Era uma vez...
Era uma vez um país onde as pessoas foram proibidas de pensar, falar e fazer o que acreditavam ser o certo.
Era uma vez um país onde muitos foram presos, torturados e assassinados... sem misericórdia ou piedade do jovem ao mais velho...Era uma vez um mundo onde crianças e adolescentes foram judiados e privados da proteção de seus pais... Meninas vendidas em casamentos para homens maduros portadores de grandes riquezas tendo sua infância consumida pela sexualidade...Era uma vez... Uma história triste que ninguém gosta de ouvir, mas, precisa ser lembrada, contada e recontada para nunca se repetir.. .(Baseado no poema do Livro: Direito a memória e a verdade. Pág.10)
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Na década de 70, histórias nunca contadas, pessoas
esquecidas ou até desconhecidas, famílias obrigavam suas filhas a casarem com quem decidissem por interesses próprios. Uma lei que deveria ter sido abolida, mas para muitos tradição é tradição. Não há no mundo ordem que os impeçam de conseguir o que almejam, afinal tudo é em nome da tradição. Poderosos militares, opressores e influentes na sociedade determinavam quais leis cumpririam, e as que o povo teria de cumprir.Ninguém fazia nada a respeito. Qualquer que se levantasse contra o conselho supremo, era silenciado, somente a morte de um traria paz e felicidade ao outro.
Ah... Havia aquela família, não uma qualquer, a minha família, grande e importante, com influência aristocrática elevada. Nicolau e Elisabeth Sporgihan, tinham cinco filhos. Alysson a mais velha, Aléssia segunda mais velha. Os gêmeos idênticos Alésser e Alessander, por último eu Clarice. Nicolau um dos homens mais respeitáveis e temíveis, General de toda força Militar da nossa cidade. Extremamente rico. Alguns diziam que era o mais abastado do país, outros, que sua riqueza seguia à frente até do presidente! Entretanto, por baixo de tanta aparência, força e seriedade, guardava consigo um grande segredo...Para a população, éramos uma família feliz e unida, o que não chegava perto da nossa realidade. Papai, extremamente frio, rude, grosseiro e muito violento, principalmente com
a mamãe, ambos pareciam não se amar, carinho um para com o outro jamais o vi, em quartos separados dormiam.Comigo? A única na qual agia com certa gentileza, o que causava atrito entre as meninas, diziam que recebia este tratamento por conta da aparência, pois sempre me
descreveram como uma princesa vinda dos contos de fadas, de pele clara e macia, olhos azulados como o mar iluminado a luz do luar, lábios rosados, cintura delineada, cabelos castanhos cumpridos e ondulados, eram essas suas palavras, mas não creio que seja por este motivo, nenhum pai ou mãe demonstraria afeto a um filho baseando-se na aparência, isto creio.."O Diário de Clarice"
Querido diário. Há doze anos, papai casou minha irmã mais velha com um rico mercador, forçadamente, ela não o amava, também não o conhecia, entrou chorando na igreja. O homem, onze anos mais velho, para sua sorte não era um gorducho, com todo respeito, desde criança Alysson tem um certo trauma, (digamos que nossa tia camélia quase a matou esmagada num incidente). Um ano depois foi Aléssia quem casou, com um magnata riquíssimo, dezoito anos mais velho, também forçada.Nenhuma de minhas irmãs conheceram o amor verdadeiro.
