas calças, Nicole estava me olhando com um ar de decepção, pelo menos ela sabe como eu me sinto quando ela me rejeita. — Você está bem? — indagou-me. — Estou! — Peguei em seus braços e ajudei a descer da mesa. — Tem certeza? Ela chegou mais perto e mostrou um sorriso, senti as mãos dela fechando o zíper da minha calça. Enterrei os dedos nos fios dos meus cabelos e joguei para trás. Estava de pau duro e nervoso com aquela interrupção. Ni
O desespero é algo terrível. Eu não sabia onde Nicky estava, se ela estava com fome ou se estava viva. Aquela situação parecia não ter saída, eu falava sem parar com o delegado Peçanha, amigo e ex-paciente do meu pai, e pedia para ele encontrar a minha esposa. Saí do escritório da minha casa e fui direto para a sala de estar. — Alexander, se acalme! — Senti a mão de Jenny tocar as minhas costas. — Eles estão verificando as câmeras e fazendo o possível para encontrar a Nicole. — E se isso acontecesse com a Lana? — Mexi nos óculos. — Entendo, amigo! — Não, você não entendeu porra nenhuma! — 8, deixei ela voltar para casa sozinha devido à porra daquela reunião, o seu primo não parava de falar. — C