O dia amanheceu e os raios solares fizeram com que Fiona se lembrasse de novo daquela criatura que ela nunca tinha visto antes, e sobre a mensagem que ele tinha passado para ela. Pensando em contar para o seu pai quando ele chegasse em casa, ela tentou ensaiar o seu texto, mas cerca de alguns segundos depois ela mesma se certificou de que ninguém acreditaria nela, pois nem ela mesma tinha certeza do que tinha visto. Então ela decidiu que seria melhor não contar a ninguém, pelo menos por enquanto, pois talvez essa visão tenha ocorrido apenas naquela noite e não vai mais acontecer. Ou talvez, se ela contasse a alguém, dependendo do que essa pessoa acreditasse poderia confundir as suas ideias, dizendo que aquela figura poderia se o espírito de sua mãe que estava tentando se comunicar, ou algum ser das trevas fingindo ser alguém do bem, a fim de enganá-la. Enfim, tomada por esses questionamentos e hipóteses, Fiona decidiu que se isso fosse um segredo, ela viveria mais feliz. E que somente levaria o caso adiante se passasse a incomodá-la de forma demasiada.
Fiona passou o dia sem contar nada a ninguém a respeito de sua visão durante a noite. Entretanto, a fisionomia daquela criatura não saía de sua cabeça. E por isso, ela foi até o seu quarto, arrastou a sua cadeira e se sentou de frente para o seu computador. Ao apertar o botão de ligar, Fiona sentiu que a internet poderia ajudá-la a desvendar esses mistérios relacionados à criatura que lhe apareceu.
Quando o computador acendeu a tela, Fiona digitou a senha e o sistema foi inicializado. Posicionando o mouse para que ela clicasse no ícone de seu navegador favorito, ele abriu estando pronto para receber a sua pergunta. Ao digitar as características da criatura, ela encontrou diversos sites que descreviam e explicavam do que eles se tratavam. As respostas não deram muitas esperanças para Fiona de que aquela visão pudesse ser algo real, pois alguns sites diziam que a criatura poderia se tratar de um espírito que possui a finalidade de se divertir com os humanos. Diante dessa informação, Fiona ficou alguns minutos pensativa, refletindo se aquela resposta realmente faria algum sentido, pois na visão, a criatura não estava falando com ela em um tom de brincadeira, e sim de alguém que estivesse precisando de ajuda.
Naquele dia o seu pai chegou, deixando Fiona muito feliz, pois não precisaria dormir sozinha, mesmo que tivesse se sentido muito bem com o som de chuva e trovoadas, conforme a sua madrasta havia lhe dito. Mas quando chegou a noite, Kevin se aproximou de Fiona e disse que se ela quisesse, ele poderia ler mais para ela. Antônia ouviu o seu marido conversando sobre isso com Fiona e disse: – Não tem necessidade de você ficar lendo para ela antes de dormir, pois ontem ela conseguiu dormir sozinha.
Fiona se sentiu entristecida, mostrando no seu semblante a decepção por Antônia ter insinuado que Kevin deveria deixar Fiona dormir sem a leitura que ela tanto gostava.
– Mas de qualquer forma, eu gosto de ler para ela, e vou continuar fazendo isso. – Respondeu Kevin.
Mais tarde, quando já se aproximavam as vinte e duas horas, Kevin foi até o quarto de sua filha Fiona e pegou o livro da noite retrasada a fim de continuar a leitura. E quando Fiona se deitou e se aconchegou ao seu cobertor, ficou observando o seu pai se sentar na beirada da cama e ler o texto. Alguns minutos depois Fiona já havia adormecido.
Observando que a filha já estava com o semblante relaxado, Kevin se levantou, deixou o livro sobre o criado mudo e apagou a luz do abajur, a fim de que a luz amarela não acorde Fiona.
