Em um reino muito distante, chamado Reino das Esmeraldas, existem diversas criaturas que os seres humanos nunca pensaram que pudessem existir. O território desse reino se estende desde o portal mágico, que conecta o mundo dos humanos ao mundo das fadas, até a margem de um rio chamado Rio Rainha. Do outro lado das águas tranquilas desse rio existe outro reino, o qual se chama Reino das Trevas, onde nunca amanhece. Lá é uma eterna escuridão e segundo algumas fadas, quem vai até lá, não consegue retornar jamais.
O Reino das Esmeraldas tem uma aparência encantadora e uma energia contagiante. Com árvores frondosas, cujas folhas têm diversos formatos, algumas mais estreitas e um pouco alongadas; e outras mais curtas, porém um pouco mais largas. Além disso, os seus tons de verde também apresentam variação, os quais migram de nuance de acordo com a incidência dos raios dourados do sol, tornando-se verdes claros ou mais escuros ao longo do dia.
Os troncos dessas árvores são muito grossos, como se aquelas árvores tivessem sido plantadas ao longo de milênios e permanecessem vivas até os dias atuais, crescendo cada vez mais, algumas chegando até a alcançar a altura das nuvens, e fornecendo os seus frutos e frutas para todos os seres vivos que habitam no reino, com raízes longas e muito grossas, que se expandiam por um grande território.
No meio de imensos campos cobertos por grama rasteira nascia cogumelos de diversos formatos, um mais extraordinário do que o outro, os quais apresentavam alturas maiores do que os que se pode observar no planeta Terra. Nos locais próximos aos cogumelos, nasciam também muitas flores, as quais tinham uma infinidade de cores, como rosa, amarela, verde, branca, vermelha, entre outras.
Uma flor que era muito inusitada era a flor preta, mas esta somente conseguia nascer do outro lado do rio Rainha, no território que já pertencia ao Reino das Trevas, o qual é um ambiente onde experimenta uma escuridão perpétua, pois lá o dia nunca amanhecia. É uma eterna noite com intensa escuridão.
Por entre as flores e as árvores caminhavam as fadas e a rainha do Reino das Esmeraldas, que por sua vez apreciava os raios dourados do sol que aqueciam a sua pele fria durante todos os dias. E quando os raios do sol iluminavam e se refletiam nas gotículas de água que estavam em suspensão na atmosfera deste reino, gerava um arco-íris, o qual era muito admirado por todos os seres que viviam naquele reino.
Os animais também eram muito diferentes dos que habitam na Terra, pois lá tem muitos unicórnios que correm alegremente por entre as flores, brincando continuamente com as fadas. Os cavalos que moram no Reino das Esmeraldas são todos de pêlos brancos como uma pérola. E eles por terem sido presenteados pela rainha, passaram a ter asas, que os permitiam escolher se queriam se locomover pelo solo ou pelos ares.
Todos viviam em harmonia e muito felizes, até que um dia a filha da rainha de apenas sete anos, que se chamava Maria Lua estava passeando pela beira do rio Rainha e foi sequestrada por um cavaleiro que vinha galopando de forma veloz por entre as árvores traiçoeiras do Reino das Trevas. E devido a um feitiço, que foi feito pela bruxa, que é a rainha do Reino das Trevas, conseguiu passar com o seu cavalo por sobre as águas plácidas do rio Rainha e, de forma misteriosa, entrou no Reino das Esmeraldas, sequestrando a pobre criança e a levando para o castelo da bruxa, que ficava no topo da colina mais alta do Reino das Trevas.
Desde esse dia, a rainha se sente em profunda melancolia e por isso todo o Reino das Esmeraldas foi afetado, pois as fadas não brincavam mais com os unicórnios, e os cavalos alados não voavam mais a fim de se divertirem por aquela imensa paisagem que, quanto maior a altura, mais linda era a vista que ela proporcionava.
Até que um dia, a rainha do Reino das Esmeraldas, enquanto estava caminhando por entre as flores coloridas encontrou uma garrafa pequena de vidro transparente, a qual guardava um pergaminho. A rainha, ficando curiosa com aquilo que ela tinha encontrado, se abaixou, pegou a garrafa, retirou o pergaminho de dentro dela e viu que era um papel de aparência muito antiga, no qual tinha escrito um pequeno texto, que dizia:
“Através de seus olhos fui encontrado,
E por meio de suas mãos, agraciado.
