JadenQuando chegamos no rancho, descemos para o pasto leste. Ao descobrir a carroceria, Thommy estava desacordado.— O que quer fazer? — Lloyd perguntou.Olhei para os homens à minha frente, ainda sentindo a raiva borbulhar intensamente dentro de mim. Meus punhos se cerraram, e a mandíbula contraiu. O filho de Thommy ergueu a sua cabeça, encarando-me cheio de ódio. Eu o encarei de volta, estreitando os olhos para ele.— Vou começar por ele. — Peguei-o pelas pernas e puxei-o na minha direção.Desatei a corda em seus tornozelos e, segurando-o pela nuca e a sua roupa, levei-o até mais adiante, parando em frente aos faróis da minha caminhonete, colocando-o de joelhos sobre o mato. Retirei o pano sujo da sua boca e encarei-o um pouco mais.— É bom que me mate. Porque se me deixar ir, vou atrás dela outra vez. E farei coisa bem pior. — Sorriu, diabólico. Ouvir isso, foi como girar uma chave, libertando o pior de mim.Acertei a sua boca com um pontapé, arrancando alguns dentes. Ele caiu pa
JadenApós me vestir, coloquei a foto dela em um chapéu limpo e segui para o hospital. Ao entrar na recepção, segui até o balcão. Perguntei por Olivia, mas uma mulher disse que um novo boletim médico só seria emitido às oito da manhã. Também perguntei se poderia vê-la, mas ela disse que só o médico era quem poderia autorizar, e em horário de visita. Eu não tinha muito o que fazer ali, mas não podia ir embora. Não conseguia. É quase como ouvir o meu coração sussurrar, implorando para que eu ficar.Caminhei até uma poltrona ao canto e sentei-me. Perdido em muitos pensamentos, encostei a cabeça na parede e meus olhos, secos, se fecharam. Parecia que havia sido um pequeno cochilo, mas quando acordei sobressaltado, a recepção estava clara com a luz do dia e pessoas circulavam para lá e para cá.Uma mão segurou o meu braço, e eu olhei para o lado, assustado, encontrando a enfermeira que me atendeu certa noite na emergência.— Me disseram que passou a madrugada aqui.— Desculpe. Só não conse
JadenMeu coração disparou outra vez. Lentamente, afastei-me dela e virei em direção à porta. Jack estava ali, de pé. O fato de uma só pessoa por vez poder fazer a visita, não foi empecilho para o grande governador de Montana conseguir entrar naquele quarto.— O que quer? — perguntei.— É deste modo que fala com o seu pai?Nada disse.Ele se aproximou, ao mesmo tempo que dei um passo na sua direção, tentando impedir que chegasse mais perto dela.— Não tem que estar aqui! — disse em baixo tom, mas com a voz carregada de desgosto e uma pitada de ira. — Ela não é problema seu!Encarei-o sentindo a irritação me possuir. Era muito atrevimento da sua parte vir até aqui!— Você não decide o que é problema meu — falei firmemente, encarando-o duro nos olhos.Ela não gostou do meu afrontamento. Os ombros inflaram, e seu nariz arrebitou-se.— Volte para o rancho! Existe muito trabalho esperando por você! — ordenou, falando mais alto.Minha mandíbula se contraiu, e a respiração pesou um pouco no
JadenNo sótão, apanhei malas e algumas caixas organizadoras, que estavam vazias. Nas malas, coloquei todas as minhas roupas e sapatos. Nas caixas, guardei itens pessoais. Na carroceria da caminhonete, coloquei as caixas que não couberam no banco traseiro, e as malas. Também acomodei os dois aparatos sexuais, que também estavam no sótão.Assobiei, e Norman veio saltitando por cima do mato um pouco alto. Abri a porta do passageiro, e ele entrou sozinho, sentando-se no banco. Fechei a porta e tranquei a cabana, deixando a chave sob o vazo de plantas na pequena mesa da varanda.— Está indo a algum lugar? — Olhei para trás e lá estava Jason.— Estou. — Desci os degraus, indo em direção à carroceria.— E o que aconteceu? — Havia preocupação em sua voz.— Jack mandou que eu vá embora, então, estou indo.— O quê? — perguntou com espanto.Fechei a traseira da caminhonete e cobri-a em seguida.— Está com dificuldade para ouvir? — O meu tom soou mais rude do que eu gostaria, e senti-me mal por
