"Dário de Clarice"
Querido diário, minha vida está numa euforia, tive de sair muito com mamãe e a madrinha, em busca do que faltava para a comemoração. Experimentar roupas, sapatos e penteados. O que penso sobre isso? maravilhoso, com certeza maravilhoso! Pois há tempos não saio de casa! E é raro ver mamãe interessada na minha vida…. "Três dias antes da festa" Nestas idas ao centro da cidade algo me ocorreu. Estava andando com pensamento distante do outro lado da grande praça, de repente me esbarrei em um rapaz e o sujei com meu sorvete que acabara de comprar! Na verdade o derramei quase todo.— Oh! Eu sinto muito, de verdade! — Digo.— Sem problemas, acontece.— Não, deixe-me ajudar a limpar isto. — Pego um lencinho na bolsa. — Ah poxa, manchei sua roupa! Eu sinto muito mesmo. — Ele segura delicadamente minhas mãos que o limpava, frenética.— Não se preocupe moça, creio que água e um pouco de sabão
podem resolver este problema. — "Sorrimos"Madrinha Rosamella surge de repente levando-me para o
mais distante possível sem dizer nada. Vamos em direção a mamãe que analisava a vitrine da belle époque mais famosa joalheria da cidade, de origem francesa, uma homenagem a esta época na Europa antes da primeira guerra mundial. A loja Ficava de frente para a grande praça.— Quem era aquele? — Pergunta a madrinha.— Não sei.— Ah, não? E o que foi aquilo tudo?— Nos esbarramos....— Se esbarraram? Ouviu isso Elisabeth? Sua filha de conversinha fiada com um rapazinho xexelento qualquer! Mas que absurdo! Disparate! E se ele fosse um desses ladrõezinhos? Ou até mesmo um golpista! Ou pior um conspirador contra o estado!— Não é para tanto Rosamella, mas no futuro Clarice, evite conversas com estranhos ainda mais nessa cidade cada dia mais violenta. — A mulher suspira desgostosa e muda de assunto. — já fizemos o que era necessário, vamos para casa. — Elisabeth volta ao carro e José, um de nossos motoristas abre as portas.— Não é para tanto? Oh, por favor, Elisabeth! — E a madrinha passou todo o caminho falando sobre bandidos, golpistas, conspiradores e pobretões. Às vezes ela é tão preconceituosa e inconveniente! Com o governo do nosso presidente quem em sã consciência atacaria uma jovem em público a luz do dia? Ainda mais sendo esta a filha de um dos maiores militares da cidade! Não consigo compreender a capacidade da madrinha de julgar tanto pela aparência, é tão estressante! Por que existem pessoas que parecem sentir prazer no pré-julgamento? É tão dificil entender que todos somos um só povo?Passei o último dia finalizando os discursos para a tão
esperada "festa de amanhã", Papai fez questão de revisá-los haveria muita gente influente do governo. Nosso presidente disse que se possível estaria presente, afinal, meu pai e ele eram conhecidos de longa data, o que só aumenta-me nervosismo. Serão três discursos, de princípio, ao descer as escadas, brinde na hora do partir o bolo, este papai disse que faria, e por último, de agradecimentos no final da festa, embora algo me diga que ele acabará realizando todos, isto me é um grande alívio. De fato queria não ser notada, mas como serei a homenageada, meu desejo se torna impossível de ser realizado.Elisabeth e as filhas mais velhas recebiam e cumprimentavam os convidados. logo, Nicolau faz introdução a cerimônia, anuncia o nome da aniversariante e ela desce as escadas num vestido de cor champanhe, bordado com detalhes dourados, e algumas perolas, modelo decote coração, a saia era semelhante pétalas de rosas e cobria seus joelhos... Um modelo inovador. Renda fina passava do tórax a seus braços prendendo nos dedos do meio, feito anéis nas mãos. os cabelos presos numa trança de raiz desde a lateral direita da cabeça terminando em um coque semelhante também a uma flor, todos olhavam para Clarice deslumbrados ou espantados! Não sabia dizer ao certo. Só queria ser invisível perante tanta gente. ..... Como esperado, papai diz o primeiro discurso e todos aplaudem. Após começaram as valsas, para meu azar Christofer LeBlanc a pedido de meu pai foi quem iniciou dançando comigo. O motivo desse azar? P
Diário de Clarice Querido Diário, recentemente tive o prazer de conhecer um belo rapaz ou melhor, belíssimo! Charmoso e elegante.Definitivamente um sonho! Como mencionei páginas atrás, mas agora sei seu nome... Demitry. Não lhe parece perfeito o nome para um personagem de romance? E daí que é garçom em festas? Sendo sincera, ele parece mesmo vindo de um livro... Típico mocinho. Será que nos veremos novamente? Espero de coração que a resposta seja sim!!!! ...... A manhã seguinte parecia perfeita, Clarice não se recordava de já ter acordado tão feliz. "Nada, nem ninguém poderá estragar meu dia" disse para si mesma. Sua mente à turbilhões, não deixara de pensar em Demitry e na maravilhosa conversa que tiveram no jardim, "fora tudo tão mágico!" pensou, e