Por você ter me segurado, estou contente.
E por isso, você será contemplada com um presente.
Diga o seu pedido em voz alta,
Para que eu vá à Terra e chame a menina peralta.”
Naquele momento, os olhos da rainha ficaram marejados de tanta emoção, pois ela estava sentindo que poderia ter uma oportunidade de reencontrar a sua pequena filha, a qual ainda era tão indefesa e por isso precisava de sua proteção. Fechando os olhos e se concentrando no pequeno rosto de Maria Lua, a rainha disse em voz alta, conforme ordenava o pergaminho: - Quero reencontrar a minha filha Maria Lua. – E repetindo três vezes em alto e bom som esse pedido, que ecoava de dentro da área mais profunda de seu coração, ela sentiu uma brisa soprar e refrescar o seu rosto, a qual ela entendeu como um sinal que quem quer que fosse tinha escutado o pedido que acabara de sair de seus lábios. E nesse momento ela recuperou a sua fé, pois em breve ela estaria com a sua filha em seus braços.
Sentindo essa resposta, a rainha se alegrou novamente e, olhando para o horizonte, ela viu o arco-íris se formando e ao abrir um largo sorriso, o qual mostrava os seus dentes perfeitos, brancos e brilhantes, deu meia volta e retornou para a sua casa com um semblante alegre.
Fiona é uma garotinha linda que possui cabelos lisos, com os fios na cor castanho claro. Seu tom de pele é bem clarinho e ela possui olhos também na cor castanho claro. De apenas nove anos, Fiona é muito encantadora, inteligente, mas também muito bagunceira como a maior parte das crianças, pois ela gosta de ficar em seu quarto brincando com as suas bonecas e com os seus outros brinquedos, espalhando tudo, durante todas as vezes que ela chegava da escola. Contudo, ela não se considera uma criança feliz, pois a sua mãe faleceu em um acidente de carro quando ela ainda tinha por volta de seus três anos de idade. E desde esse dia fatídico, ela passou a morar com o seu pai, que se chama Kevin, e com a sua madrasta, que se chama Antônia.Kevin é um homem alto, magro, de cabelos castanhos escuros e de olhos com um tom mais voltado para o preto. Devido a sua aparência ser bem diferente da de
Era sexta-feira à noite, e tanto Kevin quanto Antônia estavam sentados no sofá da sala enquanto assistiam a um filme de terror. A luz do cômodo estava apagada, deixando apenas uma penumbra, a qual era feita pela claridade da televisão. Entre um susto e outro, Antônia e Kevin saboreavam uma pipoca temperada, a qual era suficiente para encher dois potes com capacidade de um litro.Enquanto isso, Fiona estava em seu quarto, sentada sobre um tapete colorido e bastante infantil, o qual havia sido dado de presente por sua mãe quando ela ainda tinha os seus dois anos de idade, e por isso ela o tinha até os dias atuais. Quando Fiona começava a brincar com as suas bonecas, ela se esquecia tanto da hora quanto dos seus afazeres, os quais são referentes às lições de casa provenientes da escola.O filme estava tão bom e tão eletrizante que Kevin também não se lembrav
No dia seguinte era sábado, mas Kevin tinha o costume de acordar cedo, a fim de aproveitar bastante as horas do dia. Então se espreguiçando e olhando pela janela o lindo céu azul, ele se levantou e foi até o quarto de Fiona a fim de ver se estava tudo bem, e se ela já tinha despertado. Vendo ele que ela ainda estava em seu sono tranquilo, como o de todas as noites, ele foi até o banheiro escovar os seus dentes e posteriormente até a cozinha para preparar o seu café da manhã e os alimentos, tanto de Antônia quanto de Fiona para quando elas acordassem.Quando os raios dourados do sol entraram pelo quarto de Fiona, eles causaram uma claridade tão intensa que foi o suficiente para despertar a criança que parecia estar em um sono profundo. Quando ela abriu os seus pequenos olhos, ela olhou para a janela e viu que tinha um beija flor batendo rapidamente as suas asas enquanto bebia um pouco de
