Conseguir informações sobre o histórico daquele prédio foi mais difícil do que pensei que seria, tentei entrar em contato com a agencia de locação com quem fiz o contrato, mas não consegui nenhuma informação, supostamente porque não mantinham registros anteriores a compra do estúdio que havia acontecido apenas cinco anos antes e todos dos antigos moradores foram realocados por causa de uma grande reforma.
Rapidamente descobri que a situação era maior do que aparentava, os filhos dos antigos donos não deixaram nenhum co
No meio da confusão, acabei sendo levada para o hospital pelos paramédicos como uma testemunha do crime, julgando que sendo apenas uma adolescente, precisaria de atendimento psicológico após ver tamanha violência, ainda mais contra alguém do mesmo gênero. Inicialmente, a ideia de conversar com uma psicológica me pareceu desnecessária e até mesmo perigosa pois, ela poderia me hipnotizar e descobrir meus segredos, me causando problemas. Mas quando me vi sentada em frente a uma mulher jovem e negra que falava suavemente, como se entendesse todos os questionamentos que me afligiam, acabei contando sobre meus pequenos surtos de violência, e aproveitei para perguntar o que poderia fazer para ter mais controle sobre mim mesma.
Nos dias seguintes após aquele incidente com o ceifeiro e a noite no hospital, percebi que outros seres sobrenaturais começaram a aparecer em um curto espaço de tempo, misturando-se aos humanos que pareciam não perceber sua presença. E isso era muito estranho, ainda mais depois que tantos templos xintoístas ficaram em desuso, mas por algum motivo, era como se os youkais adormecidos sob aquelas terras, estivessem despertando depois de um longo tempo de inatividade. A verdade era que, com o tempo, as pessoas que antes cultuavam aquelas divindades extinguiram-se, levando consigo suas crenças, e por consequência, os youkais que tanto cultivavam acabaram se enfraquecendo.
Haru, depois daquele encontro com seu irmão, passou a responder meus questionamentos somente com monossílabos, e apesar daquele comportamento me irritar muito, aceitei que ele precisaria de um tempo para assimilar o que estava acontecendo em sua vida e esperei que posteriormente, me colocasse a parte da situação. Na manhã seguinte, seria nossa cerimônia de graduação que iniciou com o concerto de música clássica composto pelos estudantes do primeiro ano, seguido dos discursos
Ficar no evento aos poucos, tornou-se incomodo e como já estávamos com o diploma em mãos e um pouco distantes do evento, saímos de fininho, e fomos em direção a um pequeno restaurante familiar que ficava próximo ao colégio, servindo algumas poucas variedades de churrascos que eram grelhados nas mesas, acompanhados com saquê e alguns petiscos de frutos do mar.– Como as raposas-demônio antigas têm tanto dinheiro? Questionei q
Na manhã seguinte, acordei sentindo um braço pesado ao redor do meu corpo, abri meus olhos vagorosamente e girei um pouco o pescoço, fitando o rosto adormecido de Haru. Era a primeira vez que conseguia o observar com mais atenção, refletindo sobre o quanto seu rosto era bonito e sereno, seus lábios estavam entreabertos e ressonava baixinho, quase inaudível.Sorri acariciando seus cabelos bagunçados, retirando os fios que cobriam seus olhos, a imagem perfeita de seu rosto em êxtase me veio a mente, e senti minhas bochechas enrubescerem ao relembrar as memorias d
O celular chamou uma, duas vezes e quando finalmente a ligação foi atendida, ouvi a voz do meu pai, percebendo o quanto era familiar e aconchegante, ele falava com tranquilidade, não parecendo surpreso em ser contactado depois de tantos anos. Explicou que ainda morava no mesmo endereço, e pediu que fizéssemos uma visita, deu-me pontos de referência e até se oferecendo para me encontrar na rodoviária, mas não aceitei pois, não queria lhe dar trabalho. Descobrimos que apensar de ser uma localização relativamente fácil de encontrar, não seria t&atil
Lentamente minha vida parecia estar entrando nos trilhos, e algumas das peças daquele louco quebra-cabeças que era eu mesma, pareciam finalmente estar se encaixando. Estava retomando o controle da minha vida e me sentia um pouco mais segura em conviver com outras pessoas, sem ter o medo de perder a cabeça de repente e machuca-los.Obviamente, ainda tinha consciência de que precisava aprender ainda mais sobre minha condição, mas naquele momento, senti que poderia aceitar o pedido dos meus pais para passar a noite na fazenda, e participar do aniversário de minha irmãzin
A despedida foi cheia de choros, minha irmãzinha agarrava-se a minha blusa parecia desesperada em não me deixar ir que teve que ser amparada pela mãe que precisou de muita força para a desatracar de mim. Era de ficar com o coração partido vê-la tão chorosa, e nunca imaginei que ficaria tão triste com a minha partida, mas era compreensível já que nos aproximamos muito naqueles dois dias.– Eu prometo que voltarei no próximo feriado... – Murmurei agachando-me a sua frente, e limpei as lágrimas que escorriam por suas bochech