Sinto tanto por elas, Alysson fantasiava seu casamento mais que a todas, hoje vive amargurada, aparentemente seu marido é gentil e carinhoso, até lhe permite gerenciar alguns de seus muitos negócios, mas não sei se isto lhe é suficiente. Não tenho exatamente o que dizer sobre o marido de Aléssia sempre o achei estranho, e raramente tive contato com ele. Ambas odeiam o papai, e nas minguadas vezes que nos visitam, certificam-se de que o mesmo não esteja presente. Confesso estar preocupada por demasiado, este ano será a minha vez de completar 16, temi esta idade, como o rato teme um gato, pois não quero casar sem amar, espero encontrar um amor antes que meu pai um noivo. Ainda que pareça mais determinado na busca de noivas para meus irmãos. A qual segundo nossa cozinheira, só querem farra com as mulheres... Após três luas será meu aniversário, papai disse que faria a festa do século! Se eu gosto festas? Não muito, uma simples reunião em família para mim seria o suficiente, mas não estou certa se teria uma verdadeira família para reunir, e como sou a filha que não o contesta, sempre obedece suas ordens, Ele faz questão de retribuir com alguns presentes, essa festa se agrega a mais uma recompensa por ser a boa moça da casa.Mas, sabe querido diário, aquelas perguntas ainda rodeiam por minha mente, em cada respirar, será que viverei um amor? Ou estarei destinada a carregar um fardo de infelicidade por toda eternidade? Ou será que o amor... Não existe? Será que o amor é apenas fruto da imaginação dos escritores que leio?...Ah... Caro leitor, eu só não sabia que o destino já havia reservado uma deslumbrante e intensa história de amor para mim....Prezado leitor, esta autora que vos fala agradece imensamente por sua escolha de leitura, desejo que ame a história e os personagens assim como também os amo. Todavia, creio que seja importante informar que não tenho intensão de ensinar história, vos peço que a leia de coração aberto e lembre que trata-se de uma ficção. Com carinho, ANNA SOUSA
"Dário de Clarice" Querido diário, minha vida está numa euforia, tive de sairmuito com mamãe e a madrinha, em busca do que faltava para acomemoração. Experimentar roupas, sapatos e penteados. O quepenso sobre isso? maravilhoso, com certeza maravilhoso! Pois hátempos não saio de casa! E é raro ver mamãe interessada na minhavida…. "Três dias antes da festa" Nestas idas ao centro da cidade algo me ocorreu. Estava andando compensamento distante do outro lado da grande praça, de repente meesbarrei em um rapaz e o sujei com meu sorvete que acabara decomprar! Na verdade o derramei quase todo.— Oh! Eu sinto muito, de verdade! — Digo.— Sem problemas, acontece.— Não, deixe-me ajudar a lim
Elisabeth e as filhas mais velhas recebiam e cumprimentavam os convidados. logo, Nicolau faz introdução a cerimônia, anuncia o nome da aniversariante e ela desce as escadas num vestido de cor champanhe, bordado com detalhes dourados, e algumas perolas, modelo decote coração, a saia era semelhante pétalas de rosas e cobria seus joelhos... Um modelo inovador. Renda fina passava do tórax a seus braços prendendo nos dedos do meio, feito anéis nas mãos. os cabelos presos numa trança de raiz desde a lateral direita da cabeça terminando em um coque semelhante também a uma flor, todos olhavam para Clarice deslumbrados ou espantados! Não sabia dizer ao certo. Só queria ser invisível perante tanta gente. ..... Como esperado, papai diz o primeiro discurso e todos aplaudem. Após começaram as valsas, para meu azar Christofer LeBlanc a pedido de meu pai foi quem iniciou dançando comigo. O motivo desse azar? P
Diário de Clarice Querido Diário, recentemente tive o prazer de conhecer um belo rapaz ou melhor, belíssimo! Charmoso e elegante.Definitivamente um sonho! Como mencionei páginas atrás, mas agora sei seu nome... Demitry. Não lhe parece perfeito o nome para um personagem de romance? E daí que é garçom em festas? Sendo sincera, ele parece mesmo vindo de um livro... Típico mocinho. Será que nos veremos novamente? Espero de coração que a resposta seja sim!!!! ...... A manhã seguinte parecia perfeita, Clarice não se recordava de já ter acordado tão feliz. "Nada, nem ninguém poderá estragar meu dia" disse para si mesma. Sua mente à turbilhões, não deixara de pensar em Demitry e na maravilhosa conversa que tiveram no jardim, "fora tudo tão mágico!" pensou, e
