O celular chamou uma, duas vezes e quando finalmente a ligação foi atendida, ouvi a voz do meu pai, percebendo o quanto era familiar e aconchegante, ele falava com tranquilidade, não parecendo surpreso em ser contactado depois de tantos anos. Explicou que ainda morava no mesmo endereço, e pediu que fizéssemos uma visita, deu-me pontos de referência e até se oferecendo para me encontrar na rodoviária, mas não aceitei pois, não queria lhe dar trabalho.
Descobrimos que apensar de ser uma localização relativamente fácil de encontrar, não seria t&atil
Lentamente minha vida parecia estar entrando nos trilhos, e algumas das peças daquele louco quebra-cabeças que era eu mesma, pareciam finalmente estar se encaixando. Estava retomando o controle da minha vida e me sentia um pouco mais segura em conviver com outras pessoas, sem ter o medo de perder a cabeça de repente e machuca-los.Obviamente, ainda tinha consciência de que precisava aprender ainda mais sobre minha condição, mas naquele momento, senti que poderia aceitar o pedido dos meus pais para passar a noite na fazenda, e participar do aniversário de minha irmãzin
A despedida foi cheia de choros, minha irmãzinha agarrava-se a minha blusa parecia desesperada em não me deixar ir que teve que ser amparada pela mãe que precisou de muita força para a desatracar de mim. Era de ficar com o coração partido vê-la tão chorosa, e nunca imaginei que ficaria tão triste com a minha partida, mas era compreensível já que nos aproximamos muito naqueles dois dias.– Eu prometo que voltarei no próximo feriado... – Murmurei agachando-me a sua frente, e limpei as lágrimas que escorriam por suas bochech
As pesadas portas de madeira com de ébano foram empurradas por seis mulheres que precisaram fazer certa força para movê-las, de costas com seus longos cabelos soltos e seus vestidos também brancos, pareciam amazonas prontas para ir ao campo de batalha. E finalmente entendi o porquê de Haru ter sugerido que eu viesse com roupas brancas, para me sentir ligada a elas, e estava funcionando.Dentro do templo era simplesmente maravilhoso, parecia que havíamos retornado a séculos anteriores quando a pouca luminosidade era fornecida pela lua e lamparinas penduradas nas paredes. No ce
Estranhamente, nosso período de férias passou muito mais rápido do que eu pude acompanhar e quando me dei conta, faltavam apenas alguns dias para o início do ano letivo na faculdade. O tempo parecia passar de forma diferente no mundo sobrenatural, e tive um pouco de dificuldade para me reorganizar enquanto retomávamos as nossas vidas de humanos. Estava amando aquela nova fase da minha vida, a relação com a minha família tornava-se ainda mais consistente, e sentia que finalmente as peças estavam encaixando-se em seus respectivos lugares, tinha propósitos e
A noite de bebedeiras não me rendeu somente uma ressaca aterradora, acabei descobrindo algo interessante quando já estávamos todas bêbadas. Shiori estava tendo pesadelos, as duas na verdade, e ela conseguia se lembrar vagamente do ser que a atormentava, e pela descrição cogitei que se tratasse de um youkai, mais precisamente uma raposa-demônio. Não seria estranho que uma Kitsune estivesse atacando-a em seus sonhos, mas não conseguia identificar quem era, afinal Haru não deveria estar tão desocupado e não imaginava que Look tivesse motivos para fazer algo assim. Haru passou o braço ao redor da minha cintura, inclinou-se levemente para beijar o topo da minha cabeça, e sorriu amoroso. Ele havia percebido o meu nervosismo assim que nos encontramos em frente ao dormitório feminino, e ao seu modo, estava tentando me confortar com seus gestos carinhosos. Sorri fraquinho, enfiando meu rosto na curvatura entre seu ombro e o pescoço, sentindo o cheiro amadeirado do perfume misturado ao seu cheiro natural. O conhecido frio na barriga retornou, e senti meus joelhos perdendo a força, suspirei agarrando-me a ele com minhas mãos trêmulas. Ergui Conhecendo a família dele...
Seria eufemismo dizer que fiquei com medo da minha sogra, a sensação que senti enquanto era encarada por seus orbes não poderia ser descrita somente como temor, minha garganta fechava-se e a pele arrepiava sempre que nossos olhos se encontravam, estava claro que ela me tinha como uma ameaça. – Finalmente Haruki, já estava pensando que você era gay! Naoki comentou surgindo de repente ao nosso lado, divertindo-se enquanto fingia interesse no que o pai falava, estava agindo como se não nos conhecêssemos, mas preferi assim.
A noite havia sido exaustiva, as revelações tão difíceis de aceitar ainda estavam impregnadas em minha mente, e sentia que precisava de um certo tempo para absorver toda aquela informação, havia uma dualidade de sensações que faziam o meu coração palpitar pois, ao mesmo tempo que estava feliz por sentir que poderia ter proximidade com minhas cunhadas, ainda havia a pressão ofuscante da minha sogra, e era muito complicado sintetizar tudo aquilo.Não lembro exatamente o momento em que adormeci, estava tão cansada emocionalmente que apenas apaguei, caindo