Estava conversando animadamente com Giovanna quando Júlia chegou em sua moto. Ela me pediu desculpa por ter esquecido de passar seu número, e eu disse que estava tudo bem. Ju me passou um capacete e me mandou subir em sua moto, e foi o que eu fiz. Rapidamente chegamos à loja, que era bem grande. Contei toda a minha história a Fabiana, que foi super legal e me deu um emprego. Agradeci muito às duas e voltei para casa animada. Contei a novidade a Carol, que ficou feliz por mim. Pedi a ela que me ensinasse a varrer a casa, e ela me mandou trocar de roupa e pôr algo bem confortável. Então, peguei uma roupa emprestada de Manu, torcendo para que ela não achasse ruim.— Segura a vassoura desse jeito e varre assim. – Carol me dava instruções, e eu me sentia uma idiota, mas ela me tranquilizou, dizendo que é assim mesmo.Depois de quebrar um bibelô, olhei para a sala varrida e me senti orgulhosa. Nem acredito que consegui fazer isso. Carol olhou para mim orgulhosa e me chamou para seu quarto.
Manuella me acordou, e levantei com a maior preguiça do mundo. Fui tomar banho, já de banho tomado e devidamente vestida, Carol preparou o café para nós. Jarbas, Manu e eu nos despedimos e fomos para nossos destinos. Jarbas me ofereceu uma carona, e eu sabia que se aceitasse, ele se atrasaria, já que ainda levaria a Manu.Fui para o ponto de ônibus, que estava repleto de pessoas. Fiquei aguardando até aparecer o ônibus que precisava pegar, e neste momento me arrependi de não ter aceitado a carona oferecida por Jarbas. Só espero que ninguém me reconheça, ou será um grande problema. Agora sei como as sardinhas se sentem dentro da lata, pois me sinto exatamente igual. As pessoas me empurravam ao passar e olhavam para mim irritadas. Assim que chegou o meu ponto, gritei para o motorista parar, mas ele passou direto. Gritei mais uma vez, e uma senhora simpática me disse que eu deveria ter apertado a cigarra. Perguntei a ela o que era isso, e ela me apontou a cordinha. Outra menina olhou par
Hoje é sexta-feira e, depois de um dia cansativo de trabalho, estava me arrumando para o baile. Manu e eu estávamos prontas para sair quando Jarbas e Carol nos chamaram e nos deram uma série de recomendações. Eles me mandaram ficar atenta e jamais abandonar o meu copo sozinho.— Pai, mãe, relaxem. Eu vou cuidar da Steph. Agora temos que ir, beijos. – Manu cortou os pais, e antes de sairmos, nos despedimos.Giovanna estava agarrada com um cara que descobri ser D.L., seu namorado e sub-dono do morro. Pensei que iríamos a pé, mas logo duas motos apareceram, e os meninos nos mandaram subir. Durante o breve trajeto, conheci Patrick, um cara bem legal que me fazia rir. Quando chegamos à entrada do evento, ele me deu um beijo no rosto e disse que me encontraria na pista. Não sou uma garota de baladas e festas com música alta. Só fui à balada duas vezes na vida. Ao entrar no local, o choque de realidade tomou conta de mim, e me perguntei o que estava fazendo ali.Manuella e Giovanna me puxara
Guilhermo Montenegro (Gui)Hoje o morro estava agitado por conta do baile. Meu pessoal arrumou tudo, e deixei D.L. encarregado enquanto fui para a empresa. Cheguei cumprimentando os funcionários e fui direto para a minha sala. Um tempo depois, minha secretária avisou que o advogado estava à minha espera, e agradeci a ela. Assim que o doutor entrou, pedi para que ele se sentasse.— Aconteceu alguma coisa, Guilhermo? – Doutor Lucius era advogado do meu pai e agora trabalha para mim.— Doutor, o chamei aqui porque eu necessito de um esclarecimento em uma questão. Conheço uma pessoa que teve os bens roubados por um familiar antes que completasse a maioridade. Gostaria de saber se há alguma forma dela reaver os seus bens?— Se o tio da vítima se apropriou dos seus bens, configura-se em apropriação indébita. Mas, para entender o caso, precisarei conversar com a vítima.— Vou conversar com ela e procuro o senhor. – Doutor Lucius se levanta e diz que ficará no aguardo da minha ligação.Olho p