Jaden Aquele nascer do sol foi diferente, visto por uma janela em um quarto de visitas no segundo andar da casa do meu irmão. O que foi um pouco triste, porque gostava muito da vida no campo. Não sei se conseguiria ficar longe dela. Talvez tenha chegado o momento de eu ter o meu próprio rancho. Preciso pensar bem nisso.Depois do café da manhã, entrei no carro e dirigi rumo ao hospital. Estava quase lá quando o meu celular tocou. Era um número desconhecido.— Alô.— Jaden Bennett? Aqui é Arlind, enfermeira do hospital Santa Barbara. Estou ligando para avisar que a senhorita Daves acordou.Imediatamente parei o carro no acostamento da avenida. Meu coração começou a bater rápido, e suspirei imensamente aliviado.— No momento não tenho mais informações sobre o quadro dela. Olivia está nesse momento sendo avaliada pela nossa equipe médica. — Já estou chegando. — Encerrei a chamada, e segui para lá o mais rápido que pude.No caminho, liguei para Jason e dei-lhe a notícia. Pedi que ele av
OliviaEu não me lembrava de nada do que havia acontecido comigo, embora me esforçasse. Mesmo que minha memória tivesse falhado com isso, eu tinha suspeitas de quem pudesse ter sido. A polícia apareceu e fez centenas de perguntas que me deixaram nervosa. Tinha muito medo de descobrirem a minha identidade falsa com a investigação. Mas Jame apareceu e disse que estava me representando e que cuidaria de tudo.Quando o questionei o porquê, falou que seu irmão havia pedido esse favor. Ele não disse qual irmão, e eu não perguntei. Não porque não me importo com quem está me ajudando, mas porque não quero saber se é Jaden o responsável por isso. Estava tentando não alimentar qualquer esperança em relação a ele, que está sempre pelo hospital, me visitando. São visitas curtas, sem muita conversa, sem olhar nos meus olhos. Qual é a dele com isso, afinal?Escorada na cama, observava o tempo lá fora pela janela. Eu mal podia me levantar; tudo ainda doía dentro de mim quando me movia, exceto a cica
OliviaNo dia seguinte, à noite, todos vieram me fazer companhia. Enquanto eu estava acamada, todos se espalhavam pelo quarto, enquanto comíamos chocolate e salgadinhos do frigobar. À meia noite, Clay estourou champagne. Eu não pude beber, mas brindei com suco de laranja.Lá fora, fogos explodiram no céu. Com ajuda de Merle, levantei-me e fui com eles para a varanda, assistir à queima de fogos que acontecia alguns metros dali, em frente à prefeitura.— Aí, pessoal... — disse Clay.Olhamos para ele, que estava sério e levemente pálido.— O que foi? — perguntou Merle.Clay olhou para mim.— Você está por toda parte. Alguém postou um vídeo seu na internet, e várias páginas musicais estão repostando no Instagram.— O quê? — perguntei com espanto.Ele entregou-me o seu celular, e eu pude ver. O vídeo em questão era da noite no bar em que conheci Hugo. A música, é claro, é aquela que escrevi expressando a minha dor de ter que partir após ser rejeitada.O vídeo ter viralizado é algo incrível
OliviaDepois da meia noite, todos foram embora, incluindo Tate. Eu o assegurei de que ficaria bem sozinha, precisava desse tempo. Deitada, na companhia de Norman, que dormia aos pés da cama, lia aos comentários do vídeo que vários perfis compartilharam. Era gratificante receber tantos elogios, mas, é claro, sempre tinha aquelas pessoas para dizer algo desagradável. Porém, não me importei com elas. Estava feliz, ponto.Aos poucos, estava me conformando que Jaden logo veria isso. E estava tudo bem, no fim. Não havia nada ali que ele não soubesse. Mas, ainda assim, era um pouco vergonhoso que me vesse tão exposta ou vulnerável ao que acontecia ao nosso respeito.Com o telefone na mão, adormeci, e acordei com ele tocando sobre a minha barriga. Vagarosamente, sentei-me, colocando os pés no chão, tentando deixar a coluna mais reta possível. Cocei os olhos e passei as mãos pelo rosto, apanhando o celular em seguida.— Alô — disse ao atender, sem nem mesmo ver quem ligava.— Bom dia, Olivia.