Diário de Clarice
Querido diário, preciso confessar que... Basta! Papai tem me evitado, mamãe está sabe Deus onde! Mas quer saber, Hoje definitivamente cansei! Isso mesmo!! Como dizem os mais velhos: Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha, ou algo do tipo! Está na hora de mudança, que meu juízo não ouse me atrapalhar!Quetro semanas antesClarice, acorda cedo como de costume, se levanta, toma o desjejum, dirige-se para biblioteca da família, deslizando a mão por uma das variadas estantes de livros, não que houvesse muitos interessantes, vez que a maioria era considerado impróprio para uma jovem de família, segundo seu pai todos os que ali havia eram "Adequados", mas ela tinha seus truques.Pega o mesmo que lera no dia anterior, "A Cidade sitiada", de Clarice Lispector" O livro era simplesmente fascinante! Assim como a autora, cujo nome é igual ao seu, não que isso influenciasse em sua preferêncDiário de Clarice.Querido diário, acho incrível a vida ser cheia de surpresas, como pode mudar drasticamente da noite para o dia. Ao futuro, sempre tive medo na mesma medida da minha esperança, afinal é assustador não saber o que irá acontecer no amanhã, mas prefiro me segurar na certeza da felicidade. Ultimamente meu coração tem dito que algo sucederá em breve, não sei se será bom ou ruim, mas estou preparada para as mudanças que a vida me trará. ...Alessander abre a porta.De tudo que poderia ocorrer naquele dia, certo era, Nicolau jamais havia imaginado aquela cena, por um momento pensou estar louco, todavia, não era o caso, sentira uma pontada no peito, uma pontada de stress, O que por Deus! Clarice fazia ali?— Mas, O que significa isso? — Diz colocando-se de pé, incrédulo.A menina adentra com postura refinada o olhando séria. Um olhar familiar. lembrava a seu pai nostalgicamente alguém muito qu
"Quatro semanas depois" Clarice estava verdadeiramente feliz naquela manhã, finalmente seu pai a permitiu voltar ao colégio. Fátima ajudou-lhe vestir o uniforme, enquanto Claudine preparava um café da manhã bastante reforçado e José conferia se estava tudo certo com o carro.Uma batida na porta. Fátima abre.— Senhora Elisabeth.— Minha filha?— Quase pronta, senhora.A mulher a encara com olhar gélido fazendo morrer o sorriso.— Saia... Por gentileza.A empregada se retira silenciosa.Ao avistar a mãe pelo reflexo do espelho de sua penteadeira, Clarice se coloca de pé sorridente.— Mamãe!A mulher permanece numa expressão séria e vazia, mirando a filha de auto abaixo.A menina abandona o sorriso, intrigada.— Me pergunto como conseguiu convencer seu pai lhe ceder permissão de retornar ao colégio... Sobretudo... Fazê-lo recusar o convite de cortejo do co-Almirante LeBlanc.A menina vira-se de costas
— você? — ele diz. — Dessa vez não me esbarrei. — Culpado — Sorri. Clarice sente um tremendo formigar em seu estômago. Até que de repente alguém o arranca de cima dela. — Mas que.... Tarado? Demitry? O que raios estava fazendo em cima de minha irmã? — Agradeceria se me soltasse Alésser. Algum engraçadinho derrubou-me da bicicleta. Alésser o solta. Clarice os observava perplexa, ainda no chão. Demitry lhe estende a mão. — Peço que me perdoe senhorita Clara. Não tive a intenção de lastima-la. — imagina, não foi lástima alguma. — O olhava encantada. — Perdi alguma coisa? — Pergunta Alésser, olhando suspeitoso a ambos. — Não saberei lhe responder amigo, mas tenho de ir agora, estou atrasado. — Diz enquanto levanta sua bicicleta. — se demorar mais meu chefe me comerá vivo, foi bom revê-la, senhorita. — Digo o mesmo. Demitry vai embora com leve sorriso no rosto. — Gosto dele, um bom rap
