Daphine, ajoelhada ao lado de Pedro, concentrou-se na difícil tarefa de curar os ferimentos profundos que marcavam o corpo do jovem lobo. Suas mãos trabalhavam com precisão, um leve brilho emanando de seus dedos enquanto o poder curativo fluía por eles. A concentração dela era absoluta, mas as palavras do Supremo não passaram despercebidas, e ela sentiu um arrepio subir pela espinha. O som da voz autoritária do Supremo ao pronunciar a sentença para o intruso ressoava em sua mente, e ela sabia que aquela noite estava longe de acabar. O ataque era apenas um prenúncio de algo muito mais sinistro, uma ameaça que poderia desestabilizar a paz e a união que sua alcateia lutava tanto para preservar.O Supremo, então se aproximou de Daphine, observando sua filha trabalhar com uma dedicação inabalável. Ele podia ver a tensão nas linhas do rosto dela, mas também a força e o poder que ela possuía. A cena era carregada de um silêncio tenso, quebrado apenas pelo som irregular da respiração de Pedro
Assim que o Supremo se aproximou de Alexia, ele notou um leve tremor em suas mãos. A revelação de sua traição havia deixado a mulher visivelmente abalada, e ela, claramente, não havia antecipado que Daphine possuía habilidades tão poderosas para desmascará-la. Alexia tentou desesperadamente reunir forças para falar em sua própria defesa, suas mãos crispando as bordas do vestido como se agarrar ao tecido pudesse lhe dar coragem. No entanto, antes que pudesse proferir uma única palavra, a voz do Supremo, grave e implacável, reverberou por toda a sala, cortando o ar como uma lâmina afiada.— Não ouse falar, a menos que eu ordene — o Supremo declarou com uma autoridade inquestionável, seus olhos fixos em Alexia com uma intensidade que fez a mulher recuar involuntariamente.O tom severo e gelado de sua voz não deixou espaço para qualquer argumento, e Alexia engoliu em seco, sentindo o peso esmagador da culpa e do medo. O arrependimento era evidente em seu olhar, mas as palavras morreram em
O Supremo se reuniu com os alfas em uma sala privada, as portas maciças de madeira fechadas com um estrondo que ecoou pela pedra fria das paredes. A tensão no ar era palpável enquanto todos se acomodavam ao redor de uma mesa longa e robusta, o ambiente iluminado apenas por tochas que tremeluziam, lançando sombras dançantes nas expressões sérias de cada alfa presente. Eles sabiam que estavam ali para decidir o destino de Alexia, e a gravidade da situação pesava sobre cada um deles.Alexia, de pé em um canto, mantinha os olhos fixos no chão, evitando os olhares julgadores ao seu redor. Ela havia passado informações críticas sobre as alcateias para Frederick, informações que poderiam comprometer não apenas a segurança do castelo, mas de toda a estrutura que mantinha a paz entre os lobos. Sua traição tinha um propósito claro: enfraquecer a guarda e abrir caminho para que Frederick e seu grupo pudessem invadir o castelo. Mas agora, exposta e cercada pelos alfas mais poderosos, Alexia estav
Um estrondo. A explosão da porta da sala arrebentando para dentro com uma força avassaladora. Antes que alguém pudesse reagir, lobos ferozes invadiram a sala, suas presenças sombrias e violentas denunciando que não estavam ali para negociar. Era Frederick, liderando seu grupo de desertores. Ele vinha como uma tempestade, com a fúria de quem esperava ansiosamente por aquele momento.— Matem todos que se opuserem! — Frederick gritou, sua voz carregada de ódio e determinação. Ele sabia que era o momento perfeito para desestabilizar o Supremo, pegar a liderança de surpresa enquanto estavam vulneráveis.Os desertores avançaram com brutalidade, atacando qualquer um que estivesse à frente. Guardas foram arremessados contra as paredes, alfas tentavam reagir, mas o caos se espalhava rapidamente. O chão de pedra da sala estava logo coberto de sangue, gritos e sons de corpos colidindo preenchiam o ambiente.Daphine, vendo a investida, instintivamente buscou proteger o Supremo, mas foi puxada par
