De frente para a casa, eles olham em volta. O lugar precisava de uma reforma urgente, a pintura desbotada e as portas gastas de madeira, deixava claro que ali moravam pessoas de baixa renda. Dom não chamou, abriu o pequeno portão e foi direto bater à porta. Um Sr em torno dos cinquenta anos atendeu. - Boa tarde! Eu preciso falar com a Linda. Olhando para as pessoas à sua frente, George Johnson soube que eram os sogros da filha. Linda chegou muito abatida e não escondeu nenhum detalhe dos pais. Sua mãe, Maryland Johnson estava acamada e foi duro ouvir todo calvário que passou sua amada filha adotiva. Seu humor piorou e ela se sentiu deprimida, se culpando. Se não houvessem deixado Linda para trás, nada disso teria acontecido. - Aguardem um momento. Entrou na casa e quando voltou com Linda eles já estavam na pequena sala. O lugar era simples, mas muito limpo e organizado. Linda os olhou sem muita expressão no rosto. Impossível saber o que sentia ou pensava. - Linda,
Linda que já está em Marselha a alguns dias, agora sai todos os dias em busca de um emprego. Quando encontrou seus pais, descobriu que a mãe estava gravemente doente. Um câncer foi descoberto em estágio bem avançado e por esse motivo, não tiveram como ajudar ela nos últimos três anos. Também não quiseram deixar Linda preocupada e por isso não entraram em contato Vieram para Marselha, porque seu pai herdou uma prioridade e no final, acabou vendendo para cuidar de Maryland e se manter. O sonho de uma vida melhor na Europa, acabou antes mesmo de começar. Definitivamente, ela não iria usar o pouco que seus pais tinham. No dia seguinte, após deixar alguns currículos, foi se encontrar com Anna em um café na área central. No café, Anna já aguardava. Vestida de maneira elegante, sua figura não passava despercebida. A diferença entre as duas era gritante. Linda vestia calças largas e camiseta simples, longe da fama e qualidade das roupas que tinha até a pouco tempo. Mas isso não a
No decorrer de mais de um ano, Dom foi a Marselha por várias vezes e Linda não o aceitou. Então, ele reduziu o assédio e vai menos ao seu encontro. Porém, os homens de Hudd sempre dão o relatório de tudo que acontece. Para Linda não houve negociação. Apesar dos protestos e pedidos de desculpas de Dom e Leo, ela não cedeu. Dominic não queria retornar para Boston. Leo e Anna tiveram dificuldades em convencê-lo. - Não adianta Dom. Já fizemos de tudo, infelizmente Linda está muito ferida e não podemos tirar a razão dela. - Eu vou ficar aqui e cuidar dela, papai. - Eu preciso de você na empresa Dom. Você não pode ficar aqui permanente. Depois de muitas discussões, ele acabou voltando para casa. Linda havia se empregado em uma escola e não tinha tempo para ele. Todas as tentativas de se aproximar dela foram em vão, ela não cedeu e parecia não se importar com ele. Não se podia negar que estava seguindo em frente de cabeça erguida. Havia quase seis meses que Linda estava em Ma
Dom pagou rápido a conta e foi atrás, já se preparando para controlar Theo. Maysa dançava sem parar, mas não dava abertura para ninguém se aproximar. Se assustou com o homem a sua frente. - Oi Maysa! Ouvindo seu nome ela se virou em direção a voz. - Dom? Que faz aqui? Deu um abraço no amigo e padrinho do seu falido casamento. - Vim tomar um drink com amigos. E você? - Também. Há muito tempo não saia para dançar. Enquanto os dois conversavam na pista, Theo entrou no carro e saiu cantando pneus. Saindo da pista, Dom acompanhou Maysa até o balcão. Onde a amiga é o tio de Maysa estavam. - Dominic Peluso? Dom olhou para a mulher confuso. - Eu te conheço? - Fomos padrinhos da Maysa. - Desculpa, eu realmente não me recordo de você. - Minha amiga Samela Parker e este é meu tio, Nathan Richat. - E um prazer conhecer vocês. Os olhos azuis de Dominic percorreram Sammy e se voltaram para Maysa. Totalmente indiferente à beleza da mulher. - Bem, vou nessa. Foi um