"Diario de Demitry" Caro diário, não nego a fúria que sinto ao ver tamanha injustiça no mundo, preciso aprender a controlar meu temperamento perante os males do dia a dia, só assim se torna possível sobreviver nessa corrente de víboras, mas escrever e pensar é muito mais fácil do que agir.... Tenho estado tão indignado com o que vejo que se quer tive tempo para pensar nela, mas quando o faço, é estranho de explicar, parece que todos os meus problemas somem, estou enlouquecendo? essa me parece a única resposta sensata, devo ter enlouquecido, não posso me apaixonar por alguém que definitivamente não conheço... ...... Clarice, acabara de entrar no colégio, estava tão maravilhada com o que via, que não pensou em Demitry, embora tê-lo visto e sentir os lábios nos seus, melhorou e muito seu humor, na verdade a deixou deveras contente, em seu coração sentia que o veria outra vez. Por hora, focaria apenas n
"Diário de Clarice" Querido diário, para falar a verdade, me sinto decepcionada com o colégio, não se parece em nada com o que imaginei, pessoas, superficiais, egoístas, será que entrei de cabeça num ninho de víboras? Devo desistir? Não! Não posso, preciso me manter firme, estou numa missão muito importante, na lutar por minha felicide, que venha o que vier, darei um paço de cada vez, na esperança de um futuro incerto, mesmo que eu tenha de guerrear comigo mesma...Olharei para a luz e seguirei em frente, uma chama queima dentro de mim e no mais intenso fala que serei feliz por completo...Será? De coração almejo que sim. ... "Mais tarde" Assim que o ultimo sinal bateu, Clarice saiu o mais depressa possivel, já estava farta, passara todo o intervalo com madame gertrudes e o diretor, ambos falavam apenas de seu pai e seus irmãos. Ao sair pelas portas, José estava a sua espera.
"Diário de Alésser" Faz um bom tempo que não nos vemos, senhor diário, se descobrissem este meu hábito, por certo estaria em maus bocados. É dificil não ter com quem se abrir, mais dificil ser soldado quando não se quer nem um pouco, não me sinto eu mesmo, só queria poder sumir e viver junto com aqueles que amo, sem precisar fingir o que sinto, sem ter de carregar todo dia esse fardo de tristeza e solidão.... O que é ridículo de se dizer, afinal, não tenho permissão para sentir, tenho apenas de agir em favor do meu país, do meu governo, não importando contra quem seja a pátria vem antes que o sangue... É o que eles me ensinam sempre. .... Clarice olha para o irmão que acabara de abraçar. — Quer conversar sobre isso? — Não foi nada, só precisava de um abraço da minha irmãzinha. Era evidente que a menina não estava convencida. — Quer tomar um sorvete? — O que? — Pergunta sem crer no que ouv
Era uma vez... Era uma vez um país onde as pessoas foram proibidas de pensar, falar e fazer o que acreditavam ser o certo. Era uma vez um país onde muitos foram presos, torturados e assassinados... sem misericórdia ou piedade do jovem ao maisvelho... Era uma vez um mundo onde crianças e adolescentes foramjudiados e privados da proteção de seus pais... Meninas vendidas emcasamentos para homens maduros portadores de grandes riquezastendo sua infância consumida pela sexualidade... Era uma vez... Uma história triste que ninguém gosta deouvir, mas, precisa ser lembrada, contada e recontada para nunca serepetir.. . (Baseado no poema do Livro: Direito a memória e a verdade. Pág.10) ................... Na déca
"Dário de Clarice" Querido diário, minha vida está numa euforia, tive de sairmuito com mamãe e a madrinha, em busca do que faltava para acomemoração. Experimentar roupas, sapatos e penteados. O quepenso sobre isso? maravilhoso, com certeza maravilhoso! Pois hátempos não saio de casa! E é raro ver mamãe interessada na minhavida…. "Três dias antes da festa" Nestas idas ao centro da cidade algo me ocorreu. Estava andando compensamento distante do outro lado da grande praça, de repente meesbarrei em um rapaz e o sujei com meu sorvete que acabara decomprar! Na verdade o derramei quase todo.— Oh! Eu sinto muito, de verdade! — Digo.— Sem problemas, acontece.— Não, deixe-me ajudar a lim