--Capítulo 32--
— Belinda! Onde ela está? Transferiram ela de quarto? — Pergunto exasperadamente, sentindo as minhas emoções à flor da pele.
A expressão dela não está nada legal, na verdade me parece pesarosa, mas ainda assim, força um sorriso na minha direção.
— Mel, minha querida. O médico está com ela nesse instante, você terá que aguardar.
Franzo o meu cenho, achando toda essa situação patética. Como eles podem pedir para que eu espere, sendo que me ligaram e avisaram que ela estava à beira da morte? Isso é tão ridículo e desesperador!
— Esperar? Eu não posso esperar, me diga onde ela está, por favor. &
--Benjamin--Sinto o líquido amargo do whisky deslizar pela minha garganta já na quinta ou quarta vez que eu viro um copo. Fecho os meus olhos, me sentindo um pouco surpreso pois pela primeira vez na vida, o álcool deslizou com bastante dificuldade e ardendo, quase como se eu estivesse experimentando aquilo pela primeira vez na minha vida. Um sorriso se desenha em meus lábios assim que eu percebo o quão patético e cômica essa situação me parece. Quer dizer, eu deveria estar aliviado por ela não ter insistido e ficado em meu pé, como várias já fizeram, mas aqui estou, me sentindo um lixo por não ter conseguido dizer que independente dela me querer perto ou não, eu não a deixaria sozinha. Ao menos era isso que eu senti vontade de dizer, e talvez se ela estivesse olhando em meus olhos, já entenderia as mi
~Epilogo~Logo sinto uma gota pingar na minha bochecha, mas não é uma lágrima, e sim a chuva que está por vir. Ao menos foi o que o homem da previsão do tempo deu a entender. O vento acariciava a minha pele, me causando arrepios, e é bem na hora que o barulho de trovão ressoa no céu, junto com várias gotas da chuva que ameaçam uma forte tempestade, fazendo com que todas as pessoas comecem a se distanciar de mim, indo para fora do cemitério, para dentro dos seus carros, de suas casas. Algumas acenam na minha direção, para me lembrar que estavam ali, presentes em um dia que deveria ser muito difícil para mim, outras me abraçam, me desejando boa sorte e dizendo que Deus irá me abençoar. Pessoas que acho que nunca vi na vida, outras que cheguei a ver de relance na igreja, mas eu sabia bem quem as tinha ch
Faço meu caminho pelas ruas sem destino enquanto a chuva cai sobre mim. Não me lembro de um dia já ter sentido esse aperto no peito. Tudo o que eu sonhei e planejei para mim... Sinto tudo desmoronando sobre minha cabeça, e eu não posso fazer nada para consertar isso. Estou vindo do hospital, depois de descobrir que minha mãe está com câncer, mas não é só isso que está me doendo. Eu já tinha me formado e faltava poucos meses para a faculdade, mas minha família não é rica. Passei dois anos da minha vida trabalhando para uma floricultura para ajudar em casa e juntando dinheiro para a minha faculdade. Mas agora tem o câncer da mamãe...Tive que ouvir meu pai falando que eu teria que dar meu dinheiro da faculdade para ajudar no tratamento se eu quisesse que minha mãe conseguisse pas
Meus pensamentos estavam fazendo uma conta mentalmente sobre o meu salário aqui na floricultura. Eu não ganhava muito, mas já era o suficiente para ajudar com as contas de casa e ainda sobrava um pouco para eu guardar para a minha faculdade. Dinheiro esse que agora seria direcionado para o tratamento da minha mãe, que definitivamente é muito mais importante do que qualquer outra coisa para mim. Eu cheguei a pensar em pedir uma porcentagem a mais em meu salário para Cristina, para que ela falasse com a sua mãe que é proprietária desse belo estabelecimento. Mas meu p
Estava nesse momento dentro de um avião, sentindo o famoso frio na barriga pois pela primeira vez na minha vida estava literalmente voando. E o olhar de Benjamin sobre mim revelava que eu deveria estar parecendo uma criança, mas eu não me importava. É verdade que eu estava com medo, assim como todos tem medo do desconhecido. É uma experiência nova para mim, e por mais que seja com um único intuito que é pagar o tratamento da minha mãe, eu estava me sentindo verdadeiramente animada. Com algo brilhando no fundo do meu coração, como se isso representasse
Eu não sei o que deu na minha cabeça para aceitar aquela proposta, mas Cristina parecia tão desesperada para dividir o mesmo quarto com Tadeu, que eu imaginei que ela mesma teria os seus propósitos. É claro que em meus pensamentos eu poderia imaginar o que ela queria e eles poderiam fazer por estarem sozinhos em um quarto, mas não queria ficar pensando sobre isso, e então logo aceitei a sua proposta, mesmo que eu meu peito eu estivesse receosa e com o medo de dormir ao lado de um homem que eu mal conheço. Mas tentei pensar positivo, e isso funcionou por ora. Logo ap&oacut
A realidade chegou em mim como um soco no estômago assim que eu abri meus olhos e me vi aninhada nos braços de Benjamin com tão pouca roupa que parecia algo puramente indecente. Benjamin tentou me proteger do frio e até mesmo cuidou de mim, e eu serei eternamente grata por isso, pois eu estava me sentindo tão desesperada quando perdi minhas forças no meio da tem
Sinto meu corpo ser acordado por vozes vindo lá debaixo, o que faz com que meu corpo acorde. Olho ao redor ainda grogue pelo sono, percebendo que estou completamente sozinha. Já escureceu, e são cerca de seis da noite de acordo com o relógio digital no armário logo na frente da cama. Me levanto da cama disposta a molhar a minha garganta, já que a mesma se encontra seca, e eu desço as escadas com o colar da minha mãe entre os meus dedos, lembrando dos acontecimentos de mais cedo. As vozes familiares aumentam e eu logo vejo Cristina, Tadeu e Benjami