Quando Kevin saiu do quarto de Fiona e fechou a porta levemente, ao longe, os ouvidos de Fiona conseguiram captar o som das gotas de chuva que caíam sobre o telhado de sua casa. E as gotas que eram transportadas pelo vento faziam barulho quando alcançavam o vidro da janela de seu quarto. Além do som da chuva torrencial, também era possível ouvir o som das trovoadas que se tornavam cada vez mais intensas, conforme os minutos passavam, fazendo com que ela se despertasse de seu sono. Entretanto, tanto o som da forte chuva quanto o dos trovões só podiam ser ouvidos por Fiona, pois todas as vezes que chovia forte, Kevin se levantava rápido e fechava todas as janelas da casa, e dessa vez isso não aconteceu.
Fiona, por sua vez, teve curiosidade de ver como estava o céu naquele instante, se era possível ver as faíscas nas nuvens, as quais eram causadas pelas descargas atmosféricas. Mas quando ela se aproximou da janela para direcionar os seus olhos para o céu, ela viu que ele estava repleto de estrelas e sem nuvens. Então ela ficou em dúvida de onde poderia estar vindo aquele som de chuva e de trovões. Sentindo um pouco de medo daquela situação, Fiona voltou a se deitar na cama e mergulhar embaixo de seu cobertor.Alguns minutos depois, a mesma criatura que tinha aparecido na janela de seu quarto na noite passada, mais uma vez apareceu. Depois de chamar o seu nome, ele acrescentou mais uma mensagem:– Fiona, venha comigo! A rainha precisa de você.Ouvindo esse som, Fiona levantou um pouco a coberta para deixar os seus olhos descobertos. E quando ela viu a criatura na janela, ela se assu
No instante em que Fiona e o seu mais novo amigo Flan atravessaram o portal mágico, ela sentiu um vento soprar o seu rosto, mas não era um vento comum. Ele era tão forte que arrepiou cada fio de seus cabelos. Em concomitância com o ar fresco que refrescava o seu rosto, ela sentia uma onda de medo e de adrenalina que percorria o seu corpo ao sentir que estava sendo puxada para o interior daquele universo que ela nunca imaginou que pudesse existir. Cada segundo que passava, ela ficava mais amedrontada. E essa sensação fez com que ela fechasse os olhos, mas não conseguia falar, pois por mais que ela tentasse, a sua ansiedade era tão grande que não permitia que os seus lábios emitissem som algum.Quando a sensação que atraía o corpo de Fiona parou, ela se sentiu que o medo a estava deixando, pois no mesmo instante sentiu alivio tanto na mente quanto em seu coração. Por isso ela
Depois de Fiona passar algumas horas caminhando ao lado de Flan por aquele imenso jardim, ela finalmente perguntou:– Eu estou adorando tudo isso, mas eu tenho uma dúvida... Por que você me trouxe para este lugar?Após andar por alguns instantes de cabeça baixa e sem dar nem uma palavra, Flan finalmente quebrou o silêncio e respondeu:– Eu te trouxe, pois nós precisamos de você no Reino das Esmeraldas.– Precisam de mim? Por quê?– A rainha teve uma filha há alguns anos, mas a sua única filha foi sequestrada por uma bruxa que vive em outro reino, o qual se chama Reino das Trevas.– Então a filha da rainha está vivendo neste outro reino? É só irmos até lá e pegarmos a menina de volta! – Disse Fiona, como se o problema fosse um dos mais simples de se resolver.– Sim. Mas tem um problema...