Abatida e sempre ao lado do pai, que estava completamente arrasado, Linda deixou que Emma cuidasse de toda a burocracia do funeral. Ficou muito grata por ela insistir em fazer isso. - Você realmente é uma grande amiga Emma. Não sei o que faria sem você. No final do dia seguinte, o velório contou com a presença de todos os funcionários da escola para dar apoio a pequena família. Pouco antes do funeral, um grande grupo de pessoas chegou ao local. Ao se virar, Linda viu toda a família Peluso, Montenegro e os Carter chegando. Seus sentimentos eram complicados, não avisou ninguém sobre o falecimento de sua mãe e, no entanto, todos estavam ali. - Eu sinto muito sua perda Linda. Theodora e Luiza foram os primeiros a daros pêsames. Em seguida, Eric e sua esposa e por último os Pelusos. - Pode contar com a gente para o que precisar. Não tem que passar por tudo sozinha. Perla disse assim que os outros se afastaram. - Obrigada Sra Peluso. Leo, que estava ao lado de sua mãe
Mas ver a filha nesta situação o deixava desolado. - Viemos para ver se precisa de alguma coisa. - Não, está tudo bem. - Linda, você não tem que passar por tudo sozinha. Já são dois anos que espero você voltar para casa. - Aqui é minha casa agora. Tenho um bom emprego e posso cuidar do meu pai. - Eu também sou seu pai Linda! Não quero desmerecer George Johnson, mas também gostaria de ser reconhecido por você. A gente não tem culpa de tudo que aconteceu. - Eu não me sinto bem com isso. Nunca me senti sua filha, nunca me senti verdadeiramente parte da família. Anna posou a mão em seu braço. - Deixe acontecer, vai ficar à vontade e aos poucos se acostumando. - Eu não gosto de pensar nesse assunto. Eu sempre sinto que mais coisas ruins vão acontecer. - O que poderia acontecer? Claudia está sob controle. Ela nunca mais vai te prejudicar. - Eu não sei. Vamos deixar tudo como está. Mesmo sabendo que Dominic não era filho deles, era a eles que ele chamava de pai. Como
Quanto mais ouvia, mais escuro ficava o rosto de Leo. Não poderia deixar de lembrar do aviso de Cláudia. Como pode uma mãe ser tão fria e cruel com a própria filha? Linda não tinha que ter passado por tudo que passou, por causa de um capricho ela teve uma vida muito difícil. Por mais que se esforçasse, não estava conseguindo conquistar a própria filha e isso estava consumindo suas forças. - Linda era intimidada? - Muito ! Ela sofreu muito bullying naquela época. Dominic tinha que obter a resposta que veio buscar. Então foi direto ao ponto. - Ela chorava muito? - Até uns três anos e pouco. Ela era tão fofa que cativava todos. Acabei de lembrar, seu nome era Donna. A gente falava que ela era linda. Quando alguém perguntava seu nome, ela dizia que era Linda. Foi por isso que o casal trocou o nome dela, diziam que ela escolheu o próprio nome. - Toda vez que chorava, a gente fazia o melhor para ela se sentir bem. Lhe dávamos pequenos presentes. E a lembrava de que tinha que se
Ver o amigo voltar com Maysa e um filho a caminho, deu a Dom um gosto amargo. Theo separou depois dele, chegando a se divorciar e já tinha reconquistado a mulher. Mas Linda não deixava ele se aproximar e não desistiu de pedir o divórcio. - Já são três anos, Dom. Dê o divórcio a ela e siga em frente. - Eu a amo Theo! Se der o divórcio, aí não tem volta. Perco ela de vez. - Qual sentido de estar casado e não viver juntos? - Enquanto não me divorciar, sinto que ainda temos chance. - Você não é o mesmo Dom. Casais se separaram todos os dias e reconstroem a vida com outra pessoa. - Tivemos muitas mulheres Theo, mas quando você encontrou Maysa, soube que era um sentimento diferente não foi? - Sim, é verdade! - Então sabe exatamente o que sinto. A tristeza em seus olhos, fez Theo sentir pena do amigo. Ele comeu o pão que o diabo amassou longe de Maysa. Como poderia não entender Dominic? Parecia que a felicidade não estava escrita no destino de Dominic e Theodora. Algu