Com um movimento brutal, o Supremo lançou Frederick contra o chão, o impacto reverberando como um trovão. Ele se aproximou lentamente, sua figura imponente lançando uma sombra sobre Frederick, que agora tremia de medo e dor. Sem hesitar, o Supremo desferiu o golpe final — suas mãos se transformando em garras afiadas que rasgaram o peito de Frederick, dilacerando-o sem piedade.Caleb, filho de Frederick, estava na beira do círculo. Seus olhos estavam fixos no pai, a dor e o choque marcados em sua expressão. Ele sentiu as pernas vacilarem, o mundo ao seu redor parecia desmoronar. Quando viu o Supremo se preparar para o golpe final, Caleb fechou os olhos com força, incapaz de assistir ao momento em que seu pai seria quebrado ao meio pelo líder das alcateias. Ele sabia que, mesmo que não visse, o som e a presença daquele ato o perseguiriam para sempre.O Supremo, agora coberto de sangue, ergueu-se, respirando fundo enquanto seus olhos varriam os lobos ao seu redor. Havia um silêncio absolu
Daphine chegou em casa pensativa. Seu passado veio à tona: o relacionamento fracassado com Ethan, sua vida de licantropa em Snowdonia, e as coisas que teve que fazer para proteger sua alcateia. Uma angústia profunda tomou conta de seu ser.Enquanto estava deitada no sofá, olhando para o teto e perdida em pensamentos, seu celular tocou, tirando-a imediatamente de seu transe. Era Caleb.— Oi, minha linda! Como você está? — Ele suspirou pausadamente. — Porque eu estou aqui morrendo de saudades suas.Daphine sorriu com o aparelho ao seu ouvido e disse:— Também estou com saudades. Quando você vem?Ele soltou uma gargalhada.— Não imaginei que fosse sentir minha falta. Lembro que você me disse que estávamos indo rápido demais.— Bom, mas isso não significa que não quero estar ao seu lado o tempo todo.Caleb riu de novo, seu tom cheio de carinho.— Eu volto amanhã. Só queria ouvir sua voz antes de dormir. Como foi seu dia?Daphine hesitou por um momento, decidindo não contar sobre os pesade
Enquanto Alexia estava no porão, envolta em uma tristeza profunda, seus pensamentos se mesclavam entre arrependimento e medo do futuro incerto. A fria e úmida escuridão do lugar parecia refletir sua própria angústia, e ela sabia que o castigo por sua traição estava prestes a ser decidido. Subitamente, o som de passos leves ecoou no corredor do porão. Era Fred. Quando ele apareceu diante das grades, seus olhares se encontraram, e Alexia, com um brilho de esperança, esboçou um leve sorriso.Fred se aproximou com um semblante duro e, antes mesmo que Alexia pudesse dizer qualquer coisa, ele deixou claro que não estava ali por ela, mas por insistência de seu irmão Alex. Ainda assim, a mágoa em seus olhos era evidente, um reflexo das feridas do passado.— Não pense que estou aqui porque você merece, Alexia — disse Fred friamente. — Você me menosprezou tantas vezes, me humilhou, e agora espera que eu esteja ao seu lado?Alexia, tomada pela dor e pelo medo que crescia em seu peito, deixou o o
Enquanto Fred e Alexia se afastavam do salão, Ethan acompanhava cada passo, mas seu foco logo se voltou para Daphine. Ele observou-a com cuidado, notando o peso que suas decisões recentes pareciam carregar. Quando ela se retirou da sala, sua expressão séria refletia uma tempestade interna que ele não podia ignorar. Sentindo a urgência de resolver as pendências entre eles, Ethan a seguiu.Ele alcançou Daphine no corredor e gentilmente tocou seu ombro. O toque era leve, quase hesitante, como se ele temesse a reação dela, mas seu olhar era decidido.— Daphine, podemos conversar? — Sua voz saiu calma, mas havia uma intensidade subjacente que Daphine sentiu de imediato.Ela se virou para ele, seus olhos refletindo uma mistura de cansaço e cautela. Ela não queria lidar com mais nada naquela noite, especialmente com o turbilhão de emoções que Ethan sempre parecia trazer à tona. Mas Ethan, determinado a não perder mais tempo, se adiantou antes que ela pudesse se afastar.— Eu sei que muita co