Toc... toc... toc... toc...Alguém b**e na porta. — Pérola, eu sei que você está aí, abra, pois eu preciso falar com você. — Dimitri fala como se estivesse bravo e tenta abrir a porta.— Vai embora Dimitri, eu não tenho nada para falar, não hoje. — Lágrimas insistem em descer, pois continuo muito triste com ele.— Meu amor me perdoe. Prometo ser melhor, errar todo mundo erra. — Sua voz soa embargada.— Vai embora, não quero conversar, nada do que você disser vai mudar. — Abafo o choro com o travesseiro, não queria que ele me ouvisse chorar.Um silêncio paira no ar. Então eu respiro fundo, o choro vai cessando aos poucos e começo a pensar mais uma vez sobre tudo o que aconteceu.Não sei se estou sendo dramática demais, talvez quem está de fora possa dizer que sim, mas para uma mulher independente como eu, se deixar levar por falsas promessas é muito difícil, sempre fui em busca do que eu queria, me esforcei ao máximo para ser a médica bem sucedida que sou hoje. Já ouvi falar de muitas
Voltei para casa na hora do almoço. Quando desci do carro estranhei o Gabriel estar em casa, pois hoje era a folga dele.Me aproximo e perguntou:— Ei Gabriel, o que está fazendo aqui, hoje não é seu dia de folga? — Arqueio a sobrancelha levemente.— Sim patrão, vim ver Mirella, estamos namorando. — Ele fala sussurrando. — Parabéns, fico feliz por você, mas já vou avisando que as mulheres não são fáceis. — Bato de leve nas suas costas e sorrio.— Eu sei senhor, mas pensei que você estaria pior, com a partida da Kimberly, ou não está sabendo? — Ele me olha um pouco desapontado e com um semblante de dúvida.— O quê? Partida? Não estou entendendo... — Paro por um momento, tentando decifrar suas palavras. — Kimberly foi embora?Sem esperar a resposta, entro em casa, subo as escadas para o andar de cima, na velocidade da luz, vou no quarto de hóspedes onde Kimberly estava dormindo nos últimos dias e tudo estava no lugar, vou para o quarto em que Giovanne dormiu e não vejo suas coisas nele.
Ao descer do táxi, ajudei Giovanne a carregar sua bagagem. Confesso que tinha vontade de deixar ali mesmo as coisas dele, que mala pesada!— Temos alguns minutos para tomar um café. Estou precisando ingerir alguma coisa? — Giovanne quebra o silêncio.— Tem certeza? Eu não quero perder esse voo. — Na verdade, o que eu mais anseio, admito, é que Dimitri apareça apressado, me envolva em seus braços e pronuncie aquela frase que só ele sabia dizer e que sempre arrancava suspiros de mim: "Minha Pérola".depois me beijasse com seus lábios, fazendo meu mundo parar e existir só nós dois. Entramos em uma cafeteira ao lado do aeroporto, por insistência do Giovanne. Sentamos um de frete para o outro em uma mesa pequena e redonda. Fizemos os nossos pedidos e enquanto aguardávamos chegar, conversarmos um pouco.— Você está bem? Desde que parou de chorar não falou mais nada.— Eu vou ficar bem, pode ter certeza. — Eu falava com ele, mas ficava olhando o nada. A cafeteira era um espaço pequeno, com a
Uma semana depois.Já estava conseguindo reorganizar minha agenda, aos poucos estava retornando os atendimentos com meus pacientes.Foi preciso muita paciência, pois em dois meses eles já haviam encontrado outros médicos para atendê-los, foi aí que cai em si, todas as pessoas são substituíveis, eu não queria largar meu trabalho por amar o que eu faço, entretanto, médicos são essenciais em todos os lugares, confesso que fiquei um pouco frustrada.A casa já estava impecável, pois a faxineira ficou a semana toda limpando e organizado.Mas uma coisa não estava sendo nada fácil, lidar com a casa vazia, as tardes quando cheguei do consultório estava me martirizado, realmente eu sentia falta de conversar com Amayume, das comidas deliciosas da Mirella, das historinha contadas por Derick, mas principalmente dele. Dimitri estava em todos os meus pensamentos, desde o acordar até quando iria dormir, não era só do seu cheiro ou do seu toque que eu lembrava, era também da sua voz imponente chamando
