Carolina Santos Acordei com uma sensação de apreensão e angústia que pareciam brotar do nada. Meu coração batia acelerado, e uma ansiedade inexplicável me dominava. Tentei ignorar o que sentia, mas não consegui.Jarbas, que estava ao meu lado, notou a inquietação e me olhou com preocupação.— Carol, o que está acontecendo? Você está bem?Eu suspirei e olhei para Jarbas.— Eu não sei. Acordei apreensiva e angustiada, e não consigo entender o motivo.Jarbas tentou me acalmar, abraçando-me e beijando-me a testa.— Você se preocupa demais, não tem nada acontecendo. – Ele diz e reviro os olhos, Jarbas nunca acredita nas minhas premonições até acontecer algo. Manu se sentou para tomar café e nos avisou que como estaria de folga iria com Steph e o professor de judô levar as crianças para a competição, dissemos que não havia problema e ela ligou para sua namorada a convidando para ir junto. Sempre soube que Manu era um pouco diferente e a princípio eu tentei de um tudo para que ela mudasse
Stephanny Giacomelli DuarteO evento estava realmente maravilhoso. As crianças haviam feito um ótimo trabalho, e a empolgação delas era contagiante. Ao final das competições, muitas delas não queriam ir embora e perguntaram quando poderiam voltar.— Tia Steph, quando a gente vem de novo? – Marquinho perguntou, seus olhos brilhando de entusiasmo.— Eu também quero voltar! – Aninha se manifestou, pulando de alegria.Sorri para eles, emocionada com a paixão que aquelas crianças estavam demonstrando pelo judô.— Vocês foram incríveis hoje! Se quiserem competir de novo, precisam treinar bastante e ficar ainda melhores.Marquinho e Aninha assentiram, determinados a se tornarem judocas cada vez melhores.Ju e Jhenny, se aproximaram de mim, sorrindo.— As crianças estão famintas, Steph. Acho que já está na hora de voltarmosConcordei com a cabeça e, depois de garantir que todas as crianças estavam devidamente alimentadas, ajudamos a organizá-las na van. Elas estavam extasiadas e, ao som de ri
Guilhermo MontenegroEu estava ansioso para ver Stephanny. Tinha passado alguns dias longe dela, e a saudade estava começando a pesar. Quando finalmente pousei, mal consegui esperar que o avião parasse. Assim que as portas se abriram, peguei minha bagagem de mão e saí o mais rápido que pude.Meu plano era pegar um Uber até a empresa e de lá pegar meu carro, que estava estacionado na garagem. Porém, quando saí do avião, tentei ligar para Steph. A ligação foi direto para a caixa postal, e isso me deixou preocupado. Sabia que ela estava com as crianças em um evento, e ela sempre tinha seu telefone por perto.Peguei o Uber e segui para a empresa, assim que cheguei peguei meu carro e tentei ligar novamente para Steph. Nenhuma resposta. Algo não estava certo.Antes que pudesse fazer algo impulsivo, meu telefone tocou. Era Julia e sua voz estava trêmula.— Gui, é você? – Ela pergunta. — Claro que sou eu. Ju, o que está acontecendo? A Phanny não está atendendo o telefone? Minha irmã ficou e
Stephanny Giacomelli DuarteUma semana se passou desde que fui sequestrada e ainda estava mantida em cativeiro numa espécie de galpão.Meu tio,vinha todos os me trazer as refeições, confesso que tinha medo de comer, mas sabia que não podia ficar com fome, me sentia aterrorizada o tempo todo por estar neste local sem saber o que irá acontecer. Estava amarrada ouvindo apenas os trovões, o chão estava gelado e estava me sentindo imunda, ouvi um barulho do lado de fora. O som de um portão enferrujado sendo empurrado e vozes familiarmente assustadoras e me encolhi completamente hipotente. Em poucos minutos, o líder do Morro do Farinha, o tal de Alexandre O Grande, entrou no galpão com sua típica atitude ameaçadora. Ele usava um boné inclinado para o lado e um olhar sardônico no rosto. Sua presença era intimidante.— E ae, princesinha? — Ele disse com uma risada sinistra, olhando para mim como se fosse um objeto.Me encolhi, odiando estar sob o olhar de Alexandre, mas me mantive encarando o
