Minutos depois, Daphine entrou na casa apressada, cruzando pela porta lateral. Seus vestidos estavam completamente amassados e seus pés descalços denunciavam sua corrida pela floresta. Assim que atravessou a porta, percebeu que não estava sozinha; Theo e Paulo caminhavam em direção à sala e, ao vê-la naquele estado, suas expressões se encheram de curiosidade.Theo foi o primeiro a notar a aparência de Daphine, seus cabelos desarrumados e o semblante ligeiramente perturbado. Ela olhou para eles brevemente, sem dizer uma palavra, mas o silêncio não durou muito.— O Alexander quer todos no salão principal. As outras alcateias estão chegando. — informou Theo, sua voz neutra, mas seus olhos observando cada detalhe da chegada de Daphine.Daphine tentou manter a compostura, mas o constrangimento era evidente em seu rosto. Ela sabia que sua aparência denunciava a noite tumultuada que tivera.— Antes, eu preciso me trocar. — disse Daphine, sua voz firme, mas carregada de urgência. Ela tentou p
Daphine já havia terminado seu banho e estava quase pronta, se vestindo lentamente enquanto tentava organizar os pensamentos confusos sobre tudo o que tinha acontecido. Ela vestiu uma camisa limpa, sentindo o tecido fresco contra a pele, quando o som insistente do celular tocou sobre a cama. Ela olhou para o aparelho, hesitando. O nome de Charlote piscava na tela, e Daphine sentiu um nó se formar em seu estômago. Ela sabia que precisava falar com sua melhor amiga, mas não tinha ideia de como explicar a situação envolvendo Caleb.Com um suspiro profundo, Daphine pegou o celular e deslizou o dedo para atender.— Oi, Charlote! — ela disse, tentando soar o mais tranquila possível.— Oi, Daphine! — respondeu Charlote, sua voz cheia de preocupação. — Você tem notícias do meu irmão? Estou tentando ligar para ele, mas ele não atende nenhuma das minhas chamadas.Daphine engoliu seco, tentando encontrar as palavras certas. Ela não queria mentir para Charlote, mas também sabia que a verdade era
O clima do lado de fora estava carregado de expectativa e ansiedade enquanto todos se preparavam para sair. O som das conversas baixas e dos motores dos carros se aquecendo preenchia o ar frio da noite. Daphine se encontrava ao lado de Ethan, tentando manter uma expressão neutra, enquanto sentia os olhares furtivos de Caleb sobre ela. A tensão entre os três era palpável, quase sufocante, como uma corrente invisível que os mantinha amarrados em um ciclo de emoções complexas e não resolvidas.Alexander, sempre atento às dinâmicas da alcateia, observou os três com um olhar perspicaz. Ele percebeu que era preciso desviar aquela tensão para manter a ordem e o foco no que realmente importava naquela noite. Com passos firmes, ele caminhou até o carro principal e, ao se posicionar ao lado da porta aberta, sua voz ecoou autoritária, cortando qualquer murmúrio ao redor.— Theo, Daphine e Duck, venham comigo. — Alexander ordenou, com um olhar que não permitia questionamentos. — Aos demais, está
Ela observou o ambiente por um momento, como se tentasse absorver a tranquilidade daquele lugar antes de finalmente se voltar para o Supremo.— Primeiramente, quero me desculpar — começou Daphine, sua voz vacilando ligeiramente ao falar. — Não é fácil para mim lidar com tudo isso de forma natural. Eu tive um pai, por pouco tempo, mas tive um. — Ela fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas. Seus olhos expressavam um misto de saudade e determinação, um reflexo das batalhas internas que travava.O Supremo a escutou com atenção, sem interromper, seu olhar atento fixo nela, absorvendo cada palavra e cada nuance de seus gestos.— Porém, eu não vim aqui para falar sobre isso — continuou Daphine, endireitando-se um pouco. — Eu sei que esta noite é de grande importância para a alcateia, e para todos nós. Mas... eu não estou pronta para isso.Ela respirou fundo, suas mãos tremendo levemente enquanto tentava conter as lágrimas que ameaçavam cair.— Eu sei da responsabilidade que carr