Em uma velocidade impressionante Fiona adormeceu ao som daquelas gotas de chuva que caiam sobre uma casa muito simples de telha. O som dos trovões era persistente, fazendo com que o som ficasse ainda mais atraente e com o efeito relaxante.No entanto, depois de algumas horas de sono, Fiona sentiu que algo estava para acontecer. Sendo despertada de seu sono, ela abriu os olhos e viu uma silhueta ao longe que se aproximava lentamente da janela escura do seu quarto. Quanto mais essa silhueta se aproximava, mais claramente ela conseguia ver a criatura que a tinha ido visitar naquela noite. E de repente o seu rosto se encostou no vidro transparente da janela e olhando fixamente para o rosto de Fiona, disse através de transmissão de pensamento, pois a criatura não mexia com os lábios, mas conseguia passar a sua mensagem claramente para a criança:– Fiona, nós precisamos de sua ajuda. A rainha precisa de você.<
O dia amanheceu e os raios solares fizeram com que Fiona se lembrasse de novo daquela criatura que ela nunca tinha visto antes, e sobre a mensagem que ele tinha passado para ela. Pensando em contar para o seu pai quando ele chegasse em casa, ela tentou ensaiar o seu texto, mas cerca de alguns segundos depois ela mesma se certificou de que ninguém acreditaria nela, pois nem ela mesma tinha certeza do que tinha visto. Então ela decidiu que seria melhor não contar a ninguém, pelo menos por enquanto, pois talvez essa visão tenha ocorrido apenas naquela noite e não vai mais acontecer. Ou talvez, se ela contasse a alguém, dependendo do que essa pessoa acreditasse poderia confundir as suas ideias, dizendo que aquela figura poderia se o espírito de sua mãe que estava tentando se comunicar, ou algum ser das trevas fingindo ser alguém do bem, a fim de enganá-la. Enfim, tomada por esses questionamentos e hipóte
Fiona, por sua vez, teve curiosidade de ver como estava o céu naquele instante, se era possível ver as faíscas nas nuvens, as quais eram causadas pelas descargas atmosféricas. Mas quando ela se aproximou da janela para direcionar os seus olhos para o céu, ela viu que ele estava repleto de estrelas e sem nuvens. Então ela ficou em dúvida de onde poderia estar vindo aquele som de chuva e de trovões. Sentindo um pouco de medo daquela situação, Fiona voltou a se deitar na cama e mergulhar embaixo de seu cobertor.Alguns minutos depois, a mesma criatura que tinha aparecido na janela de seu quarto na noite passada, mais uma vez apareceu. Depois de chamar o seu nome, ele acrescentou mais uma mensagem:– Fiona, venha comigo! A rainha precisa de você.Ouvindo esse som, Fiona levantou um pouco a coberta para deixar os seus olhos descobertos. E quando ela viu a criatura na janela, ela se assu
No instante em que Fiona e o seu mais novo amigo Flan atravessaram o portal mágico, ela sentiu um vento soprar o seu rosto, mas não era um vento comum. Ele era tão forte que arrepiou cada fio de seus cabelos. Em concomitância com o ar fresco que refrescava o seu rosto, ela sentia uma onda de medo e de adrenalina que percorria o seu corpo ao sentir que estava sendo puxada para o interior daquele universo que ela nunca imaginou que pudesse existir. Cada segundo que passava, ela ficava mais amedrontada. E essa sensação fez com que ela fechasse os olhos, mas não conseguia falar, pois por mais que ela tentasse, a sua ansiedade era tão grande que não permitia que os seus lábios emitissem som algum.Quando a sensação que atraía o corpo de Fiona parou, ela se sentiu que o medo a estava deixando, pois no mesmo instante sentiu alivio tanto na mente quanto em seu coração. Por isso ela
Depois de Fiona passar algumas horas caminhando ao lado de Flan por aquele imenso jardim, ela finalmente perguntou:– Eu estou adorando tudo isso, mas eu tenho uma dúvida... Por que você me trouxe para este lugar?Após andar por alguns instantes de cabeça baixa e sem dar nem uma palavra, Flan finalmente quebrou o silêncio e respondeu:– Eu te trouxe, pois nós precisamos de você no Reino das Esmeraldas.– Precisam de mim? Por quê?– A rainha teve uma filha há alguns anos, mas a sua única filha foi sequestrada por uma bruxa que vive em outro reino, o qual se chama Reino das Trevas.– Então a filha da rainha está vivendo neste outro reino? É só irmos até lá e pegarmos a menina de volta! – Disse Fiona, como se o problema fosse um dos mais simples de se resolver.– Sim. Mas tem um problema...