— Então, como foi a lua de mel dos pombinhos?Argus serviu chá para Skyler e Lucian, que conversavam na sala de visitas. Apesar do mordomo ter estranhado a vinda repentina do sacerdote, ele o tratou com a devida cortesia já que Lucian aceitou a sua visita. Principalmente por fazer apenas poucas horas desde que os seus senhores chegaram da lua de mel.Por acaso aquele sacerdote estava vigiando a entrada só esperando o momento mais adequado para entrar?Lucian pegou a xícara de chá e sentiu o aroma quente e adocicado antes de beber um gole. Ele se mantinha calmo e elegante como sempre, apesar de estar surpreso com Skyler o encarando tão despreocupadamente. Quer dizer… lá estava um sacerdote candidato para a mais alta posição dentro do templo, agindo mais como um amigo de longa data.Não que o príncipe fosse reclamar.— Foi relaxante para ambos. Mas posso saber o motivo de sua visita repentina?— O Sumo Sacerdote me mandou aqui para conversarmos sobre o seu novo papel — Ele disse sem rod
O apoio que um príncipe ou princesa recebe de um nobre vai além de meras palavras. Na teoria, um nobre escolhe apoiar o herdeiro que considera mais adequado para se tornar o futuro governante. O seu apoio envolve ajudá-lo no seu trabalho nos deveres reais e orientá-lo quando necessário. É um acordo mútuo onde o nobre jura cumprir com suas funções dentro do cenário político para auxiliar o seu futuro governante a administrar todo o Império. Como os marqueses que são responsáveis por vigiar as fronteiras, por exemplo.O Marquês Kahar auxilia o Sétimo Príncipe, Elyon, com as fronteiras da região de Baydenn. Certamente ele presta serviço ao Imperador Rehael, porém a sua lealdade pode ser estendida a Elyon caso este se torne o Imperador. Assim, ele se comprometeria a proteger as fronteiras dos inimigos de Geledel.É como um papel de padrinho e madrinha, que guiará o futuro governante na ausência do seu antecessor.Havia muitos nobres que cumpriam com tal dever com cada um dos herdeiros. É
— Vossa Graça, como pode entrar no cassino quebrando a porta e se portar desse jeito? Não é um comportamento muito elegante, se deseja saber minha humilde opinião.Os olhos carmesins se ergueram lentamente para o sujeito, o fazendo hesitar e estremecer com a frieza. A figura sentada em sua cadeira com os pés sobre a sua mesa não estava de bom humor. Até mesmo as sombras da noite pareciam camuflar as suas verdadeiras intenções. Ainda assim, a arrogância do nobre homem e o seu orgulho não lhe permitiram se acovardar.O Conde entrou no próprio quarto como se não se sentisse intimidado pela presença tempestuosa de Magnus. Na verdade, ele caminhou até a estante de livros e encarou o rapaz com um certo… desprezo. Como um adulto recriminando a conduta de uma criança mal comportada. Ora essa, foi o Grão-duque quem errou ao tirá-lo do seu pequeno paraíso.— Uma coisa que deixo muito clara, Conde Moutuni, é que as minhas regras devem ser obedecidas não apenas pelos meus irmãos, como também pela
Em sua outra vida, Luciano era acostumado a mexer com planilhas complicadas, fazer orçamentos para impedir gastos desnecessários e o aguardar o momento certo de investir o dinheiro. Ele não era o melhor da sua empresa, contudo era o suficientemente bom para se manter estável por alguns anos e ganhar experiência.Agora, ele precisava aplicar tudo o que aprendeu para administrar a Mansão Grimwood.Assim que Carsen lhe apresentou os relatórios financeiros do casarão, Lucian percebeu o quão impecável Magnus era ao cuidar disso sozinho. Ainda que Carsen o ajudasse tirando dúvidas ao longo da semana para se acostumar ao trabalho de anfitrião, Lucian duvidou de si mesmo, acreditando não ser capaz de manter o mesmo ritmo que o seu esposo.— Considerando o início do inverno, seria bom confeccionar novos uniformes para os criados, para que se mantenham aquecidos — Lucian murmurou ao ler um documento — Parece que também iremos aumentar o trabalho na cozinha… haa… Quero voltar para a cama.— Esto
