Diferente do primeiro evento da história original que ele presenciou, e que culminou no seu casamento, Lucian estava apreensivo. Queria tirar proveito da confusão mais ridícula que aquele vilão cometeria. A confusão entre Magnus e Stephen.Os mercenários são diferentes dos rebeldes, eles não ligam para saber quem é quem, e muito menos guardam os nomes dos nobres. A falta de interesse deles é irritante para os rebeldes, que sabem de tudo e querem ser lembrados pelos nobres. Isso causa uma rusga entre os dois grupos que seguem ordens do verdadeiro vilão. Por fim, os mercenários apenas vão atrás da pessoa que eles acreditam ser o Grão-duque, raptando Stephen por engano.Lucian podia tirar proveito disso.Se tentasse salvar Stephen fingindo que ele é Magnus, os mercenários focariam neles por acharem estar certos. Magnus ficaria livre do sequestro, Maverick viria salvar Stephen e tudo acabaria bem. Lucian pensou que seria melhor arrastar Stephen para o campo de visão dos cavaleiros para i
O último rebelde caiu no chão sem vida. Magnus esfregou o dorso de sua mão contra o rosto limpando o suor e se deixou cair sentado sobre o corpo do urso do qual caçou momentos atrás. O seu corpo estava cansado, claro, mas o que realmente incomodava era a dor das suas feridas. Puxando o lenço enrolado no seu punhal, Magnus conseguiu estancar o ferimento da coxa que parecia o pior. Droga, eles foram certeiros em mirar justamente na perna que foi ferida naquele duelo. Magnus acabou de sair da recuperação e agora teria que lidar com a lentidão nos seus movimentos e demais outros problemas que a ferida acarretaria. Rosnando baixo, o ômega amarrou com força o lenço para estancar o sangramento.— Magnus!Erguendo a cabeça, o ômega percebeu Cadec com o rosto pálido empunhando a sua espada. Considerando as manchas avermelhadas na sua lâmina e a sua respiração pesada, o Primeiro Príncipe também parece ter passado por maus lençóis.— Você está ferido?— Não, mas você…— Nada de mais — Cortou Ma
Muito bem, Lucian precisava admitir que essa foi a pior decisão que ele já tomou em todas as suas vidas. Por mais que parecesse algo simples na sua cabeça, tinha vislumbrado a possibilidade de dar certo. Se ele tivesse chamado alguns cavaleiros para acompanharem-no dentro da floresta, talvez as chances de dar certo seriam maiores.Mas não adiantava chorar pelo leite derramado.Ele e Stephen foram levados para a parte mais funda da floresta, longe da trilha. Não fazia a menor ideia se Magnus estava bem, se os cavaleiros conseguiram dar conta dos mercenários ou se todos daquele Império estavam ferrados. Para piorar, o ômega estava desacordado quando foi, praticamente, jogado ao chão em uma clareira.— Fiquem aí quietinhos.Lucian nem se deu ao trabalho de responder. O que ele poderia fazer? O seu corpo parecia uma gelatina pesada depois de ter recuperado o controle, além disso ele tremia feito um chihuahua tornando-o tão patético do que a sua reputação já fazia parecer. Claramente estav
Lucian caiu desesperado até Magnus, na medida em que sua pele empalidecia e a sua respiração ficava mais pesada. Virando-o no chão, o príncipe verificou o ferimento da bala, franzindo a testa ao notar através do buraco nas roupas uma placa de metal fina cobrindo o seu peitoral.— Mas o que diabos…?Abrindo o colete e a camisa de botão sem pestanejar, Lucian se surpreendeu que o seu esposo usava algum tipo de proteção. No entanto, a bala ainda o atingiu ao furar tal proteção. — Vossa Santidade, conseguimos capturar os rebeldes. Precisamos ir. — Inclinou-se um cavaleiro, falando diretamente com o príncipe.— C-Certo — Lucian gaguejou ao dar espaço.Dois cavaleiros ajudaram Magnus a subir nas costas de um terceiro. Assistindo a eles, Lucian percebeu as duas outras feridas no esposo, que também sangravam.— Por que ele está ferido desse jeito… Droga.— Lucian, calma — Raven se aproximou apertando o seu ombro — Vamos voltar para a mansão do Conde primeiro.Pedir calma em um momento daquel