Roberto (O Tevez do Farinha) Minha história começou nas mesmas ruas onde agora sou temido, mas naquela época, era apenas um garoto. Meu pai era um homem de princípios, trabalhador e honesto, que tentava manter minha família longe do perigo das facções do tráfico. Ele sempre me dizia que essa vida não levaria a lugar nenhum, mas a realidade das favelas era diferente.A comunidade onde crescemos estava infestada de gangues e tráfico de drogas. Era uma realidade difícil de evitar. A maioria das pessoas estava de alguma forma envolvida, mesmo que não quisessem.O ponto de virada na minha vida ocorreu quando eu ainda era adolescente e sonhava em ser médico para poder dar uma vida melhor para a família, meu pai era um grande homem tentou manter nossa família a salvo da violência, mas um dia ele acabou sendo baleado durante um tiroteio entre a facção e a polícia, meu pai, meu herói foi morto na minha frente por um policial e para piorar eles fizeram meu pai parecer um bandido que estava tro
Guilhermo MontenegroA busca por Stephanny tinha se tornado um pesadelo que parecia não ter fim. Era como se ela tivesse desaparecido em um buraco negro, sem deixar rastros. Eu me sentia impotente, incapaz de proteger a mulher que amava. Minha ansiedade estava à flor da pele, e cada minuto que passava sem notícias dela me fazia temer pelo pior.Estava no escritório da boca, tentando organizar meus pensamentos e encontrar qualquer pista que pudesse nos levar a Phanny. Minha mente estava uma confusão, e eu estava prestes a explodir quando Larissa entrou com um olhar de safada, como se nada tivesse acontecido.Ela se aproximou de mim, tentando seduzir com seus olhares provocantes. — Já que Steph desapareceu, você pode voltar a se divertir comigo, Gui – disse ela com um sorriso insinuante. — Sou muito mais gostosa que a magricela sem sal. – Minha paciência estava no limite, e eu gritei com ela. — Saia daqui, Larissa! Phanny é mais importante do que qualquer coisa para mim. Não tenho te
Stephanny Giacomelli DuarteO Grande entrou no galpão e seu sorriso macabro me fez estremecer. Eu estava ali, presa e vulnerável, sem nenhuma forma de me defender. Seus olhos brilhavam com luxúria doentia, e aquilo me deixava aterrorizada.Ele se aproximou lentamente, enquanto meu coração batia descompassado. Cada passo que ele dava me empurrava ainda mais para o abismo do medo. Eu sabia o que ele planejava fazer, e era um pesadelo que eu desejava evitar a todo custo.Então, o pesadelo se tornou realidade. O Grande me esbofeteou várias vezes, sua mão grossa e suja deixando um ardor em meu rosto. Eu podia sentir o gosto metálico do sangue em minha boca e sabia que marcas ficariam em minha pele. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, e a dor misturava-se com o horror. Meu tio observava a cena como da outra vez, ele parecia estar satisfeito com o meu sofrimento. Alexandre rasgou minha roupa com brutalidade, expondo minha vulnerabilidade de forma ainda mais cruel. Minha voz estava presa n
Guilhermo MontenegroTrês dias haviam se passado desde o resgate de Phanny. Aqueles dias tinham sido uma mistura de alívio por tê-la de volta e aterrorizantes pelos pesadelos que ela havia vivido. Mesmo com os cuidados que lhe proporcionamos, a sombra do que aconteceu com O Grande continuava a pairar sobre nós.No entanto, algo mudou em Phanny desde aquele dia. Ela estava distante, e aquele brilho que costumava enfeitar seus olhos tinha se apagado. Eu a via mergulhada em seus pensamentos, e parecia que nenhum sorriso conseguia atravessar a barreira que se formara ao redor dela.Estava perdido, sem saber como fazê-la sorrir novamente. Tínhamos enfrentado desafios juntos, mas o trauma que ela havia vivido era diferente de tudo o que tínhamos experimentado. Eu queria estar lá para ela, mas me sentia impotente.Naquela manhã, depois de acordar ao seu lado, vi que ela não havia dormido direito. Seus olhos estavam inchados, e a expressão em seu rosto era de tristeza profunda. Ela olhava par