— Posso saber o motivo da porra do tumulto? – Cheguei já irritado.— Não acredito que me trocou por essa Barbie vagabunda. – Larissa diz olhando para Stephanny, que não demonstrou, mas eu sabia que estava morrendo de medo.— A única vagabunda que temos aqui é você, que fode com o morro todo e depois vem se fazer de fiel do meu irmão. – Ju fala, olhando para ela. Antes que Larissa pudesse responder e estragar tudo, eu acabei com a discussão e a expulsei do baile. Que merda irritante, ela sabe que não temos nada e fica me incomodando. Respiro fundo e volto para o camarote.Puxei Steph para o meu colo novamente e mandei D.L. pedir uma porção de camarão frito e cerveja. As meninas se aproximaram e ficaram conversando animadas com Steph, que esqueceu os episódios passados e relaxou.— Amiga, acho que o Patrick está afim de você. – Minha irmã diz a ela.— Não estou afim de ninguém, Ju. Minha vida está uma bagunça e a única coisa que preciso é arrumá-la.— Está com saudade da sua vida antiga
Stephanny Giacomelli DuarteO beijo estava delicioso, mas logo me afastei quando senti a mão de Guilhermo em minha parte íntima.— Desculpa, eu nunca... – Não consegui terminar, estava muito sem jeito.— Você nunca fez sexo? – Ele perguntou e eu neguei. — Você namorava e nunca passou nem da primeira base?— Nunca me senti preparada para isso. – Estava muito sem graça. — Desculpe. – Levantei-me e ele me puxou para sentar em sua perna.— Não precisa ficar sem jeito. Não sou o tipo de cara que força uma mulher. Gostei de você e não queria que o que estava rolando entre nós terminasse.Ele é um cara completamente diferente do que sempre achei que um cara de morro seria. Como o clima havia ficado constrangedor, começamos a conversar sobre nossa infância. Me emocionei ao falar sobre meus pais, e aconteceu o mesmo com ele. Percebi que Gui amava muito o pai, o que achei muito fofo.Um tempo depois, um bocejo escapou dos meus lábios e Gui sorriu.— Vamos dormir, Bela Adormecida. – Ele sorri.—
Guilhermo MontenegroAcordei sozinho, sem a morena ao meu lado. Pensei que ela tivesse ido embora, mas quando desci, ouvi as risadas dela e da doida da minha irmã. Me juntei às garotas, e ficamos conversando até que Stephanny me avisou que precisava ir para casa. Ofereci-me para levá-la. Estávamos na metade do caminho quando ouvimos o primeiro tiro. A princípio, achei que algum idiota tivesse atirado sem intenção, mas o que aconteceu a seguir foi uma saraivada de tiros. Steph tremia, agarrada a mim, e ficou ainda mais trêmula quando precisei matar um filho da puta que apontou a arma para nós. Chamei o D.L. e o mandei levá-la de volta para minha casa em segurança.Fui ao encontro dos caras que me avisaram que o Morro do Farinha está querendo invadir. São sempre esses filhos da puta. Eles não aprendem mesmo. Já tentaram tomar o Morro do Chipre e não conseguiram, e agora acham que podem tomar o nosso. Dei ordens para acabar com todos os desgraçados invasores. Eles se organizam nas entrad
Stephanny Giacomelli DuartePassaram-se dois meses após aqueles acontecimentos, e já estou bem mais habituada à minha nova condição de assalariada. Inclusive, fiz uma tremenda festa quando recebi meu primeiro salário. Para muitos, pode parecer uma coisa boba, mas para mim é uma tremenda conquista. Em relação à dança, tentei entrar em diversas companhias e não tive sucesso, então, por enquanto, deixei de dançar.— Steph, vamos sair pra beber mais tarde? – Lúcia, uma das minhas colegas, me convida, e eu aceito.— Estou precisando muito de diversão.— E pegar uns caras gatos também. Na verdade, nem precisa ser gato, só precisa ter pegada. – Nós duas rimos e voltamos ao trabalho.Assim que terminou meu expediente, liguei para Carol e avisei que sairia com umas colegas de trabalho. Ela me mandou ter cuidado.— Steph, se precisar de qualquer coisa, nos ligue. E não volte muito tarde. – Carol diz, e agradeço a ela.Fomos para um bar, e assim que chegamos, pedimos bebidas e petiscos. Quem dir