O AMANHECER NO DESCONHECIDO

DE VOLTA A SAN MILIAN

O céu estava nublado quando o avião particular da empresa pousou na pista do pequeno aeroporto de San Mílian. O grupo de executivos e assistentes desembarcava com expressões de cansaço, mas com um brilho inegável de satisfação. A viagem a Tóquio havia sido um sucesso estrondoso. Contratos assinados, relacionamentos fortalecidos e, para Ethan e Isabella, algo muito mais pessoal florescendo entre as camadas profissionais.O clima no avião durante o voo de volta fora descontraído. Todos pareciam aliviados, e os sorrisos constantes mostravam que o trabalho árduo havia valido a pena. Ethan, como líder natural do grupo, não se esquivou de reconhecer o esforço de cada um.Recepção no AeroportoNo saguão, Clarice, a assistente pessoal de Ethan, aguardava com outros membros da equipe que não haviam participado da viagem. Ela acenou animadamente ao vê-los se aproximando, seu sorriso amplo como sempre.— Bem-vindos de volta, chefes! — Ela exclamou.

ENTRE O PROFISSIONAL E O PESSOAL

O relógio marcava 18h30 quando Isabella começou a guardar seus pertences. A semana havia sido intensa, mas produtiva. Os resultados da viagem a Tóquio continuavam sendo tema de conversas pelo escritório, e a equipe estava satisfeita com as conquistas.Isabella organizou os papéis sobre sua mesa, ajustou o blazer e suspirou, sentindo o cansaço do dia pesar em seus ombros. Antes que pudesse terminar, Ethan apareceu na porta de sua sala.— Pronta para ir? — Ele perguntou, encostando-se casualmente ao batente da porta.Ela ergueu os olhos, surpresa pela aparição.— Quase. Só estou finalizando algumas coisas.— Trabalhando até tarde de novo? — Ele comentou, cruzando os braços e lançando um sorriso discreto.— Alguém tem que manter tudo organizado.Ethan riu, um som baixo e agradável, antes de dar um passo para dentro.— Quer carona?Isabella hesitou por um momento. Sabia que passar mais tempo com Ethan, mesm

MAIS PRÓXIMOS DO QUE NUNCA

Isabella riu suavemente, colocando os últimos papéis em ordem.— Finalmente. Esse dia pareceu mais longo do que deveria.— Então, tenho uma ideia para relaxar. Que tal jantar na minha casa? — Ele perguntou, casualmente, mas o brilho em seus olhos entregava que era um convite especial.Ela hesitou por um momento, mas havia algo em Ethan que a fazia querer dizer sim para tudo.— Ok, mas você cozinha? — Ela provocou, levantando-se.— Você vai se surpreender. — Ele respondeu, estendendo a mão em um gesto brincalhão.No Caminho para a Casa de EthanO trajeto foi tranquilo, com a música do rádio preenchendo o silêncio confortável. Isabella observava a cidade através da janela do carro, enquanto Ethan dirigia. Ela sentia uma mistura de ansiedade e curiosidade. Estar na casa dele era algo mais íntimo, um passo além do que já haviam vivido.Ethan, por outro lado, estava mais tranquilo do que esperava. Convidar Isabella p

OS DIAS QUE CORREM

Os dias começaram a se misturar, formando semanas que passavam como um borrão de trabalho intenso, viagens e momentos roubados ao lado de Ethan. Isabella observava pela janela do carro enquanto a paisagem da cidade fluía. Não era mais apenas o trabalho que preenchia sua vida, mas também um relacionamento inesperado, envolvente e cada vez mais profundo.Narrar os últimos meses parecia como contar uma história de dois mundos. Um deles era o das reuniões importantes, jantares formais e contratos decisivos; o outro, o mundo de Ethan, mais íntimo e caótico, repleto de sentimentos que ela ainda estava aprendendo a compreender.A Rotina de TrabalhoNa empresa, os dois mantinham uma fachada profissional impecável. Isabella continuava sendo a assistente eficiente e confiável, sempre um passo à frente do que Ethan precisava. Ele, por sua vez, era o CEO focado e imponente, mas ela percebia como os olhares que trocavam em silêncio carregavam significados que ninguém m

O RETORNO DO PASSADO

San Milian estava tranquila naquela manhã, com o céu azul claro e a cidade ainda sonolenta após a agitação da semana. Isabella observava pela janela do escritório de Ethan, seus pensamentos dispersos enquanto o silêncio entre eles pairava no ar. Algo estava diferente. Ele parecia mais distante nos últimos dias, um olhar frio e calculista no rosto, como se estivesse carregando um fardo que ela não conseguia entender.Ela tentou se concentrar nas tarefas do dia, mas a atmosfera tensa entre os dois a incomodava. Cada movimento que fazia parecia ser observado por Ethan, que se dedicava ao seu trabalho sem trocar palavras. Mas não era só ele que tinha mudado. Isabella também sentia o peso do relacionamento deles crescer, a pressão de algo que ela não podia controlar.Foi quando Clarice apareceu na sala, seus olhos estreitos de preocupação.— Isabella, algo está errado. Você e Ethan estão… diferentes. Não parece ser só trabalho, não é?Isabella sus

O INÍCIO DAS FISSURAS

A reunião com Gregory Hate e Helena havia deixado um rastro de tensão no ar. Ethan estava visivelmente perturbado, seu comportamento cada vez mais reservado e ríspido. Isabella percebeu que ele mal a olhava nos olhos, e quando o fazia, havia uma sombra de algo que ela não conseguia identificar — talvez desconfiança, talvez raiva.No caminho de volta ao escritório, o silêncio entre eles era ensurdecedor. Isabella decidiu quebrá-lo.— Ethan, o que está acontecendo? — Sua voz era firme, mas havia um toque de preocupação. — Desde que Gregory apareceu, você tem agido de forma estranha. Está me afastando, e eu não sei por quê.Ethan apertou o volante com força, os nós dos dedos ficando brancos. Ele manteve os olhos fixos na estrada, a mandíbula rígida.— Não é nada, Isabella. Apenas coisas do trabalho.Ela franziu a testa, frustrada com a resposta evasiva.— Não é só trabalho, Ethan. Eu conheço você. Sei que há algo mais.Ele

A TEIA SE APERTA

Os dias seguintes foram uma mistura de trabalho intenso e um silêncio desconfortável entre Ethan e Isabella. Ela continuava magoada pela desconfiança dele, enquanto Ethan era consumido pela culpa, embora não conseguisse vencer seus próprios receios. No entanto, Gregory Hate não estava parado. Ele e Helena começaram a agir nos bastidores, preparando o próximo movimento que causaria mais estragos. --- O Ponto de Vista de Gregory Gregory observava o prédio da Empire Holdings do conforto de um café próximo. Ele sorriu ao ver Isabella atravessando a rua, parecendo perdida em pensamentos. Ele conhecia bem aquele olhar; era de alguém magoado, vulnerável. — Perfeita — murmurou para si mesmo. Helena se aproximou, trazendo dois cafés e sentando-se ao lado dele. — Já está pronto para o próximo ato? — perguntou, com um sorriso malicioso. Gregory girou a xícara de café em