Diário de Demitry ... Caro Diário, como havia mencionado páginas atrás, não me encanto facilmente com o sexo oposto, mas, algo naquela moça me tocou não sei se é normal! O modo a qual nos conhecemos, como conversamos, mas volta e meia percebo estar pensando nela, o que parece loucura, nem mesmo estou certo de seu nome, me disse ser Clara, aquela mulher no jardim a chamou por Clarice! Suponho que seja sua mãe, uma vez que fora a mesma senhora da praça. Quando a mulher levou-a as pressas, achei melhor seguir meu rumo, afinal, estou farto de problemas...Já basta ter sido posto para fora daquele modo como um animal, um ladrão. Entretanto, se nos encontrarmos outra vez pelo "suposto acaso", me vejo na obrigação de buscar conhecê-la ...... Quatro semanas mais tarde...Demitry desperta atrasado se arrumando as pressas.— Mas que barulheira é essa? — Seu avô aparece na cozinha com um porrete nas mãos.<
Diário de ClariceQuerido diário, preciso confessar que... Basta! Papai tem me evitado, mamãe está sabe Deus onde! Mas quer saber, Hoje definitivamente cansei! Isso mesmo!! Como dizem os mais velhos: Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha, ou algo do tipo! Está na hora de mudança, que meu juízo não ouse me atrapalhar! Quetro semanas antesClarice, acorda cedo como de costume, se levanta, toma o desjejum, dirige-se para biblioteca da família, deslizando a mão por uma das variadas estantes de livros, não que houvesse muitos interessantes, vez que a maioria era considerado impróprio para uma jovem de família, segundo seu pai todos os que ali havia eram "Adequados", mas ela tinha seus truques.Pega o mesmo que lera no dia anterior, "A Cidade sitiada", de Clarice Lispector" O livro era simplesmente fascinante! Assim como a autora, cujo nome é igual ao seu, não que isso influenciasse em sua preferênc
Diário de Clarice.Querido diário, acho incrível a vida ser cheia de surpresas, como pode mudar drasticamente da noite para o dia. Ao futuro, sempre tive medo na mesma medida da minha esperança, afinal é assustador não saber o que irá acontecer no amanhã, mas prefiro me segurar na certeza da felicidade. Ultimamente meu coração tem dito que algo sucederá em breve, não sei se será bom ou ruim, mas estou preparada para as mudanças que a vida me trará. ...Alessander abre a porta.De tudo que poderia ocorrer naquele dia, certo era, Nicolau jamais havia imaginado aquela cena, por um momento pensou estar louco, todavia, não era o caso, sentira uma pontada no peito, uma pontada de stress, O que por Deus! Clarice fazia ali?— Mas, O que significa isso? — Diz colocando-se de pé, incrédulo.A menina adentra com postura refinada o olhando séria. Um olhar familiar. lembrava a seu pai nostalgicamente alguém muito qu
"Quatro semanas depois" Clarice estava verdadeiramente feliz naquela manhã, finalmente seu pai a permitiu voltar ao colégio. Fátima ajudou-lhe vestir o uniforme, enquanto Claudine preparava um café da manhã bastante reforçado e José conferia se estava tudo certo com o carro.Uma batida na porta. Fátima abre.— Senhora Elisabeth.— Minha filha?— Quase pronta, senhora.A mulher a encara com olhar gélido fazendo morrer o sorriso.— Saia... Por gentileza.A empregada se retira silenciosa.Ao avistar a mãe pelo reflexo do espelho de sua penteadeira, Clarice se coloca de pé sorridente.— Mamãe!A mulher permanece numa expressão séria e vazia, mirando a filha de auto abaixo.A menina abandona o sorriso, intrigada.— Me pergunto como conseguiu convencer seu pai lhe ceder permissão de retornar ao colégio... Sobretudo... Fazê-lo recusar o convite de cortejo do co-Almirante LeBlanc.A menina vira-se de costas
— você? — ele diz. — Dessa vez não me esbarrei. — Culpado — Sorri. Clarice sente um tremendo formigar em seu estômago. Até que de repente alguém o arranca de cima dela. — Mas que.... Tarado? Demitry? O que raios estava fazendo em cima de minha irmã? — Agradeceria se me soltasse Alésser. Algum engraçadinho derrubou-me da bicicleta. Alésser o solta. Clarice os observava perplexa, ainda no chão. Demitry lhe estende a mão. — Peço que me perdoe senhorita Clara. Não tive a intenção de lastima-la. — imagina, não foi lástima alguma. — O olhava encantada. — Perdi alguma coisa? — Pergunta Alésser, olhando suspeitoso a ambos. — Não saberei lhe responder amigo, mas tenho de ir agora, estou atrasado. — Diz enquanto levanta sua bicicleta. — se demorar mais meu chefe me comerá vivo, foi bom revê-la, senhorita. — Digo o mesmo. Demitry vai embora com leve sorriso no rosto. — Gosto dele, um bom rap