Capítulo - 6

Ana estava em seu quarto se preparando para dormir quando o seu telefone toca, era um número desconhecido e isso a faz não querer atender, sempre que um número novo ligava para ela, sentia o pânico a invadir e nunca dizia alô ao atender, preferia ouvir primeiro quem estava do outro lado da linha.

— Alô! Ana? — Ela não consegue reconhecer a voz e permanece em silencio — Ana, você está me ouvindo? Aqui quem fala é Luiz, amigo de Fernando e Helena.

— Alô! — Responde ainda receosa.

— Está tudo bem? — Luiz pergunta preocupado

— Sim, está tudo bem — Responde sem muita convicção.

Luiz estranha a atitude de Ana, mas não iria fazer perguntas, mesmo estando curioso para saber o motivo dela não dizer "Alô" ao atender a ligação, preferindo ficar em silêncio, ouvindo primeiro, como se quisesse saber primeiro quem era, talvez por pensar ser outra pessoa.

— E, então? Pensou no presente que eu posso dar as meninas?

— Sim, eu pensei — Ana diz a ele o que havia pensado, mas Luiz não queria encerrar a ligação sem antes conversarem um pouco.

— Agradeço muito por me ajudar, confesso que estava sem saber o que dar para elas — Comenta rindo — Acredito que seria abuso da minha parte, se eu te pedisse para me ajudar a comprar.

— Não entendi — Ana fala, por não entender o que ele quiz dizer.

— Queria saber se podia ir comigo comprar o presente, acredito que você saberá escolher melhor que eu.

— Eu não posso, mas o vendedor te ajudará, não se preocupe. — Ana responde de forma franca e sincera, por pensar que ele só queria um favor seu.

— É claro, mas a sua ajuda seria muito melhor, além disso, iria adorar a sua companhia — Ana não responde, por não esperar essa resposta, mas Luiz não desiste — Você trabalha todos os dias?

— Tenho folga aos domingos, mas geralmente fico em casa e costumo ajudar Helena — Mesmo de folga ela ajudava por sempre ficar em casa nos dias de folga.

— Vocês parecem ser muito amigas, eu também sou muito amigo do Fernando.

— Eu percebi — Quando ela responde, Luiz percebe um sorriso na voz dela e isso o deixa entusiasmado.

— Podemos dar um passeio no dia da sua folga — Ele sugere, mas Ana não responde e ele decide não insistir, teria que ir com calma — Bem, vou deixar você descansar — Como Ana não diz mais nada ele resolve encerrar a ligação — Boa noite, Ana.

— Boa Noite.

O que Luiz não vê é o sorriso bobo de Ana quando a ligação é encerrada, e muito menos que ela sorrindo salva o número dele como "Gigante Lindo". Após salvar o número de Luiz, ela aperta o celular no peito mordendo os lábios, queria tanto um Gigante daquele para a proteger dos caras maus, esse pensamento a faz deixar de sorrir, por acreditar que o seu pensamento não passa de um sonho bobo.

...

Aurora e Ágata, já tinham tido uma festa de aniversário, mas como Fernando não estava presente e, depois da festa Aurora precisou ser hospitalizada, passando por uma cirurgia para ser curada da cardiopatia que a cometia, as gêmeas teriam uma outra festa de aniversário de dois anos. A festa, tinha sido uma promessa do pai, ao ver a filha no hospital entre a vida e a morte.

Ana, no dia da festa, ajudou Helena a arrumar Aurora e Ágata e depois foi tomar um banho e se arrumar. Ela tinha comprado com a ajuda de Helena, uma calça clara pantalona e uma blusa verde musgo, transpassada na cintura, nos pés optou por uma sandalia rasteira, não iria se aventurar em saltos, não se sentia confortável com eles, nenhum deles.

Helena disse a ela para não se preocupar com as meninas, mas mesmo assim, Ana ficou por perto, caso Helena precisasse dela. Mas isso não aconteceu, ou Fernando estava cuidando delas ou Helena, e na maior parte do tempo os dois juntos cuidavam das filhas.

Ana estava afastada de todos, estava entretida olhando crianças brincando quando alguém vem em sua direção. Ela olha e nem acredita, fica sem saber o que fazer, mas decide continuar olhando as crianças e Luiz para ao seu lado, a vontade que Ana tem é de se afastar, fugindo para o seu quarto, mas ao invés disso permanece ali parada feito uma estátua, sem saber o que dizer.

— Estava te procurando. — Luiz assim que a viu ali sozinha foi até ela, queria muito saber quem era aquela jovem, de sorriso tímido e com jeitinho de menina.

Helena já havia dito a ele que se ele quisesse apenas brincadeira que não se aproximasse dela, a verdade é que nem ele sabia o que queria, talvez apenas conhecê-la melhor.

— O senhor quer alguma coisa? — Ana pergunta por ser o mais provável.

— Me senti um velho agora, pelo amor de Deus, senhor está no céu, apenas Luiz. — Luiz sorri e não perde a oportunidade de fazer graça. Se cala esperando que ela diga algo, mas Ana permanece em silêncio — Será que eu poderia te levar ao cinema um dia desses?

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