Durval
Se consegui me concentrar no trabalho e nas coisas que deveria fazer? A resposta é: OBVIAMENTE NÃO.
Estou irritado, com uma dor de cabeça dos infernos e com vontade de matar alguém para ver se a adrenalina que corre em minhas veias diminui.
Já fiz um treinamento pesado na academia com todos os tipos de exercícios desgastante existente e mesmo assim meu corpo parece estar disposto a correr uma maratona.
Alexia, não sai da porra da minha cabeça.
Estou inquieto e meu sexto sentido me diz que por trás de todo aquele atrevimento e petulância ela esconde algo importante.
Pedi a Matheo — um dos meus braços direito — que a seguisse de longe. Não confio completamente nela. Acabo rindo de mim mesmo com a desculpa descabível que acabei de inventar. A verdade é que pouco me importo se confio ou não nela, estou mesmo
— Durval... — Ela me chama receosa.Finjo que não a escutei e agradeço por ela ficar quieta. Geralmente a pessoa que faz as perguntas sou eu e não estou acostumado a ter que responder nenhum tipo de questionamento, além de estar quebrando uma das promessas primordiais que fiz a Lana, mas creio que ela me perdoará, já que eu não podia deixar essa criança na rua.— Vá tomar um banho e se esquentar, porém dessa vez estarei esperando aqui fora para conversarmos. — Entro no quarto e pego uma troca de roupa para ela.Me sento na poltrona cruzando as pernas enquanto a observo.— Vai mesmo ficar aqui? — Pergunta desconfiada.— Sim, aqui quietinho lhe esperando. — Tamborilo os dedos na minha própria perna a esperando.— Ok! — Ela franze as sobrancelhas se virando caminhando em direção ao banheiro, mas
DurvalPassei a noite em claro, o que já era esperado por ter minha mente trabalhando a mil por hora sabendo que um corpo frágil dorme sobre minha cama.Me sinto completamente desestabilizado diante dessa mulher, simplesmente não consigo impor dominância como sou acostumado e acabo me deixando levar pela inocência de Alexia, assim como era com Lana.Parece que depois da morte de Lana as coisas pioraram e saíram ainda mais do meu controle, por me sentir culpado por sua morte talvez.Sinceramente prefiro não dormir, assim não me entrego aos sonhos que estou acostumado a ter.No momento me encontro sentado em meu escritório lendo um e-mail de Scott Lenon.Derek Petrov está envolvido com a morte de Lana, indiretamente, mas está. Me surpreendo ao ver que essa lista nunca diminui, para acabar de uma vez com meu martírio. E agora tenho mais um nome ad
DurvalAlexia não aceitou que eu a levasse em um restaurante, pois estava se sentindo mal por vestir minhas roupas. Até entendo, mas particularmente acho que minhas roupas ficam sensuais nela, mesmo largas e um pouco amassadas.É claro que isso soa estranho, mas há anos não tenho uma mulher em minha casa e acabo me sentindo incomodado em vê-la vestida com as minhas roupas, afinal, querendo eu ou não, ela é uma mulher bonita que chama a atenção, mas isso não me afeta ou pelo menos não deveria.O que mais me preocupa são os meus homens.Ter uma mulher em um lugar cheio de homens treinados para matar não é uma das melhores opções, mas também não podia deixá-la nas ruas.Esses pensamentos estão me matando e minha cabeça está uma completa bagunça, me sinto pressionado e in
Fecho os olhos ao sentir minha raiva ser completamente dissipada por causa daquele jeito encantador dela.Apesar de tudo, Alexia, tem um jeito diferente das outras mulheres. Ela consegue mesmo que involuntariamente me controlar. Nenhuma outra mulher além de Lana teve esse poder, talvez seja por isso que me sinto na obrigação de abrigá-la e protegê-la.Com esses pensamentos, evito ainda mais contato com ela, porém opto pela sinceridade.— Termine logo, me sinto incomodado quando as pessoas encaram minha cicatriz. — Sussurro.— Me desculpa, eu não sabia que isso lhe incomodava tanto. — Envergonhada, volta sua atenção para os legumes.— Nikolay? — Sinto um forte calafrio percorrer meu corpo ao ouvir o meu antigo nome.Me viro roboticamente em direção a voz que profere o nome com tanto entusiasmo e felicidade e meus olhos se encontram