Comecei a semana com muito trabalho, se meu destino era viver sozinho, eu não iria me preocupar, porém, tudo na minha casa lembrava ela. Um dos motivos pelo qual eu não queria me apaixonar novamente era para evitar dores de cabeça, mas dizem que aquilo que pensamos é como uma força que atrai para nós mesmos, então eu atraio esse azar, e não sabia como desfazer essa maldição. Na primeira noite em que Kimberly foi embora, eu não conseguia me acalmar, tomei um banho de banheira, mas tudo me lembrava ela. Desci para beber água e quando estava voltando para o quarto, passei perto do piano, eu queria compartilhar a minha dor e transmitir as minhas emoções mais profundas. Suas lembranças estavam tão fortes, então sentei e comecei a tocar a Sonata ao Luar de Beethoven. Uma das mais belas e mais tristes melodias que eu já ouvi. Eu precisava descarregar toda a minha frustração, cada toque, cada nota, saia da minha alma como um alívio como se a alma derramasse lágrimas através da música, meu o
Busquei minha Pérola por todos os lados, mas ela parecia ter se evaporado. Com uma última faísca de esperança, dirigi-me em direção à saída. Contudo, o que se desdobrou diante de mim no estacionamento estava muito além do que eu poderia imaginar. Ali, Kimberly estava entregue a beijos com um homem de estatura semelhante à minha, cabelos castanhos escuros e uma barba cuidadosamente aparada. A vontade de arrancá-la dos braços dele e lhe dar um soco era avassaladora, mas eu sabia que estava em desvantagem. Optei, então, por observá-los. Após encerrarem o beijo, ela entrou no carro no banco do motorista, e o homem se acomodou no banco do passageiro. Partiram do local sem me notar, pelo menos foi a impressão que tive. Cerrei os punhos com muita força, eu precisava socar alguma coisa, mas não tinha nada próximo, avistei uma lixeira, me aproximei e dei um pontapé no alumínio, voando longe. Algumas pessoas só me olharam incrédulas e balançaram a cabeça negativamente. Entrei no recinto ferve
Desde que comecei a fazer a especialização em Pediatria, minha vida ficou bem mais acelerada, durante o dia, atendia os pacientes e a noite frequentava a universidade. Conversei inúmeras vezes com Amayume, e em uma dessas conversas pedi para ela entrar em contato com o Doutor Versales, e passar meu número de telefone, para que através dele eu pudesse auxiliar no tratamento do Derick, pois entrei em contato com o Doutor Alexander, um dos melhores neurocirurgiões, que ficou encantado com a história do Derick, e aceitou tratá-lo como paciente, eu só precisaria que o Dimitri aceitasse que o seu filho fosse tratado por ele. Certo dia o Doutor Versales entrou em contato comigo, combinamos que ele iria dizer ser a pessoa que estava indicando o Doutor Alexander ao Dimitri. Então ficou mais fácil para ele aceitar. Algumas vezes eu recebi a ligação do Derick, que aparentemente estava mais alegre e confiante a cada dia. Disse também que o pai estava mais presente, e isso me deixou muito feliz.
Sim, eu aceito! — Ela fala sorrindo, lágrimas banham seus lindos olhos, confesso que eu também chorei de alegria. Coloquei o anel no seu dedo e beijei sua mão, passei a ponta dos dedos no seu rosto delicado, secando suas lágrimas, em seguida ela me abraçou e eu a retribui com força, quase fazendo nossos corpos se fundirem.— Calma Dimitri, vou fechar a porta, ela fala empurrando a porta, enquanto eu dou a volta no seu lindo corpo ficando atrás dela, afastei seu cabelo, deixando exposta sua nuca, com uma mão eu segurava sua cintura e a outra acariciava seus cabelo, depositei beijos no seu pescoço, estava com saudades do calor da sua pele, dei um longo suspiro sentindo seu cheiro delicioso, lembrando de cada momento que havíamos passado juntos. Ansiava tocar seu corpo ali mesmo na sala, observei a mobília rapidamente e a conduzi até um sofá grande, de estampas floridas.— Eu estava com muita saudade de você, meu amor. Você não faz ideia. — Ainda em pé, na frente do sofá, viro ela d