— Por acaso acha que ser um Santo te torna um herói? O jovem Baragnon poderia ter se ferido gravemente pela sua estupidez.— Eu sei disso. Eu realmente achei que seria capaz de ajudá-lo a fugir, não imaginei que o sequestro ocorreria, de fato.Com um suspiro cansado, Lucian explicou as suas ações. Dizer em voz alta ter achado ser capaz de impedir o sequestro de Stephen soou o plano mais estúpido. Certamente ele tratou tudo como se fosse informações vindas de uma premonição, mas o fato era que Lucian acreditou cegamente que a história original seguiria o seu curso independente de sua intervenção ou não. No final das contas era uma incógnita saber o que se manteria do original e o que mudaria. Toda essa experiência foi assustadora demais para Lucian, principalmente por ver Magnus inconsciente numa cama a poucos metros de distância. Pelo o que o Imperador contou, o seu esposo também foi emboscado dentro da floresta, e que isso causou duas feridas em seu corpo. Ou seja… Magnus foi ao se
— Qual parte do "fique em repouso" você não entende, meu irmão?Magnus apenas bufou e continuou abraçando a cintura de Lucian, lançando um olhar afiado para Jesse, expondo a sua teimosia.— Estou em repouso, não está vendo?— Você estava perambulando pelo quarto desde que acordou, por acaso acha que as suas feridas são levianas? — Jesse arrumou os óculos, ainda encarando seriamente o seu irmão mais velho que agia feito uma criança teimosa. — Bem… Ele está na cama de novo, não fique tão bravo, Jesse.Lucian era o único a permanecer em silêncio enquanto via aqueles irmãos discutirem entre si. Bem, enquanto Lucian se acalmava nos braços do esposo, Jesse e Eugene entraram no quarto vendo Magnus fora da cama. Era natural estarem preocupados, afinal aquele ômega foi ferido ao ponto de desmaiar. Provavelmente o seu esposo estava se movendo desde que acordou, só que o príncipe estava muito compenetrado nas suas lamúrias ao ponto de não ter percebido.No fim, quando Magnus foi obrigado a volt
A mansão do Conde Vauhnir estava menos movimentada com a saída de alguns nobres, porém a Família Imperial permaneceu lá para ajudar a reparar alguns estragos. O Imperador deixou a caça com suas filhas, garantindo que elas e seus cavaleiros buscassem as presas caçadas e trouxessem carne para o vilarejo se sustentar durante o inverno. Cassander e alguns voluntários cuidavam dos feridos com a ajuda dos médicos, e o príncipe Cadec, junto do Imperador, cuidavam dos prisioneiros nas masmorras.Ao menos… Era o que deveria estar acontecendo em tese.O príncipe de cabelos escuros e olhos como o mar à noite se perdia em pensamentos enquanto assistia a chuva cair. Os braços cruzados e a figura imponente não transparecia a mente barulhenta que insistia em repetir os eventos de dois dias atrás.Na verdade, era a primeira vez que Cadec se via preso na lembrança de um cheiro de um ômega. Quando ajudou Magnus a procurar por Lucian na floresta e eles se depararam com Jesse, Eugene, Victória Shang e al
— Você está bem para fazer isso? — Cadec perguntou sem olhar para o amigo.Os raios iluminavam a noite de maneira assustadora, no entanto, a tempestade que existia dentro de Cadec era ainda mais assustadora. Ao menos, era o que Magnus percebeu quando o olhou ao ouvir a sua pergunta. Aquela expressão fechada, olhos frios e punhos cerrados… Toda a sua postura era como uma enorme muralha pronta para enfrentar o ataque de um inimigo.— Estou indo apenas para ver aquele sujeitinho confessar os seus crimes. Não pretendo empunhar a minha espada… A menos que seja necessário.Cadec apenas o olhou de canto e voltou a encarar o corredor. A noite seria longa, apenas para encerrar o desastroso festival de caça. O evento certamente traria reviravoltas para o Palácio Imperial, fazendo parecer que estão desestabilizados por causa dos rebeldes. O cenário político sempre seria problemático e vivo, trazendo novos problemas e novas felicitações.No entanto, Cadec continuava a sentir o gosto amargo na boc