Diário de Demitry ... Caro Diário, como havia mencionado páginas atrás, não me encanto facilmente com o sexo oposto, mas, algo naquela moça me tocou não sei se é normal! O modo a qual nos conhecemos, como conversamos, mas volta e meia percebo estar pensando nela, o que parece loucura, nem mesmo estou certo de seu nome, me disse ser Clara, aquela mulher no jardim a chamou por Clarice! Suponho que seja sua mãe, uma vez que fora a mesma senhora da praça. Quando a mulher levou-a as pressas, achei melhor seguir meu rumo, afinal, estou farto de problemas...Já basta ter sido posto para fora daquele modo como um animal, um ladrão. Entretanto, se nos encontrarmos outra vez pelo "suposto acaso", me vejo na obrigação de buscar conhecê-la ...... Quatro semanas mais tarde...Demitry desperta atrasado se arrumando as pressas.— Mas que barulheira é essa? — Seu avô aparece na cozinha com um porrete nas mãos.<
Diário de ClariceQuerido diário, preciso confessar que... Basta! Papai tem me evitado, mamãe está sabe Deus onde! Mas quer saber, Hoje definitivamente cansei! Isso mesmo!! Como dizem os mais velhos: Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha, ou algo do tipo! Está na hora de mudança, que meu juízo não ouse me atrapalhar! Quetro semanas antesClarice, acorda cedo como de costume, se levanta, toma o desjejum, dirige-se para biblioteca da família, deslizando a mão por uma das variadas estantes de livros, não que houvesse muitos interessantes, vez que a maioria era considerado impróprio para uma jovem de família, segundo seu pai todos os que ali havia eram "Adequados", mas ela tinha seus truques.Pega o mesmo que lera no dia anterior, "A Cidade sitiada", de Clarice Lispector" O livro era simplesmente fascinante! Assim como a autora, cujo nome é igual ao seu, não que isso influenciasse em sua preferênc
Diário de Clarice.Querido diário, acho incrível a vida ser cheia de surpresas, como pode mudar drasticamente da noite para o dia. Ao futuro, sempre tive medo na mesma medida da minha esperança, afinal é assustador não saber o que irá acontecer no amanhã, mas prefiro me segurar na certeza da felicidade. Ultimamente meu coração tem dito que algo sucederá em breve, não sei se será bom ou ruim, mas estou preparada para as mudanças que a vida me trará. ...Alessander abre a porta.De tudo que poderia ocorrer naquele dia, certo era, Nicolau jamais havia imaginado aquela cena, por um momento pensou estar louco, todavia, não era o caso, sentira uma pontada no peito, uma pontada de stress, O que por Deus! Clarice fazia ali?— Mas, O que significa isso? — Diz colocando-se de pé, incrédulo.A menina adentra com postura refinada o olhando séria. Um olhar familiar. lembrava a seu pai nostalgicamente alguém muito qu
"Quatro semanas depois" Clarice estava verdadeiramente feliz naquela manhã, finalmente seu pai a permitiu voltar ao colégio. Fátima ajudou-lhe vestir o uniforme, enquanto Claudine preparava um café da manhã bastante reforçado e José conferia se estava tudo certo com o carro.Uma batida na porta. Fátima abre.— Senhora Elisabeth.— Minha filha?— Quase pronta, senhora.A mulher a encara com olhar gélido fazendo morrer o sorriso.— Saia... Por gentileza.A empregada se retira silenciosa.Ao avistar a mãe pelo reflexo do espelho de sua penteadeira, Clarice se coloca de pé sorridente.— Mamãe!A mulher permanece numa expressão séria e vazia, mirando a filha de auto abaixo.A menina abandona o sorriso, intrigada.— Me pergunto como conseguiu convencer seu pai lhe ceder permissão de retornar ao colégio... Sobretudo... Fazê-lo recusar o convite de cortejo do co-Almirante LeBlanc.A menina vira-se de costas
— você? — ele diz. — Dessa vez não me esbarrei. — Culpado — Sorri. Clarice sente um tremendo formigar em seu estômago. Até que de repente alguém o arranca de cima dela. — Mas que.... Tarado? Demitry? O que raios estava fazendo em cima de minha irmã? — Agradeceria se me soltasse Alésser. Algum engraçadinho derrubou-me da bicicleta. Alésser o solta. Clarice os observava perplexa, ainda no chão. Demitry lhe estende a mão. — Peço que me perdoe senhorita Clara. Não tive a intenção de lastima-la. — imagina, não foi lástima alguma. — O olhava encantada. — Perdi alguma coisa? — Pergunta Alésser, olhando suspeitoso a ambos. — Não saberei lhe responder amigo, mas tenho de ir agora, estou atrasado. — Diz enquanto levanta sua bicicleta. — se demorar mais meu chefe me comerá vivo, foi bom revê-la, senhorita. — Digo o mesmo. Demitry vai embora com leve sorriso no rosto. — Gosto dele, um bom rap
"Diario de Demitry" Caro diário, não nego a fúria que sinto ao ver tamanha injustiça no mundo, preciso aprender a controlar meu temperamento perante os males do dia a dia, só assim se torna possível sobreviver nessa corrente de víboras, mas escrever e pensar é muito mais fácil do que agir.... Tenho estado tão indignado com o que vejo que se quer tive tempo para pensar nela, mas quando o faço, é estranho de explicar, parece que todos os meus problemas somem, estou enlouquecendo? essa me parece a única resposta sensata, devo ter enlouquecido, não posso me apaixonar por alguém que definitivamente não conheço... ...... Clarice, acabara de entrar no colégio, estava tão maravilhada com o que via, que não pensou em Demitry, embora tê-lo visto e sentir os lábios nos seus, melhorou e muito seu humor, na verdade a deixou deveras contente, em seu coração sentia que o veria outra vez. Por hora, focaria apenas n