AlexiaFaz dois dias que não vejo Durval depois do nosso desentendimento no mercado.Não imaginei vê-lo tão bravo e desestabilizado. Acredito que todos nós temos nossas complicações e que elas nos abalam em algum momento, porém um homem como ele... Bom, um homem como ele eu nunca imaginei.Ele é tão centrado e temido, como pode esconder embaixo daqueles olhos intensos tanta dor?É simplesmente impossível não se perder naquele oceano revolto de águas turvas.Durval ordenou Matheo a trazer as compras e assim foi feito. Matheo deixou tudo sobre a mesa, sem nem mesmo me explicar onde colocar cada item, então fui obrigada a guardá-los onde achei melhor, porém quando cheguei a louça estava lavada e a casa limpa.Provavelmente a empregada havia passado rapidamente por ali ou seus homens, não sei.<
DurvalNão foi tão fácil convencer Alexia a entrar no carro. Não queria usar da minha autoridade para persuadi-la, mas fui obrigado a ser levemente hostil.Nada que a deixasse chateada, apenas que a convencesse de entrar.Estaciono em frente à boate de Lenny e vejo Alexia completamente inquieta ao meu lado enquanto observa as grandes portas de metal da entrada incomodada e receosa.Ela ainda veste minhas roupas largas e somente agora percebo que ela realmente precisa de roupas femininas. Já faz uma semana e alguns dias que está aqui e eu deveria ter me preocupado com isso antes, mas Derek tem tomado grande parte do meu tempo.Pensando bem, acredito que esse seja meu último par de moletom e nem mesmo mandei os outros à lavanderia.Ela terá que vestir meus ternos e camisas sociais pelo que estou vendo, apesar de que não seria má ideia vê-
— Eu nunca me vendi para você, eu tenho nojo de você. — Ela grita o empurrando quando ele tenta segurar seu braço.— Você é minha Alexia! — Ele grita segurando fortemente o seu braço.Quando vou dar o primeiro passo para impedi-lo de tocar em minha inocente menina, vejo seu corpo pequeno se virar com força e tomada pelo impulso acerta o rosto de Lenny com um tapa.Parabéns, minha pequena atrevida! Sorrio com aquele ato, mesmo sabendo que foi pura autodefesa, medo e desespero, ela merece ser parabenizada.Quando Lenny afrouxa o aperto de seu braço, ela o puxa com força correndo em minha direção.O baque de seu corpo contra o meu faz com que ela bata a cabeça contra meu peito enquanto me abraça com força, muita força por sinal.Como se eu pudesse segurar todo o seu mundo e era realmente isso que eu faria.
DurvalIsso soa muito estranho, mas me sinto mais próximo da Ali.Eu não deveria me sentir assim, mas esse sentimento domina meu peito me trazendo uma sensação de conforto e paz, o que eu não tenho há .Como havia dito, ela precisa de roupas femininas, então ordenei a Matheo que a acompanhe até as lojas para ajudá-la com as compras e obviamente fazer sua segurança pessoal.Não sei se deveria ser assim, mas me sinto protetor demais com essa criança.Na verdade, ela sabe muito bem se virar sozinha, mas me sinto na obrigação de protegê-la e observar cada um de seus movimentos, e de ter certeza que ela está debaixo do meu teto, completamente segura.Talvez esse seja um dos problemas causados por aquela noite, me sinto no dever de não deixar que nada de mau aconteça com Alexia. Para que assim minimamente di