O salão estava repleto de uma energia palpável, uma mistura de expectativas, tensão e uma solenidade silenciosa que pairava no ar. Vários grupos estavam reunidos ao redor das mesas longas e robustas, feitas de madeira escura, decoradas com velas tremeluzentes e taças de cristal. As alcateias estavam representadas em peso, cada uma delas com seus alfas sentados em posições de destaque. Os alfas eram figuras imponentes, carregando uma aura de autoridade que parecia emanar deles naturalmente. Cada um ostentava seu próprio estilo de liderança, desde os mais carismáticos, com sorrisos confiantes, até os mais reservados e sérios, cujo olhar transmitia sabedoria e respeito.No centro de tudo, na mesa principal, estava o Supremo. Ele era a figura mais imponente de todas, sentado em uma cadeira que parecia um trono, com as costas retas e o olhar atento percorrendo cada rosto presente. Ao seu lado, estavam Daphine e Alexander, que também emanavam uma presença notável, embora distinta. Alexander
O Supremo fechou os olhos por um breve segundo, sentindo a fúria borbulhar em seu interior como um vulcão prestes a entrar em erupção. Ele sabia exatamente quem estava por trás do ataque; o cheiro da traição estava impregnado no ar, e ele podia reconhecê-lo de longe. Aquilo não era apenas uma ameaça velada — era um desafio descarado, uma provocação direta à sua autoridade e à paz que ele tanto lutara para manter entre as alcateias. Cada fibra de seu ser clamava por vingança, mas ele sabia que precisava conter-se. A justiça, ainda que envolta em fúria, precisava ser aplicada com equilíbrio e precisão. Seu rosto permanecia inexpressivo, como uma rocha sólida, mas seus olhos ardiam com uma determinação gélida.Com uma voz firme e controlada, ele se dirigiu a um dos homens que lhe trouxera a notícia: — Onde está Pedro? — A pergunta ressoou no ar, carregada de autoridade e uma preocupação que ele tentava disfarçar.Um dos guardas, com o semblante pálido e os olhos arregalados pelo choque,
Daphine, ajoelhada ao lado de Pedro, concentrou-se na difícil tarefa de curar os ferimentos profundos que marcavam o corpo do jovem lobo. Suas mãos trabalhavam com precisão, um leve brilho emanando de seus dedos enquanto o poder curativo fluía por eles. A concentração dela era absoluta, mas as palavras do Supremo não passaram despercebidas, e ela sentiu um arrepio subir pela espinha. O som da voz autoritária do Supremo ao pronunciar a sentença para o intruso ressoava em sua mente, e ela sabia que aquela noite estava longe de acabar. O ataque era apenas um prenúncio de algo muito mais sinistro, uma ameaça que poderia desestabilizar a paz e a união que sua alcateia lutava tanto para preservar.O Supremo, então se aproximou de Daphine, observando sua filha trabalhar com uma dedicação inabalável. Ele podia ver a tensão nas linhas do rosto dela, mas também a força e o poder que ela possuía. A cena era carregada de um silêncio tenso, quebrado apenas pelo som irregular da respiração de Pedro
Assim que o Supremo se aproximou de Alexia, ele notou um leve tremor em suas mãos. A revelação de sua traição havia deixado a mulher visivelmente abalada, e ela, claramente, não havia antecipado que Daphine possuía habilidades tão poderosas para desmascará-la. Alexia tentou desesperadamente reunir forças para falar em sua própria defesa, suas mãos crispando as bordas do vestido como se agarrar ao tecido pudesse lhe dar coragem. No entanto, antes que pudesse proferir uma única palavra, a voz do Supremo, grave e implacável, reverberou por toda a sala, cortando o ar como uma lâmina afiada.— Não ouse falar, a menos que eu ordene — o Supremo declarou com uma autoridade inquestionável, seus olhos fixos em Alexia com uma intensidade que fez a mulher recuar involuntariamente.O tom severo e gelado de sua voz não deixou espaço para qualquer argumento, e Alexia engoliu em seco, sentindo o peso esmagador da culpa e do medo. O arrependimento era evidente em seu olhar, mas as palavras morreram em