Ao longo da conversa, a rainha disse a Fiona o motivo pelo qual ela precisava muito de sua ajuda. Entretanto, o duende Flan já havia conversado sobre isso, brevemente, com ela. Mas Fiona ficou com uma dúvida:– Eu estou preocupada com o tempo que isso tudo vai durar, pois meu pai me espera em casa.Abrindo um sorriso doce e gentil, a rainha respondeu: – Não se preocupe, criança. Enquanto você estiver aqui conosco, o tempo não estará passando na Terra. E quando você voltar para a sua casa, vai ver que os ponteiros do relógio estarão marcando o mesmo horário.– Esse resgate vai demorar muito tempo?– Só depende de você. Nós temos muitos amigos e animais, os quais podem ser parceiros nesse resgate. Pode contar comigo para o que você precisar. Inclusive, você terá grandes recompensas por estar nos ajudando.– O
Aos poucos Fiona percebeu que os cavalos alados estavam reduzindo a sua altura de vôo, de uma forma tão lenta que era quase imperceptível, a fim de continuarem passando segurança a todos.Logo depois, Fiona notou que o passeio tinha terminado quando os animais já estavam com as suas patas próximas ao chão, pousando sobre a relva verde e perto das flores, que por sua vez exalavam um perfume delicioso de lavanda, o qual era uma das fragrâncias favoritas de Fiona.A rainha desceu do cavalo alado com muita facilidade, bem como o duende Flan. Mas Fiona não teve a mesma praticidade, necessitando mais uma vez da ajuda de Flan. Quando os três estavam no chão, Fiona sentiu o orvalho da relva molhar a pele dos seus pés, através da fina sapatilha. Mas ela não deixou que isso a tirasse do foco, pois ela estava interessada em conhecer o local onde viviam os unicórnios.E mai
Quando eles voltaram do passeio, desceram de seus cavalos alados e entraram novamente na casa da rainha, Fiona foi invadida por um pensamento e, ao mesmo tempo, por uma dúvida, a qual estava corroendo o seu pequeno e puro coração. Então ela de repente perguntou:– Rainha, a vossa alteza tinha me falado sobre recompensas. Quais tipos de recompensas?– Converse com Flan e fale com ele o que você gostaria de ter, ou o que você gostaria de viver que eu te darei.– Eu nem preciso pensar muito a respeito disso. O que eu mais queria era poder conhecer a minha mãe que faleceu em um acidente de carro quando eu ainda era muito pequena. E hoje em dia, o meu pai é casado com uma mulher que não gosta de mim.Enquanto a rainha ficava calada, ela provavelmente estava pensando em algo que ninguém ousava tentar adivinhar, mas em breve ela quebrou o silêncio, dizendo: – A sua
As fadas e os duendes receberam a ordem da rainha, que era referente ao contato que eles deveriam fazer com as fadas madrinhas. E no mesmo instante, eles foram até elas e informaram sobre a urgência de executar o seu plano.As três fadas, por sentirem imensa gratidão tanto pela rainha quanto por todos os seres que habitavam o Reino das Esmeraldas, veio com pressa à casa da rainha. E quando Flan e Fiona ouviram um som na porta da casa, Fiona se assustou, pois ano sabia ainda quem estava do lado de fora da casa. Mas rapidamente uma das fadas tratou de abrir e acabar com o medo de Fiona.Quando ela abriu a porta, Fiona viu três mulheres. As três pareciam ser da mesma idade, não eram muito jovens, mas também não pareciam ter muita idade, mas a idade correta, Fiona não sabia dizer. Entretanto, reparou no jeito de cada uma delas a fim de conseguir diferenciá-las. A que estava mais a frente tinha
Passando por entre as árvores da floresta e vendo que tinham flores ainda mais bonitas quanto mais eles andavam, Fiona ficava com os olhos marejados de tanta emoção.Depois de andarem por quase duas horas, Fiona se sentiu enfraquecida, pois tinha muito tempo que ela não comia. A última refeição que ela tinha feito era uma bebida que uma das fadas tinha preparado para ela, quando ainda estavam na casa da rainha. Ela não quis compartilhar desse seu sentimento de fome com Flan para que ele não pensasse que ela era uma criança frágil. Mas conforme avançava a distância, Flan começou a escutar alguns barulhos, os quais ele não conhecia, e quando ele olhou para Fiona, ela estava se apoiando em uma das árvores de troncos grandes, e passando as mãos pela sua barriga, indicando que algo estava errado.Parando depressa ao lado de Fiona, Flan perguntou:&nda