Muitas histórias contavam sobre a paixão avassaladora que o Primeiro Imperador sentia pela sua Imperatriz. Para demonstrar todo o seu afeto e devoção, ele criou vários eventos que se tornaram uma tradição pelos seus sucessores e súditos. Para alguns tais histórias soavam como um belo conto de fadas, não esperando menos da pessoa mais poderosa daquele império. Já outras achavam que eram apenas mentiras para esconder verdadeiros objetivos por trás das tradições.Até mesmo o atual Imperador, Rehael Saint Richmond se mostrou um digno herdeiro do Primeiro Imperador, pois ele seguiu os mesmos passos que o seu ancestral e dedicou vários prêmios de tais tradições para o seu atual Consorte. O romance deles era muito conhecido e certamente entraria para a história como exemplo de governantes que, de fato, amaram os seus companheiros.De fato, era uma bela história de amor.Só que quando Lucian subiu na carruagem junto do seu esposo para irem até o campo de caça onde o festival seria realizado,
Fazia muito tempo que não via o casal original de , e só de encontrá-los novamente no festival de caça, Lucian sentiu um leve frio na barriga. Recordava-se dos seus momentos como leitor acompanhando aqueles dois, preso na narrativa e imaginando qual seria o final da história. Reencontrá-los bem na sua frente era como uma âncora o trazendo para a realidade.Luciano havia possuído Lucian, o Oitavo Príncipe. E naquele momento, ele não estava ali para se divertir como os demais nobres. Ele tinha uma missão, que envolvia o homem que estava ao seu lado. Um gosto amargo surgiu em sua boca, o deixando levemente nauseado pelo receio de falhar miseravelmente em sobreviver na história. Isso o fazia lembrar dos sonhos com a morte do verdadeiro Lucian, que sempre lhe causava arrepios e uma forte “lembrança de uma dor”.— Há quanto tempo! Fizeram uma boa viagem?— Mas é claro, Sir Maverick. Foi uma viagem inesquecível, devo dizer — Comentou Lucian, segurando firme o braço de Mag
No instante em que Eugene Grimwood pisou no campo do Conde Vauhnir, ele foi soterrado por olhares curiosos e nobres sedentos por uma boa fofoca. Já estava acostumado dada a natureza dos seus irmãos, principalmente a de Magnus. Não era a primeira vez que via a repercussão dos atos do seu irmão mais velho.Todos os nobres sabiam que Magnus Grimwood era um homem que não dava segunda chance para quem se atrevesse a passar do limite com os Grimwood. E apesar dele sempre cometer certos atos criminais, Jesse vinha a seu resgate com provas que impediriam o Grão-duque de ser jogado na prisão.Dessa vez não foi diferente.—Fico a me perguntar o que o Conde Moutuni pode ter feito para irritar a Sua Graça.— O meu marido disse que a Sua Majestade estava desgostoso com a sua falta de participação no cenário político. O Grão-duque deve ter apenas seguindo ordens de Sua Majestade.— Jovem Grimwood, por acaso sabe de algo?Quando os olhares atentos viravam-se para Eugene, o jovem rapaz apenas inclina
— Neste glorioso dia abençoado pela Deusa Kronosis, temos a oportunidade de reunir os nossos mais bravos guerreiros para cumprir o nosso dever de proteger o povo de Islerus. Os animais selvagens que descem a montanha são um risco para aqueles que vivem neste vilarejo, e por isso brandiremos nossas espadas para garantir proteção e fartura para este inverno.Rehael fazia o discurso impecavelmente. Bastava a sua presença para deixar os participantes do festival ansiosos pelo seu início. Cruzando os braços, Magnus já conhecia cada palavra a ser dita naquele discurso, apesar que nem mesmo um discurso diferente não seria capaz de roubar a sua atenção.Na verdade, já faz algum tempo que aquelas palavras estavam rondando a sua mente o incomodando.“— Stephen Baragnon, você é a minha chave”.O seu marido nunca demonstrou interesse em relação ao jovem Baragnon, pelo menos não diretamente. Só que quanto mais ele pensava a respeito, mais Magnus percebia um padrão estranho no comportamento do seu